Reconhecimento e dissolução de união estável pós-morte
    Você sabia que é possÃvel fazer o reconhecimento e dissolução de união estável pós-morte de um dos conviventes? Esse processo é de extrema importância para o sobrevivente e/ou seus herdeiros.
O reconhecimento e a dissolução de união estável pós-morte é um tema de grande relevância no âmbito jurÃdico, especialmente quando se trata da garantia de direitos sucessórios para o companheiro sobrevivente.
Quando não há um contrato formal ou escritura pública que comprove a existência da união estável, o sobrevivente precisa recorrer à via judicial para demonstrar que o relacionamento atendia aos requisitos legais.
Esse reconhecimento assegura direitos patrimoniais e garante o direito a benefÃcios sucessórios, como pensão previdenciária ou acesso a planos de saúde.
A dissolução da união estável, por sua vez, formaliza o término do vÃnculo.
Dessa forma, permite que o companheiro sobrevivente tenha seus direitos reconhecidos e possa acessar todos os benefÃcios que a legislação prevê para os casos de união estável.
Neste artigo, nós vamos te explicar os principais aspectos jurÃdicos do reconhecimento e da dissolução de união estável post mortem.
Sabemos que questões jurÃdicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas.
Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- Qual a diferença entre união estável e casamento?
- O que é ação de reconhecimento e dissolução de união estável post mortem?
- É possÃvel reconhecer união estável após a morte (post mortem)?
- Como desfazer uma união estável pós morte?
- Como provar que tinha união estável pós-morte?
- Qual o prazo para reconhecimento de união estável pós morte?
- Quem tem legitimidade para propor ação de reconhecimento de união estável post mortem?
- Um recado final para você!
- Autor
Qual a diferença entre união estável e casamento?
A união estável e o casamento são duas formas de constituição de famÃlia reconhecidas pela legislação brasileira, mas o casamento oferece um maior grau de formalidade e implica na alteração do estado civil dos casados.
O casamento é um ato formal que requer a celebração perante um juiz de paz ou, em alguns casos, em cartório, com todos os procedimentos legais e requisitos especÃficos.
Por outro lado, a união estável é caracterizada pela convivência duradoura, pública e contÃnua entre duas pessoas com a intenção de constituir uma famÃlia, sem a necessidade de celebração formal perante o Estado.
Ela pode ser reconhecida tanto de forma expressa, por meio de escritura pública, quanto de forma tácita, pela demonstração da relação e do desejo de formar uma famÃlia.
A união estável gera direitos e deveres entre os conviventes, incluindo questões patrimoniais e sucessórias, mas não altera o estado civil das partes, como ocorre no casamento.
Em termos de regime patrimonial, o Código Civil estabelece que, em regra, se adota o regime da comunhão parcial de bens nessa união.
Além disso, a união estável pode ser reconhecida post mortem.Â
Ou seja, após a morte de um dos parceiros, mediante ação judicial que comprove a convivência e a intenção de constituição de famÃlia.
O que é ação de reconhecimento e dissolução de união estável post mortem?
A ação de reconhecimento e dissolução de união estável post mortem é um procedimento judicial utilizado para formalizar a relação de união estável entre duas pessoas após o falecimento de um dos conviventes.
Neste caso, é quando não há um contrato formal que comprove a existência da união.
Em geral, o sobrevivente busca, por meio da via judicial, que seja reconhecida a união estável que manteve com o falecido durante a vida, com o objetivo de garantir seus direitos sucessórios.
Essa ação é necessária quando o casal não formalizou a união por meio de escritura pública ou outro documento comprobatório.
Contudo, existem provas de convivência pública, contÃnua e duradoura, como testemunhos, fotos, declaração em imposto de renda ou dependência em planos de saúde.
Para ingressar com a ação de reconhecimento e dissolução de união estável post mortem, o sobrevivente precisa demonstrar, no processo, que a relação foi pública e com a intenção de constituição de famÃlia.Â
A petição inicial deve incluir provas que comprovem esse vÃnculo, como fotos, documentos fiscais, testemunhos e outros meios de prova que mostrem a natureza da relação.
Uma vez reconhecida a união estável, a dissolução é igualmente formalizada, reconhecendo o direito do sobrevivente à partilha de bens conforme o regime patrimonial adotado pelo casal.
É possÃvel reconhecer união estável após a morte (post mortem)?
Sim! É possÃvel reconhecer a união estável após a morte de um dos conviventes, o que é conhecido como reconhecimento post mortem.
Esse reconhecimento é feito por meio de uma ação judicial especÃfica, em que o sobrevivente busca comprovar a existência da união estável e seus direitos decorrentes dela, como a partilha de bens e a obtenção de pensão alimentÃcia ou previdenciária.
Para que a união estável seja reconhecida post mortem, é necessário que o autor da ação demonstre que a convivência entre as partes foi
- pública,
- contÃnua,
- duradoura
- e com a intenção de constituir famÃlia
Mesmo que não tenha sido formalizada por meio de contrato escrito ou escritura pública.
A comprovação pode ser realizada por meio de testemunhas, fotos, documentos fiscais e outros meios de prova que atestem a relação e o vÃnculo afetivo entre o casal.
A possibilidade de reconhecimento post mortem da união estável é respaldada pela legislação brasileira, especialmente o Código Civil, que trata da união estável como entidade familiar.
