Notificação extrajudicial não é processo judicial

A notificação extrajudicial é um aviso formal que informa direitos, cobranças ou intenções, mas não equivale a um processo judicial.

Imagem representando notificação extrajudicial.

Notificação extrajudicial é um processo judicial?

Receber uma notificação extrajudicial pode causar preocupação imediata. Muitas pessoas acreditam que, ao receber esse documento, já estão sendo processadas. Mas essa não é a realidade.

A notificação é uma forma de comunicação formal entre as partes, usada para registrar cobranças, avisos ou exigências, sem que exista, naquele momento, um processo judicial em andamento.

Este artigo foi preparado para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o tema.

Aqui você vai entender o que é uma notificação extrajudicial, além de aprender quais cuidados tomar ao receber uma.

Continue a leitura e descubra como agir diante dessa situação.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é uma notificação extrajudicial?

A notificação extrajudicial é uma comunicação formal enviada por uma pessoa, empresa ou advogado para outra parte.

Tem o objetivo de registrar oficialmente uma cobrança, um aviso ou a exigência de cumprimento de determinada obrigação.

Essa comunicação acontece fora do âmbito do Judiciário, ou seja, não envolve juiz nem gera um processo imediato.

Ela pode ser entregue de diferentes formas:

→ por cartório de títulos e documentos

→ pelos Correios com aviso de recebimento (AR)

→ ou, em alguns casos, até mesmo por meios eletrônicos como e-mail e aplicativos de mensagem, desde que haja comprovação de que a outra parte recebeu.

A entrega por cartório é a mais segura, pois confere fé pública e gera um registro oficial.

O Código de Processo Civil reconhece a notificação como um meio de comunicação válido, e o Código Civil prevê a possibilidade de o credor constituir o devedor em mora por meio de interpelação ou notificação.

Isso significa que a notificação tem base legal, mesmo não sendo uma decisão judicial.

Na prática, ela funciona como um primeiro passo formal para resolver conflitos sem acionar a Justiça, dando oportunidade para que o problema seja solucionado de forma amigável e mais rápida.

Quais os efeitos da notificação extrajudicial?

Embora não seja um processo, a notificação extrajudicial gera efeitos relevantes. O primeiro deles é a constituição em mora.

Quando o devedor é formalmente notificado, passa a ser considerado inadimplente a partir do recebimento, o que pode justificar a cobrança de juros, multa e indenização por perdas e danos.

Outro efeito é o valor probatório. A notificação comprova que o credor informou oficialmente a situação ao devedor, estabeleceu prazo e deixou claro o que está sendo exigido.

Isso fortalece a posição de quem notifica caso a questão chegue ao Judiciário.

Há também discussões jurídicas sobre a interrupção da prescrição.

O artigo 202, inciso VI, do Código Civil prevê que a prescrição se interrompe por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do direito pelo devedor.

Em alguns casos, tribunais entendem que a notificação feita de forma formal pode interromper o prazo prescricional, mas esse efeito não é automático e depende da análise do caso concreto.

Além disso, a notificação pode ter efeito de pressão psicológica legítima, pois demonstra que a parte interessada está disposta a tomar medidas legais caso não haja resposta.

Essa formalização muitas vezes leva ao pagamento da dívida ou ao cumprimento do contrato sem necessidade de processo judicial.

A notificação extrajudicial gera processo judicial?

A notificação extrajudicial não gera processo judicial. Ela não inicia uma ação, não cria um número de processo e não envolve juiz ou sentença.

Trata-se apenas de uma comunicação formal entre as partes.

No entanto, ela pode servir como etapa preparatória para uma futura demanda judicial. Isso porque, em alguns tipos de ação, a lei exige notificação prévia como condição para que o processo seja aceito.

É o caso, por exemplo, de contratos com cláusula de busca e apreensão em garantia fiduciária, onde a notificação comprova que o devedor foi constituído em mora.

Portanto, embora não seja processo, a notificação pode ser usada como fundamento para que um juiz reconheça que houve inadimplência ou descumprimento contratual.

É importante entender que receber uma notificação extrajudicial não significa que você já está sendo processado.

Porém, ignorá-la pode abrir caminho para que um processo seja ajuizado logo em seguida, sem oportunidade de defesa prévia no campo extrajudicial.

Uma notificação extrajudicial pode ser assédio moral?

Uma notificação extrajudicial pode ser considerada assédio moral se for usada de forma abusiva, com excesso ou intimidação.

Isso acontece quando o conteúdo foge da finalidade legítima de comunicar e passa a expor, humilhar ou ameaçar o destinatário.

Casos como envio repetitivo de notificações sem motivo justo, linguagem agressiva ou ameaças desproporcionais podem ultrapassar o limite da legalidade.

Se isso ocorrer, a notificação pode ser questionada judicialmente e gerar até mesmo pedido de indenização por danos morais.

O próprio Código Civil, em seus artigos 186 e 187, estabelece que atos ilícitos e o abuso de direito podem gerar reparação.

Assim, se a notificação for usada como instrumento de constrangimento, pode caracterizar abuso.

Por isso, é essencial que o emissor da notificação mantenha objetividade, clareza e respeito.

A notificação deve expor os fatos, os fundamentos jurídicos e o pedido, sem se transformar em uma forma de perseguição ou ameaça pessoal.

Quando a pessoa pode enviar notificação extrajudicial?

A notificação extrajudicial serve para formalizar uma comunicação jurídica.

Quando enviar notificação extrajudicial?

A notificação extrajudicial pode ser enviada sempre que houver a necessidade de registrar formalmente uma comunicação que tenha relevância jurídica.

Isso inclui situações como:

A vantagem é que a notificação pode ser feita de forma mais rápida e menos custosa do que um processo.

Ela dá à outra parte a chance de corrigir a situação sem precisar enfrentar uma ação judicial.

No entanto, para que seja eficaz, a notificação deve ser redigida de forma técnica, respeitando prazos e meios adequados de entrega.

Por isso, o auxílio de um advogado é fundamental para evitar que o documento perca validade ou seja interpretado de forma equivocada.

Se eu ignorar a notificação extrajudicial, fico prejudicado?

Ignorar uma notificação extrajudicial pode trazer prejuízos sérios, mesmo que, por si só, ela não seja um processo.

O risco mais imediato é perder a oportunidade de resolver o conflito de forma amigável.

Muitas vezes, uma resposta adequada evita o ajuizamento de ação e custos adicionais.

Outro prejuízo é de ordem probatória. Se a parte contrária ingressar com ação judicial, poderá demonstrar que você foi notificado e permaneceu inerte, o que enfraquece sua defesa.

Dependendo do caso, o juiz pode interpretar essa inércia como falta de interesse em resolver a questão.

Em situações contratuais, a falta de resposta pode acelerar medidas mais severas, como a execução de garantias, o ajuizamento de ação de despejo ou a busca e apreensão de bens.

Vale destacar que o tempo é um fator crucial. Quanto mais você demora a reagir, maiores são os riscos de sofrer consequências jurídicas e financeiras.

Embora ignorar a notificação não gere efeitos imediatos, o silêncio pode significar a perda de oportunidade de negociação ou defesa prévia.

Por isso, é recomendável sempre analisar o conteúdo com atenção, reunir documentos, avaliar se as exigências são legítimas e, se necessário, contar com apoio jurídico especializado para elaborar a resposta.

Um recado final para você!

Imagem representando um advogado.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui!

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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