Responsabilidade Solidária: Projeta Seus Direitos!

Você sabe como a responsabilidade solidária pode afetar você e sua empresa? Sabe o que significa e quais as implicações legais?

Responsabilidade Solidária

Entenda agora este conceito que pode alavancar sua empresa!

A responsabilidade solidária é um conceito jurídico que pode gerar muitas dúvidas, principalmente porque aparece em diferentes áreas do direito, como o civil, trabalhista e empresarial.

Esse tema de extrema importância pode impactar na vida de muitas pessoas e empresas. Mas o que significa esse termo?

A responsabilidade solidária ocorre quando duas ou mais partes são obrigadas a cumprir uma mesma obrigação, e qualquer uma delas pode ser cobrada integralmente.

Ou seja, você sabia que, em algumas situações, mesmo sem culpa direta, você pode ser responsabilizado por dívidas ou obrigações de terceiros? Isso pode acontecer em relações de trabalho, contratos ou até mesmo na área tributária!

Entender como funciona a responsabilidade solidária é essencial para se proteger e evitar surpresas desagradáveis. 

Neste texto, vamos esclarecer o que é a responsabilidade solidária, como ela se aplica e responder às perguntas mais comuns sobre o tema. Continue a leitura e descubra como se prevenir!

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O que é a responsabilidade solidária?

A responsabilidade solidária é um conceito jurídico em que duas ou mais pessoas ou entidades são igualmente responsáveis pelo cumprimento de uma obrigação. Essa obrigação pode ser o pagamento de uma dívida, a realização de um serviço ou a indenização por danos.

O aspecto chave da responsabilidade solidária é que cada um dos devedores pode ser cobrado pelo total da obrigação, independentemente de terem contribuído igualmente para o surgimento dessa dívida ou obrigação.

Não entendeu? Vamos imaginar um cenário para facilitar o entendimento!

Em um acidente de trânsito envolvendo vários motoristas, todos são considerados responsáveis solidários pelos danos causados.

Ou seja, a vítima do acidente pode optar por cobrar a indenização de apenas um dos motoristas, sem a necessidade de dividir o valor proporcionalmente entre todos os envolvidos.

O motorista que for cobrado pode, depois, buscar ressarcimento dos outros responsáveis, mas, para o credor (a vítima), a cobrança pode ser direcionada a qualquer um deles de forma integral.

Por sua vez, a responsabilidade solidária é comum em vários ramos do direito. No direito civil, por exemplo, é frequente em contratos de locação em que há fiadores. 

Os fiadores assumem uma responsabilidade solidária com o inquilino, o que permite ao locador cobrar o aluguel atrasado diretamente dos fiadores, sem precisar, inicialmente, cobrar do inquilino.

No direito do trabalho, a responsabilidade solidária ocorre, por exemplo, em grupos econômicos. Empresas que fazem parte de um mesmo grupo podem ser cobradas solidariamente por dívidas trabalhistas.

Assim, um empregado pode requerer seus direitos trabalhistas de qualquer empresa que pertença ao mesmo grupo econômico da empresa em que ele trabalhou.

A legislação brasileira aborda a responsabilidade solidária em diversos dispositivos.

No Código Civil, artigos 264 a 285, há regras que tratam das obrigações solidárias, estabelecendo que cada devedor solidário pode ser obrigado a pagar a totalidade da dívida, e, após fazê-lo, tem o direito de reaver dos outros devedores a parte que lhes cabe.

Já no âmbito trabalhista, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê a possibilidade de responsabilidade solidária no caso de grupo econômico, conforme o artigo 2º, §2º.

Desse modo, compreender a responsabilidade solidária é crucial para quem está envolvido em contratos, negócios ou situações em que há mais de um responsável por uma obrigação.

Afinal, este é um mecanismo que visa proteger os interesses do credor, garantindo que ele tenha mais de uma fonte possível para buscar a satisfação de seu crédito.

Por outro lado, também impõe aos devedores a necessidade de estarem atentos às obrigações em conjunto, já que podem ser cobrados integralmente.

Em que contextos a responsabilidade solidária é frequentemente aplicada?

A responsabilidade solidária é um conceito bastante amplo no direito, aplicando-se em diversos contextos, cada um com suas particularidades e implicações.

Vejamos os contextos em que ela é mais aplicada!

Direito Civil

No direito civil, a responsabilidade solidária surge em situações que envolvem múltiplas partes em um contrato ou acordo.

