Barriga solidária: aspectos legais e como funciona no Brasil

Você sabia que é possível ter um filho biológico mesmo sem conseguir engravidar? A barriga solidária torna isso possível, mas tem regras específicas no Brasil.

mulher grávida representando barriga solidária

Barriga solidária: aspectos legais e como funciona no Brasil

A barriga solidária, também conhecida como gestação por substituição, é uma alternativa para pessoas ou casais que desejam ter filhos, mas enfrentam dificuldades para engravidar.

No Brasil, essa prática é permitida, desde que seja realizada sem fins lucrativos e dentro das regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

No entanto, muitas dúvidas surgem sobre o assunto: quem pode participar desse processo? Quais são os requisitos legais? Como funciona o registro da criança?

Neste artigo, vamos esclarecer os aspectos legais da barriga solidária no Brasil, explicando como funciona o procedimento, quais são as exigências da legislação e quais cuidados são necessários para garantir um processo seguro e juridicamente válido.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é uma barriga solidária?

A barriga solidária é um procedimento no qual uma mulher se dispõe a gestar um bebê para outra pessoa ou casal, sem receber qualquer tipo de pagamento ou benefício financeiro.

Esse processo é permitido no Brasil, desde que seja realizado de forma altruísta, ou seja, sem caráter comercial.

A gestação ocorre por meio da técnica de fertilização in vitro, na qual o embrião, geralmente formado com material genético dos pais biológicos ou de doadores, é implantado no útero da gestante substituta.

Diferente da adoção, a barriga solidária permite que os pais tenham um filho biológico, ainda que não possam gestá-lo.

No Brasil, essa prática deve seguir normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que define os critérios para a realização do procedimento de forma ética e legal.

Como funciona o processo de barriga solidária?

O processo da barriga solidária envolve diversas etapas que garantem a segurança e a legalidade do procedimento.

O primeiro passo é a avaliação médica e psicológica dos envolvidos, tanto da mulher que cederá o útero quanto dos futuros pais.

Isso é essencial para garantir que todos estejam preparados para os desafios físicos e emocionais da gestação.

Após essa etapa inicial, é realizado o procedimento de fertilização in vitro, no qual o embrião é gerado em laboratório e, posteriormente, transferido para o útero da gestante substituta.

Essa fase é feita com acompanhamento médico rigoroso para aumentar as chances de sucesso da gestação.

Durante toda a gravidez, a gestante substituta passa por acompanhamento pré-natal, assim como qualquer outra gestante, garantindo a saúde do bebê e da própria gestante.

Após o nascimento, a criança deve ser registrada no nome dos pais biológicos ou intencionais, conforme determina a legislação.

Para que tudo ocorra de maneira segura e dentro da lei, é essencial que as partes envolvidas firmem um contrato detalhado, que esclareça os direitos e deveres de cada um, prevenindo conflitos e garantindo a segurança jurídica do processo.

Onde a barriga solidária é legal?

A legalidade da barriga solidária varia de país para país. No Brasil, o procedimento é permitido, desde que siga as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Em outros países, as regras podem ser diferentes.

Nos Estados Unidos, a prática é comum e, em alguns estados, é permitida até mesmo a compensação financeira para a gestante substituta, caracterizando a chamada “barriga de aluguel”.

No entanto, em países como França e Alemanha, a gestação por substituição é proibida, independentemente de ser remunerada ou altruísta.

Outros países, como o Reino Unido e o Canadá, permitem a barriga solidária, mas sem fins lucrativos, assim como ocorre no Brasil.

Por isso, antes de iniciar um processo de barriga solidária, é fundamental conhecer as leis do país onde o procedimento será realizado, garantindo que tudo ocorra de forma legal e segura.

É permitida a barriga solidária no Brasil?

Sim, a barriga solidária é permitida no Brasil, mas deve seguir as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), atualmente reguladas pela Resolução nº 2.320/2022.

Essa normativa define as regras para que a gestação por substituição ocorra de maneira ética e segura, sem qualquer tipo de exploração ou abuso.

No Brasil, o procedimento não pode ter caráter comercial, ou seja, a mulher que cede o útero não pode receber dinheiro ou benefícios financeiros pelo ato.

