Advogado gratuito: devo buscar a Defensoria Pública?
Você sabia que é possível ter a ajuda de um advogado gratuito para defender seus direitos? Descubra quem pode ter esse benefício e como solicitar.
Ter um problema jurídico e não saber por onde começar é angustiante, especialmente quando não há condições de pagar por um advogado particular.
É nesse momento que entra o advogado gratuito, um direito previsto na Constituição para quem não pode arcar com os custos de um processo sem comprometer o próprio sustento.
Esse atendimento é prestado pela Defensoria Pública, que oferece orientação, elabora documentos, propõe ações e acompanha todo o andamento do caso, sem cobrar honorários.
Mais do que um serviço jurídico, é uma garantia de que qualquer pessoa, independentemente da sua condição financeira, tenha acesso à Justiça e possa proteger seus direitos.
Com isso, situações que antes pareciam impossíveis de resolver ganham um caminho seguro, respaldado pela lei e pelo trabalho de profissionais qualificados.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas.
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é um advogado gratuito?
- O que preciso para conseguir advogado gratuito?
- Como funciona o atendimento do advogado gratuito?
- Qual a renda mínima para conseguir advogado gratuito?
- Quais são as áreas de atuação de um advogado gratuito?
- Será que o advogado gratuito realmente serve para seu caso?
- Um recado final para você!
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O que é um advogado gratuito?
Um “advogado gratuito” é, na prática, o atendimento jurídico sem cobrança direta do cliente, oferecido por instituições públicas ou por serviços vinculados a entidades de classe.
No Brasil, o principal caminho é a Defensoria Pública, que presta assistência jurídica integral a pessoas que não têm condições de pagar um advogado particular.
Nesse atendimento, o profissional avalia o caso, explica direitos e riscos, ajuda a reunir documentos, tenta soluções extrajudiciais e pode ingressar com ações na Justiça.
Também existe atendimento jurídico gratuito em:
- núcleos de prática jurídica de faculdades,
- em convênios com a OAB em alguns estados
- e em projetos sociais de entidades.
É importante entender que “gratuito” não significa “sem regras” nem “resultado garantido”: normalmente há triagem, exigência de documentos e comprovação de hipossuficiência.
Em resumo, “advogado gratuito” é a forma de dizer que você terá acesso a orientação e representação jurídica sem honorários particulares, por meio de um serviço público.
O que preciso para conseguir advogado gratuito?
Para conseguir um advogado gratuito, você precisa passar pela Defensoria Pública, e o principal requisito é comprovar que não tem condições de contratar advogado particular.
Na prática, isso envolve uma triagem (presencial ou online, dependendo do estado) e a apresentação de documentos básicos:
- identidade (RG) e CPF,
- comprovante de residência e comprovantes de renda seus
- e, em muitos casos, das pessoas que moram com você.
Além disso, você deve levar os documentos do seu caso (o que muda conforme o problema). A ideia é dar aos defensores elementos mínimos para entender a história e agir com rapidez.
Atenção: há uma diferença entre ter um advogado gratuito (Defensoria) e pedir “gratuidade da justiça”, que se trata de isenção de custas e despesas do processo.
Em muitos casos, você vai precisar dos dois: do advogado e das custas do processo isentas por insuficiência de recursos. Neste caso, quem concede a gratuidade da justiça é o juiz.
Como funciona o atendimento do advogado gratuito?
O atendimento do advogado gratuito costuma funcionar como uma jornada em etapas:
- triagem
- agendamento ou acolhimento
- análise jurídica
- ir à Justiça, se necessário
A triagem, primeira etapa, é quando a Defensoria verifica se você se enquadra nos critérios de atendimento, ligados à renda e impossibilidade de pagar advogado sem prejudicar o sustento.
Nesta fase, vão te pedir documentos pessoais e documentos comprobatórios de renda.
No agendamento, você já passou pela triagem e irá conversar com o advogado gratuito para contar o seu caso, esclarecer dúvidas e organizar a documentação.
Em seguida, o defensor fará a análise jurídica para avaliar se existe o direito, quais os riscos e qual o melhor caminho para resolver.
Quando é necessário ir à Justiça, a Defensoria prepara a petição, reúne documentos, pede medidas urgentes se houver e também pode pedir gratuidade da justiça.
Depois disso, o serviço acompanha o caso: recebe intimações, cumpre prazos, participa de audiências, apresenta recursos quando cabíveis e mantém o andamento até a finalização.
Por fim, vale saber que o “gratuito” significa sem honorários particulares, mas podem existir despesas pontuais (como algumas perícias ou cópias) dependendo do caso.
Qual a renda mínima para conseguir advogado gratuito?
Não existe uma renda mínima “fixa” para conseguir advogado gratuito, o que costuma existir é um limite máximo aproximado (e outros critérios) para ser atendido pela Defensoria Pública.
Esse limite varia conforme o órgão e o estado, porque a regra central é a hipossuficiência: demonstrar que você não consegue pagar advogado sem comprometer o básico da sua vida.
Na Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), por exemplo, a orientação geral é atender pessoas com renda líquida individual de até 3 salários mínimos.
Mesmo quando alguém não se enquadra perfeitamente num número “redondo”, a análise não é só matemática. Muitas defensorias consideram gastos essenciais, como aluguel.
Dessa forma, podem aceitar o atendimento se ficar claro que o pagamento de um advogado particular é inviável no caso concreto.
Quais são as áreas de atuação de um advogado gratuito?
As áreas de atuação de um advogado gratuito são amplas e cobrem justamente os problemas mais comuns do dia a dia de quem precisa de orientação e representação judicial.
Em geral, esse atendimento alcança:
- Direito de Família, abrangendo divórcio, pensão, guarda, união estável
- Direito Cível, como cobranças indevidas, indenização
- Direito do Consumidor, como negativação indevida e fraudes
- Direito Criminal, com a defesa de crimes
Além de frentes muito relevantes como:
- violência doméstica e familiar,
- infância e juventude
- e, em alguns lugares, direito à saúde e moradia.
Quando o assunto envolve órgãos federais, como o INSS, o atendimento pode ser feito pela Defensoria Pública da União, que atua nesses temas.
Vale só um alerta importante: a “lista” exata muda conforme a cidade/estado e a estrutura disponível, então o ideal é buscar a Defensoria e passar pela triagem.
Será que o advogado gratuito realmente serve para seu caso?
Se você não tem condições financeiras de contratar advogado particular, o advogado gratuito serve, sim, para seu caso.
O atendimento gratuito funciona muito bem em demandas comuns e urgentes e costuma ter profissionais preparados para atuar judicial e extrajudicialmente.
Então, se você está apertado financeiramente, o atendimento gratuito não é “uma alternativa inferior”, é um caminho legítimo para garantir acesso à Justiça.
O que normalmente define se ele é suficiente é a combinação entre o tipo de demanda, a documentação/provas que você tem, a urgência e a estrutura disponível na sua cidade.
Se o orçamento não comporta um particular, buscar a Defensoria é o passo que separa “continuar preso no problema” de “ter um plano jurídico claro e alguém atuando por você”.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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