O que é espólio? Entenda tudo o que você precisa saber
Você sabe o que acontece com os bens de uma pessoa após seu falecimento? Entenda o que é o espólio e como ele influencia a partilha entre os herdeiros.
Quando uma pessoa falece, o que acontece com todos os bens, dívidas e direitos que ela acumulou ao longo da vida?
Esse conjunto de patrimônio, tanto os aspectos positivos quanto os negativos, passa a ser chamado de espólio.
Se você já passou ou está passando por um momento delicado como esse, ou se simplesmente tem curiosidade sobre o tema, é importante entender o que significa o espólio, como ele é tratado pela lei e quem tem o direito de cuidar dele.
No Brasil, o espólio é tratado de maneira bastante formal, e é necessário seguir um processo legal para garantir que tudo seja organizado da forma correta.
Esse processo é o inventário, que serve para dividir os bens do patrimônio deixado entre os herdeiros.
Vamos explicar tudo de maneira clara e objetiva para que você, leitor, entenda todas as etapas e como isso afeta você ou sua família.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que significa espólio?
- O que é o espólio de falecido?
- Qual a diferença entre espólio e inventário?
- Como funciona o espólio?
- Quem faz o espólio?
- Quem responde pelo espólio?
- O que é o espólio de um imóvel?
- Quem paga a dívida do espólio?
- É obrigatório fazer espólio?
- Quando deixa de existir o espólio?
- Um recado final para você!
- Autor
O que significa espólio?
O espólio é o conjunto de bens, direitos e dívidas deixados por uma pessoa quando ela falece.
Em termos simples, o espólio abrange tudo que a pessoa possuía em vida e que agora precisa ser gerido e, eventualmente, dividido entre os herdeiros.
Isso inclui bens materiais, como imóveis, veículos, joias, dinheiro em contas bancárias, investimentos, e também dívidas, como financiamentos, impostos em atraso, e empréstimos.
Esse conceito também envolve direitos. Isso significa que, se a pessoa falecida tinha algo a receber, como valores pendentes de um processo judicial ou uma pensão, esses direitos também fazem parte do espólio e deverão ser devidamente reconhecidos no inventário.
No Brasil, o espólio está previsto na legislação como uma forma de garantir que o patrimônio de uma pessoa seja administrado e distribuído corretamente após sua morte.
O Código Civil e o Código de Processo Civil regulam boa parte das normas sobre espólio e inventário.
O que é o espólio de falecido?
O espólio do falecido é exatamente isso: a totalidade dos bens, direitos e também as dívidas que a pessoa acumulou durante sua vida.
Quando uma pessoa morre, todo o seu patrimônio – ou seja, seus bens, direitos e dívidas – não desaparece.
Esse patrimônio precisa ser administrado até que o processo de partilha (divisão dos bens) entre os herdeiros seja concluído. O conjunto de todo esse patrimônio é o que chamamos de espólio do falecido.
Ele inclui:
- Bens imóveis (casas, apartamentos, terrenos);
- Bens móveis (carros, móveis, joias);
- Dinheiro em contas bancárias;
- Ações e outros investimentos;
- Direitos a receber, como créditos de processos judiciais;
- Dívidas, como financiamentos ou pendências com impostos.
A grande questão é que, enquanto o inventário não é concluído, o os bens deixados precisam ser administrados.
É por isso que existe a figura do inventariante, que é a pessoa responsável por gerir esse patrimônio até que seja dividido entre os herdeiros.
O inventariante tem um papel crucial, pois ele será responsável por pagar as dívidas, manter os bens e garantir que os direitos do espólio sejam preservados.
Durante esse tempo, ninguém pode tomar posse dos bens ou vendê-los sem a devida autorização judicial.
Qual a diferença entre espólio e inventário?
Uma dúvida bastante comum é entender a diferença entre espólio e inventário, já que os dois termos estão diretamente relacionados.
