Adjudicação: o que é e como funciona o processo?
Entenda o que é a adjudicação, como funciona o processo para transferir bens em execuções judiciais, e quais os requisitos para garantir seus direitos.
A adjudicação é uma forma de satisfação do crédito no processo de execução, prevista no Código de Processo Civil, que permite ao credor ficar com um bem do devedor para quitar a dÃvida.
Em vez de aguardar a venda do bem em leilão, o credor pode solicitar que o próprio bem seja transferido diretamente para o seu nome, acelerando o recebimento do que lhe é devido.
Esse procedimento é muito utilizado quando o bem tem valor suficiente para cobrir a dÃvida ou quando não há interessados na venda em hasta pública.
Para que a adjudicação seja concluÃda, é necessário cumprir requisitos legais e apresentar um pedido formal ao juiz da execução.
Entender como funciona o processo de adjudicação é essencial para quem deseja recuperar créditos de maneira mais rápida, evitar a desvalorização de bens em leilões e garantir a efetividade da execução.
Sabemos que questões jurÃdicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
O que é a adjudicação?
A adjudicação é o ato pelo qual o credor em um processo de execução judicial solicita a transferência de um bem do devedor para o seu próprio patrimônio, como forma de pagamento da dÃvida.
Em vez de vender o bem em leilão (praça ou hasta pública), o credor opta por ficar com o bem, total ou parcialmente, para satisfazer o crédito que tem a receber.
Esse procedimento está previsto no artigo 876 do Código de Processo Civil e é uma alternativa mais rápida e eficiente para a resolução de dÃvidas judiciais, principalmente quando não existem interessados na compra do bem em leilão ou quando o bem tem valor equivalente à dÃvida.
A adjudicação só é possÃvel mediante autorização judicial, após avaliação do bem e respeitando a preferência de outros credores que possam ter interesse no mesmo patrimônio.
Para que serve uma adjudicação?
A adjudicação serve para satisfazer o crédito do credor em um processo de execução, transferindo um bem do devedor diretamente para o seu patrimônio.
Em vez de esperar que o bem seja vendido em leilão, o credor pode solicitar a adjudicação para receber o valor que lhe é devido de forma mais rápida e segura.
Esse procedimento é especialmente útil quando:
- O bem tem valor compatÃvel com o montante da dÃvida;
- Não há interessados na compra do bem em leilão;
- O credor deseja evitar a desvalorização do bem causada por leilões públicos.
A adjudicação evita que o processo de execução se prolongue por muito tempo e garante que o credor recupere seu crédito de maneira prática.
Além disso, quando o valor do bem for superior à dÃvida, o credor pode ser obrigado a pagar a diferença ao devedor.
Quando cabe a adjudicação?
A adjudicação cabe durante o processo de execução, quando há a penhora de bens do devedor e o credor deseja ficar com esses bens para satisfazer total ou parcialmente a dÃvida.
Ela pode ser requerida a qualquer momento após a penhora, antes da realização da praça ou leilão, ou até mesmo quando não houver arrematantes interessados na venda do bem.
De acordo com o artigo 876 do Código de Processo Civil, a adjudicação é possÃvel nos seguintes casos:
- Quando o credor prefere receber o bem em pagamento, em vez de esperar o leilão;
- Quando não há propostas de compra para o bem penhorado;
- Quando o bem não é vendido em hasta pública e o credor opta por ficar com ele.
Além disso, outros credores e o próprio executado (devedor) podem exercer o direito de adjudicar o bem, desde que respeitada a ordem de preferência legal e que haja pagamento do valor devido ou compensação do crédito.
O acompanhamento de um advogado é indispensável para formular o pedido de adjudicação de forma adequada, respeitar os prazos processuais e garantir que todos os requisitos legais sejam cumpridos, evitando nulidades e atrasos no processo.
Quais os tipos de adjudicação?
Existem diferentes tipos de adjudicação, dependendo do contexto em que o procedimento ocorre.
Cada tipo tem suas particularidades, mas todos envolvem a transferência de propriedade de um bem para satisfazer algum direito ou obrigação.
