Pedido de BPC LOAS judicial: quando é necessário?
Tem direito ao BPC e mesmo assim foi negado? Você não está sozinho. Muitos casos só são resolvidos na Justiça. Entenda como funciona o processo judicial e como garantir o que é seu por direito!
Conseguir o Benefício de Prestação Continuada, o conhecido BPC LOAS, nem sempre é simples, mesmo quando a pessoa atende todos os requisitos.
A negativa do INSS, a demora para análise ou uma avaliação superficial da condição social e de saúde do requerente são situações que, infelizmente, acontecem com frequência.
E quando isso ocorre, muitas pessoas se sentem perdidas, sem saber o que fazer ou a quem recorrer. Este artigo foi criado justamente para te orientar nesse momento.
Aqui, você vai entender de forma clara o que é o BPC LOAS, em que situações é necessário buscar a Justiça para garantir o benefício, como funciona o processo judicial, quais documentos são exigidos, quanto tempo leva e se é necessário ter um advogado para dar entrada no pedido.
Além disso, você também vai encontrar dicas práticas para aumentar suas chances de sucesso e orientações sobre o que fazer se o benefício for negado, inclusive após a análise judicial.
Se o seu pedido foi indeferido ou você está pensando em entrar na Justiça para garantir o seu direito, este conteúdo foi feito para você. Vamos em frente?
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é o BPC LOAS?
- Quando o pedido de BPC LOAS deve ser judicial?
- Como funciona o pedido de BPC LOAS judicial?
- Quanto tempo dura um processo judicial de BPC LOAS?
- Preciso de advogado para o pedido judicial de BPC LOAS?
- O que fazer se o juiz negar o BPC LOAS? Posso recorrer?
- Dicas práticas para o pedido judicial de BPC LOAS!
- Um recado final para você!
- Autor
O que é o BPC LOAS?
O BPC LOAS é o Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social.
Trata-se de um benefício assistencial voltado para pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social e que, por isso, precisam de apoio financeiro do Estado.
Diferente de aposentadorias ou outros benefícios previdenciários, o BPC não exige contribuição ao INSS, o que significa que mesmo quem nunca trabalhou formalmente pode ter direito a recebê-lo.
O benefício é pago a pessoas com 65 anos ou mais ou a pessoas com deficiência de qualquer idade, desde que comprovem não possuir meios de se sustentar e nem de ter esse sustento provido por sua família.
A deficiência precisa ser de longo prazo e limitar a participação plena na sociedade.
O valor mensal do BPC é de um salário mínimo, e o beneficiário não recebe 13º, nem pensão por morte. Além disso, ele não pode acumular esse benefício com outro da Previdência Social.
Embora simples na teoria, o acesso ao BPC pode envolver exigências e negativas do INSS, o que leva muitas pessoas a buscar a Justiça para garantir esse direito.
Quando o pedido de BPC LOAS deve ser judicial?
O pedido de BPC LOAS deve ser judicial quando o INSS nega o benefício ou não responde dentro do prazo de até 90 dias.
Também é possível judicializar o caso quando a decisão do INSS desconsidera documentos e laudos importantes, mesmo que a pessoa tenha claramente direito ao benefício.
A judicialização é o caminho certo quando a pessoa discorda da análise feita pelo INSS e acredita que preenche todos os requisitos exigidos pela lei.
Por exemplo, isso ocorre quando o órgão entende que a renda familiar ultrapassa o limite legal, mas na prática, a pessoa depende de medicamentos, tratamentos ou tem despesas tão altas que comprometem a sobrevivência com dignidade.
Nesses casos, a interpretação do juiz pode ser mais humana do que a análise rígida feita administrativamente.
É importante entender que o pedido judicial não é exclusivo para quem teve o benefício indeferido. Ele também pode ser utilizado quando há demora injustificada na análise do processo administrativo, o que infelizmente é comum.
Portanto, sempre que o INSS não conceder o BPC mesmo diante de provas suficientes, ou simplesmente ignorar o pedido, a Justiça pode ser o caminho mais eficaz.
Como funciona o pedido de BPC LOAS judicial?
O pedido judicial do BPC LOAS funciona como uma ação proposta na Justiça Federal ou, em alguns casos, nos Juizados Especiais Federais, quando o valor da causa não ultrapassa 60 salários mínimos.
O processo começa com a reunião de documentos que provem tanto a vulnerabilidade social quanto a condição de idade ou deficiência, dependendo do caso.
Entre os principais documentos exigidos estão:
- Documentos pessoais do requerente e dos membros da família (RG, CPF, certidão de nascimento ou casamento);
- Comprovantes de residência atualizados;
- Comprovantes de renda de todos da casa (contracheques, extratos bancários, etc.);
- Laudos médicos atualizados (no caso de deficiência);
- Cadastro atualizado no CadÚnico, com o NIS em mãos;
- Comprovantes de despesas familiares (aluguel, medicamentos, alimentação especial, transporte, etc.).
Quanto mais informações forem levadas ao juiz, maior a chance de demonstrar que o benefício é de fato necessário.
O juiz irá analisar as provas, e muito provavelmente vai determinar uma perícia médica e uma visita social feita por assistente social do Judiciário. Essa etapa é essencial porque permite que o juiz entenda a fundo a realidade da pessoa que está pedindo o benefício.
Depois da perícia e da visita, o juiz avalia o conjunto de provas e profere a sentença. Se o pedido for aceito, o INSS é obrigado a implantar o benefício e pagar os valores atrasados, geralmente contados desde o primeiro requerimento administrativo.
