Ação de execução: veja como cobrar uma dívida judicial
Dívidas não pagas? Descubra como a ação de execução pode ser usada para garantir o pagamento e cumprir decisões judiciais!

Ação de execução: o que é e em que casos é utilizada?
A ação de execução é um dos instrumentos mais importantes para garantir que direitos sejam cumpridos de forma rápida e eficaz. Imagine que você tem uma dívida reconhecida em contrato ou uma pensão alimentícia atrasada, mas o devedor simplesmente não cumpre com sua obrigação.
O que fazer? Nesse momento, entra em cena a ação de execução, uma ferramenta legal que permite cobrar judicialmente dívidas, entregar bens ou até forçar o cumprimento de uma decisão judicial.
Neste artigo, você vai entender o que é ação de execução, como ela funciona na prática, quando ela é cabível e quais são as principais fases desse tipo de processo.
Se você quer saber como usar a ação de execução para fazer valer seus direitos, continue lendo!
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas.
Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
O que são ações de execução?
As ações de execução são instrumentos jurídicos que o credor utiliza para obrigar o devedor a cumprir uma obrigação que não foi realizada voluntariamente.
Essas ações são cabíveis quando existe um título executivo, documento que prova a existência de uma obrigação, seja ela de pagar, entregar algo ou realizar um ato.
Existem dois tipos principais de títulos executivos previstos no Código de Processo Civil (CPC):
- Títulos executivos judiciais, que são decisões proferidas em um processo judicial, como uma sentença condenatória.
- Títulos executivos extrajudiciais, que incluem documentos como cheques, notas promissórias e contratos assinados por duas testemunhas.
A ação de execução é fundamental porque permite que o credor evite longas discussões sobre o direito que já foi reconhecido, partindo diretamente para a cobrança ou cumprimento forçado da obrigação.
Para que serve uma ação de execução?
A ação de execução serve como um meio judicial para obrigar o devedor a cumprir uma obrigação reconhecida em um título executivo — como um contrato assinado ou uma sentença judicial — .
Quando o devedor não paga voluntariamente, não entrega um bem ou não cumpre uma obrigação, o credor pode recorrer à justiça para que a obrigação seja efetivada.
Por exemplo, no caso de um contrato de empréstimo não quitado, o credor pode utilizar a ação de execução de título extrajudicial para cobrar judicialmente o valor devido.
Da mesma forma, uma ação de execução de alimentos é usada para exigir o pagamento de pensões alimentícias em atraso.
O objetivo principal é garantir que direitos sejam respeitados e que o devedor não permaneça inadimplente sem consequências legais.
No caso de dívidas alimentícias, a ação de execução pode até mesmo levar à prisão do devedor, o que demonstra a importância desse instrumento jurídico.
Quais são as fases do processo de execução?
O processo de execução segue um roteiro estruturado para garantir que a obrigação seja cumprida de forma eficiente e justa. As fases principais são:
Petição inicial
O credor, chamado de exequente, apresenta a petição inicial ao juiz, indicando o título executivo que comprova a obrigação e pedindo a citação do devedor. Esse é o momento de iniciar formalmente a ação de execução.
Citação do devedor
O devedor, também chamado de executado, é citado para cumprir a obrigação no prazo legal, que normalmente é de 3 dias para pagamento de dívidas:
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação.
Em casos de execução de alimentos, o prazo para pagamento ou justificativa também é de 3 dias:
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
Penhora de bens
Caso o devedor não cumpra a obrigação, o juiz pode determinar a penhora de bens, que serão avaliados e destinados à quitação da dívida. A penhora pode recair sobre dinheiro, imóveis, veículos e outros bens com valor de mercado.
Expropriação de bens
Após a penhora, os bens do devedor podem ser leiloados ou transferidos diretamente para o credor, garantindo que a dívida seja satisfeita. Essa etapa é chamada de expropriação.
Encerramento
Quando o valor da dívida é quitado ou os bens expropriados, o processo é encerrado.
Cada uma dessas fases está amparada pelo Código de Processo Civil, que busca equilibrar os direitos do credor e as garantias do devedor.
Quando é cabível uma ação de execução?
A ação de execução é cabível quando o credor possui um título executivo que preenche os requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade. Isso significa que:
- A obrigação precisa ser certa: Deve estar claramente identificada no título, como uma dívida ou um ato a ser realizado.
- A dívida deve ser líquida: O valor deve estar definido ou ser facilmente calculável.
- A obrigação deve ser exigível: O prazo para cumprimento voluntário já deve ter expirado.
Por exemplo, uma dívida reconhecida em um contrato pode ser cobrada por meio de uma ação de execução de título extrajudicial, desde que o contrato esteja devidamente assinado e atenda aos requisitos legais.
Em contrapartida, obrigações decorrentes de decisões judiciais, como o pagamento de indenizações, podem ser cobradas diretamente em uma execução de sentença.
É importante lembrar que o credor não pode esperar indefinidamente. O direito de propor uma ação de execução pode prescrever, de acordo com os prazos previstos no Código Civil, que variam conforme o tipo de obrigação.
Como funciona o processo de execução judicial?
O processo de execução judicial funciona como uma forma prática e objetiva de garantir o cumprimento de uma obrigação.
Ele parte do princípio de que o direito do credor já foi reconhecido, seja por meio de um título judicial ou extrajudicial. Isso evita a necessidade de um novo processo de conhecimento.
O procedimento pode incluir:
- Medidas coercitivas: Caso o devedor não cumpra a obrigação, o juiz pode determinar a penhora de bens ou outras medidas, como o bloqueio de contas bancárias (art. 854 do CPC).
- Multas: No caso de execução de sentença, a lei prevê uma multa de 10% sobre o valor devido, além de honorários advocatícios, se o devedor não cumprir a obrigação voluntariamente.
- Prisão: Na ação de execução de alimentos, o devedor pode ser preso caso não pague a pensão ou não justifique a inadimplência.
Cada passo do processo é projetado para ser célere, mas o tempo de duração pode variar conforme a complexidade do caso e os recursos apresentados pelo devedor.
Quando posso entrar com uma ação de execução?
Você pode entrar com uma ação de execução assim que a obrigação se torna exigível. Isso significa que, no caso de dívidas, o prazo para pagamento voluntário deve ter expirado. No caso de pensão alimentícia, basta que o pagamento esteja atrasado.
Por exemplo:
- Uma dívida reconhecida em um contrato pode ser cobrada imediatamente após o vencimento do prazo de pagamento.
- Um cheque sem fundo pode ser cobrado por meio de ação de execução de título extrajudicial.
- Atrasos em pensões alimentícias podem ser cobrados pela ação de execução de alimentos em atraso, com possibilidade de penhora, bloqueio de contas ou até prisão do devedor.
É essencial estar atento aos prazos prescricionais, pois, se ultrapassados, o direito de propor a execução pode ser perdido.
A prescrição varia de acordo com o tipo de título, sendo de cinco anos para dívidas previstas no Código Civil.
Dessa maneira, a ação de execução é uma ferramenta indispensável para quem precisa garantir o cumprimento de obrigações reconhecidas por lei.
Seja para cobrar uma dívida, exigir pensão alimentícia ou buscar o cumprimento de uma decisão judicial, ela oferece meios práticos e eficientes para proteger seus direitos.
Se você enfrenta dificuldades para receber o que é seu por direito, procure um advogado especializado e explore as opções que a ação de execução pode oferecer.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “ação de execução” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário