Fertilização in vitro (FIV): o que é e como funciona?

Fertilização in vitro (FIV): entenda como funciona o tratamento que ajuda casais a realizarem o sonho da gravidez. Descubra etapas, taxas de sucesso e custos.

imagem representando fertilização in vitro.

Fertilização in vitro (FIV): o que é e como funciona?

Ter um filho é um sonho para muitos casais, mas quando a gravidez natural não acontece, a fertilização in vitro (FIV) pode se tornar um caminho possível.

O tratamento consiste em unir óvulo e espermatozoide em laboratório para gerar embriões, que depois são transferidos para o útero.

Mais do que um procedimento médico, a FIV envolve também questões jurídicas importantes, como o destino dos embriões, direitos sucessórios, contratos de clínicas e até situações de guarda em caso de separação.

Por isso, além do apoio médico, é essencial compreender os aspectos legais que cercam essa escolha, garantindo segurança e tranquilidade em um momento tão delicado e significativo.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é fertilização in vitro?

A fertilização in vitro (FIV) é um tratamento de reprodução assistida que oferece esperança para quem enfrenta dificuldades em engravidar naturalmente.

Diferente do que acontece no corpo da mulher, o encontro entre óvulo e espermatozoide ocorre em um laboratório, em condições controladas e seguras.

Depois que o embrião é formado, ele pode ser transferido para o útero, dando início a uma gestação como qualquer outra.

Mas a FIV vai muito além de uma técnica médica: ela representa a chance de realizar o sonho da maternidade e da paternidade, mesmo em situações em que a natureza parece ter fechado as portas.

É um caminho de ciência e emoção, capaz de devolver a esperança a casais e pessoas que desejam formar ou ampliar a família.

Ao compreender como funciona esse processo, você descobre que o impossível pode, sim, se tornar realidade.

Como funciona a fertilização in vitro?

A fertilização in vitro (FIV) funciona em etapas cuidadosamente planejadas para aumentar as chances de gravidez.

Primeiro, a mulher passa por um estímulo hormonal para produzir mais óvulos do que no ciclo natural.

Esses óvulos são coletados por meio de um procedimento simples e, em seguida, são unidos aos espermatozoides em laboratório.

O resultado desse encontro é a formação de embriões, que ficam em observação durante alguns dias para verificar quais se desenvolvem melhor.

Depois, um ou mais embriões são transferidos para o útero, dando início à gestação caso ocorra a implantação.

Por trás da técnica, existe uma carga emocional enorme: cada etapa representa expectativa, esperança e, muitas vezes, a superação de frustrações anteriores. 

Por isso, a FIV não é apenas um procedimento médico, mas uma verdadeira oportunidade de transformar em realidade o sonho de ter um filho.

O que a lei diz sobre a fertilização in vitro?

A fertilização in vitro (FIV) não possui uma lei específica no Brasil, mas é regulada por normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Código Civil em pontos importantes.

Essas regras buscam garantir segurança médica e também proteção jurídica para quem realiza o tratamento.

De acordo com as resoluções do CFM, a FIV só pode ser feita com consentimento formal dos envolvidos, e sempre respeitando limites éticos, como a quantidade de embriões que podem ser transferidos.

Além disso, existe a regra de que os embriões excedentes podem ser congelados, devendo os pais decidir o destino deles em situações como divórcio ou falecimento.

No campo jurídico, o Código Civil traz implicações relevantes: filhos gerados por FIV têm os mesmos direitos sucessórios e de filiação que qualquer outro filho.

Inclusive quando a concepção ocorre após a morte do genitor, desde que haja autorização prévia para uso do material genético.

Também surgem debates sobre contratos com clínicas, doação de gametas, responsabilidade em casos de erro médico e questões de guarda e herança.

Ou seja, além de ser um procedimento médico, a FIV envolve direitos de família, sucessões e contratos, e cada decisão tomada pode ter reflexos legais no futuro.

Por isso, contar com orientação jurídica especializada é essencial para que o sonho da maternidade e da paternidade seja construído com segurança.

