Mansplaining: entenda o que é esse comportamento

Como interromper sem desrespeitar? Como contribuir sem desvalorizar? Aprenda a evitar o mansplaining e promover conversas mais respeitosas.

Mansplaining: entenda o que é esse comportamento

Mansplaining: entenda o que é esse comportamento

Você já passou pela situação em que um homem interrompeu uma mulher para explicar algo de forma condescendente, mesmo que ela soubesse mais sobre o assunto?

Esse comportamento, que muitas vezes acontece sem intenção aparente, tem nome: mansplaining.

O conceito, embora recente, representa uma prática comum que reflete desigualdades de gênero profundamente enraizadas.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que significa, como identificar e por que é importante falar sobre isso.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7

Mansplaining: o que é?

O mansplaining é o ato de um homem explicar algo a uma mulher de maneira condescendente, partindo do pressuposto de que ela desconhece o assunto, mesmo que ela seja claramente capacitada ou experiente nele.

O termo combina as palavras inglesas “man” (homem) e “explaining” (explicando), indicando o comportamento muitas vezes automático de homens que assumem possuir mais conhecimento do que as mulheres, independentemente do contexto.

No cotidiano, o mansplaining pode ocorrer em diferentes cenários: no ambiente de trabalho, em debates familiares ou até em interações casuais.

Exemplos típicos incluem homens explicando tópicos como menstruação, gravidez ou outras questões vividas exclusivamente por mulheres.

Embora nem sempre intencional, esse comportamento desvaloriza a voz feminina e perpetua estereótipos de gênero.

Como surgiu o termo mansplaining?

O termo mansplaining surgiu após a publicação do ensaio “Men Explain Things to Me”, escrito por Rebecca Solnit em 2008.

No texto, a autora descreveu um episódio em que, durante uma festa, um homem tentou explicar a ela o conteúdo de um livro sobre o fotógrafo Eadweard Muybridge, sem perceber que ela própria era a autora da obra.

Embora Solnit não tenha usado o termo “mansplaining” em seu ensaio, o conceito foi associado à sua experiência e rapidamente ganhou popularidade em discussões sobre igualdade de gênero.

Desde então, a palavra se tornou um marco para identificar e nomear comportamentos que antes passavam despercebidos.

Hoje, mansplaining é amplamente reconhecido como uma prática que reflete desigualdades estruturais entre homens e mulheres.

Como explicar mansplaining?

O mansplaining pode ser explicado como uma forma de silenciamento e subestimação da mulher em situações de interação.

Imagine uma reunião de trabalho em que uma mulher apresenta uma ideia, mas um homem interrompe para “reformular” ou “traduzir” o que ela já disse.

Isso não apenas invalida a fala dela, mas também transmite a mensagem de que o conhecimento dela é insuficiente.

Outros exemplos comuns incluem homens assumindo o papel de “especialistas” em temas que claramente não dominam, apenas para corrigir ou interromper mulheres.

Esses comportamentos, mesmo que inconscientes, têm o efeito de desvalorizar a participação feminina, reduzindo sua autoconfiança e limitando sua expressão.

O que é mansplaining e manterrupting?

Enquanto o mansplaining é caracterizado pela explicação condescendente de um homem para uma mulher, o manterrupting refere-se à interrupção constante e injustificada da fala feminina. Os dois comportamentos estão relacionados e frequentemente ocorrem em conjunto, reforçando a desigualdade de gênero.

Por exemplo, em uma discussão profissional, uma mulher pode ser interrompida repetidamente por homens enquanto tenta expor suas ideias.

Essa prática, conhecida como manterrupting, não apenas desrespeita a fala da mulher, mas também impede que ela contribua plenamente para a conversa.

Quando combinada com o mansplaining, a interrupção pode ser seguida de explicações condescendentes, formando um padrão de comportamento que silencia e invalida a voz feminina.

O que é gaslighting e manterrupting?

O gaslighting é uma forma de manipulação psicológica em que o agressor tenta fazer com que a vítima duvide de sua própria percepção, memória ou sanidade.

Essa prática é diferente do mansplaining e do manterrupting, mas, assim como eles, pode ser usada para silenciar ou controlar uma pessoa, especialmente em relações interpessoais.

Já o manterrupting, como explicado anteriormente,  é o ato de interromper constantemente a fala de uma mulher, desvalorizando sua contribuição.

Enquanto o gaslighting é uma forma de violência psicológica com efeitos mais profundos, o manterrupting atua como uma microagressão que, somada a outras práticas, pode minar a confiança e a credibilidade das mulheres.

Embora sejam distintos, ambos os comportamentos têm em comum o objetivo de controlar ou desvalorizar a mulher, seja manipulando suas percepções, seja limitando sua voz.

Mansplaining significado no dia a dia

No cotidiano, o mansplaining é mais comum do que parece. Ele aparece em conversas informais, ambientes acadêmicos, espaços de trabalho e até na política.

Um exemplo famoso ocorreu com a atriz Kéfera Buchmann, ao vivo, durante um programa de TV, enquanto falava sobre questões de gênero. O episódio gerou debates nas redes sociais e trouxe visibilidade para o termo no Brasil.

Reconhecer o mansplaining em situações do dia a dia é essencial para combatê-lo. Isso significa observar quando uma mulher está sendo desrespeitada em sua fala ou expertise e, se necessário, intervir para apoiar sua participação.

Promover diálogos respeitosos é uma forma de garantir que todas as vozes sejam ouvidas.

Mansplaining e legislação brasileira

Embora o mansplaining em si não seja regulamentado por leis específicas no Brasil, ele pode ser abordado no contexto de práticas discriminatórias.

A Lei nº 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, promove a igualdade de oportunidades e a eliminação de barreiras que impeçam a participação plena das pessoas, incluindo as mulheres, em diferentes espaços.

Além disso, a Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, assegura que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres.

Embora essas normas não mencionem diretamente o mansplaining, elas fornecem uma base para combater atitudes que reforcem a desigualdade de gênero.

Por que é importante falar sobre mansplaining?

Falar sobre mansplaining é essencial para dar visibilidade a comportamentos que perpetuam desigualdades de gênero.

Nomear essa prática ajuda a conscientizar homens e mulheres sobre como atitudes aparentemente comuns podem desvalorizar as contribuições femininas.

Reconhecer o mansplaining permite criar ambientes mais inclusivos, especialmente no trabalho e em outros espaços coletivos, promovendo a igualdade e o respeito.

Como evitar o mansplaining?

Evitar o mansplaining requer a prática da escuta ativa, ou seja, ouvir sem interromper ou supor que você sabe mais do que a outra pessoa.

Antes de intervir, pergunte-se se sua explicação é realmente necessária ou útil. Além disso, observe as dinâmicas ao seu redor e apoie quem está sendo interrompido.

Reconhecer e valorizar o conhecimento de outras pessoas, independentemente de gênero, é fundamental para interações mais equilibradas e respeitosas.

Por fim, o mansplaining, manterrupting e gaslighting não são apenas palavras da moda; são conceitos que nomeiam práticas prejudiciais que ocorrem no dia a dia.

Compreender o significado de mansplaining, suas origens e como ele se manifesta é um passo fundamental para construir relações mais justas e equitativas.

Informar-se sobre esses termos e reconhecê-los em diferentes situações permite que cada um de nós contribua para um ambiente mais respeitoso e inclusivo.

Um recado final para você!

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema “mansplaining” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

 

Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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