Abrir uma clínica médica com segurança jurídica: O que você precisa saber
Abrir uma clínica médica exige planejamento e o cumprimento de normas legais. Saiba como garantir a regularização e evitar problemas jurídicos nesse processo!
Abrir uma clínica médica é o sonho de muitos profissionais da saúde que desejam oferecer atendimento de qualidade e construir uma carreira de sucesso.
Contudo, para garantir que a clínica funcione dentro das normas legais e evite problemas no futuro, é essencial entender e seguir todas as exigências da legislação brasileira.
Neste artigo vamos detalhar, passo a passo, como abrir uma clínica médica dentro da lei, esclarecendo as dúvidas mais comuns sobre o processo e apontando as legislações e documentos necessários.
Seja você médico, investidor ou empreendedor no setor de saúde, essas informações serão cruciais para a segurança e a eficiência da sua clínica.
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Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- Por que abrir uma clínica médica dentro da Lei?
- Planejamento inicial: Entenda o mercado e defina o tipo de clínica
- Documentação e legalização: Passo a passo para estar dentro da Lei
- Contratos e Aspectos Jurídicos: Proteja sua Clínica
- Quem fiscaliza as clínicas médicas?
- Posso abrir uma clínica médica como pessoa física?
- Qual o melhor regime tributário para uma clínica médica?
- É obrigatório ter um diretor técnico na clínica?
- Posso usar telemedicina na minha clínica?
- Conclusão
- Um recado importante para você!
- Autor
Por que abrir uma clínica médica dentro da Lei?
A criação de uma clínica médica exige mais do que apenas vontade e conhecimento técnico na área da saúde.
A legislação brasileira impõe uma série de normas e requisitos para garantir que o atendimento prestado aos pacientes seja seguro e eficaz.
Abrir uma clínica dentro da lei é fundamental não só para evitar multas e sanções, mas também para construir uma reputação sólida e confiável no mercado.
Além disso, uma clínica regularizada pode participar de convênios médicos, realizar contratos com o governo, ampliar a base de clientes e garantir a proteção jurídica da empresa e dos profissionais.
O não cumprimento das normas legais pode resultar em fechamento da clínica, processos judiciais, perda de licenças e outras penalidades.
Planejamento inicial: Entenda o mercado e defina o tipo de clínica
Antes de começar o processo de abertura da clínica, é fundamental realizar uma pesquisa de mercado.
Entender o perfil do público que você deseja atender, a concorrência local, a demanda por determinados serviços e as oportunidades na área de atuação são passos essenciais.
Também é importante definir o tipo de clínica que será aberta, pois isso influencia diretamente os custos, a infraestrutura e as exigências legais.
Os tipos de clínica médica podem ser:
Clínica Popular: Focada em oferecer consultas a preços mais acessíveis.
Clínica Especializada: Oferece atendimento em uma área específica, como cardiologia, dermatologia ou ortopedia.
Clínica Multidisciplinar: Oferece serviços em várias áreas da saúde, podendo incluir médicos de diferentes especialidades, além de outros profissionais de saúde.
Clínica de Diagnóstico: Especializada em exames e diagnósticos, como laboratórios e centros de imagem.
Documentação e legalização: Passo a passo para estar dentro da Lei
Agora que você já definiu o tipo de clínica, o próximo passo é entender a documentação necessária e os processos de legalização.
Aqui, vamos explicar detalhadamente cada um dos passos e as legislações pertinentes.
Registro da Empresa (CNPJ)
O primeiro passo é registrar a clínica como uma pessoa jurídica. Para isso, será necessário obter o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) junto à Receita Federal.
O CNPJ é essencial para que a clínica possa emitir notas fiscais, contratar funcionários e realizar transações comerciais.
Para obter o CNPJ, é necessário:
- Definir o nome empresarial da clínica;
- Elaborar o contrato social, que deve descrever o objeto social da empresa (os serviços que serão oferecidos);
- Escolher o regime tributário adequado (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real).
Legislação relevante: Lei nº 10.406/2002 (Código Civil Brasileiro), que regula as sociedades empresariais.
Definir o CNAE
Ao registrar a empresa, será necessário escolher o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), que especifica o tipo de atividade que a clínica médica irá desempenhar.
Para clínicas médicas, os códigos mais comuns são:
- 8650-0/01: Atividades de atendimento hospitalar.
- 8650-0/03: Atividades de médicos em consultórios.
A escolha correta do CNAE é essencial para que a clínica esteja corretamente enquadrada nas normas fiscais e tributárias.
Registro no Conselho de Classe (CRM)
Toda clínica médica deve ser registrada no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde está localizada.
Além disso, é necessário nomear um diretor técnico, que será responsável por garantir que a clínica funcione de acordo com as normas técnicas e éticas da medicina.
O diretor técnico deve ser um médico devidamente registrado no CRM e suas responsabilidades incluem supervisionar as práticas clínicas e garantir que os procedimentos médicos sigam os protocolos e padrões estabelecidos.
Legislação relevante: Lei nº 3.268/1957, que regula os Conselhos de Medicina.
Alvará de Funcionamento
Após obter o CNPJ e o registro no CRM, é necessário solicitar o Alvará de Funcionamento na prefeitura do município onde a clínica será instalada.
O alvará certifica que a clínica está apta a funcionar naquele local e que atende a todos os requisitos municipais.
Os documentos necessários para obter o alvará de funcionamento incluem:
- CNPJ;
- Contrato de locação (se o imóvel for alugado) ou escritura do imóvel;
- Planta baixa do imóvel, com detalhes sobre acessibilidade;
- Licença ambiental (caso seja necessário).