Quais são os direitos de quem faz fertilização in vitro?

Quem opta pela fertilização in vitro (FIV) tem uma série de direitos assegurados pela legislação brasileira e pelas normas éticas do Conselho Federal de Medicina.

Esses direitos vão muito além do procedimento em si: envolvem proteção à família, segurança patrimonial e garantia da dignidade humana.

O primeiro deles é o direito à filiação plena.

Isso significa que os filhos gerados pela FIV têm exatamente os mesmos direitos de qualquer outro filho, seja biológico ou adotivo.

Eles possuem garantias de registro civil, nome, herança e convivência familiar.

Além disso, a lei protege também situações em que o procedimento ocorre após a morte de um dos genitores, desde que haja consentimento prévio para uso do material genético.

Outro ponto essencial é o direito à autonomia reprodutiva, que permite ao casal — ou mesmo à pessoa solteira — decidir sobre o tratamento.

Incluindo a utilização de embriões congelados e a escolha quanto à doação ou descarte, sempre dentro dos limites estabelecidos pelo CFM.

Há ainda os direitos patrimoniais e sucessórios: embriões, materiais genéticos e contratos firmados com clínicas devem ser resguardados juridicamente.

Evitando conflitos futuros em caso de divórcio, falecimento ou divergência entre os envolvidos.

Por fim, existe o direito à proteção contra discriminação. Nenhum filho pode ser tratado de forma diferente por ter sido concebido por FIV, e qualquer conduta nesse sentido pode ser combatida judicialmente.

Em resumo, a FIV não é apenas um tratamento médico, mas uma escolha que envolve consequências legais profundas.

Garantir seus direitos com orientação jurídica é essencial para que o sonho de formar uma família seja vivido com segurança e tranquilidade.

Quais são as responsabilidades da clínica no caso de fertilização in vitro?

Reprodução Assistida

Responsabilidades da clínica na Fertilização in vitro (FIV)

Pontos essenciais para segurança, ética e conformidade jurídica.

Responsabilidade O que significa O que verificar no contrato
Dever de informação
Transparência
Explicar etapas, riscos, taxas de sucesso, alternativas e possíveis complicações, de forma clara e compreensível. Quadros de riscos, estatísticas, linguagem acessível e registro de consentimento informado.
Consentimento e contratos
Formalização
Coletar assinaturas com escolhas expressas (nº de embriões, destino de excedentes, doação, descarte, criopreservação). Modelos de consentimento, cláusulas sobre divórcio/falecimento e prazos de armazenamento.
Custódia do material genético
Rastreabilidade
Armazenar óvulos, espermatozoides e embriões com identificação segura, cadeia de custódia e controle de temperatura. Protocolos de rotulagem, inventário, auditorias e seguro para perdas/danos.
Conformidade ética
Normas CFM
Respeitar limites de embriões por transferência, critérios etários, doação de gametas e regras de publicidade. Referência às resoluções aplicáveis e atualização periódica dos procedimentos.
Sigilo e dados pessoais
Privacidade
Proteger identidade dos pacientes e doadores, prontuários e dados sensíveis ao longo de todo o tratamento. Cláusulas de confidencialidade, controles de acesso e política de retenção de dados.
Qualidade e segurança
Boas práticas
Seguir protocolos laboratoriais, calibração de equipamentos, controle de contaminação e qualificação da equipe. Planos de manutenção, certificações, treinamentos e indicadores de qualidade.
Gestão de incidentes
Resposta rápida
Procedimentos para falhas, extravios, trocas de material e comunicação imediata aos pacientes. Notificação, prazos de reporte, plano de mitigação e cobertura securitária.
Transparência de custos
Previsibilidade
Detalhar honorários, pacotes, criopreservação, medicações e taxas extras antes do início do ciclo. Tabelas de preços, o que está incluso, reajustes e política de reembolsos.
Prontuário e evidências
Traço documental
Registrar todo o processo: exames, decisões, lote de meios, datas/horas e responsáveis por cada etapa. Acesso ao prontuário, logs laboratoriais e política de entrega de cópias ao paciente.
Responsabilidade técnica
Diligência
Responder por negligência, imprudência ou imperícia dos profissionais e do laboratório. Definição de responsáveis, cobertura de responsabilidade civil e canais de reclamação.
Dica jurídica: peça revisão do contrato por advogado, especialmente quanto ao destino dos embriões, prazos de armazenamento, gestão de incidentes e política de dados.