O inventário pode ser feito de duas maneiras:
Inventário Judicial: Esse tipo de inventário é obrigatório quando há menores de idade entre os herdeiros, quando os herdeiros não concordam com a divisão dos bens ou quando há alguma complicação, como dívidas ou processos judiciais pendentes.
Ele é feito através de um processo na justiça, onde o juiz vai decidir como os bens serão divididos.
Inventário Extrajudicial: Quando os herdeiros são maiores de idade e estão de acordo sobre a divisão dos bens, é possível realizar o inventário de forma extrajudicial, ou seja, fora da justiça, através de um cartório.
Esse processo tende a ser mais rápido e simples, desde que todos os herdeiros estejam em comum acordo.
Portanto, enquanto o espólio representa o patrimônio, o inventário é o meio legal de organizar e distribuir esse patrimônio.
O inventário deve ser iniciado logo após o falecimento, e há um prazo de 60 dias para dar entrada no processo. Caso esse prazo não seja cumprido, os herdeiros podem ser multados.
Como funciona o espólio?
O funcionamento do espólio depende da abertura do processo de inventário. A partir do momento em que a pessoa falece, o espólio passa a ser o centro do processo legal de distribuição dos bens.
Mas até que essa divisão seja realizada, o patrimônio deve ser gerido por alguém, chamado de inventariante.
O inventariante pode ser:
- Um herdeiro, geralmente o cônjuge sobrevivente ou o filho mais velho;
- Uma pessoa indicada pelo falecido em testamento;
- Uma pessoa nomeada pelo juiz, caso os herdeiros não entrem em acordo.
O inventariante tem o papel de cuidar dos bens, pagar dívidas do falecido, e garantir que o patrimônio seja preservado.
Ele também é responsável por manter o inventário em andamento, fornecendo informações sobre o espólio e realizando os pagamentos necessários, como impostos e taxas.
Além disso, se houver litígios envolvendo a herança, como disputas sobre a divisão dos bens, o inventariante deverá representar o espólio no processo judicial.
Ele também é responsável por prestar contas ao juiz e aos herdeiros sobre tudo o que está sendo feito com os bens do falecido.
Quer saber mais detalhes sobre herança? Confira o nosso vídeo explicativo!
Quem faz o espólio?
O responsável por fazer o espólio, ou seja, por gerir os bens deixados pelo falecido, é o inventariante.
Como já mencionado, o inventariante pode ser um herdeiro, um parente próximo ou até mesmo uma pessoa de confiança indicada pelo falecido em testamento.
A escolha do inventariante é uma decisão muito importante, pois ele será o “administrador” do patrimônio até que o inventário seja concluído.
Quem pode ser o espólio?
O espólio, juridicamente, é representado por um inventariante, que pode ser nomeado pelo juiz, pelos herdeiros ou indicado pelo testamento. O inventariante geralmente é:
- O cônjuge sobrevivente;
- Um dos herdeiros;
- O testamenteiro (se houver testamento);
- Um administrador provisório, quando não há consenso entre os herdeiros.
O inventariante tem a responsabilidade de gerenciar o espólio durante o processo de inventário, pagando dívidas, cuidando dos bens e, ao final, realizando a partilha entre os herdeiros.
Essa pessoa deve ser alguém de confiança, pois terá a responsabilidade de cuidar de todos os bens do falecido, desde a venda de imóveis até o pagamento de contas e dívidas pendentes.
Em casos mais complexos, como quando há muitas dívidas ou disputas entre os herdeiros, o juiz pode nomear um inventariante judicial, que será responsável por garantir que o espólio seja tratado de maneira justa e imparcial.
Quem responde pelo espólio?
Durante o processo de inventário, é o inventariante quem responde pelo espólio. Isso significa que ele será o responsável legal por todos os bens, dívidas e direitos do falecido, até que o inventário seja concluído.
O inventariante também é quem responde perante a justiça por qualquer questão relacionada aos bens deixados.
Por exemplo, se houver uma disputa entre os herdeiros sobre a divisão de um bem, o inventariante deverá representar o espólio no processo judicial.
