Divórcio: como funciona o processo?
O divórcio pode ser uma decisão difícil, mas saber os tipos e etapas do processo ajuda a torná-lo mais simples e rápido. Entenda agora como se divorciar.
Divórcio. Essa palavra pode trazer um misto de sentimentos para quem está passando por um momento delicado no relacionamento.
Se você está lendo este artigo, talvez esteja considerando a possibilidade de se divorciar ou tentando entender melhor como funciona esse processo.
Seja por vontade mútua ou por uma decisão unilateral, o divórcio é uma realidade que pode surgir na vida de qualquer casal.
Mas o que exatamente é o divórcio, para que ele serve, e como você pode atravessar esse processo da forma mais tranquila possível? Se essas são as suas dúvidas, você está no lugar certo.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7.
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
Para que serve o divórcio?
O divórcio é o procedimento legal que encerra o vínculo matrimonial entre duas pessoas.
Quando o relacionamento chega ao fim, por razões como o fim do amor, brigas constantes ou até uma traição, o divórcio é a maneira de formalizar a separação, extinguindo as obrigações matrimoniais.
Quando você decide se divorciar, você está formalizando o fim do casamento e abrindo caminho para que ambos os cônjuges possam seguir suas vidas de forma independente.
Mas não é só sobre “seguir em frente”. O divórcio também resolve questões práticas importantes, como:
- A divisão dos bens que o casal acumulou durante a relação;
- A definição sobre a guarda dos filhos e o regime de convivência;
- O estabelecimento de pensão alimentícia, seja para os filhos ou, em alguns casos, para um dos ex-cônjuges.
De forma resumida, o divórcio não é apenas uma questão emocional, mas também um meio legal para organizar a vida após o término do casamento.
Quais são os 3 tipos de divórcio?
Atualmente, existem apenas dois tipos principais de divórcio: o consensual e o litigioso.
No entanto, antes das mudanças recentes trazidas pela Resolução 571/2024 do CNJ, o divórcio consensual era dividido em duas modalidades: o Divórcio Consensual Extrajudicial e o Divórcio Consensual Judicial, o que dava a impressão de que existiam três tipos de divórcio.
O que ocorreu, portanto, foi uma simplificação e modernização dos procedimentos legais. Vamos às explicações:
- Divórcio Consensual:
Esse é o famoso “divórcio amigável”, ou “divórcio extrajudicial”. Aqui, você e seu cônjuge concordam com todos os termos do divórcio, como a divisão de bens, a guarda dos filhos e a pensão alimentícia.
Ele é a junção do divórcio judicial com o extrajudicial. Antes da Resolução 571/2024, esse tipo de divórcio só podia ser feito em cartório se o casal não tivesse filhos menores ou incapazes.
Agora, com a mudança, mesmo que haja filhos menores, vocês podem optar pelo divórcio extrajudicial, desde que tudo esteja acordado e documentado previamente.
Saiba mais sobre essa modalidade:
- Divórcio Litigioso:
Esse é o oposto do consensual. Quando não há acordo entre as partes, o processo vai para o Judiciário, e um juiz decide sobre todas as questões pendentes, como guarda de filhos e partilha de bens.
Esse tipo de divórcio pode ser demorado e caro, mas é necessário quando há conflitos que vocês não conseguem resolver sozinhos.
Aqui, também entra o Divórcio Unilateral, quando um dos cônjuges solicita o divórcio sozinho, diretamente no cartório.
Esse processo, no entanto, exige uma notificação formal à outra parte e é válido apenas em situações consensuais quanto aos demais aspectos.
O que tem que fazer para se divorciar?
O processo de divórcio pode parecer complicado, mas quando você entende os passos, tudo fica mais claro. Vamos descomplicar:
- Decisão e planejamento
A primeira coisa é ter certeza da decisão e, se possível, conversar com seu cônjuge para definir os termos do divórcio.
Se houver consenso, o processo será muito mais rápido e barato.