Um exemplo clássico é o contrato de locação com fiadores. Nesses contratos, os fiadores assumem uma responsabilidade solidária com o locatário. 

Isso significa que, caso o inquilino deixe de pagar o aluguel, o locador pode cobrar diretamente dos fiadores, exigindo o pagamento integral da dívida.

Outro exemplo são os casos de acidentes de trânsito. Se um acidente é causado por mais de uma pessoa, todas podem ser consideradas solidariamente responsáveis pelos danos.

A vítima tem o direito de escolher de quem cobrar a indenização, podendo exigir o valor total de qualquer um dos envolvidos, independentemente da contribuição de cada um para o evento.

Direito do Trabalho

No âmbito trabalhista, a responsabilidade solidária é comum em situações envolvendo grupos econômicos.

Quando empresas fazem parte de um mesmo grupo econômico, elas podem ser responsabilizadas solidariamente pelas obrigações trabalhistas. 

Ou seja, se um funcionário não receber suas verbas trabalhistas da empresa onde trabalha, ele pode buscar esses valores de qualquer empresa pertencente ao mesmo grupo econômico.

A ideia é proteger os direitos do trabalhador, garantindo que ele possa receber o que lhe é devido, mesmo que a empresa diretamente empregadora não tenha condições financeiras de arcar com os custos.

Além disso, em contratos de terceirização de serviços, a empresa contratante pode ser responsabilizada solidariamente pelas obrigações trabalhistas da empresa contratada, como salários e encargos, em casos de fraude ou ilegalidade na relação contratual.

Direito Empresarial e Societário

Na esfera empresarial, a responsabilidade solidária pode ocorrer entre sócios e empresas, dependendo da forma societária e das situações específicas.

Por exemplo, em sociedades em nome coletivo, os sócios possuem responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações da sociedade. Assim, caso a empresa contraia dívidas, os credores podem cobrar diretamente dos sócios, que responderão com seu patrimônio pessoal.

Direito Tributário

A responsabilidade solidária também se aplica no direito tributário, em que pessoas ou empresas podem ser responsabilizadas solidariamente pelo pagamento de tributos.

Por exemplo, em operações de circulação de mercadorias entre estados (ICMS), tanto o remetente quanto o destinatário podem ser solidariamente responsáveis pelo imposto devido. 

Isso ocorre para garantir que o Fisco tenha mais facilidade em cobrar o tributo, podendo direcionar a cobrança para qualquer uma das partes envolvidas na operação.

Em caso de dissolução irregular de uma empresa, os sócios também podem ser solidariamente responsáveis pelos tributos não pagos, especialmente se ficar comprovada a intenção de fraude ou de evasão fiscal.

Obrigações Contratuais

Em contratos em geral, a cláusula de responsabilidade solidária pode ser inserida para garantir que todas as partes envolvidas sejam igualmente responsáveis pelo cumprimento das obrigações contratuais.

Tal prática é comum em contratos de parceria, consórcios ou acordos de cooperação, em que as partes concordam em ser solidariamente responsáveis pelo resultado ou pela execução de determinado projeto. 

Assim, caso uma das partes falhe em cumprir sua parte, as demais podem ser cobradas pelo todo, assegurando ao credor ou ao contratante uma maior segurança quanto à execução do contrato.

Direito de Família e Sucessões

Embora menos comum, a responsabilidade solidária pode aparecer em contextos de direito de família e sucessões.

Por exemplo, no caso de herdeiros que recebem bens de um espólio com dívidas, eles podem ser responsabilizados solidariamente pelas dívidas deixadas pelo falecido, até o limite do valor da herança recebida.

Assim, se o patrimônio deixado não for suficiente para quitar todas as dívidas, os herdeiros podem ser cobrados proporcionalmente ao que receberam, mas com a possibilidade de um deles ser acionado pelo todo e, posteriormente, buscar ressarcimento dos demais.

Relações de Consumo

No direito do consumidor, a responsabilidade solidária pode ocorrer entre fabricantes, fornecedores e comerciantes.

Por exemplo, se um consumidor adquire um produto com defeito, ele pode optar por exigir a reparação do dano diretamente do comerciante, do fabricante ou de ambos.

Isso garante maior proteção ao consumidor, que não precisa identificar exatamente em que ponto da cadeia produtiva ocorreu o problema para buscar seus direitos.

Todos os participantes dessa cadeia podem ser chamados a responder solidariamente pelos danos causados ao consumidor.

Como é determinada a responsabilidade solidária em contratos comerciais?

A responsabilidade solidária em contratos comerciais é determinada através de acordos expressos entre as partes ou por força da legislação aplicável.

Em contratos comerciais, a inclusão de uma cláusula de responsabilidade solidária é uma estratégia utilizada para garantir que todas as partes envolvidas sejam igualmente responsáveis pelo cumprimento das obrigações estabelecidas. 

responsabilidade solidária em contratos comerciais

Essa medida oferece maior segurança ao credor, permitindo que ele possa acionar qualquer uma das partes para exigir o cumprimento integral do contrato, sem a necessidade de primeiro esgotar os recursos contra as outras partes.

Vamos entender isso melhor!

Cláusulas Contratuais Específicas

A forma mais comum de se estabelecer a responsabilidade solidária em contratos comerciais é por meio de uma cláusula expressa no contrato.

Nesta cláusula, as partes acordam que, em caso de inadimplemento ou descumprimento de qualquer obrigação, todas elas responderão solidariamente pelo total da obrigação.

Desse modo, o credor pode escolher qualquer uma das partes para cobrar a totalidade do débito, que deverá ser resolvido por aquela parte escolhida. 

Depois de realizar o pagamento ou cumprir a obrigação, a parte acionada pode buscar ressarcimento ou divisão dos custos com as demais partes, mas para o credor, a obrigação é considerada cumprida.

Legislação Aplicável

Mesmo na ausência de uma cláusula expressa, a responsabilidade solidária pode ser determinada pela legislação específica que regula certos tipos de contratos comerciais.

Na legislação brasileira, o Código Civil prevê a possibilidade de solidariedade em algumas situações, estabelecendo que, na ausência de previsão expressa, a natureza da obrigação ou a intenção das partes pode determinar a solidariedade.

Natureza da Relação Comercial

A natureza da relação comercial também pode determinar a responsabilidade solidária. Em sociedades empresariais, como nas sociedades em nome coletivo, a lei estabelece a responsabilidade solidária dos sócios pelas dívidas da sociedade.

Assim, independentemente de uma cláusula expressa no contrato social, os sócios respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações da sociedade. 

Circunstâncias Especiais

Em determinados contextos, a responsabilidade solidária pode ser determinada por circunstâncias especiais, como em contratos que envolvem múltiplos fornecedores ou prestadores de serviços.

Se, por exemplo, dois ou mais fornecedores são contratados para a execução conjunta de um projeto, e o contrato estabelece que eles são solidariamente responsáveis pela entrega do projeto, qualquer falha ou inadimplemento pode ser cobrado integralmente de qualquer um dos fornecedores.

Nesse caso, a responsabilidade solidária é uma forma de proteger o contratante, garantindo que ele não fique prejudicado caso um dos fornecedores não cumpra sua parte.

Cuidados na Determinação da Responsabilidade Solidária

Ao estabelecer a responsabilidade solidária em contratos comerciais, é fundamental que todas as partes envolvidas estejam plenamente cientes das implicações dessa responsabilidade.

Recomenda-se que a cláusula de solidariedade seja redigida de forma clara e precisa, evitando ambiguidades que possam gerar conflitos futuros. 

Além disso, é importante avaliar a capacidade financeira e a reputação das partes com as quais se está firmando o contrato, uma vez que, em caso de inadimplemento, a responsabilidade poderá recair integralmente sobre qualquer uma delas.

Como os credores podem exigir o cumprimento da obrigação em casos de responsabilidade solidária?

Quando há responsabilidade solidária, os credores possuem uma vantagem significativa na hora de exigir o cumprimento de uma obrigação.

Esse tipo de responsabilidade permite que o credor escolha qualquer um dos devedores solidários para cobrar a totalidade da dívida, sem precisar dividir ou distribuir o valor entre os demais devedores.

A característica mais marcante da responsabilidade solidária é a liberdade que o credor tem para escolher quem será cobrado.

Diferente da responsabilidade conjunta, em que cada devedor é responsável apenas por sua parte da dívida, na responsabilidade solidária qualquer um dos devedores pode ser acionado para pagar a totalidade da obrigação.

