Pacientes em estado terminal: Saiba quais são seus direitos
Entenda o que são cuidados paliativos e como eles asseguram os direitos dos pacientes terminais, garantindo conforto e dignidade até o fim da vida.
Quando alguém é diagnosticado com uma doença terminal, a vida muda drasticamente para o paciente e seus entes queridos.
As incertezas sobre o futuro, o medo da dor, a perda de autonomia e a possibilidade de morte iminente são algumas das questões que se tornam presentes.
Nesse momento delicado, é fundamental que o paciente e sua família estejam cientes dos direitos que têm, principalmente em relação à recusa de tratamentos, cuidados paliativos, e o direito a uma morte digna.
Este artigo tem o objetivo de esclarecer os principais direitos dos pacientes em estado terminal, abordando temas como o direito de recusar tratamentos, os cuidados paliativos, e as legislações brasileiras que garantem esses direitos.
Vamos entender o que a lei diz e como esses direitos podem ser aplicados na prática.
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Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- Quais são os direitos de uma pessoa em estado terminal?
- Qual a diferença entre paciente paliativo e paciente terminal?
- O que determina a lei 14.238 21?
- Qual é a lei que protege o paciente terminal?
- Como garantir que meus direitos serão respeitados?
- Considerações Finais
- Um recado importante para você!
- Autor
Quais são os direitos de uma pessoa em estado terminal?
Primeiro, é importante esclarecer o que significa estar em estado terminal.
Um paciente terminal é aquele que possui uma doença incurável e progressiva, onde os tratamentos disponíveis não têm mais a capacidade de curar ou estabilizar a condição.
Em geral, as expectativas de vida são limitadas, e o foco do tratamento passa a ser o alívio dos sintomas e a promoção de conforto.
Nessa fase, a prioridade é melhorar a qualidade de vida do paciente, minimizando o sofrimento físico e emocional, em vez de buscar a cura.
É aqui que entram os cuidados paliativos e o direito de recusar procedimentos médicos que prolonguem o sofrimento.
Direito à informação
Um dos principais direitos de qualquer paciente, inclusive os em estado terminal, é o direito à informação.
Isso significa que o paciente tem o direito de ser plenamente informado sobre sua condição de saúde, os possíveis tratamentos, seus benefícios e riscos. Essa informação deve ser clara, honesta e adequada ao nível de compreensão do paciente.
O paciente também tem o direito de fazer perguntas e receber respostas diretas, sem omissões.
Isso é fundamental para que ele possa tomar decisões informadas sobre seu tratamento, incluindo a recusa de procedimentos que julgue desnecessários ou indesejados.
Direito de recusar tratamentos
No Brasil, a legislação garante ao paciente o direito de recusar tratamentos médicos, mesmo que essa recusa possa resultar na morte.
Esse direito é um dos pilares do respeito à autonomia do paciente. Em situações em que os tratamentos não oferecem chances reais de cura ou apenas prolongam o sofrimento, muitos pacientes optam por não continuar com procedimentos invasivos e dolorosos.
A recusa de tratamento pode incluir desde a interrupção de medicamentos e quimioterapia até a recusa de intervenções mais drásticas, como a ventilação mecânica.
É importante destacar que essa decisão deve ser respeitada pelos profissionais de saúde e pela família, mesmo que seja difícil aceitar.
Cuidados paliativos: conforto e dignidade
Os cuidados paliativos são uma abordagem de tratamento voltada para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doenças graves ou terminais.
O objetivo não é curar a doença, mas sim aliviar a dor e outros sintomas incômodos, como falta de ar, náuseas e ansiedade. Além disso, os cuidados paliativos oferecem suporte emocional, espiritual e social para o paciente e sua família.
Esses cuidados podem ser oferecidos em hospitais, clínicas especializadas, ou mesmo em casa, dependendo das preferências do paciente e das condições disponíveis.
Um dos grandes benefícios dos cuidados paliativos é que eles colocam o paciente no centro do processo de decisão, garantindo que suas vontades e desejos sejam respeitados.
Direito à morte digna
O conceito de morte digna está intimamente ligado ao direito de recusar tratamentos e ao acesso aos cuidados paliativos.
Morrer com dignidade significa que o paciente tem o direito de evitar sofrimentos desnecessários e de ter sua autonomia respeitada até o final da vida.
No Brasil, o direito à morte digna é garantido pela legislação, que permite que o paciente recuse tratamentos que prolonguem a vida de maneira artificial e dolorosa.
Esse direito também abrange a escolha do local onde o paciente deseja passar seus últimos dias, seja em casa, em um hospital, ou em uma clínica especializada.
