Cessão de direitos hereditários: o que é e como funciona?
Você sabia que é possível transferir sua parte da herança antes da partilha? Descubra o que é a cessão de direitos hereditários e como ela funciona.
A cessão de direitos hereditários é um procedimento jurídico que permite que um herdeiro transfira sua parte na herança para outra pessoa, antes mesmo da partilha dos bens.
Esse processo pode ser útil em diversas situações, como quando o herdeiro não tem interesse em administrar a parte da herança ou deseja vender seus direitos a um terceiro.
Porém, como qualquer transação legal, envolve regras específicas e cuidados importantes.
Este artigo foi desenvolvido para esclarecer de forma simples e direta o que é a cessão de direitos hereditários, como ela funciona, os requisitos legais, impostos envolvidos e os cuidados que você precisa ter ao optar por esse tipo de transação.
Se você tem dúvidas sobre o tema ou está considerando realizar uma cessão, continue lendo para entender tudo o que você precisa saber.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é cessão de direitos hereditários?
- Como funciona a cessão de direitos hereditários?
- O contrato particular de cessão de direito à herança é válido?
- Quais são os riscos da cessão de direitos hereditários?
- Qual imposto incide na cessão de direitos hereditários?
- Quem paga o ITBI na cessão de direitos hereditários?
- Precisa de advogado para fazer cessão de direitos hereditários?
- Um recado final para você!
- Autor
O que é cessão de direitos hereditários?
A cessão de direitos hereditários é o ato jurídico pelo qual um herdeiro (cedente) transfere sua parte na herança, de forma total ou parcial, para outra pessoa (cessionário).
Esse procedimento é regido pelo Código Civil Brasileiro, especificamente no artigo 1.793, que estabelece que a cessão deve ser formalizada por meio de escritura pública em cartório.
Essa transferência de direitos não implica na transmissão imediata da posse dos bens, mas apenas dos direitos sobre eles.
Em termos práticos, o cessionário assume a parte do herdeiro cedente na herança, ou seja, o direito sobre os bens a serem partilhados.
Esse processo é importante em situações em que o herdeiro não tem interesse na parte da herança ou quando deseja transferir sua parte para um terceiro.
Por exemplo, um herdeiro que não quer ou não pode administrar um imóvel da herança pode ceder seus direitos a outra pessoa, possibilitando que essa pessoa possa, posteriormente, pleitear a partilha formal e o registro no cartório de imóveis.
Como funciona a cessão de direitos hereditários?
A cessão de direitos hereditários funciona como um contrato formal entre o herdeiro cedente e o cessionário, em que o cedente transfere a parte de seus direitos na herança.
Esse processo exige alguns cuidados e formalidades. O primeiro passo é a elaboração de uma escritura pública de cessão de direitos hereditários, que deve ser lavrada em cartório.
A escritura deve ser assinada por todas as partes envolvidas, sendo elas o cedente e o cessionário, e também por testemunhas, garantindo sua validade.
Em seguida, é necessário que a cessão seja registrada no processo de inventário.
O cessionário, após a formalização da cessão, passa a ter direito sobre a parte da herança do cedente, podendo, por exemplo, reivindicar sua quota de bens.
Porém, a transferência efetiva dos bens, como um imóvel, só ocorrerá após a partilha formal e o registro no cartório de imóveis, quando a herança for de bens imóveis.
Vale ressaltar que a cessão de direitos hereditários não transfere imediatamente a posse ou a administração dos bens, como o direito de usar o imóvel ou de obter renda dele.
A cessão apenas transfere os direitos sobre a herança, e os bens permanecem sob a administração dos herdeiros até a partilha.
Pode fazer cessão de direitos hereditários sem inventário?
Sim, é possível realizar a cessão de direitos hereditários antes do inventário.
A cessão pode ser feita de forma antecipada, ou seja, o herdeiro pode transferir sua parte da herança para outra pessoa mesmo sem a abertura formal do inventário.
Isso é permitido, mas vale destacar que a transferência só será efetiva após o processo de inventário.
A cessão de direitos hereditários nesse contexto se torna um instrumento útil, especialmente quando os herdeiros querem facilitar a partilha ou quando desejam ceder os direitos sobre a herança antes da conclusão do inventário.
No entanto, após a formalização da cessão, o cessionário ainda terá que passar pelo processo de inventário para regularizar a situação da herança e para que a partilha e o registro dos bens sejam feitos de acordo com a lei.