Em resumo, é plenamente possÃvel e legalmente viável o reconhecimento de uma união estável após a morte, desde que sejam apresentadas provas suficientes de que o casal vivia conforme os requisitos da legislação vigente.
Como desfazer uma união estável pós morte?
Para desfazer uma união estável pós-morte, o sobrevivente deve seguir alguns passos especÃficos, que envolvem a formalização do término da relação no âmbito judicial.
Vejamos melhor!
- Ação judicial de reconhecimento e dissolução de união estável
Nessa ação, o sobrevivente deve demonstrar ao juiz que a convivência foi pública, contÃnua e duradoura, com a intenção de constituir famÃlia.
E que, por algum motivo, não houve a formalização da união durante a vida do falecido.
- Apresentação de provas
Pode incluir documentos fiscais, declarações em planos de saúde, fotos, testemunhos de amigos e familiares, entre outros meios que evidenciem a relação de convivência entre as partes.
- Argumentação sobre a dissolução
Mesmo após o falecimento do companheiro, o relacionamento deve ser reconhecido e oficialmente dissolvido para efeitos de partilha de bens, sucessão e outros direitos.
- Análise judicial e sentença
O juiz analisará as provas e os argumentos apresentados.
Caso a união estável seja reconhecida, o juiz também determinará a dissolução do vÃnculo, formalizando o término da união post mortem.
Essa decisão é importante para regularizar a situação do sobrevivente, especialmente em relação à partilha de bens e herança.
Esses passos formam o processo para desfazer uma união estável pós-morte, com o objetivo de reconhecer legalmente o vÃnculo afetivo e garantir os direitos do sobrevivente.
Como provar que tinha união estável pós-morte?
Nós já mencionamos anteriormente que é importante apresentar provas substanciais para o reconhecimento e dissolução de união estável pós-morte.Â
Assim, você ou seu herdeiro deverá apresentar documentações que comprovem a relação contÃnua e duradoura, com o objetivo de formar famÃlia.
Para o reconhecimento de união estável post mortem, os documentos necessários podem variar conforme a situação, mas, em geral, são exigidos:
- Certidão de óbito do falecido – Documento essencial para dar inÃcio ao processo judicial.
- Documentos pessoais do sobrevivente e do falecido – Incluindo CPF e RG do companheiro sobrevivente e do falecido, para comprovar a identidade.
- Provas da convivência pública, contÃnua e duradoura – Como fotos, correspondências, registros de contas conjuntas, declaração de Imposto de Renda do falecido que mencione o companheiro como dependente, entre outros documentos que evidenciem a união estável.
- Declaração de testemunhas – Depoimentos que confirmem a convivência e os laços afetivos, financeiros e sociais do casal.
- Certidão de casamento (se houver) – Caso algum dos parceiros tenha sido casado anteriormente ou no caso de algum casamento formal que possa influenciar no reconhecimento da união estável.
- Declaração de união estável – Se já existir um documento formalizado, como uma escritura pública ou contrato de união estável.
Esses documentos são importantes para que o juiz reconheça a união e possibilite o direito do companheiro sobrevivente à herança e outros benefÃcios.
Qual o prazo para reconhecimento de união estável pós morte?
O prazo para o reconhecimento de união estável post mortem não está definido de maneira expressa pela legislação brasileira.
No entanto, como qualquer outro pleito sucessório, a ação de reconhecimento deve ser ajuizada dentro de um perÃodo razoável após o falecimento do companheiro.Â
Em termos práticos, o autor da ação deve buscar o reconhecimento da união estável o mais rápido possÃvel, pois a demora pode gerar complicações para a partilha de bens no inventário ou para o exercÃcio de outros direitos sucessórios.
Além disso, é importante que a ação seja proposta antes da conclusão do inventário!
Em alguns casos, é possÃvel que o reconhecimento da união estável seja feito até mesmo após o fechamento do inventário, desde que haja motivos plausÃveis para a demora, mas esse tipo de ação pode ser mais complexo e depender de um exame detalhado do caso.
Quem tem legitimidade para propor ação de reconhecimento de união estável post mortem?
O parceiro sobrevivente geralmente é quem tem legitimidade para iniciar a ação de reconhecimento de união estável.
No entanto, outros interessados, como herdeiros ou familiares do falecido, também podem ter interesse em propor a ação.
Em especial, se houver disputa sobre a existência da união ou sobre a divisão dos bens.
A legislação brasileira permite que qualquer pessoa com interesse direto na questão possa iniciar o processo para esclarecer a situação jurÃdica da união.
Segundo a lei brasileira, especificamente o artigo 19, inciso I do Código de Processo Civil, os herdeiros têm o direito de buscar a proteção judicial para preservar seus direitos, inclusive questionando doações que não respeitem os limites legais.
Exemplo prático
Os herdeiros argumentam que a doação feita pela companheira do pai para seus próprios filhos é nula, pois excede a parte disponÃvel e infringe o direito legÃtimo deles à herança.
Para validar essa argumentação, é necessário reconhecer a união estável e determinar o regime de bens que vigorava entre os companheiros.
Um recado final para você!
Sabemos que o reconhecimento e dissolução de união estável pós-morte pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise especÃfica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurÃdico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
Direito Civil | Direito de FamÃlia | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário