Até quando eu posso ser cobrado por uma dívida?

Até quando você pode ser cobrado por uma dívida? Conheça os prazos legais e como eles impactam sua vida financeira. Não deixe de entender seus direitos!

imagem representando ser cobrado por dívida

Até quando eu posso ser cobrado por uma dívida?

Você sabia que, mesmo depois de anos, uma dívida pode continuar sendo cobrada? Muitas pessoas têm dúvidas sobre até quando podem ser cobradas por uma dívida e como os prazos de cobrança funcionam.

A boa notícia é que, de acordo com a legislação brasileira, existe um prazo máximo para que os credores possam exigir o pagamento de uma dívida judicialmente.

Porém, entender os prazos de prescrição e as exceções é fundamental para não ser pego de surpresa.

Neste artigo, vamos explicar quanto tempo uma dívida pode ser cobrada, os prazos específicos para diferentes tipos de dívidas e como isso pode afetar sua vida financeira.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

Quais tipos de dívidas não prescrevem?

Existem dívidas que, mesmo com o passar dos anos, não prescrevem. Isso significa que você pode ser cobrado a qualquer momento, sem limitação de prazo para que o credor tome providências legais ou administrativas.

A mais conhecida é a pensão alimentícia, uma obrigação contínua que visa garantir o sustento de quem depende financeiramente do devedor. Essa dívida é considerada imprescritível porque envolve necessidades básicas de sobrevivência.

Outro exemplo importante são as dívidas fiscais, como tributos, taxas e multas impostas por órgãos públicos. A maioria prescreve em cinco anos, de acordo com o Código Tributário Nacional.

No entanto, se houver fraude, simulação ou omissão dolosa, esse prazo pode ser suspenso ou até se tornar indefinido, dependendo do tipo de imposto e da conduta do devedor.

Algumas condenações judiciais criminais também podem gerar obrigações que não prescrevem, especialmente as multas penais aplicadas em conjunto com penas privativas de liberdade.

Essas penalidades seguem critérios específicos do Direito Penal e não se sujeitam às mesmas regras de prescrição das dívidas civis ou bancárias.

Além disso, vale lembrar que dívidas renegociadas após o vencimento inicial também se comportam como novas obrigações. A partir da renegociação, inicia-se um novo prazo de prescrição, e o que estava caducando pode voltar a ser exigido legalmente.

Por isso, é essencial avaliar com cautela antes de aceitar qualquer acordo de parcelamento, principalmente sem apoio profissional.

Qual é o prazo legal para cobrança de dívidas?

O prazo legal para cobrança de uma dívida varia de acordo com o tipo de obrigação contratada.

Conforme o Código Civil Brasileiro, o prazo para cobrança de uma dívida em ações judiciais é, em regra, de 10 anos:

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

prazo para cobrança de dívidas

Qual é o prazo legal para cobrança de dívidas?

No caso das dívidas de consumo, como empréstimos pessoais, financiamentos, cartão de crédito, crediários e contas atrasadas de serviços públicos, o prazo é de 5 anos.

Esse prazo começa a contar a partir da data de vencimento da dívida, e não do momento da negativação ou da tentativa de cobrança.

Durante esses cinco anos, o credor pode cobrar judicialmente o valor devido, podendo incluir bloqueio de bens, penhora ou inclusão em ações judiciais. Caso o credor não exerça esse direito dentro do prazo, perde a possibilidade de exigir o pagamento por vias judiciais.

Há outros prazos legais aplicáveis. Dívidas de aluguéis, por exemplo, prescrevem em 3 anos, enquanto dívidas relacionadas a hospedagem ou seguros prescrevem em apenas 1 ano.

Já dívidas trabalhistas seguem uma regra distinta: o trabalhador tem até 2 anos após o fim do contrato para entrar com a ação, mas pode cobrar valores relativos aos últimos 5 anos do vínculo.

Atenção: o prazo de prescrição pode ser interrompido ou suspenso caso o devedor reconheça a dívida (pagando uma parcela ou negociando) ou se houver protesto em cartório dentro do período legal.

Nesses casos, o prazo recomeça do zero e o risco de cobrança judicial retorna com força total.

Sou obrigado a pagar uma dívida depois de 5 anos?

Depois de passados cinco anos do vencimento da dívida, você não é mais legalmente obrigado a pagá-la por meio de ação judicial.

O credor perde o direito de acionar a Justiça para cobrar o valor, o que significa que não poderá mais processar você para exigir a quantia.

Apesar disso, é importante compreender que a dívida não desaparece.

Ela continua existindo como uma obrigação moral ou financeira, e o credor ainda pode tentar fazer cobranças extrajudiciais, como enviar mensagens, ligar ou enviar cartas. No entanto, essas cobranças não podem ser abusivas ou causar constrangimento.