Por exemplo, se três pessoas são solidariamente responsáveis por uma dívida de R$30.000, o credor pode escolher uma delas e exigir que ela pague os R$30.000 inteiros. 

Esse devedor, depois de cumprir a obrigação, poderá buscar ressarcimento dos outros devedores, mas isso é um processo interno entre eles, sem afetar o direito do credor.

Mecanismos de Cobrança

O credor pode utilizar diferentes mecanismos legais para exigir o cumprimento da obrigação.

Uma das formas mais comuns de exigir o cumprimento da obrigação é por meio de uma ação judicial. O credor pode ingressar com uma ação contra qualquer um dos devedores solidários, solicitando o pagamento integral da dívida.

O devedor acionado não pode se recusar a cumprir a obrigação sob o argumento de que os outros devedores também deveriam ser cobrados.

A lei dá ao credor o direito de escolher a quem cobrar e o devedor acionado terá o direito de regresso contra os demais, após o pagamento.

Se a dívida já estiver documentada em um título executivo, como um contrato com cláusula de responsabilidade solidária ou um cheque, o credor pode iniciar diretamente uma ação de execução. 

Nesse caso, ele pode pedir ao juiz que determine o pagamento imediato da dívida pelo devedor escolhido, sob pena de penhora de bens.

Em alguns casos, o credor pode optar por buscar um acordo extrajudicial com um dos devedores solidários. Isso pode envolver uma negociação para o pagamento parcelado da dívida ou um desconto em troca do pagamento imediato.

Mesmo que o acordo seja feito com apenas um dos devedores, isso não impede o credor de buscar o cumprimento integral da obrigação caso o acordo não seja cumprido.

Qual é o impacto da responsabilidade solidária para os devedores?

O impacto da responsabilidade solidária para os devedores pode ser bastante significativo, tanto em termos financeiros quanto jurídicos.

Um dos principais impactos da responsabilidade solidária para os devedores é o fato de que qualquer um deles pode ser cobrado pela totalidade da obrigação.

Assim, mesmo que um devedor tenha tido uma participação pequena no contrato ou no evento que gerou a dívida, ele ainda pode ser obrigado a pagar todo o valor ao credor. 

Por exemplo, em um contrato de parceria comercial, se três sócios assumem uma dívida de R$90.000, qualquer um deles pode ser acionado para pagar os R$90.000 inteiros, mesmo que sua contribuição direta para o contrato tenha sido de apenas R$30.000.

Esse devedor poderá, posteriormente, buscar reembolso dos outros dois, mas inicialmente ele arcará com a responsabilidade total perante o credor.

Direito de Regresso

Após um devedor solidário pagar a totalidade ou parte da dívida, ele tem o chamado direito de regresso, que lhe permite cobrar dos outros devedores a sua parte proporcional.

No entanto, esse processo pode ser demorado e depende da disposição dos outros devedores em cumprir com sua parte. Caso eles se recusem a pagar, o devedor que assumiu a totalidade da dívida precisará entrar com uma ação judicial para recuperar o valor que lhe é devido.

Isso pode gerar um impacto financeiro adicional, já que envolve tempo, custos judiciais e incerteza sobre o sucesso da cobrança. Portanto, embora o direito de regresso exista, ele não é imediato nem garantido.

Risco Patrimonial

A responsabilidade solidária também traz um risco patrimonial considerável para os devedores.

Quando acionado, o devedor pode ter seus bens penhorados ou bloqueados para garantir o pagamento da dívida. Isso pode incluir imóveis, veículos, contas bancárias e outros ativos. 

Mesmo que ele tenha recursos limitados, o credor pode buscar a penhora de bens futuros ou receitas, prejudicando a saúde financeira do devedor.

Esse risco é especialmente relevante em contextos como sociedades empresariais ou contratos com fiadores, em que o patrimônio pessoal pode ser afetado por dívidas contraídas pela empresa ou por outra pessoa.

Aumento da Vigilância e Gestão de Riscos

Devido ao risco significativo associado à responsabilidade solidária, os devedores tendem a se tornar mais vigilantes em relação às suas obrigações e àqueles com quem fazem negócios.

É comum que os devedores solidários adotem medidas preventivas para minimizar seus riscos, como:

Conclusão

A responsabilidade solidária impõe aos devedores um risco mais elevado e um ônus maior em relação ao cumprimento de obrigações.