Além disso, ele será o responsável por pagar as dívidas do espólio, utilizando os recursos deixados pelo falecido.
Após a conclusão do inventário, o espólio deixa de existir e os herdeiros passam a ser os responsáveis diretos pelos bens que herdaram.
No entanto, até que o inventário seja finalizado, é o inventariante quem responde por todas as questões legais envolvendo os bens deixados.
O que é o espólio de um imóvel?
Quando uma pessoa falece e deixa um ou mais imóveis, esses bens passam a fazer parte do espólio.
O espólio de um imóvel refere-se ao bem que está aguardando a conclusão do inventário para ser transferido formalmente para os herdeiros.
Enquanto o inventário não é finalizado, o imóvel permanece como parte do espólio e deve ser administrado pelo inventariante.
O inventariante tem a responsabilidade de cuidar do imóvel, garantindo que ele seja mantido em boas condições até a sua partilha.
Isso inclui, por exemplo, o pagamento de impostos como o IPTU, além de garantir que o imóvel não seja vendido ou alienado sem a devida autorização judicial.
Após a conclusão do inventário, o imóvel é formalmente transferido para os herdeiros, que passam a ser os novos proprietários legais.
Para isso, é necessário que o imóvel seja registrado em nome dos herdeiros no cartório de registro de imóveis e que sejam pagas todas as taxas e impostos devidos, como o ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação).
Quem paga a dívida do espólio?
Uma das maiores dúvidas que surgem após o falecimento de alguém é: quem paga as dívidas que a pessoa deixou?
A resposta é simples: as dívidas são pagas com os bens do espólio. Isso significa que os herdeiros não são diretamente responsáveis pelas dívidas do falecido. Em vez disso, o inventariante utiliza os bens da herança para quitar as dívidas.
É importante destacar que, segundo a legislação brasileira, as dívidas do falecido não podem ser transmitidas aos herdeiros além do valor do patrimônio deixado.
Ou seja, os herdeiros só respondem pelas dívidas até o valor dos bens do espólio. Se o patrimônio não for suficiente para quitar todas as dívidas, os herdeiros não são obrigados a pagar o restante com seus próprios bens.
Portanto, antes de realizar a partilha dos bens, o inventariante deve garantir que todas as dívidas do espólio sejam quitadas. Isso inclui, por exemplo, dívidas com bancos, financiamentos de veículos, parcelas de imóveis, entre outras.
Somente após o pagamento dessas dívidas é que os bens restantes serão divididos entre os herdeiros.
Ficou com dúvidas sobre as dívidas na herança? Temos um vídeo completo para esclarecer o tema!
É obrigatório fazer espólio?
Sim, o espólio é obrigatório e, consequentemente, o inventário também. Após o falecimento de uma pessoa, o processo de inventário deve ser aberto para que os bens sejam formalmente divididos entre os herdeiros. Isso é necessário mesmo em casos onde o falecido deixou apenas dívidas.
A legislação brasileira prevê que o inventário seja iniciado dentro de um prazo de 60 dias após o falecimento, e caso esse prazo não seja cumprido, os herdeiros podem sofrer multas.
Além disso, enquanto o inventário não é finalizado, os herdeiros não podem vender, doar ou transferir os bens do falecido.
Caso o inventário não seja feito, os bens do espólio permanecem bloqueados, o que impede qualquer tipo de movimentação ou venda.
Isso pode gerar diversos problemas, como a perda de oportunidades financeiras ou a deterioração de bens, como imóveis e veículos.
Quando deixa de existir o espólio?
O espólio deixa de existir quando o processo de inventário é concluído e a partilha dos bens é formalmente realizada.
Nesse momento, o patrimônio deixado pela pessoa falecida é dividido entre os herdeiros, e o espólio se extingue, pois os bens, direitos e obrigações deixam de estar concentrados sob a administração do inventariante e passam a pertencer individualmente aos herdeiros.
O encerramento ocorre com a homologação da partilha pelo juiz e o registro da transferência dos bens.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema espólio pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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