Perigos de trabalhar sem registro na carteira

Se você está sem registro na carteira, pode estar colocando seu futuro em risco. Seus direitos trabalhistas, como férias e 13º salário, podem estar comprometidos.

Perigos de trabalhar sem registro na carteira

Perigos de trabalhar sem registro na carteira

Se você está trabalhando sem carteira assinada ou conhece alguém nessa situação, precisa saber que essa prática ainda é muito comum no Brasil, e extremamente arriscada.

Muita gente aceita essa condição porque precisa do emprego, acredita que é temporário ou confia que o patrão vai regularizar “depois”.

Mas a verdade é que a informalidade pode custar caro para o trabalhador, especialmente quando algum imprevisto acontece: uma demissão sem aviso, um acidente, uma doença ou até uma gravidez.

Neste artigo, a ideia é esclarecer tudo sobre o tema de forma simples, direta e útil: o que é o registro na carteira, se é crime trabalhar sem ele, os riscos que você corre, os prejuízos para o patrão e, o mais importante, o que fazer para sair dessa situação e garantir seus direitos.

Vem comigo que vou te explicar tudo.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: Clique aqui!

O que é o registro na carteira de trabalho?

O registro na carteira de trabalho é a formalização da relação de emprego entre o trabalhador e a empresa.

Ele acontece quando o empregador anota oficialmente as informações do contrato de trabalho, como data de admissão, salário, cargo e jornada, seja na antiga versão física da CTPS ou, como funciona atualmente, na Carteira de Trabalho Digital.

Esse registro é feito através do sistema eSocial e pode ser acessado facilmente pelo aplicativo oficial do governo, usando CPF e senha do Gov.br.

Ao ser registrado, o trabalhador passa a ter direito a todos os benefícios previstos na CLT, como férias, 13º salário, FGTS, INSS, seguro-desemprego, licença-maternidade, adicionais e estabilidade em alguns casos.

Além disso, o registro é fundamental para que o tempo de serviço seja computado para a aposentadoria e para que haja comprovação do vínculo caso seja necessário acionar a Justiça.

Estar registrado é o que garante, de forma objetiva e legal, que a relação de trabalho esteja protegida pelas leis brasileiras.

No Brasil, é crime trabalhar sem registro na carteira?

Trabalhar sem registro na carteira não configura crime, nem para o trabalhador e nem, de forma direta, para o empregador.

Contudo, essa situação é considerada uma infração administrativa grave prevista na Consolidação das Leis do Trabalho, o que gera punições para a empresa.

O artigo 47 da CLT estabelece que a falta de anotação do contrato em até 48 horas da contratação sujeita o empregador à aplicação de multa no valor de R$ 3.000,00 por empregado não registrado, reduzida para R$ 800,00 no caso de micro e pequenas empresas.

Em situações de reincidência, o valor da multa pode dobrar.

Apesar de não haver responsabilização penal direta, a prática é ilegal e traz sérias consequências administrativas, fiscais e judiciais.

O trabalhador, por outro lado, não sofre penalidade alguma por estar sem registro, já que a obrigação de formalizar o vínculo é do empregador.

Mesmo assim, aceitar essa condição traz diversos riscos práticos e jurídicos, como a perda de benefícios e a dificuldade de comprovar a relação de trabalho no futuro.

Quais são os riscos de trabalhar sem registro na carteira?

Trabalhar sem registro na carteira coloca o trabalhador em situação de grande vulnerabilidade jurídica, financeira e social.

Quais são os riscos de trabalhar sem registro na carteira?

Quais são os riscos de trabalhar sem registro na carteira?

Sem essa formalização, ele perde o acesso imediato a direitos garantidos pela CLT, como férias, 13º salário, FGTS, horas extras, adicionais legais, seguro-desemprego e aviso-prévio.

Além disso, fica completamente descoberto em caso de acidente, afastamento por doença ou necessidade de auxílio previdenciário, já que não há recolhimento de INSS.

A ausência de registro também significa que o empregador deixa de recolher o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o INSS, o que compromete a aposentadoria e todos os demais benefícios da Previdência Social.

Sem essas contribuições, o trabalhador não terá direito a salário-maternidade, auxílio-doença, auxílio-acidente, pensão por morte ou aposentadoria por invalidez, ainda que preencha todos os demais requisitos.

Outro risco sério é a insegurança no vínculo, já que a qualquer momento o trabalhador pode ser dispensado sem aviso, sem indenização e sem garantias legais.