A possibilidade de serem acionados para pagar a totalidade da dívida, o direito de regresso incerto, a exposição patrimonial e os impactos nas relações pessoais e comerciais são alguns dos principais desafios que os devedores solidários enfrentam.

Para mitigar esses riscos, é fundamental que os devedores se protejam por meio de contratos bem elaborados, acordos internos claros e uma gestão eficiente de suas relações financeiras e comerciais.

Qual é o papel da responsabilidade solidária no direito do trabalho?

A responsabilidade solidária desempenha um papel fundamental no direito do trabalho, atuando como um mecanismo de proteção dos direitos dos trabalhadores.

Ela é utilizada para assegurar que os trabalhadores recebam todas as verbas trabalhistas a que têm direito, mesmo em situações em que a empresa empregadora direta não tem condições financeiras de arcar com esses custos.

responsabilidade solidária no direito do trabalho

Grupos Econômicos

No direito do trabalho, a responsabilidade solidária é amplamente aplicada em situações que envolvem grupos econômicos.

Um grupo econômico é formado por duas ou mais empresas que, apesar de terem personalidades jurídicas distintas, estão sob controle ou administração comuns, agindo de forma coordenada. 

Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), quando uma empresa faz parte de um grupo econômico, ela pode ser solidariamente responsável pelas obrigações trabalhistas de outra empresa do mesmo grupo.

Essa solidariedade significa que um trabalhador pode cobrar as verbas trabalhistas, como salários, horas extras e indenizações, de qualquer uma das empresas que compõem o grupo econômico, independentemente de onde ele tenha prestado serviços diretamente.

Por exemplo, se um empregado trabalhou para a Empresa A, mas esta não tem recursos para pagar suas dívidas trabalhistas, ele pode acionar a Empresa B, que faz parte do mesmo grupo econômico, para que ela pague as verbas devidas. 

Terceirização de Serviços

Outro contexto em que a responsabilidade solidária é relevante no direito do trabalho é na terceirização de serviços.

Na terceirização, uma empresa (tomadora de serviços) contrata outra empresa (prestadora de serviços) para realizar determinadas atividades. Os trabalhadores são empregados da prestadora, mas prestam serviços na tomadora.

A responsabilidade solidária pode surgir em situações nas quais há fraude ou má-fé na relação de terceirização, ou quando a terceirização desrespeita as normas trabalhistas.

Embora a legislação trabalhista brasileira estabeleça, em regra, a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora pelos débitos trabalhistas da prestadora, há casos em que pode ser aplicada a responsabilidade solidária.

Isso ocorre quando há comprovação de que a terceirização foi utilizada para fraudar a legislação trabalhista ou quando há uma integração entre as atividades das empresas, caracterizando um grupo econômico de fato.

Proteção dos Direitos dos Trabalhadores

O principal papel da responsabilidade solidária no direito do trabalho é a proteção dos direitos dos trabalhadores.

Muitas vezes, trabalhadores enfrentam dificuldades para receber suas verbas trabalhistas quando a empresa empregadora está insolvente ou tenta se esquivar de suas obrigações. 

A solidariedade entre empresas em um grupo econômico ou entre empregadores em uma relação de terceirização garante que o trabalhador tenha mais de um devedor a quem recorrer.

Impacto para as Empresas

Para as empresas, a responsabilidade solidária no direito do trabalho traz a necessidade de uma gestão cuidadosa de suas relações trabalhistas e empresariais.

Empresas que fazem parte de grupos econômicos ou que contratam serviços terceirizados precisam estar cientes de que podem ser responsabilizadas por dívidas trabalhistas de outras empresas.

Esse risco exige das empresas uma vigilância constante sobre o cumprimento das obrigações trabalhistas, tanto internamente quanto pelas empresas com as quais se relacionam. 

No caso da terceirização, por exemplo, a empresa tomadora deve fiscalizar se a prestadora está cumprindo corretamente suas obrigações trabalhistas, como o pagamento de salários, horas extras, FGTS e outros direitos. A falta de fiscalização pode levar à responsabilidade solidária.

Ações Judiciais Trabalhistas

Na prática, a responsabilidade solidária é frequentemente discutida em ações judiciais trabalhistas.

Quando um trabalhador ingressa com uma ação contra seu empregador, ele pode incluir no processo outras empresas que ele acredita serem solidariamente responsáveis, como empresas do mesmo grupo econômico ou a tomadora de serviços. 

