Rebaixamento de Função e Salário: É Legal? Veja o Que Dizer a Lei

Você sabe se é legal rebaixar a função de um empregado e manter o salário? Entenda os detalhes e como garantir que tudo esteja dentro da lei.

Rebaixamento de função e salário

Saiba quais são os direitos do funcionário em caso de rebaixamento de função e salário.

No mundo do trabalho, mudanças de funções e responsabilidades são comuns. No entanto, um tema que gera muitas dúvidas é o processo de rebaixar a função de um empregado e manter o mesmo nível salarial.

Isso significa que um funcionário é movido para um cargo com menos responsabilidades, mas seu salário permanece inalterado. Para muitos, essa prática parece contraditória e até injusta. 

Mas, será que é legal? E quais são as implicações para empregados e empregadores?

Neste artigo, nós vamos te explicar tudo sobre rebaixar um funcionário de sua função, desmistificando as regras e oferecendo exemplos práticos para ajudar você a entender melhor. Acompanhe para saber mais sobre o tema!

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O que significa rebaixar a função?

Rebaixar a função é um ato pelo qual um empregado é transferido para um cargo com menos responsabilidades ou hierarquia. 

Por exemplo, João era gerente de marketing em uma empresa. Devido a uma reestruturação, ele foi movido para a função de assistente de marketing. Apesar da mudança para um cargo com menos responsabilidades, seu salário foi mantido o mesmo.

Diferença Entre Rebaixamento Temporário e Permanente

O rebaixamento pode ser temporário, como medida emergencial, ou permanente, refletindo uma mudança duradoura na estrutura organizacional. Veja abaixo quais são eles:

Rebaixamento Temporário:

Algumas vezes, o rebaixamento de função pode ser temporário, como uma medida emergencial durante uma crise financeira. Neste caso, o funcionário pode ser reassumido em sua função original quando as condições melhorarem.

Rebaixamento Permanente:

Se o rebaixamento é permanente, isso implica uma mudança definitiva na carreira do empregado. Pode ser associado a uma reestruturação organizacional ou a uma mudança de estratégia da empresa.

Se o rebaixamento é temporário, deve haver um acordo claro sobre a duração e as condições para a reintegração ao cargo original. Para rebaixamentos permanentes, um novo contrato ou adendo ao contrato existente pode ser necessário.

Em alguns casos, o rebaixamento pode ser considerado uma forma de demissão indireta se for prejudicial ao empregado.

O trabalhador pode ter o direito de tratar a mudança como uma rescisão contratual e buscar as verbas rescisórias correspondentes.

O que diz a CLT sobre rebaixamento de função?

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não menciona diretamente o “rebaixamento de função”, mas trata das alterações no contrato de trabalho, incluindo mudanças de função e salários, no artigo 468.

Esse artigo estabelece que as condições de trabalho só podem ser alteradas por acordo ou convenção coletiva, e desde que não resultem em prejuízo ao empregado. 

Ou seja, o rebaixamento de função deve ser realizado de forma que não cause desvantagens para o trabalhador, e qualquer mudança significativa deve ser acordada entre empregado e empregador.

Para responder tal pergunta, usamos como referência o artigo 468 da CLT, que consta: “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e desde que não resulte em prejuízo ao empregado.”

O que diz a CLT sobre redução salarial?

A CLT proíbe a redução salarial, exceto em casos específicos como acordos coletivos e situações de crise econômica.

O artigo 7º, inciso VI da Constituição Federal e o artigo 468 da CLT garantem o princípio da irredutibilidade salarial, que impede que o empregador reduza o salário do empregado sem uma justificativa legal ou acordo prévio.

Para responder tal pergunta, usamos como referência o artigo 7º da Constituição Federal, que consta:

“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: […] VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.”

É Possível Mudar de Função Sem Aumentar o Salário?

Sim, é possível mudar a função de um empregado sem aumentar o salário, desde que haja um acordo entre as partes e a mudança não resulte em prejuízo para o trabalhador.

A nova função pode ser registrada e documentada, e o salário pode ser mantido se houver um entendimento claro sobre essa decisão.

Se um funcionário é promovido a um cargo de coordenação e, em seguida, é rebaixado para um cargo técnico sem mudança salarial, essa alteração deve ser feita de forma acordada e transparente.

Aspectos Legais e Normativos

A legalidade de rebaixar um empregado e manter o salário varia de acordo com a legislação trabalhista de cada país.

Vamos analisar o contexto legal brasileiro, que pode servir de referência para compreender a prática.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é o principal conjunto de normas que regulamenta as relações de trabalho. A CLT não menciona especificamente a prática de rebaixar a função e manter o salário, mas aborda conceitos relacionados.

Artigo 468 da CLT: Este artigo estabelece que mudanças nas condições de trabalho, incluindo alterações de função, devem ser feitas com a concordância do empregado e não podem resultar em prejuízo ao trabalhador.

Portanto, mudanças que reduzem as responsabilidades sem ajustar o salário podem ser vistas como um tipo de alteração prejudicial, se não houver um acordo claro.

Jurisprudência e Decisões Judiciais

Os tribunais brasileiros têm se debruçado sobre casos relacionados a mudanças de função e salário. Decisões judiciais ajudam a entender como a CLT é interpretada na prática.

Exemplo de Decisão Judicial: Em um caso, um empregado foi movido de um cargo de gerente para um cargo de assistente, mas seu salário foi mantido.