Além disso, a gestante substituta deve ser, preferencialmente, parente de até quarto grau de um dos futuros pais, salvo em casos excepcionais, em que uma autorização do Conselho Regional de Medicina (CRM) pode ser solicitada.

Outra exigência importante é que todas as partes envolvidas devem dar consentimento livre e esclarecido, formalizando sua decisão por meio de um documento assinado.

Também é necessário um acompanhamento médico e psicológico para garantir a saúde e o bem-estar de todos os envolvidos no processo.

Quanto ganha uma barriga solidária?

No Brasil, a gestante substituta não recebe pagamento por ceder o útero. O procedimento deve ser feito de forma altruísta, ou seja, sem qualquer tipo de compensação financeira.

A prática de “barriga de aluguel”, na qual há pagamento pelo serviço, é proibida por lei.

No entanto, a legislação permite que a família beneficiária cubra os custos da gestação, como despesas médicas, exames, consultas e eventuais gastos diretamente relacionados à gravidez.

Isso garante que a gestante substituta não tenha prejuízos financeiros, mas, ao mesmo tempo, evita qualquer forma de comercialização do processo.

Qual a diferença de barriga de aluguel para barriga solidária?

A principal diferença entre barriga de aluguel e barriga solidária está na questão financeira.

A barriga de aluguel ocorre quando a gestante substituta recebe uma compensação financeira para gestar o bebê, prática que não é permitida no Brasil.

Já a barriga solidária é um ato de solidariedade, no qual a mulher cede temporariamente seu útero sem fins lucrativos, apenas com o reembolso de eventuais despesas médicas e gestacionais.

Essa é a única forma legal de gestação por substituição no Brasil.

A barriga solidária no Brasil exige vínculo de parentesco entre a gestante e os beneficiários?

Sim, a regulamentação do Conselho Federal de Medicina determina que a mulher que cede o útero deve ser, preferencialmente, parente consanguínea de até quarto grau de um dos beneficiários.

Isso inclui mãe, irmã, tia ou prima. A exigência busca evitar que a prática tenha caráter comercial ou exploratório.

No entanto, em casos excepcionais, o Conselho Regional de Medicina (CRM) pode autorizar a gestação por substituição mesmo sem esse vínculo de parentesco, desde que sejam respeitadas todas as demais exigências legais e éticas.

Quais são os requisitos legais para a formalização da barriga solidária?

Para que a barriga solidária ocorra dentro da legalidade no Brasil, alguns requisitos essenciais devem ser cumpridos.

O primeiro é a ausência de caráter comercial, ou seja, a gestante substituta não pode receber pagamento pelo serviço, apenas o reembolso de despesas médicas e relacionadas à gestação.

Outro requisito fundamental é o parentesco consanguíneo de até quarto grau entre a gestante e um dos beneficiários, salvo casos excepcionais autorizados pelo CRM.

Além disso, todas as partes envolvidas devem expressar seu consentimento de forma livre e consciente, formalizando o acordo por escrito.

Antes de iniciar o processo, tanto os futuros pais quanto a gestante substituta devem passar por avaliações médicas e psicológicas, garantindo que estão aptos a seguir com a gestação.

Também é altamente recomendável a formalização de um contrato entre as partes, para evitar conflitos e esclarecer responsabilidades.

Preciso de advogado para regularizar a barriga solidária?

Embora a presença de um advogado não seja obrigatória, contar com assessoria jurídica é altamente recomendável.

A elaboração de um contrato detalhado entre as partes envolvidas é essencial para garantir que todos os direitos e deveres sejam respeitados, prevenindo conflitos futuros.

Além disso, um advogado especializado pode auxiliar na interpretação das normas legais, na obtenção de autorizações especiais junto ao CRM, caso necessário, e no registro da criança após o nascimento.

Isso evita complicações jurídicas e garante que o processo seja realizado com total segurança.

Assim sendo, a barriga solidária é uma alternativa viável para casais e indivíduos que desejam ter filhos, mas não podem levar a gestação adiante.

No Brasil, o procedimento é permitido, desde que siga as diretrizes do CFM e respeite todas as exigências legais.

Para que tudo ocorra dentro da legalidade e com segurança, é fundamental contar com o apoio de profissionais médicos, psicológicos e jurídicos.

Um recado final para você!

imagem representando advogado

Em caso de dúvidas, busque assistência jurídica!

Sabemos que o tema “barriga solidária” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

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