É importante que todas as formalidades legais sejam observadas para garantir a validade da cessão, principalmente em relação à documentação necessária e aos impostos envolvidos.
O contrato particular de cessão de direito à herança é válido?
O contrato particular de cessão de direitos hereditários não é válido para transferir a parte da herança de um herdeiro.
Para que a cessão de direitos hereditários tenha validade jurídica, ela deve ser formalizada por meio de escritura pública de cessão de direitos hereditários.
A legislação brasileira exige que a cessão seja registrada em cartório para garantir sua autenticidade e eficácia.
O instrumento particular de cessão não possui a formalidade necessária, o que pode comprometer a validade do negócio jurídico.
A escritura pública é fundamental para assegurar que o processo transcorra de maneira legal, evitando futuros questionamentos por parte de outros herdeiros ou por parte do cessionário.
Quais são os riscos da cessão de direitos hereditários?
Embora a cessão de direitos hereditários seja uma prática legal e útil, ela envolve alguns riscos que devem ser cuidadosamente avaliados antes de ser formalizada.
Um dos maiores riscos é o possível questionamento por outros herdeiros.
Se a cessão não for devidamente acordada entre todos os herdeiros, outros podem questionar a validade do processo, o que pode gerar litígios durante o inventário.
Outro risco é a possibilidade de nulidade da cessão, caso não seja realizada de acordo com a legislação, ou caso o contrato não seja registrado corretamente em cartório.
Isso pode acarretar em perda de direitos e dificuldades para o cessionário reivindicar sua parte da herança durante a partilha.
Além disso, em algumas situações, a cessão pode gerar implicações fiscais, como a cobrança do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) e, no caso de cessão onerosa, o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis).
Esses tributos podem gerar custos adicionais, que devem ser analisados antes da formalização da cessão.
Qual imposto incide na cessão de direitos hereditários?
Na cessão de direitos hereditários, dois impostos podem incidir: o ITCMD e o ITBI.
O ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) incide sobre a cessão gratuita de direitos hereditários.
Cada estado brasileiro possui sua própria alíquota e regras de arrecadação desse imposto.
Por outro lado, o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) incide quando a cessão é onerosa e envolve a transferência de bens imóveis.
Esse imposto é cobrado pelo município onde o imóvel está localizado, e a alíquota varia de acordo com a legislação municipal.
É fundamental que os envolvidos na cessão de direitos hereditários compreendam a tributação envolvida, tanto para a cessão gratuita quanto para a onerosa, para evitar surpresas fiscais no futuro.
Quem paga o ITBI na cessão de direitos hereditários?
O ITBI é de responsabilidade do cessionário nas cessões onerosa, ou seja, quando há pagamento envolvido na transação.
O ITBI incide sobre o valor do bem que está sendo transferido, e a alíquota é determinada pelo município onde o bem está localizado.
A responsabilidade pelo pagamento do ITBI é atribuída ao cessionário, que deverá se certificar de cumprir todas as exigências legais para regularizar a propriedade dos bens transferidos.
Isso inclui o recolhimento do imposto antes do registro da escritura de cessão de direitos hereditários no cartório competente.
Precisa de advogado para fazer cessão de direitos hereditários?
Embora a cessão de direitos hereditários possa ser realizada diretamente entre as partes, é altamente recomendável contar com a orientação de um advogado especializado.
O advogado será responsável por assegurar que todos os aspectos legais do processo sejam seguidos corretamente, evitando erros que possam comprometer a validade da cessão ou gerar complicações futuras.
A orientação jurídica também é essencial para garantir que a cessão esteja de acordo com as leis aplicáveis, para o
correto pagamento de impostos como o ITCMD e o ITBI, e para evitar disputas entre herdeiros.
Além disso, o advogado pode ajudar a elaborar um modelo de cessão de direitos hereditários adequado, que atenda às necessidades específicas de cada situação.
Em resumo, a cessão de direitos hereditários é um processo que oferece flexibilidade para herdeiros que desejam transferir sua parte na herança antes da partilha formal.
No entanto, é essencial que o procedimento seja realizado de acordo com as formalidades legais, e que todos os riscos, custos e tributos sejam avaliados adequadamente.
Contar com a assistência de um advogado especializado pode garantir que o processo transcorra sem problemas e que os direitos de todas as partes envolvidas sejam respeitados.
Se você está considerando realizar uma cessão de direitos hereditários, procure um advogado especializado para garantir que todo o processo seja conduzido corretamente e de acordo com a legislação vigente.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “cessão de direitos hereditários” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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