A ideia é que o paciente tenha o máximo de conforto e tranquilidade possíveis, cercado por seus entes queridos, se assim desejar.
Planejamento antecipado de cuidados
Uma ferramenta importante para garantir que os desejos do paciente sejam respeitados é o planejamento antecipado de cuidados.
Isso pode incluir a elaboração de um documento de diretivas antecipadas, onde o paciente especifica quais tratamentos aceita ou recusa, caso venha a perder a capacidade de tomar decisões por si mesmo no futuro.
Esse documento, também conhecido como Testamento Vital, pode incluir instruções sobre a recusa de ventilação mecânica, ressuscitação cardiopulmonar, alimentação artificial, entre outros procedimentos.
No Brasil, embora ainda não haja uma regulamentação específica para o Testamento Vital, ele pode ser utilizado como uma manifestação da vontade do paciente e deve ser respeitado pelos médicos e familiares.
Apoio psicológico e espiritual
Enfrentar uma doença terminal é uma experiência emocionalmente desafiadora, tanto para o paciente quanto para seus familiares.
Por isso, o apoio psicológico e espiritual é fundamental. Esse tipo de suporte ajuda o paciente a lidar com o medo, a ansiedade e a depressão que muitas vezes acompanham a fase terminal da vida.
Os cuidados paliativos incluem esse tipo de apoio, oferecendo acompanhamento de psicólogos, assistentes sociais e líderes religiosos, conforme o desejo do paciente.
O objetivo é proporcionar alívio emocional e espiritual, ajudando o paciente a encontrar paz e aceitação.
Direito ao respeito e à dignidade
Independentemente da fase da doença, todos os pacientes têm o direito de ser tratados com respeito e dignidade. Isso inclui ser tratado de forma humana, com atenção e cuidado, sem discriminação ou julgamento.
Os profissionais de saúde têm o dever de respeitar as escolhas do paciente, seus valores e crenças, e garantir que ele receba o melhor atendimento possível, mesmo quando as opções de tratamento são limitadas.
Qual a diferença entre paciente paliativo e paciente terminal?
Paciente paliativo
Um paciente paliativo é aqueleque, embora possa ter uma doença grave e progressiva, não está necessariamente em fase terminal.
O termo “cuidados paliativos” refere-se a uma abordagem de tratamento em que o objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando sintomas e proporcionando suporte emocional, psicológico e espiritual, independentemente do estágio da doença.
Os cuidados paliativos podem ser aplicados em qualquer fase de uma doença crônica, mesmo quando o tratamento curativo ainda está sendo realizado.
Portanto, um paciente em cuidados paliativos pode viver por muitos anos, dependendo de sua condição e do tratamento recebido.
Paciente terminal
Por outro lado, um paciente terminal é aquele que se encontra em uma fase avançada de uma doença incurável, onde o tratamento curativo não é mais eficaz, e a expectativa de vida é limitada.
O foco do tratamento para um paciente terminal é exclusivamente o alívio do sofrimento e o conforto nos últimos dias ou meses de vida.
Nesse estágio, os cuidados paliativos continuam a ser fundamentais, mas a diferença é que não há mais intenção de prolongar a vida do paciente, mas sim de garantir que ele tenha uma morte digna, sem dor ou sofrimento desnecessário.
Em resumo, todos os pacientes terminais recebem cuidados paliativos, mas nem todos os pacientes em cuidados paliativos são considerados terminais.
Os cuidados paliativos podem ser iniciados em qualquer estágio de uma doença grave, enquanto o estado terminal se refere especificamente à fase final da vida, onde a doença não responde mais ao tratamento curativo.
O que determina a lei 14.238 21?
A Lei nº 14.238/2021, conhecida como Lei da Política Nacional de Cuidados Paliativos, estabelece diretrizes e ações para a implementação e a organização dos cuidados paliativos no Brasil.
Essa legislação visa garantir a oferta de cuidados paliativos de forma integral e multidisciplinar a pacientes com doenças crônicas e progressivas, em qualquer estágio da vida, mas com um foco especial em pacientes em situação terminal.
Aqui estão os principais pontos que a Lei nº 14.238/2021 determina:
Direito ao acesso aos cuidados paliativos
A lei garante que todos os pacientes, em qualquer idade e com qualquer tipo de doença crônica, progressiva ou ameaçadora à vida, tenham direito ao acesso a cuidados paliativos.
Isso inclui pacientes em fase terminal e aqueles que necessitam de alívio de sintomas durante tratamentos prolongados.