Como a responsabilidade solidária é tratada em casos de dívida tributária?

Em casos de dívida tributária, é um mecanismo utilizado pelo Fisco para assegurar que os tributos devidos sejam efetivamente pagos.

Ela permite que a administração tributária exija o pagamento de impostos, taxas e contribuições de várias pessoas ou entidades, independentemente de quem originalmente gerou a obrigação tributária.

No Brasil, a responsabilidade solidária em matéria tributária está prevista no Código Tributário Nacional (CTN). De acordo com o CTN, a solidariedade pode surgir em duas situações principais:

Solidariedade por Disposição Legal

Em algumas situações, a lei tributária define que duas ou mais pessoas ou entidades são solidariamente responsáveis pelo pagamento do tributo.

Um exemplo clássico é a solidariedade entre o remetente e o destinatário na circulação de mercadorias em operações interestaduais, na qual ambos podem ser chamados a responder pelo ICMS devido na operação.

Solidariedade por Interesse Comum

O CTN também prevê que pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador do tributo podem ser responsabilizadas solidariamente.

Isso significa que, se duas ou mais pessoas se beneficiam de um mesmo evento tributável, elas podem ser solidárias na obrigação de pagar o tributo.

A responsabilidade solidária em dívidas tributárias pode ocorrer em diferentes contextos.

Em determinadas circunstâncias, os sócios e administradores de uma empresa podem ser responsabilizados solidariamente por dívidas tributárias da pessoa jurídica.

Assim como no direito do trabalho, no contexto tributário, empresas que fazem parte de um mesmo grupo econômico podem ser solidariamente responsáveis pelas dívidas fiscais umas das outras.

Nas operações interestaduais, a legislação muitas vezes estabelece a responsabilidade solidária entre o remetente e o destinatário em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Conclusão

A responsabilidade solidária em casos de dívida tributária é um instrumento poderoso nas mãos do Fisco para garantir a arrecadação dos tributos devidos.

Ela permite que a administração tributária exija o pagamento de qualquer um dos devedores solidários, garantindo assim uma cobrança mais eficiente e eficaz. 

No entanto, esse instituto traz riscos significativos para os devedores, que podem ser acionados para pagar dívidas fiscais de outras pessoas ou entidades com as quais mantêm uma relação jurídica.

Por isso, é essencial que empresas, sócios e administradores mantenham uma gestão fiscal responsável e estejam cientes das implicações da solidariedade em matéria tributária.

Como a responsabilidade solidária se diferencia da responsabilidade subsidiária?

A responsabilidade solidária e a responsabilidade subsidiária são conceitos jurídicos que muitas vezes causam confusão devido à sua semelhança em envolver múltiplos devedores em uma mesma obrigação.

No entanto, essas duas formas de responsabilidade possuem diferenças fundamentais, especialmente no que diz respeito à ordem de cobrança e ao grau de responsabilidade de cada parte envolvida. 

Compreender essas distinções é crucial para entender como funcionam as relações de crédito e dívidas em diferentes contextos jurídicos, incluindo contratos civis, trabalhistas e tributários.

Ordem de Cobrança

A diferença mais notável entre responsabilidade solidária e subsidiária está na ordem de cobrança.

Na responsabilidade solidária, o credor tem a liberdade de escolher qualquer um dos devedores solidários para cobrar a totalidade da obrigação, sem precisar seguir uma ordem específica.

Ou seja, o credor pode optar por cobrar o devedor que ele achar mais conveniente ou que tenha maior capacidade financeira para satisfazer a dívida.

Em contraste, na responsabilidade subsidiária, o credor só pode cobrar o devedor subsidiário se o devedor principal não cumprir a obrigação.

Isso significa que, antes de acionar o devedor subsidiário, o credor deve esgotar todas as possibilidades de cobrança contra o devedor principal.

O devedor subsidiário é uma espécie de “garantidor” da dívida, e sua responsabilidade só é ativada quando se comprova que o devedor principal é incapaz de satisfazer a obrigação.

Por exemplo, em uma relação trabalhista envolvendo uma empresa prestadora de serviços e uma tomadora, a tomadora de serviços é geralmente considerada responsável subsidiária.

O trabalhador deve, inicialmente, buscar o cumprimento de suas verbas trabalhistas diretamente da prestadora. Somente se a prestadora não pagar, o trabalhador pode acionar a tomadora como devedora subsidiária. 