- Escolha de um advogado
Independente do tipo de divórcio que você escolher, o processo começa sempre da mesma forma: com a ajuda de um advogado.
Ele será responsável por entrar com a petição inicial de divórcio, que é o documento que formaliza o pedido.
No caso do divórcio extrajudicial, o advogado pode representar ambos os cônjuges.
- Preparar documentação
Tenha em mãos documentos como certidão de casamento, documentos pessoais, certidão de nascimento dos filhos (se houver), comprovantes de bens e rendas, e eventuais acordos escritos.
- Escolher a modalidade
Se for consensual e vocês atenderem aos requisitos, é possível optar pelo divórcio em cartório. Caso contrário, o processo deve ser judicial.
- Iniciar o processo
No cartório, basta comparecer com a documentação, o advogado e pagar as taxas.
No Judiciário, o advogado protocolará o pedido e o processo seguirá com audiências e decisões do juiz.
- Finalização
No caso judicial, o juiz emitirá a sentença que, após registrada, oficializa o divórcio. No cartório, a escritura é emitida e precisa ser averbada na certidão de casamento.
É importante lembrar que, independentemente do tipo de divórcio escolhido, a presença de um advogado é sempre obrigatória.
Quais são os documentos para divórcio?
Aqui está o que você vai precisar para dar entrada no divórcio:
- Documentos pessoais: RG, CPF, certidão de casamento e, caso tenha filhos, certidões de nascimento deles.
- Documentos dos bens: Se houver imóveis, carros ou outros bens a serem divididos, é preciso ter em mãos os documentos desses bens.
- Comprovante de residência: Para que o processo seja iniciado no local certo, é necessário apresentar um comprovante de residência.
- Declaração de acordo (em caso de divórcio consensual): Se o divórcio for consensual, é importante que o acordo entre as partes esteja formalizado, com os termos claros sobre divisão de bens, guarda dos filhos, pensão, etc.
Com esses documentos em mãos, o advogado vai poder dar entrada no processo, seja ele judicial ou extrajudicial.
Quanto tempo demora um divórcio?
O tempo do processo varia muito. Se você optar pelo divórcio em cartório, sem disputas, tudo pode ser resolvido em poucos dias ou semanas.
Por outro lado, o divórcio litigioso pode levar meses ou até anos, dependendo da complexidade do caso e da agenda do Judiciário.
De maneira geral, processos consensuais tendem a ser mais rápidos.
Em média:
- Divórcio consensual/extrajudicial: Pode ser concluído em até 30 dias.
- Divórcio litigioso: Pode demorar de 1 a 5 anos, dependendo da complexidade do caso.
Qual é o preço de um divórcio?
O custo também varia conforme a modalidade escolhida.
No divórcio extrajudicial, você deve considerar os honorários do advogado (geralmente entre R$ 1.500 e R$ 5.000) e as taxas do cartório, que podem variar de R$ 500 a R$ 3.000, dependendo do estado e da partilha de bens.
No caso do divórcio judicial, além dos honorários, há custas processuais que podem somar alguns milhares de reais, especialmente em processos litigiosos.
Além disso, em muitos casos, o tempo prolongado do processo faz com que os custos aumentem ainda mais.
Como funciona a nova lei do divórcio?
A grande novidade trazida pela Resolução 571/2024 do CNJ é a possibilidade de realizar o divórcio em cartório mesmo quando há filhos menores ou incapazes.
Para isso, vocês precisam resolver previamente todas as questões relacionadas aos filhos, como guarda, pensão e convivência. Depois de tudo acertado, o divórcio em cartório pode ser concluído de forma rápida e menos burocrática.
Outra mudança importante é a possibilidade do divórcio unilateral direto em cartório. Com isso, um dos cônjuges pode solicitar o divórcio sozinho, sem a necessidade de um processo judicial, desde que a outra parte seja devidamente notificada.
Um recado importante para você!
Sabemos que o tema Divórcio: como funciona o processo? pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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