Humilhação no trabalho: como acontece e o que devo fazer?

Piadas ofensivas, gritos e desprezo constante: saiba quando a humilhação no trabalho ultrapassa os limites e se torna um problema jurídico.

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Humilhação no trabalho: como acontece e o que devo fazer?

A humilhação no trabalho é uma situação mais comum do que se imagina e pode afetar profundamente a saúde emocional e a vida profissional de quem a sofre.

Muitas vezes, ela acontece de forma sutil ou repetitiva, gerando dúvidas sobre o que é aceitável e o que já ultrapassa os limites legais.

Se você tem se sentido constrangido, isolado ou desrespeitado no ambiente de trabalho, é importante entender que seus direitos estão protegidos pela legislação brasileira.

Neste artigo, você vai descobrir o que é considerado humilhação no trabalho, quais são os tipos mais comuns, como agir diante desse problema e quais medidas jurídicas podem ser tomadas para buscar proteção e reparação.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas.

Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é considerado humilhação no trabalho?

A humilhação no trabalho é considerada toda e qualquer conduta que desrespeita a dignidade do colaborador, especialmente quando praticada de forma repetitiva e intencional.

Essa prática pode se manifestar através de críticas constantes, brincadeiras ofensivas, exposição vexatória, gritos, ameaças, isolation social e tratamento desigual.

Em muitos casos, esse comportamento se enquadra como assédio moral, conforme reconhecido pela jurisprudência brasileira.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por exemplo, define o assédio moral como a exposição do trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.

Quando a humilhação é pontual, ela ainda pode gerar efeitos jurídicos, principalmente se causar sofrimento psicológico significativo ou ferir a imagem e reputação do trabalhador.

O que é considerado um ato de humilhação depende do contexto, da frequência e da intenção, mas o fator comum é sempre a violação da dignidade da pessoa humana, garantida no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal.

Quais são os 4 tipos de assédio moral no trabalho?

Os quatro principais tipos de assédio moral no ambiente de trabalho são classificados de acordo com a posição hierárquica dos envolvidos e a forma como o comportamento abusivo se manifesta.

Vejamos quais são os tipos de assédio moral no trabalho!

1. Assédio moral vertifcal descendente

Ocorre quando um superior hierárquico pratica humilhações contra um subordinado.

É a forma mais comum e se caracteriza por ordens abusivas, exposição ao ridículo, sobrecarga injustificada de tarefas, entre outras condutas.

2. Assédio moral vertical ascendente

Ocorre de forma inversa: o subordinado humilha o superior.

Embora mais raro, esse tipo pode ocorrer em ambientes onde o gestor tem pouco controle sobre sua equipe ou enfrenta retaliações veladas.

3. Assédio moral horizontal

Esse tipo ocorre entre colegas do mesmo nível hierárquico.

Esse comportamento pode incluir fofocas, sabotagens, exclusão social e ironias maliciosas.

4. Assédio mortal misto

Trata de uma combinação dos anteriores, envolvendo múltiplos níveis hierárquicos e, muitas vezes, respaldado por uma cultura organizacional permissiva.

Todos esses tipos, quando verificados, podem gerar responsabilização da empresa e do(s) agressor(es), e abrir caminho para um processo de danos morais por humilhação no trabalho.

Humilhação no trabalho é crime?

A humilhação no trabalho, quando praticada de forma sistemática e com intenção de degradar a condição psíquica ou emocional do trabalhador, pode sim ser considerada crime.

Atualmente, embora ainda não exista um tipo penal específico para o assédio moral no Código Penal, há iniciativas legislativas em andamento, como o Projeto de Lei 4742/2001, que busca tipificar o assédio como crime.

Enquanto isso, alguns comportamentos relacionados à humilhação no ambiente profissional já encontram respaldo em dispositivos penais vigentes. Entre eles, destaca-se:

Além disso, a Constituição Federal, no artigo 5º, inciso X, protege o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas.

Dessa forma, humilhar um trabalhador, causando-lhe prejuízos emocionais ou sociais, pode gerar sanções cíveis e penais, especialmente se for comprovada a intenção de ofender e a repetição das condutas.

Quais os impactos da humilhação no trabalho para o colaborador e empresa?

A humilhação no trabalho causa efeitos profundos, tanto para quem sofre a violência quanto para a empresa que permite ou se omite diante dessa conduta.

Para o colaborador, os impactos mais comuns incluem o desenvolvimento de doenças psicológicas como ansiedade, depressão, estresse crônico, distúrbios do sono e até transtornos de pânico.

Também há reflexos na autoestima, na vida social e no desempenho profissional, podendo culminar em afastamentos pelo INSS e até pedidos de demissão.

Já para a empresa, os prejuízos são igualmente relevantes.