Organização e implementação dos cuidados paliativos
A lei estabelece que os cuidados paliativos devem ser organizados e oferecidos de maneira integrada e multidisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes áreas da saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros especialistas necessários.
Esses cuidados podem ser oferecidos em diferentes níveis de atenção, como hospitais, unidades de saúde, ou até mesmo no domicílio do paciente.
Autonomia do paciente
A Lei nº 14.238/2021 reforça o respeito à autonomia do paciente, permitindo que ele participe ativamente das decisões sobre seu tratamento, incluindo a recusa de procedimentos que considere desnecessários ou que possam prolongar o sofrimento.
Direito à informação
A lei assegura o direito do paciente de receber informações claras e completas sobre sua condição de saúde, os tratamentos disponíveis e os cuidados paliativos.
Essa transparência é fundamental para que o paciente possa tomar decisões informadas sobre seu tratamento.
Apoio à família
Além de focar no paciente, a lei também reconhece a importância do apoio à família e aos cuidadores, oferecendo suporte psicológico e social para ajudar a lidar com a doença e o processo de luto.
Implementação pelo SUS
A lei prevê que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser o principal responsável pela oferta de cuidados paliativos no Brasil, garantindo que esses cuidados sejam acessíveis a todos os cidadãos, independentemente de sua condição socioeconômica.
Monitoramento e avaliação
A lei estabelece que o governo deve monitorar e avaliar a implementação da Política Nacional de Cuidados Paliativos, com o objetivo de garantir que as ações estejam sendo efetivamente realizadas e que os pacientes estejam recebendo o cuidado adequado.
Qual é a lei que protege o paciente terminal?
No Brasil, várias leis e normas regulam os direitos dos pacientes em estado terminal. Além da Lei nº 14.238/2021, citada a cima, vamos explorar mais algumas:
Código de Ética Médica
O Código de Ética Médica estabelece que o médico deve respeitar a autonomia do paciente, permitindo que ele tome decisões informadas sobre seu tratamento.
Isso inclui o direito de recusar procedimentos que não tragam benefícios reais ou que prolonguem o sofrimento.
O código também prevê que o médico deve oferecer cuidados paliativos quando não houver possibilidade de cura.
Lei nº 10.216/2001
Essa lei dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, mas seu princípio de respeito à autonomia e dignidade se aplica a todos os pacientes, incluindo os terminais.
A lei garante o direito ao tratamento menos invasivo e à proteção contra qualquer forma de abuso ou tratamento desumano.
Resolução CFM nº 1.995/2012
Essa resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece diretrizes sobre as diretivas antecipadas de vontade, ou Testamento Vital.
Ela determina que o médico deve respeitar as escolhas expressas pelo paciente em suas diretivas antecipadas, incluindo a recusa de tratamentos que prolonguem a vida artificialmente.
Como garantir que meus direitos serão respeitados?
Se você ou um ente querido está enfrentando uma doença terminal, é importante tomar algumas medidas para garantir que seus direitos serão respeitados:
Converse com seu médico
Certifique-se de que você entende completamente sua condição, as opções de tratamento e os possíveis desfechos. Faça perguntas e peça informações claras.
Considere o Testamento Vital
Se você tem desejos específicos sobre tratamentos que deseja ou não deseja receber, considere formalizar isso em um documento de diretivas antecipadas.
Informe sua família
Certifique-se de que seus familiares estão cientes de seus desejos e que eles entendem a importância de respeitar suas vontades.
Busque apoio
Se necessário, procure apoio jurídico ou psicológico para ajudá-lo a tomar decisões e garantir que seus direitos sejam respeitados.
Planeje antecipadamente
Se possível, planeje os cuidados antecipadamente, escolhendo onde deseja passar seus últimos dias e que tipo de suporte deseja receber.
Considerações Finais
Os direitos dos pacientes em estado terminal são uma questão de dignidade e respeito à autonomia individual.
Garantir que esses direitos sejam respeitados é fundamental para proporcionar uma morte digna, minimizando o sofrimento e respeitando a vontade do paciente.
Embora existam desafios na aplicação prática desses direitos, o conhecimento e a informação são as principais ferramentas para garantir que o paciente tenha sua vontade respeitada até o fim.
Se você ou alguém que você ama está passando por essa situação, lembre-se de que existem recursos e apoio disponíveis para ajudar a navegar esse momento difícil com dignidade e respeito.
A informação é a melhor forma de garantir que esses direitos sejam respeitados, promovendo uma morte digna e uma qualidade de vida melhor, mesmo nos momentos mais difíceis.
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