Já na responsabilidade solidária, o trabalhador poderia cobrar diretamente a tomadora, sem a necessidade de primeiro acionar a prestadora.

Grau de Responsabilidade

Na responsabilidade solidária, todos os devedores são igualmente responsáveis pela totalidade da dívida. Assim, cada devedor solidário pode ser exigido a pagar a totalidade da obrigação, e, uma vez feito o pagamento, ele tem o direito de buscar o ressarcimento dos demais devedores.

Já na responsabilidade subsidiária, existe uma hierarquia na responsabilidade. 

O devedor principal é o primeiro responsável pela dívida, enquanto o devedor subsidiário só assume a responsabilidade se o principal não cumprir a obrigação.

Direito de Regresso

Tanto na responsabilidade solidária quanto na subsidiária, o devedor que paga a dívida tem o direito de regresso contra os demais.

No caso da responsabilidade solidária, se um dos devedores paga o total da obrigação, ele pode buscar ressarcimento dos outros devedores, proporcionalmente à participação de cada um na dívida.

Esse direito de regresso é uma consequência direta da solidariedade, pois permite que o devedor que assumiu o pagamento recupere parte ou a totalidade do valor pago.

Na responsabilidade subsidiária, o devedor subsidiário também tem direito de regresso, mas o cenário é um pouco diferente. Como o devedor subsidiário só é acionado após a inadimplência do principal, ele pode buscar ressarcimento diretamente do devedor principal.

No entanto, o sucesso do direito de regresso pode ser mais complexo, pois, em muitos casos, o devedor principal já demonstrou incapacidade financeira, tornando difícil para o devedor subsidiário recuperar o valor pago.

Proteção do Credor

Ambos os conceitos servem para proteger os interesses do credor, mas o fazem de maneiras distintas.

A responsabilidade solidária oferece uma proteção mais imediata e eficaz, pois permite que o credor escolha a quem cobrar, sem a necessidade de seguir uma ordem.

A responsabilidade subsidiária, por sua vez, oferece uma proteção mais limitada e condicionada. 

Ela garante ao credor uma alternativa de cobrança caso o devedor principal não cumpra a obrigação, mas exige que o credor primeiro esgote suas tentativas de cobrança contra o principal.

Essa abordagem é menos direta, mas ainda assim fornece uma camada adicional de segurança para o credor.

Qual é a defesa disponível para uma parte que enfrenta responsabilidade solidária?

Quando uma parte enfrenta responsabilidade solidária, ela pode recorrer a várias estratégias de defesa para evitar ou minimizar as consequências da cobrança.

Essas defesas podem ser utilizadas tanto na esfera judicial quanto administrativa, dependendo do contexto e da natureza da obrigação.

Contestação da Existência da Responsabilidade Solidária

Uma das principais defesas é contestar a própria existência da responsabilidade solidária.

A responsabilidade solidária precisa estar expressamente prevista em lei ou em contrato, ou decorrer da natureza da obrigação. 

Se o devedor solidário puder demonstrar que não existe uma previsão legal ou contratual que o obrigue solidariamente, ele pode ser liberado da obrigação.

Demonstração de Ilegitimidade Passiva

Outra estratégia de defesa é demonstrar que o devedor não é parte legítima para responder pela obrigação. Isso pode ocorrer em situações em que o devedor é incluído erroneamente ou indevidamente como responsável solidário.

Por exemplo, em casos de grupos econômicos, a empresa pode alegar que não faz parte do grupo ou que não há interdependência econômica que justifique a solidariedade. 

Impugnação da Dívida

O devedor solidário pode também impugnar a própria dívida, questionando a validade, o valor ou a existência da obrigação.

Essa defesa pode incluir a contestação de cálculos incorretos, a prescrição ou decadência da dívida, ou a demonstração de que a dívida já foi paga ou não é exigível. 

No caso de dívidas tributárias, o devedor pode questionar a constituição do crédito tributário, alegando, por exemplo, erro na base de cálculo, aplicação incorreta da alíquota ou violação ao devido processo legal na constituição do débito.

Direito de Regresso

Embora o direito de regresso seja uma ação posterior ao pagamento da dívida, é uma defesa importante para mitigar o impacto da responsabilidade solidária.

Se um devedor solidário é obrigado a pagar a totalidade da dívida, ele pode, posteriormente, entrar com uma ação de regresso contra os outros devedores solidários para recuperar a parte que lhes cabe na obrigação. 