Além da perda de talentos e do aumento no índice de rotatividade, o ambiente torna-se mais hostil, o que afeta a produtividade geral e aumenta os riscos de processos trabalhistas.

Empresas que negligenciam essas condutas também sofrem danos reputacionais e podem ser condenadas a pagar indenizações elevadas por danos morais por humilhação no trabalho.

Agir rapidamente para coibir esses comportamentos evita o agravamento da situação e reduz os danos para ambas as partes envolvidas.

O que fazer quando se sentir humilhado no trabalho?

Se você se sente humilhado no ambiente de trabalho, é essencial adotar medidas imediatas para preservar sua integridade e viabilizar uma resposta jurídica futura.

A primeira atitude é registrar todos os episódios, com datas, horários, testemunhas, conteúdos das mensagens e qualquer evidência que comprove os abusos.

Inclusive, mensagens de humilhação no trabalho, mesmo por WhatsApp ou e-mail, podem ser usadas como provas judiciais.

Depois, é importante comunicar a situação internamente, preferencialmente por escrito, ao setor de Recursos Humanos ou à ouvidoria da empresa.

Caso isso não surta efeito ou não haja confiança nesse canal, o próximo passo é buscar ajuda externa.

Você pode formalizar a denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho ou entrar com uma ação judicial.

Em todos os casos, o ideal é contar com o suporte de um advogado, pois saber como denunciar humilhação no trabalho da forma correta evita arquivamentos e aumenta as chances de responsabilização do agressor.

Além do apoio jurídico, buscar acompanhamento psicológico pode ser essencial para lidar com as consequências emocionais.

Como a empresa deve agir em caso de humilhação no ambiente de trabalho?

Diante de uma denúncia ou suspeita de humilhação no ambiente de trabalho, a empresa deve adotar uma postura diligente e transparente.

A primeira providência é instaurar uma apuração interna imediata, garantindo que a vítima seja ouvida com respeito e que não sofra qualquer tipo de retaliação.

A empresa precisa zelar pelo bem-estar coletivo, o que inclui a aplicação de sanções disciplinares ao agressor, se confirmados os fatos.

A omissão ou a conivência pode gerar responsabilidade solidária em eventuais ações de indenização por assédio ou dano moral.

Além da resposta reativa, é dever das empresas prevenir situações de abuso, por meio de políticas claras de conduta, treinamentos periódicos sobre respeito no ambiente corporativo e canais seguros de escuta.

Manter um ambiente de trabalho saudável não é apenas uma obrigação legal, mas também um diferencial competitivo e um sinal de maturidade institucional.

Qual a importância de um advogado em casos de humilhação no trabalho?

Contar com um advogado especializado em Direito do Trabalho é essencial para enfrentar casos de humilhação no ambiente profissional.

Esse profissional tem conhecimento técnico para orientar sobre quais provas são válidas, qual a melhor estratégia de atuação, como fazer uma denúncia eficaz e, principalmente, como conduzir um eventual processo judicial com segurança.

A atuação de um advogado também permite avaliar se existe possibilidade de rescisão indireta do contrato de trabalho com base no artigo 483 da CLT, o que dá direito ao recebimento de verbas rescisórias equivalentes à demissão sem justa causa.

Além disso, o advogado poderá identificar a possibilidade de cumular os pedidos com danos morais por humilhação, assegurar o sigilo necessário ao caso e orientar sobre o tempo adequado para ingressar com a ação, respeitando os prazos prescricionais.

Buscar orientação jurídica o quanto antes evita que o problema se agrave e aumenta as chances de uma reparação justa. Agir com rapidez pode fazer toda a diferença.

Qual é o valor da indenização por humilhação no trabalho?

O valor da indenização por humilhação no trabalho varia conforme a gravidade do dano, a intensidade das ofensas, o tempo de exposição à conduta abusiva e o salário da vítima.

A Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) estabeleceu critérios que os juízes podem usar como base para mensurar os danos morais, utilizando como referência o último salário contratual do empregado.

Assim, em linhas gerais:

Em casos de reincidência, os valores podem ser dobrados. É o juiz quem irá determinar o valor, analisando cada situação concreta.

Por isso, é fundamental que todas as provas estejam bem organizadas no processo, o que reforça a importância do auxílio de um advogado qualificado.

Se você enfrenta humilhação no seu ambiente de trabalho, saiba que isso não é normal e nem deve ser tolerado.

O direito brasileiro protege a sua dignidade e permite buscar reparação de forma legal, segura e responsável.

Quanto antes você agir, maiores as chances de encerrar esse ciclo e restabelecer sua saúde e seus direitos.

Um recado final para você!

imagem representando advogado trabalho

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema “humilhação no trabalho” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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