Isso significa que além de começar a receber o benefício mensal, a pessoa ainda pode ganhar uma quantia acumulada significativa.
Quanto tempo dura um processo judicial de BPC LOAS?
O processo judicial de BPC LOAS pode durar de 6 meses a 2 anos, em média, dependendo da complexidade do caso e da vara onde a ação tramita.
Em alguns lugares, especialmente onde há mais juízes e menor número de ações, o processo pode ser mais rápido.
Já em varas sobrecarregadas ou onde é necessário agendar perícias e visitas sociais com profissionais externos, o tempo tende a ser mais longo.
Mesmo assim, é possível pedir ao juiz a antecipação do benefício, por meio de um pedido de tutela de urgência. Isso só acontece se a situação for urgente e estiver muito bem comprovada nos documentos iniciais.
A concessão desse tipo de pedido depende da análise do juiz, mas é uma alternativa para quem precisa do benefício com mais rapidez.
Portanto, o tempo do processo varia, mas com um bom acompanhamento jurídico e provas organizadas desde o início, é possível evitar atrasos e até acelerar o andamento da ação.
Um processo bem fundamentado tem mais chances de resultado favorável e de agilidade.
Preciso de advogado para o pedido judicial de BPC LOAS?
Depende.
Pela lei, você pode sim entrar com o pedido de BPC no Juizado Especial Federal sem advogado, desde que o valor da causa seja inferior a 60 salários mínimos.
Porém, mesmo com essa possibilidade, contar com um advogado previdenciário é extremamente recomendável. E ter esse profissional ao seu lado é um diferencial enorme.
Esse profissional vai saber quais documentos são mais relevantes, como comprovar de forma eficaz a situação de vulnerabilidade e como evitar que o processo seja arquivado por falhas técnicas.
O advogado também acompanha a perícia, prepara testemunhas e cuida dos prazos.
Na prática, muitos pedidos acabam indeferidos por falta de orientação técnica, mesmo quando a pessoa tem direito ao benefício.
Então, mesmo não sendo obrigatório, o auxílio jurídico é fortemente recomendado, especialmente se o caso envolver negativa do INSS, deficiência de difícil comprovação ou qualquer ponto que possa gerar discussão.
O que fazer se o juiz negar o BPC LOAS? Posso recorrer?
Sim, você pode e deve recorrer. E o mais importante: não desista.
A primeira coisa que você deve saber é que existem alternativas para reverter uma negativa judicial.
- Recurso administrativo:
Se a negativa aconteceu na fase administrativa (ou seja, o INSS negou o pedido), o primeiro passo é apresentar um recurso dentro do próprio INSS. É importante que esse recurso seja bem fundamentado, mostrando que os requisitos foram preenchidos.
Reúna laudos, comprovantes de renda, despesas da família, laudos sociais, tudo que puder comprovar sua situação.
- Advogado previdenciário:
Se o recurso administrativo não for suficiente, é hora de buscar um especialista. Um advogado experiente vai saber qual a melhor estratégia, se ainda cabe insistir administrativamente ou se o melhor caminho é entrar com ação judicial diretamente.
- Ação judicial:
Caso o INSS insista em negar o direito, você pode ingressar com uma ação judicial. E aqui entra tudo que falamos até agora: organização de documentos, perícia, visita social e paciência para aguardar o julgamento.
Agora, se a negativa vier do juiz, você ainda pode recorrer. No caso dos Juizados Especiais, o recurso é o Recurso Inominado, com prazo de 10 dias úteis. Já na Justiça Federal comum, o recurso se chama Apelação, com prazo de 15 dias úteis.
Ou seja: o processo não termina com a primeira decisão negativa. Há caminhos legais para reverter e, com uma boa atuação técnica, muitas pessoas conseguem o benefício mesmo depois de uma ou mais recusas.
Dicas práticas para o pedido judicial de BPC LOAS!
Para que o pedido judicial de BPC LOAS tenha maiores chances de ser concedido, alguns cuidados práticos podem fazer toda a diferença.
O primeiro deles é manter o Cadastro Único atualizado. Esse é um dos requisitos obrigatórios para a concessão do benefício e, se estiver desatualizado, pode causar o indeferimento do pedido ainda na fase administrativa.
Outra dica importante é reunir o máximo de documentos desde o início e descrever bem sua situação na entrevista com o assistente social do CRAS.
Depois, se houver negativa:
- Não perca os prazos! O recurso administrativo tem prazos curtos.
- Guarde todos os laudos médicos e peça relatórios atualizados.
- Comprove seus gastos mensais: aluguel, luz, remédios, transporte, tudo que mostre que sua renda não cobre o básico.
- Se puder, procure ajuda de um advogado previdenciário. Mesmo nos Juizados Especiais, a orientação de um profissional pode encurtar caminhos e evitar retrabalho.
- Se for chamado para perícia ou visita social, fale a verdade. Não tente exagerar nem esconder informações — o assistente social está ali para entender sua realidade e isso conta muito no processo.
- Tenha paciência. O processo pode ser demorado, mas se estiver bem instruído, a chance de vitória é real.
Por fim, evite iniciar o processo sozinho. Mesmo que o juiz aceite o processo, a ausência de orientação pode comprometer as chances de sucesso.
Se possível, busque o apoio de um advogado de confiança ou da Defensoria Pública. Isso não apenas aumenta as chances de êxito, como também dá mais tranquilidade durante o processo.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “pedido de BPC LOAS judicial” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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