Além disso, não está protegido pelas cláusulas da convenção coletiva da categoria, perdendo benefícios adicionais como reajustes salariais, pisos mínimos, planos de saúde e auxílios.

E caso queira buscar seus direitos, terá que enfrentar o desafio de comprovar por conta própria a relação de trabalho, o que nem sempre é simples.

Quais as consequências de manter funcionário sem registro na carteira?

Agora, do ponto de vista do empregador, também há riscos importantes. Manter um funcionário sem registro é uma economia que pode sair muito cara.

Primeiro, como já vimos, a empresa pode ser multada em até R$ 3 mil por trabalhador, com valores dobrando em caso de reincidência.

Mas a multa é só o começo. Se houver fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego ou se o empregado entrar com uma ação, o empregador será obrigado a pagar todos os encargos retroativamente, incluindo:

Em caso de acidente de trabalho, a situação piora ainda mais.

Sem o INSS cobrindo o trabalhador, a responsabilidade recai inteiramente sobre a empresa, que pode ser condenada a indenizações altíssimas, pagar salários enquanto durar o afastamento e até pensão vitalícia se houver invalidez.

Além disso, manter trabalhadores na informalidade piora a imagem da empresa, afasta bons profissionais e aumenta a rotatividade, já que os empregados não têm motivo para ficar em um lugar que não valoriza seus direitos.

Sem contar que isso também compromete a regularidade fiscal, podendo gerar bloqueio de certidões e até impedir participação em licitações públicas.

Se eu trabalhar sem registro na carteira, ainda tenho direitos trabalhistas?

Sim. E esse é um ponto que muita gente não conhece ou tem medo de reivindicar: mesmo sem carteira assinada, você tem direito a todas as verbas trabalhistas, desde que consiga comprovar que trabalhou na empresa como empregado.

Isso está garantido pela CLT e pela chamada “primazia da realidade”: ou seja, o que vale é o que acontece de fato, e não o que está (ou não está) no papel.

Você pode pedir judicialmente o reconhecimento do vínculo e o pagamento de:

Se conseguir provar que havia pessoalidade, habitualidade, subordinação e pagamento de salário, você tem direito ao reconhecimento judicial do vínculo e ao recebimento de todos os valores devidos retroativamente, inclusive a assinatura retroativa na carteira digital.

Essa prova pode ser feita com testemunhas, comprovantes de pagamento, mensagens, fotos, e-mails, fichas de ponto, contratos informais, vídeos, registros em redes sociais, uniformes, crachás… enfim, qualquer coisa que demonstre que você estava prestando serviços como empregado.

Ah, e atenção: o prazo para entrar com essa ação é de até 2 anos após o término do vínculo, e você pode pedir os direitos dos últimos 5 anos de trabalho.

O que é possível fazer para regularizar a situação de estar sem registro na carteira?

Quem está trabalhando sem registro e deseja regularizar a situação pode tomar algumas medidas eficazes.

O primeiro passo, sempre que possível, é tentar conversar com o empregador. Explicar a situação, mostrar a importância do registro e tentar resolver de forma amigável pode evitar desgastes e ainda garantir que você não perca seus direitos.

Se isso não for possível ou se a empresa recusar, você pode denunciar de forma anônima ao Ministério do Trabalho e Emprego, que vai apurar a situação e, em caso de irregularidade, aplicar multas e exigir a regularização imediata.

Outra alternativa (e, muitas vezes, a mais efetiva) é procurar o sindicato da sua categoria ou um advogado trabalhista de confiança.

Com ajuda jurídica, você pode reunir provas e entrar com uma ação trabalhista pedindo o reconhecimento do vínculo, o pagamento de todas as verbas atrasadas e a inclusão do tempo de trabalho no sistema do INSS.

E é aí que entra um ponto importante: um advogado pode fazer toda a diferença, tanto na preparação da ação quanto na forma de apresentar as provas, calcular os valores corretos, evitar erros processuais e garantir que seus direitos sejam reconhecidos da melhor forma possível.

Depois da decisão favorável, é possível ainda averbar esse tempo de trabalho no INSS, para que ele conte na sua aposentadoria e libere acesso aos benefícios previdenciários que você deixou de ter enquanto esteve na informalidade.

Um recado final para você!

Imagem representando um advogado.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema “perigos de trabalhar sem registro na carteira  ” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. Clique aqui!

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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