Por que os peritos do INSS negam benefício?
Você levou exames, atestados e relatórios médicos ao INSS, mas os peritos do INSS indeferiram seu pedido? Entenda aqui os principais motivos das negativas e como agir para não sair prejudicado.
Receber um “não” do INSS depois de passar por uma perícia médica é, infelizmente, mais comum do que se imagina.
Muitos segurados saem do consultório com uma sensação de injustiça, sem entender direito por que o benefício foi negado, mesmo tendo apresentado laudos, exames e um histórico de sofrimento real.
A verdade é que os peritos do INSS negam benefícios por vários motivos, e boa parte dessas negativas tem a ver com a forma como a incapacidade é apresentada e avaliada.
Em muitos casos, o que leva ao indeferimento não é a ausência da doença, mas sim a falta de documentação médica completa, laudos mal elaborados ou exames que não demonstram claramente a incapacidade para o trabalho.
Há também situações em que o perito encontra contradições entre o que está nos documentos e o que o segurado diz na hora, o que compromete a análise.
Além disso, há os fatores técnicos: falta de carência (o tempo mínimo de contribuições exigido por lei), perda da qualidade de segurado ou até mesmo a conclusão do perito de que você não está totalmente incapacitado para trabalhar, mesmo estando doente.
Neste artigo, você vai entender exatamente o que reprova na perícia do INSS, o que pode ser feito em caso de negativa, o que não dizer para o perito, como se preparar e, principalmente, como agir de forma estratégica se o seu benefício for indeferido.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- Porque os peritos do INSS negam benefícios?
- O que mais reprova na perícia do INSS?
- O que não falar para o perito do INSS?
- É normal os peritos do INSS desconsiderarem exames e relatórios médicos?
- Vale a pena recorrer da decisão dos peritos do INSS?
- Quando um perito do INSS nega o benefício, o que preciso fazer?
- Tive meu benefício negado pela perícia do INSS, o que fazer?
- Um recado final para você!
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Porque os peritos do INSS negam benefícios?
Os peritos do INSS negam benefícios, na maioria das vezes, porque consideram que não existe incapacidade laboral no momento da perícia.
Mesmo que você leve laudos e exames, a avaliação médica feita pelo perito do INSS tem caráter soberano no processo administrativo.
Isso significa que ele pode desconsiderar a documentação apresentada se entender, com base no exame clínico, que você está em condições de trabalhar.
Outro fator relevante é que o tempo da consulta com o perito é bastante limitado. Isso leva muitos segurados a se sentirem mal avaliados, pois a consulta parece rápida demais, superficial e até indiferente.
Ainda que você relate sintomas reais, se o perito achar que não há prejuízo funcional para o trabalho, o benefício será negado. Há também casos em que a negativa acontece porque o laudo não deixa claro qual é a limitação específica para o exercício da sua atividade profissional.
Além disso, existe uma cultura interna no INSS de contenção de gastos, o que naturalmente torna a concessão de benefícios mais criteriosa.
Essa realidade, aliada à falta de estrutura e ao alto volume de atendimentos, acaba fazendo com que a negativa seja mais comum do que a concessão, mesmo para quem apresenta documentação robusta.
O que mais reprova na perícia do INSS?
O que mais reprova na perícia do INSS, de forma geral, não é a ausência de doença, mas a dificuldade em comprovar que essa doença gera uma incapacidade real para o trabalho.
O INSS não concede benefícios com base apenas no diagnóstico. É preciso demonstrar que, por causa da sua condição, você não tem condições de exercer sua atividade profissional normalmente.
Um dos erros mais comuns que levam à reprovação é apresentar laudos genéricos, que só informam o CID (código da doença) e um tempo estimado de afastamento. Esses documentos não explicam como a doença afeta sua rotina de trabalho.
Também é muito frequente o indeferimento quando os laudos estão desatualizados ou os exames não são compatíveis com a gravidade dos sintomas relatados.
Outra situação que causa reprovação é quando o perito percebe contradições entre o que está escrito nos documentos e o que você relata durante a perícia.
Isso inclui não saber explicar bem os sintomas, dizer que está bem enquanto tenta provar que não pode trabalhar, ou ainda quando as informações sobre o tratamento são vagas ou incompletas.
No final das contas, o que mais reprova na perícia é a ausência de um conjunto claro, coeso e técnico de informações que demonstre, com evidência, que você está incapacitado naquele momento para exercer sua função.
O que não falar para o perito do INSS?
Saber o que não falar para o perito do INSS é tão importante quanto saber o que dizer. Muitos pedidos são negados porque o segurado, sem perceber, compromete sua própria defesa com declarações mal colocadas.
A perícia é um momento técnico, e a comunicação precisa ser cuidadosa. O que você diz (ou não diz) na frente do perito pode mudar completamente o rumo do seu pedido. Então anota aí o que é melhor evitar:
- “Eu só quero o dinheiro”: Isso soa mal. O foco da perícia é a incapacidade para o trabalho, não o valor do benefício. Essa frase pode sugerir má-fé.
- “A doença não me impede de fazer nada”: Mesmo que você esteja tentando parecer forte, isso contradiz totalmente o motivo da perícia.
- “Tô tomando só um remedinho”: Se o tratamento parecer muito leve pra gravidade da condição relatada, o perito pode desconfiar da incapacidade.
- “Já tô melhor, só vim porque o médico mandou”: Aqui você entrega a negativa de bandeja. Se já melhorou, não tem motivo pra continuar afastado.
- Falar de processos, ações judiciais ou ameaças: Isso não ajuda em nada. Pode até gerar resistência.