O tribunal decidiu que a mudança era válida desde que houvesse concordância mútua e a manutenção do salário não fosse vista como uma forma de prejudicar o trabalhador.

Contrato de Trabalho e Acordos

O contrato de trabalho é um documento essencial que define as condições de trabalho. Qualquer alteração significativa, incluindo mudanças de função e salário, deve ser acordada entre empregado e empregador.

Exemplo de Acordo: Se um funcionário aceita ser rebaixado de função e concorda em manter o mesmo salário, isso deve ser registrado formalmente. A ausência de um acordo pode levar a disputas e reclamações.

Implicações para Empregados

Rebaixar a função e manter o salário pode ter várias implicações para o empregado:

Impacto na Moral e Motivação

Mudar para um cargo com menos responsabilidades, mas sem alterar o salário, pode afetar a moral e a motivação do empregado. Muitos funcionários podem se sentir desvalorizados ou frustrados.

Exemplo: Ana foi promovida a coordenadora de projetos, mas após a crise financeira da empresa, foi rebaixada para analista. Embora seu salário tenha sido mantido, ela se sentiu desmotivada e desvalorizada.

Perspectivas de Carreira

Rebaixar um empregado pode afetar suas perspectivas de carreira, especialmente se a mudança não for acompanhada de uma explicação clara ou de um plano de desenvolvimento.

Exemplo: Carlos, após ser rebaixado de gerente para coordenador, sentiu que sua carreira estagnou. Ele não recebeu nenhuma orientação sobre futuras oportunidades ou planos de crescimento.

Questões de Justiça e Igualdade

Empregados podem questionar a justiça e a igualdade da prática. Manter o mesmo salário pode ser visto como uma forma de compensar o rebaixamento, mas pode não resolver questões de percepção de injustiça.

Exemplo: Julia foi movida de uma função de liderança para uma função técnica, e embora seu salário tenha permanecido o mesmo, seus colegas com funções similares, mas de entrada, recebiam salários inferiores. Isso gerou uma sensação de injustiça.

Implicações para Empregadores

Para os empregadores, rebaixar uma função e manter o salário também apresenta vários aspectos a serem considerados:

Legalidade e Conformidade

Empregadores devem garantir que qualquer mudança na função e no salário esteja em conformidade com as leis trabalhistas e regulamentações. Falhas na conformidade podem resultar em ações legais.

Exemplo: Uma empresa moveu um funcionário de um cargo de supervisão para um cargo de assistência, mantendo o mesmo salário. No entanto, a mudança não foi documentada corretamente, resultando em uma disputa legal.

Comunicação e Transparência

Uma comunicação clara e transparente é crucial. Empregadores devem explicar as razões para o rebaixamento e como isso impactará o salário e as responsabilidades.

Exemplo: Uma empresa enfrentava dificuldades financeiras e precisou rebaixar algumas funções. Para evitar mal-entendidos, a empresa realizou reuniões individuais para explicar a situação e como a manutenção do salário estava sendo oferecida como uma forma de compensação temporária.

Impacto na Cultura Organizacional

Mudanças nas funções e salários podem impactar a cultura organizacional. É importante gerenciar essas mudanças de forma a minimizar o impacto negativo na equipe e manter a moral alta.

Exemplo: Uma empresa fez mudanças significativas nas funções de sua equipe de vendas. Embora tenha mantido o salário de alguns funcionários, a falta de clareza sobre os motivos causou rumores e afetou o ambiente de trabalho.

Aspectos Éticos e Práticos Acerca do Rebaixamento de Função e Salário

Além das considerações legais, há também aspectos éticos e práticos a serem avaliados:

Equidade e Justiça

Manter o salário após o rebaixamento pode ser visto como uma tentativa de compensar a perda de status e responsabilidades. No entanto, a prática pode ser percebida como injusta se não houver uma explicação clara.

Exemplo: Pedro foi rebaixado de um cargo de liderança para um cargo técnico, mas continuou recebendo o mesmo salário. Seus colegas em funções similares, mas de nível inicial, recebiam menos, criando um sentimento de injustiça entre os membros da equipe.

Motivação e Desempenho

Manter o salário pode ajudar a manter a motivação e o desempenho do funcionário, mas não resolve todos os problemas associados ao rebaixamento. A falta de clareza sobre o futuro pode afetar a produtividade.

Exemplo: Luana foi rebaixada e, apesar de continuar recebendo o mesmo salário, começou a mostrar sinais de desengajamento, pois não tinha clareza sobre seu futuro na empresa.

Planos de Desenvolvimento e Suporte

Oferecer suporte e desenvolvimento contínuo é essencial para ajudar o empregado a se ajustar à nova função e manter a motivação.

Exemplo: A empresa ofereceu treinamento adicional e planos de desenvolvimento para Sofia, que foi rebaixada de gerente para assistente, ajudando-a a se ajustar melhor à nova função e a manter seu engajamento.

Conclusão

Rebaixar a função de um empregado e manter o mesmo nível salarial é uma prática que envolve várias nuances jurídicas e éticas.

É legal, desde que haja concordância mútua e não haja prejuízo para o trabalhador, mas deve ser gerida com cuidado para evitar impactos negativos na moral e motivação.

Empregadores devem assegurar que todas as mudanças sejam comunicadas de forma transparente e documentadas adequadamente, enquanto os empregados devem entender seus direitos e as implicações de tais mudanças.

A prática pode ser uma solução temporária em tempos de crise, mas deve ser feita com consideração e respeito por todos os envolvidos.

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Artigo escrito por especialistas do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia | Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista.

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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