As clínicas de reprodução assistida que realizam a fertilização in vitro (FIV) assumem responsabilidades médicas, éticas e jurídicas muito importantes.

Não se trata apenas de oferecer um tratamento, mas de garantir que todo o processo seja conduzido com segurança, transparência e respeito aos direitos dos pacientes.

A primeira grande responsabilidade é a obrigação de informação.

A clínica deve explicar de forma clara cada etapa do tratamento, os riscos, as chances de sucesso, os custos e as possíveis complicações.

Esse dever de informação deve estar registrado em contrato e termos de consentimento, assinados pelos pacientes, para evitar futuras discussões jurídicas.

Outro ponto essencial é o manuseio correto do material genético.

Óvulos, espermatozoides e embriões devem ser armazenados e preservados com segurança, seguindo os protocolos do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Qualquer erro, como perda ou troca de material, pode gerar responsabilidade civil, exigindo indenização por danos materiais e morais.

As clínicas também têm a responsabilidade de cumprir as normas éticas e legais: respeitar os limites de idade para o procedimento.

Bem como garantir sigilo sobre dados dos pacientes, seguir regras sobre doação de gametas e observar os limites sobre a quantidade de embriões transferidos.

Além disso, existe a responsabilidade médica: se houver negligência, imperícia ou imprudência durante o tratamento, a clínica e os profissionais envolvidos podem responder judicialmente.

Isso inclui casos de falha na coleta, problemas de laboratório, diagnósticos equivocados ou acompanhamento inadequado.

Em resumo, a clínica tem o dever de atuar com máxima segurança, clareza e ética.

E, do lado dos pacientes, contar com assessoria jurídica especializada é fundamental para revisar contratos.

Acompanhar decisões sobre embriões e garantir que seus direitos sejam respeitados em todas as fases do tratamento.

Como um advogado pode me ajudar no caso de fertilização in vitro?

Um advogado pode ser um aliado fundamental no processo de fertilização in vitro (FIV), porque esse não é apenas um tratamento médico.

Mas também um caminho cheio de decisões jurídicas que podem impactar diretamente a vida da família no futuro.

Em primeiro lugar, o advogado ajuda a analisar contratos firmados com a clínica de reprodução, verificando se todas as responsabilidades estão bem descritas e se não existem cláusulas abusivas.

Isso evita surpresas em situações delicadas, como falhas no procedimento ou divergências sobre custos.

Outro ponto crucial é a orientação sobre o destino dos embriões. Muitas vezes, o casal precisa decidir o que acontecerá em casos de divórcio, falecimento ou quando não quiser mais utilizá-los.

Sem a devida formalização jurídica, essas situações podem gerar conflitos familiares e até disputas judiciais.

O advogado também é essencial em temas de filiação e registro civil, garantindo que o filho gerado por FIV tenha todos os direitos assegurados, inclusive sucessórios.

Isso é ainda mais importante em casos de reprodução assistida post mortem (quando o material genético de alguém falecido é utilizado), pois exige autorização formal e respaldo legal.

Além disso, o profissional pode auxiliar em situações de doação de gametas (óvulos ou espermatozoides), verificando a regularidade do procedimento, a proteção do anonimato e os direitos futuros da criança.

Por fim, contar com um advogado é ter a tranquilidade de que cada escolha feita durante a FIV está amparada juridicamente.

Evitando litígios e garantindo que o sonho da maternidade e da paternidade seja realizado com segurança e paz.

Um recado final para você!

imagem representando advogado.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada em seu caso!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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