Essa ação permite ao devedor que foi acionado buscar o ressarcimento do valor pago, distribuindo proporcionalmente a responsabilidade entre todos os devedores.

Comprovação de Boa-Fé e Ausência de Culpa

Em determinados contextos, especialmente no direito tributário e trabalhista, o devedor solidário pode defender-se demonstrando que agiu de boa-fé e que não teve culpa ou participação ativa na geração da dívida.

Por exemplo, em casos nos quais um sócio é responsabilizado solidariamente por dívidas da empresa, ele pode alegar que não participou de atos que levaram à inadimplência ou que tomou todas as medidas necessárias para evitar o descumprimento da obrigação.

Provas de Cumprimento da Obrigação

Outra defesa possível é apresentar provas de que a obrigação já foi cumprida ou que a responsabilidade solidária não mais subsiste.

O devedor pode demonstrar que o pagamento já foi realizado, seja total ou parcialmente, ou que houve um acordo de quitação com o credor que extingue a dívida. 

Defesa em Execução Fiscal e Trabalhista

Em processos de execução fiscal e trabalhista, em que a responsabilidade solidária é frequentemente acionada, o devedor pode apresentar embargos à execução.

Nesses embargos, ele pode questionar a legalidade da cobrança, a inclusão de seu nome na Certidão de Dívida Ativa (no caso de execuções fiscais) ou no polo passivo da ação trabalhista. 

Nos casos trabalhistas, pode também defender-se demonstrando que não há relação de subordinação ou que a responsabilidade não se aplica devido à ausência de grupo econômico ou fraude na terceirização.

Acordo Extrajudicial

Em algumas situações, negociar um acordo extrajudicial com o credor pode ser uma alternativa eficaz para evitar um processo judicial ou para encerrar uma disputa.

O devedor solidário pode tentar negociar um valor menor para quitar a dívida ou estabelecer um parcelamento que seja viável financeiramente. 

Embora não seja uma defesa jurídica formal, essa estratégia pode ser utilizada como uma forma de mitigar os impactos da responsabilidade solidária, evitando custos judiciais e a exposição decorrente de um processo.

A responsabilidade solidária pode ser limitada por acordo entre as partes?

Sim, a responsabilidade solidária pode ser limitada por acordo entre as partes, mas isso depende do contexto em que a responsabilidade está sendo estabelecida e das regras específicas aplicáveis à situação.

A possibilidade de limitar ou excluir a solidariedade por meio de um acordo está mais presente em relações contratuais e civis, em que as partes têm maior liberdade para definir os termos de suas obrigações.

No entanto, existem certas áreas do direito em que a responsabilidade solidária é imposta por lei e, nestes casos, a autonomia das partes para limitar essa responsabilidade pode ser restringida ou mesmo proibida. 

Em contratos civis e comerciais, as partes têm uma ampla liberdade para negociar os termos e condições de suas obrigações, incluindo a possibilidade de estabelecer ou limitar a responsabilidade solidária.

Se as partes desejam limitar a solidariedade, elas podem incluir cláusulas específicas no contrato que definam as circunstâncias em que a responsabilidade solidária se aplicará ou que determinem um limite máximo para o valor pelo qual cada parte será responsável.

Por exemplo, em um contrato de parceria comercial, as partes podem acordar que a responsabilidade solidária só se aplicará até determinado valor ou apenas em relação a certas obrigações, como dívidas decorrentes de um projeto específico.

Para que essa limitação seja válida, é essencial que ela seja redigida de forma clara, deixando explícito quais são os limites e em que situações a responsabilidade solidária será aplicada. 

Além disso, quando as partes têm a liberdade de limitar a responsabilidade solidária por meio de um acordo, é importante observar que esse acordo só terá validade entre elas e não poderá afetar direitos de terceiros.

Para mais, há situações em que a responsabilidade solidária é imposta diretamente pela lei, sem a possibilidade de as partes limitarem ou excluírem essa responsabilidade por acordo.

Isso ocorre, por exemplo, em casos envolvendo relações trabalhistas, tributárias e de consumo, em que a legislação visa proteger interesses coletivos e garantir o cumprimento de obrigações que têm um forte impacto social.

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VLV Advogados: Protegendo Seus Direitos, Garantindo Recomeços.

Artigo escrito por especialistas do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia | Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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