A dica de ouro é: fale com clareza e sinceridade. Descreva como a doença te impede de trabalhar, quais são as limitações físicas ou mentais que enfrenta, os tratamentos que já fez, os remédios que toma e os sintomas mais frequentes.
Evite omitir, exagerar ou florear. Mantenha o foco na realidade funcional do seu corpo e da sua mente. E, se possível, conte com a orientação de um advogado especializado, que pode te ajudar a se expressar de forma mais precisa e eficaz.
É normal os peritos do INSS desconsiderarem exames e relatórios médicos?
Sim, é mais comum do que se imagina que os peritos do INSS desconsiderem exames e relatórios médicos.
Mesmo que você apresente uma pasta cheia de documentos, a decisão do perito pode se basear exclusivamente na avaliação clínica feita durante o atendimento. A legislação permite que ele não siga as conclusões do seu médico assistente.
Isso acontece porque, no processo administrativo do INSS, a palavra final é do perito do instituto.
Ele pode entender que os exames apresentados não são recentes, não estão completos ou não demonstram de forma suficiente a incapacidade para o trabalho. Também pode considerar que a sua condição de saúde, apesar de diagnosticada, não compromete as atividades que você exerce profissionalmente.
O mais frustrante é que, muitas vezes, esses documentos são de médicos especialistas, com anos de acompanhamento, e ainda assim são ignorados. Isso gera uma sensação de injustiça muito grande.
Por isso, é essencial que os laudos estejam detalhados, atualizados, e com uma linguagem clara sobre a funcionalidade do paciente, não apenas o diagnóstico.
Além disso, caso o perito desconsidere tudo e o benefício seja negado, é possível contestar essa decisão pela via judicial, onde a perícia médica costuma ser mais imparcial e técnica.
Vale a pena recorrer da decisão dos peritos do INSS?
Recorrer da decisão dos peritos do INSS pode valer muito a pena, mas a escolha entre recurso administrativo e ação judicial depende de cada caso.
Se a negativa foi por falta de documentação ou erro no sistema, o recurso interno pode funcionar. Agora, se o problema foi a conclusão do perito médico, a via judicial tende a ser mais eficaz.
Isso porque, dentro do INSS, raramente os peritos reavaliam uma decisão com base em outro parecer. O sistema tende a manter o que foi decidido na primeira perícia. Já no Judiciário, você tem direito a uma nova perícia feita por um médico nomeado pelo juiz, sem ligação com o INSS, o que garante mais neutralidade.
O recurso administrativo é gratuito e pode ser feito pelo portal Meu INSS. Só que ele costuma demorar meses e, muitas vezes, não gera resultado concreto quando a negativa foi técnica.
Por outro lado, ao ingressar com ação judicial, você também pode pedir uma tutela antecipada, que permite receber o benefício de forma provisória até a decisão final.
É aqui que a presença de um advogado faz toda a diferença.
Um profissional especializado vai avaliar se é melhor recorrer ou ir direto pra Justiça, pode preparar o processo com os documentos certos e conduzir a perícia judicial com base nas teses corretas.
Se o benefício é essencial pra sua sobrevivência, não hesite: busque orientação jurídica imediatamente.
Quando um perito do INSS nega o benefício, o que preciso fazer?
Se você recebeu a carta ou notificação informando a negativa, o primeiro passo é manter a calma e entender o que motivou a decisão. Depois disso, você pode seguir um dos três caminhos:
1. Pedido de reconsideração:
É uma nova perícia, geralmente feita com outro médico. Você deve fazer esse pedido em até 30 dias após a negativa. É gratuito, mas nem sempre é eficaz, principalmente se for feito sem reforço documental.
2. Recurso administrativo:
Também tem prazo de 30 dias e pode ser feito online. Aqui, você apresenta suas razões por escrito e pode anexar novos laudos ou exames. Mas, novamente, se o problema for o laudo médico, a chance de reverter só com documentos é menor.
3. Ação judicial:
Quando o tempo urge e o recurso tem pouca chance, a Justiça é o melhor caminho. E nesse ponto, o advogado é fundamental. Ele vai montar a tese, preparar o processo, indicar testemunhas se necessário e conduzir a perícia judicial.
Inclusive, em muitos casos, é possível pedir tutela antecipada, ou seja, o juiz pode conceder o benefício de forma provisória até a sentença final.
Não fazer nada é o pior cenário. O silêncio vale como aceitação. Por isso, mova-se com rapidez.
Tive meu benefício negado pela perícia do INSS, o que fazer?
Se o seu benefício foi negado pela perícia do INSS, o que você deve fazer é reunir tudo o que puder de provas: laudos atualizados, exames recentes, atestados com descrição da incapacidade e histórico de tratamento.
Isso é essencial para qualquer recurso ou ação.
Com os documentos em mãos, você tem três alternativas principais. Pode pedir reconsideração da perícia, interpor recurso administrativo ou ingressar com ação judicial.
A decisão depende do seu caso específico, mas em geral, se a negativa se deu por conta do laudo médico, a Justiça é o caminho mais eficaz.
Na ação judicial, o juiz pode nomear um perito imparcial, que fará uma avaliação mais aprofundada e técnica da sua condição.
Muitas pessoas que tiveram o benefício negado pelo INSS conseguem revertê-lo judicialmente, principalmente quando têm documentos consistentes e uma boa condução processual.
E aqui vale reforçar: não tente enfrentar isso sozinho. Um advogado previdenciário não apenas conhece os trâmites, mas sabe como apresentar a sua condição de forma estratégica, o que pode fazer toda a diferença na hora da perícia judicial.
Quanto antes você buscar ajuda, maiores são as chances de receber o que é seu por direito.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “peritos do INSS” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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