Licença da Vigilância Sanitária
Outro documento imprescindível para a abertura de uma clínica médica é a Licença da Vigilância Sanitária, que certifica que a clínica atende às normas sanitárias de higiene, segurança e controle de infecções.
A licença é emitida pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ou pela vigilância sanitária municipal.
Para obter essa licença, a clínica deve atender a uma série de exigências, como:
- Dispor de salas apropriadas para consultas e procedimentos;
- Garantir condições adequadas de esterilização de equipamentos;
- Ter uma estrutura física que atenda aos padrões de segurança e higiene.
Legislação relevante: Resolução RDC nº 50/2002 da ANVISA, que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de estabelecimentos assistenciais de saúde.
Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)
O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) é outro documento essencial para que a clínica possa funcionar legalmente.
O AVCB atesta que o imóvel atende às normas de segurança contra incêndios, como a presença de extintores, saídas de emergência, sinalização adequada e outros equipamentos de segurança.
Legislação relevante: Lei Estadual de cada estado, que regula a prevenção contra incêndios.
Certificado de Limpeza Urbana
Dependendo do tipo de clínica e dos procedimentos realizados, pode ser necessário o Certificado de Limpeza Urbana, que garante que os resíduos produzidos pela clínica (como resíduos biológicos e químicos) serão descartados de forma correta e segura.
Contratos e Aspectos Jurídicos: Proteja sua Clínica
Além de seguir todas as exigências legais e obter os documentos necessários, é importante que a clínica esteja protegida juridicamente por meio de contratos bem elaborados.
Esses contratos podem incluir:
- Contratos de trabalho para os funcionários;
- Termos de consentimento para os pacientes, informando sobre os riscos e benefícios dos procedimentos médicos;
- Acordos de confidencialidade para garantir que os dados dos pacientes sejam mantidos em sigilo, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Além disso, é importante contratar seguros de responsabilidade civil, que protegem a clínica e os médicos em casos de processos judiciais relacionados a erros médicos.
Quem fiscaliza as clínicas médicas?
As clínicas médicas são fiscalizadas por diversos órgãos e instituições, cada um responsável por um aspecto específico do seu funcionamento.
Os principais órgãos que fiscalizam as clínicas médicas são:
Vigilância Sanitária
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e as vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais são responsáveis por verificar se as clínicas estão seguindo as normas de saúde, higiene, segurança e controle de infecções.
Conselhos Regionais de Medicina (CRM)
Fiscalizam o exercício da medicina, garantindo que os profissionais estejam devidamente registrados e que as práticas médicas sigam os padrões éticos e técnicos estabelecidos.
Corpo de Bombeiros
Realiza vistorias para garantir que as clínicas cumprem com as normas de prevenção contra incêndios, liberando o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
Prefeitura Municipal
A prefeitura fiscaliza se o local tem o alvará de funcionamento e se a clínica está de acordo com as regras de zoneamento urbano.
Ministério do Trabalho
Pode fiscalizar as condições de trabalho oferecidas aos empregados, verificando se as normas trabalhistas estão sendo cumpridas.
Esses órgãos atuam em conjunto para garantir que as clínicas funcionem de maneira segura e dentro das regulamentações legais.
Posso abrir uma clínica médica como pessoa física?
Não. Para abrir uma clínica médica, é necessário registrá-la como uma pessoa jurídica, o que implica na obtenção de CNPJ, alvará de funcionamento, licenças sanitárias e outros documentos legais.
Veja no tópico “Documentação e legalização: Passo a passo para estar dentro da Lei”, como regularizar sua clínica.
Qual o melhor regime tributário para uma clínica médica?
O regime tributário ideal depende do tamanho e da estrutura da clínica. Para clínicas de pequeno e médio porte, o Simples Nacional pode ser uma boa opção, pois oferece uma tributação simplificada e menores alíquotas.
No entanto, para clínicas maiores ou com faturamento elevado, o Lucro Presumido ou Lucro Real pode ser mais adequado.
A escolha deve ser feita com o auxílio de um contador ou advogado.
É obrigatório ter um diretor técnico na clínica?
Sim. Toda clínica médica deve ter um diretor técnico registrado no CRM, que será responsável por garantir que as atividades médicas sejam realizadas de acordo com as normas éticas e técnicas da profissão.
Posso usar telemedicina na minha clínica?
Sim, desde que respeitadas as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
A telemedicina pode ser uma ferramenta útil para ampliar o atendimento e reduzir custos operacionais, mas deve ser aplicada com cautela, sempre garantindo a segurança e a confidencialidade dos dados dos pacientes.
Legislação relevante: Resolução CFM nº 2.314/2022, que regula o uso da telemedicina no Brasil.
Conclusão
Abrir uma clínica médica dentro da lei pode parecer um processo complexo, mas com o planejamento adequado e o apoio de profissionais especializados, como advogados e contadores, é possível garantir que tudo seja feito de forma correta e segura.
Desde a escolha do local até a obtenção de todas as licenças e alvarás, cada etapa é crucial para o funcionamento legal da clínica.
O cumprimento das normas jurídicas não apenas protege o proprietário de penalidades, como também assegura a confiança dos pacientes e parceiros, fortalecendo a reputação da clínica.
Investir tempo e recursos no planejamento adequado garante que a clínica opere com segurança, eficiência e competitividade no mercado.
Portanto, planeje cada detalhe, siga as exigências legais e construa uma clínica médica que ofereça serviços de qualidade com segurança e dentro da lei.
Um recado importante para você!
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