Outra questão fundamental é que a dívida pode continuar registrada em sistemas internos dos bancos, mesmo que não apareça mais nos órgãos de proteção ao crédito como o SPC ou Serasa.

Isso significa que, mesmo após a prescrição, você pode ter dificuldade para conseguir novos empréstimos ou financiamentos.

Por fim, se você aceitar renegociar a dívida após o prazo de cinco anos, isso será entendido como um novo contrato, e o prazo de prescrição começa a contar novamente.

Por isso, antes de tomar qualquer atitude, é altamente recomendável buscar orientação jurídica especializada para avaliar os riscos e as vantagens do pagamento ou da negociação.

O que acontece depois que a dívida prescreve?

Assim que uma dívida atinge o prazo legal de prescrição — geralmente cinco anos —, o credor perde o direito de cobrá-la judicialmente. Isso significa que, mesmo que o valor continue existindo, você não pode mais ser processado por ela.

o que acontece depois que a dívida prescreve

O que acontece depois que a dívida prescreve?

A prescrição garante a segurança jurídica de que, após determinado tempo, o devedor não será mais surpreendido por ações judiciais antigas.

Além disso, o nome do devedor deve ser retirado dos cadastros de proteção ao crédito, como o SPC, Serasa e Boa Vista.

A retirada do nome não exige pagamento da dívida, pois a lei determina que a negativação só pode durar até cinco anos após o vencimento da obrigação, independentemente do valor ou da empresa credora.

Mesmo assim, isso não significa que você ficará totalmente livre das consequências. A dívida ainda pode constar em registros internos de instituições financeiras, como o SCR (Sistema de Informações de Crédito do Banco Central).

Esses registros são acessados por bancos e financeiras no momento da análise de crédito e podem impactar negativamente a concessão de novos financiamentos ou limites.

Além disso, o credor pode continuar tentando negociar com você, oferecendo descontos ou parcelamentos.

Caso você aceite qualquer proposta ou realize um pagamento parcial, o prazo de prescrição será reiniciado, e a dívida voltará a ser juridicamente cobrável.

Quando a dívida prescreve o nome fica limpo?

Sim, após cinco anos do vencimento da dívida, o seu nome deve ser retirado dos cadastros de inadimplência, como SPC e Serasa.

Isso ocorre mesmo que você não tenha quitado o valor devido, pois o Código de Defesa do Consumidor proíbe o uso de registros negativos por prazo superior a cinco anos.

Esse prazo é contado a partir da data do vencimento original da dívida, e não da data em que o nome foi negativado.

Se, por exemplo, uma dívida venceu em junho de 2019 e o nome foi negativado só em janeiro de 2020, a exclusão do registro deve ocorrer em junho de 2024.

Atenção: embora o nome fique “limpo” nesses cadastros públicos, a dívida continua ativa internamente nas instituições financeiras.

Isso significa que, mesmo sem registro negativo, você pode ter crédito recusado com base em critérios internos de risco adotados pelos bancos.

Se o nome permanecer negativado após o prazo de cinco anos, você tem o direito de registrar uma reclamação no Procon, acionar os órgãos de defesa do consumidor ou até propor uma ação judicial, podendo inclusive pleitear indenização por danos morais, se houver prejuízo comprovado.

Afinal, é melhor esperar pela prescrição de uma dívida?

Esperar pela prescrição de uma dívida pode parecer uma saída vantajosa à primeira vista, já que, após cinco anos, o nome do devedor deve ser retirado dos cadastros de inadimplência, e a dívida não pode mais ser cobrada judicialmente.

No entanto, essa estratégia envolve riscos e limitações que nem sempre são compensadores.

Durante esses cinco anos, o nome permanece negativado, o que dificulta operações simples do dia a dia, como financiar um carro, alugar um imóvel ou abrir conta bancária com crédito.

Além disso, a dívida pode ser protestada em cartório, e esse protesto não desaparece com o tempo — só será removido mediante pagamento ou decisão judicial.

Também existe o risco de o credor ajuizar uma ação judicial antes do prazo final, o que interrompe a prescrição e faz com que a dívida possa ser cobrada por mais tempo. Nesse caso, o devedor pode sofrer penhora de bens, bloqueio de contas ou outras medidas judiciais.

Outro ponto importante é que, mesmo após o nome sair dos registros públicos, as empresas ainda podem usar seus bancos de dados internos para recusar crédito, dificultando sua vida financeira por tempo indeterminado.

Em contrapartida, ao negociar a dívida dentro do prazo, você pode conseguir descontos consideráveis, parcelamento acessível e ainda limpar seu nome mais rápido.

Negociar com segurança, com ajuda de um advogado que possa revisar os termos do acordo e garantir seus direitos, é, muitas vezes, uma alternativa mais inteligente do que simplesmente esperar.

Um recado final para você!

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Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema “até quando eu posso ser cobrado por uma dívida?” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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