Representação processual de menor impúbere

Entenda como funciona a representação processual de menor impúbere. Afinal, quem deve representá-lo? Saiba tudo aqui!

representação processual de menor impúbere

Representação processual de menor impúbere, entenda como funciona!

No Brasil, o Direito Civil e o Direito Processual Civil estabelecem normas específicas para a representação de menores de idade em processos judiciais. 

No âmbito do Direito de Família, a representação processual de menor impúbere é uma questão de grande relevância e sensibilidade.

Como regra geral, crianças e adolescentes, por não possuírem plena capacidade civil, precisam ser representados ou assistidos por seus pais ou responsáveis legais em situações que envolvam processos judiciais.

Isso inclui desde ações de guarda, alimentos e convivência até questões patrimoniais, como heranças e doações.

Entender como funciona essa representação é essencial para proteger os direitos do menor e garantir que seus interesses sejam devidamente resguardados.

Sempre em conformidade com o princípio do melhor interesse da criança, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e em outras legislações.

Neste artigo, vamos abordar os mecanismos dessa atuação, quem pode representar um impúbere e os cuidados necessários para que o processo seja conduzido de forma ética e justa.

Se você tem dúvidas ou enfrenta uma situação envolvendo menores, continue a leitura e esclareça suas questões.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7

O que é menor impúbere?

Menor impúbere é a designação jurídica utilizada para se referir a crianças e adolescentes com menos de 16 anos de idade, que, segundo o Código Civil Brasileiro (art. 3º), são considerados absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.

Esse termo é comumente empregado no Direito Civil e no Direito de Família para delimitar a incapacidade jurídica dessa faixa etária.

Características do menor impúbere

Absoluta incapacidade jurídica
Menores impúberes não podem realizar atos jurídicos por si mesmos, como assinar contratos, adquirir bens ou ajuizar ações judiciais.

Para a realização desses atos, é necessário que sejam representados por seus pais ou responsáveis legais.

Proteção especial
A incapacidade é reconhecida para proteger o menor, assegurando que seus direitos sejam resguardados por quem detém a responsabilidade legal sobre ele.

Regime legal
Além do Código Civil, a condição do menor impúbere é protegida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante seus direitos fundamentais e o princípio do melhor interesse.

Qual a idade do menor incapaz?

No Brasil, de acordo com o Código Civil (art. 3º e 4º), a incapacidade do menor varia conforme a idade, vejamos:

Incapacidade absoluta

Menores de 16 anos são considerados absolutamente incapazes. Isso significa que eles não têm capacidade para praticar atos da vida civil sozinhos, devendo ser representados por seus responsáveis legais (pais ou tutor).

Incapacidade relativa

Menores entre 16 e 18 anos são considerados relativamente incapazes.

Nessa faixa etária, podem praticar alguns atos da vida civil, mas precisam da assistência de seus responsáveis legais para outros atos mais complexos.

Portanto, menor absolutamente incapaz, até 15 anos, 11 meses e 29 dias, menor relativamente incapaz, dos 16 anos completos até 17 anos, 11 meses e 29 dias.

Após os 18 anos, o indivíduo é considerado plenamente capaz para todos os atos da vida civil, salvo em casos de restrições legais, como interdições por questões de saúde.

Quando o menor é representado ou assistido?

A representação e a assistência do menor são conceitos jurídicos distintos que determinam quem atua em nome do menor em diferentes situações, de acordo com o Código Civil brasileiro:

Representação

Ocorre quando o menor de 16 anos incompletos não tem capacidade de praticar atos da vida civil por si só. Neste caso, ele é representado por seus responsáveis legais (geralmente os pais ou o tutor).

Ou seja, o representante age em nome do menor, substituindo-o completamente na prática de atos jurídicos.

Exemplo de atos que exigem representação:

Assistência

A assistência ocorre quando o menor tem entre 16 e 18 anos (é relativamente incapaz).

Nessa fase, ele pode praticar certos atos da vida civil, mas precisa da assistência dos pais ou responsáveis legais para dar validade jurídica a esses atos.

Exemplo de atos que exigem assistência:

Em resumo, menor de 16 anos é representado e entre 16 e 18 anos é assistido.

Essas regras visam proteger os interesses do menor e garantir que ele não seja prejudicado por decisões tomadas sem a devida maturidade ou conhecimento.

Diferenças entre menor assistido e menor representado

Diferenças entre menor assistido e menor representado!

Quem deve representar o menor em juízo?

Quem deve representar o menor impúbere em juízo é, em regra, os pais ou o responsável legal.

Essa representação está prevista no Código Civil Brasileiro e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que determinam que, enquanto os menores não têm plena capacidade para praticar atos da vida civil, devem ser representados ou assistidos para garantir seus direitos.

Regras principais sobre quem pode representar o menor impúbere:

Pais

Ambos os pais têm o dever de representar o menor impúbere, conforme o poder familiar. Caso exista disputa ou conflito entre eles, o juiz poderá determinar quem exercerá essa representação, considerando o melhor interesse da criança.

Tutor

Quando os pais não puderem exercer a representação (por falecimento, ausência ou perda do poder familiar), o tutor nomeado judicialmente assume essa responsabilidade.

Curador

Em casos específicos, como em processos envolvendo o patrimônio do menor impúbere, um curador especial pode ser nomeado para protegê-lo.

Advogado ou Defensor Público

Em situações em que o menor impúbere não tenha um responsável legal, a Defensoria Pública ou um advogado nomeado pode representar seus interesses judiciais.

Ministério Público

Embora não exerça diretamente a representação, o Ministério Público atua como fiscal da lei em casos que envolvem direitos de menores, zelando para que seus interesses sejam protegidos.

Se houver conflitos familiares ou dúvidas sobre quem deve representar o menor em uma situação específica, é importante buscar a orientação de um advogado especializado em Direito de Família.

Como ser representante legal de um menor impúbere?

Para ser o representante legal de um menor impúbere, é necessário que essa função esteja respaldada pela lei e, em alguns casos, formalizada por decisão judicial.

A representação legal do menor é atribuída para garantir que seus direitos e interesses sejam protegidos, já que ele não possui plena capacidade para praticar atos da vida civil.

Principais formas de se tornar representante legal de um menor impúbere:

Pelo poder familiar (pais)

Os pais são os representantes legais naturais do menor, conforme o Código Civil.

Essa representação ocorre automaticamente, enquanto ambos detiverem o poder familiar e estiverem aptos a exercer essa função.

Em caso de separação ou divórcio, a guarda de um dos pais não exclui a representação do outro em questões que envolvem o menor, salvo determinação judicial em contrário.

Por tutela

Quando os pais não estão presentes (por falecimento, ausência ou destituição do poder familiar), o menor impúbere pode ser colocado sob tutela.

Nesse caso, o tutor é nomeado judicialmente e assume a responsabilidade de representá-lo legalmente, conforme disposto no Código Civil e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A tutela exige um processo judicial que avalie a idoneidade do tutor.

Por curatela

Em situações específicas que envolvem o patrimônio do menor impúbere ou a incapacidade temporária ou permanente de seus responsáveis, pode ser necessário nomear um curador.

A curatela é determinada por decisão judicial e está limitada a situações específicas, como a administração de bens.

Por decisão judicial (guarda ou atribuição especial)

A guarda judicial também pode conferir poderes de representação legal em certas situações.

Quem obtém a guarda de um menor impúbere por decisão judicial pode ser designado como representante legal, com poderes limitados às decisões relativas à proteção e bem-estar do menor.

Através de procuração ou autorização judicial

Em casos excepcionais, os pais ou responsáveis podem conceder a terceiros poderes para representar o menor impúbere, mediante procuração específica ou autorização judicial, dependendo da complexidade e natureza do ato.

O que diz a lei sobre representação processual de menores?

Os artigos 1.631, 1.632, 1.634 e 1.690 do Código Civil, junto com o artigo 71 do CPC/2015 (artigo 8º do CPC/1973), são os dispositivos legais relevantes para essa questão.

Nenhum desses artigos especifica claramente se a representação judicial dos filhos deve ser feita por ambos os genitores ou se pode ser feita por apenas um deles.

Quais são os artigos relevantes?

O artigo 1.631 do Código Civil reforça que o poder familiar (também conhecido como autoridade parental) é exercido igualmente pelos dois pais.

Isso significa que pai e mãe compartilham a responsabilidade pela criação, educação e bem-estar dos filhos.

Esse artigo reconhece que ambos os pais devem ser participativos, mesmo em casos de separação.

Aqui, a prioridade é sempre o melhor interesse da criança, garantindo que decisões importantes, como a escolha da escola, tratamentos de saúde e outras questões relevantes, sejam tomadas em conjunto, salvo decisão judicial em contrário.

O artigo 1.632 determina que, quando os filhos são menores de idade e possuem bens próprios, os pais têm a obrigação de administrá-los.

Porém, em situações mais complexas, como a venda de um imóvel pertencente ao menor, é necessário que ambos os pais estejam de acordo.

Caso haja divergência, é possível recorrer à Justiça para resolver o impasse.

Esse cuidado protege o patrimônio do menor, evitando decisões unilaterais que possam ser prejudiciais.

Em algumas situações, pode ser exigida autorização judicial, especialmente para ações que envolvem grandes valores ou comprometam o futuro financeiro da criança.

O artigo 1.634 lista os principais direitos e deveres dos pais em relação aos filhos, que incluem:

Educação e criação dos filhos

Garantir que a criança tenha acesso à escola, ao lazer e a um ambiente seguro para se desenvolver.

Representação legal

Agir em nome dos filhos em situações jurídicas, como assinatura de contratos ou decisões médicas.

Companhia

Oferecer convivência harmoniosa, essencial para o crescimento emocional e social do menor.

Esse artigo é um dos pilares do poder familiar, que prioriza o desenvolvimento integral dos filhos em todas as áreas da vida.

Semelhante ao artigo 1.632, o artigo 1.690 reforça que, em relação à administração dos bens do menor, os pais devem agir de forma conjunta e responsável.

Isso evita que apenas um dos pais tome decisões que possam comprometer o patrimônio ou os interesses financeiros da criança.

Quando há desacordo entre os pais ou se um deles for impedido de participar, é necessário buscar autorização judicial para assegurar que a decisão seja tomada com base no melhor interesse do menor.

Esse artigo também protege o menor de possíveis abusos ou má administração dos bens.

A interpretação de que a representação processual de menores pode ser exercida por qualquer um dos pais, desde que não haja conflito de interesses ou destituição do poder familiar, visa proteger os interesses do menor.

Em casos nos quais ambos os pais estão disponíveis e em concordância, a representação conjunta pode ser mais robusta.

No entanto, em situações onde um dos pais está ausente ou há desacordos, permitir que um único pai represente o menor evita que o menor fique desamparado judicialmente.

Um recado final para você!

procure assistência jurídica!

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema “representação processual de menor impúbere” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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