Entre os principais tipos de adjudicação, podemos destacar:
1. Adjudicação em processo de execução
Ocorre quando, em uma ação de cobrança judicial, o credor pede para ficar com um bem penhorado do devedor como pagamento da dÃvida.
Por exemplo, em uma execução de dÃvida bancária, o banco pode adjudicar um imóvel do devedor em vez de levá-lo a leilão.
2. Adjudicação no inventário
Acontece no processo de partilha de bens após o falecimento de uma pessoa. Um dos herdeiros pode solicitar a adjudicação de um bem, como um imóvel, para si, compensando os demais herdeiros com pagamento em dinheiro ou com outros bens.
Por exemplo, se um herdeiro quiser ficar com a casa da famÃlia, pode adjudicá-la mediante pagamento da parte dos outros.
3. Adjudicação no processo do trabalho
No âmbito da Justiça do Trabalho, após a penhora de bens para pagamento de verbas trabalhistas, o trabalhador credor pode adjudicar um bem do empregador devedor para satisfazer seu crédito, evitando o leilão.
4. Adjudicação em licitações públicas
No direito administrativo, a adjudicação ocorre quando a Administração Pública declara um licitante vencedor de uma concorrência, atribuindo-lhe o direito de formalizar o contrato para execução da obra, fornecimento ou serviço licitado.
Por exemplo, em uma licitação para construção de uma escola, o vencedor é adjudicado para assinar o contrato de obra.
Cada tipo de adjudicação obedece a regras próprias, mas todos visam garantir que o direito de crédito ou a obrigação assumida seja efetivamente cumprida.
O que é a adjudicação compulsória?
A adjudicação compulsória é o procedimento utilizado para obrigar a transferência da propriedade de um imóvel para o comprador, quando o vendedor, mesmo após o cumprimento das obrigações contratuais pelo comprador, se recusa a formalizar a transferência.
Tradicionalmente, esse processo era feito apenas de forma judicial, exigindo ação na Justiça.
No entanto, uma importante inovação ocorreu recentemente: a Corregedoria Nacional de Justiça publicou o Provimento nº 150/2023, que regulamenta a possibilidade da adjudicação compulsória extrajudicial.
Com essa nova regulamentação, desde 15 de setembro de 2023, o comprador pode requerer a adjudicação diretamente no cartório de registro de imóveis, sem a necessidade de abrir um processo judicial, caso o vendedor não cumpra voluntariamente sua obrigação.
Para isso, é necessário comprovar que todas as condições do contrato foram cumpridas, especialmente o pagamento do preço.
Essa medida agiliza a regularização da propriedade, reduz custos e dá mais segurança jurÃdica à s partes.
O acompanhamento de um advogado é essencial nesse procedimento, tanto para garantir que toda a documentação esteja correta quanto para atuar em eventuais impugnações ou obstáculos no registro.
Qual a diferença entre adjudicação e alienação?
Embora sejam conceitos próximos, adjudicação e alienação têm diferenças importantes no contexto jurÃdico.
A adjudicação ocorre quando o credor ou outra parte interessada fica com o bem do devedor para satisfazer uma dÃvida, sem que haja venda para terceiros.
É uma transferência direta de propriedade, autorizada por decisão judicial ou procedimento extrajudicial, sem necessidade de leilão ou praça pública.
Por exemplo, em um processo de execução, o credor pode adjudicar um imóvel penhorado se não houver compradores interessados.
Já a alienação envolve a transferência voluntária ou forçada de um bem para outra pessoa mediante pagamento.
No processo de execução, a alienação se dá geralmente através da venda em leilão (hasta pública), onde o bem é disponibilizado para o público, e qualquer interessado pode arrematar pagando o valor estabelecido.
Assim, a principal diferença é que:
- Na adjudicação, o bem vai diretamente para o credor ou interessado, sem necessidade de venda pública;
- Na alienação, o bem é vendido a terceiros, normalmente pelo maior lance.
O apoio de um advogado é fundamental para avaliar qual é a melhor estratégia em um processo de execução, garantindo a forma mais vantajosa e segura de satisfação do crédito.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “adjudicação no novo CPC” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise especÃfica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurÃdico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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