O que é o empréstimo sobre a RMC? Como calcular?
Você sabe o que é o empréstimo sobre a RMC? Você sabia que pode ter um empréstimo ativo em cima da sua RMC mesmo sem nunca ter pedido?
Você pode estar pagando por um empréstimo sem nem saber que contratou.
Isso tem acontecido com muitos aposentados, pensionistas e servidores públicos que foram surpreendidos por descontos mensais ligados à RMC, Reserva de Margem Consignável.
O que poucos sabem é que esse tipo de empréstimo pode ser ativado sem clareza, geralmente quando o banco libera um valor na sua conta vinculado ao cartão de crédito consignado, sem explicar que se trata de uma contratação com juros e descontos automáticos.
A pessoa recebe o valor achando que é um benefício do cartão, mas na verdade está entrando em um empréstimo disfarçado, que consome parte da aposentadoria ou salário todos os meses.
Muitas vezes, o cartão nem é desbloqueado, e mesmo assim o desconto já aparece no contracheque. Isso não é raro — e pode configurar prática abusiva.
Neste artigo, você vai entender de forma simples como funciona o empréstimo sobre a RMC, quando ele é legal, quando se torna ilegal e o que fazer para cancelar ou contestar cobranças indevidas.
Se você notou descontos que não reconhece ou recebeu um valor inesperado e agora está sendo descontado, esse conteúdo vai te mostrar como recuperar o controle e proteger sua renda.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é o empréstimo sobre a RMC?
- Como funciona o empréstimo sobre a RMC?
- Quem pode pedir o empréstimo sobre a RMC?
- Como conferir se tenho empréstimo sobre a RMC?
- Quando o empréstimo sobre a RMC é ilegal?
- Como cancelar o empréstimo sobre a RMC?
- Como faço para receber de volta a RMC?
- Um recado final para você!
- Autor
O que é o empréstimo sobre a RMC?
O empréstimo sobre a RMC (Reserva de Margem Consignável) é um tipo de crédito vinculado ao cartão de crédito consignado, em que o banco libera um valor em dinheiro diretamente na conta do cliente, utilizando a margem de 5% reservada exclusivamente para esse tipo de operação.
O problema é que, em muitos casos, o consumidor nem sabe que está contratando um empréstimo, pois acredita estar apenas recebendo um “limite extra” ou um “bônus” do cartão.
Na prática, esse empréstimo funciona assim: ao contratar (ou muitas vezes sem perceber que contratou) um cartão de crédito consignado, parte do limite desse cartão é transformado em dinheiro e depositado na sua conta.
Porém, esse valor começa a ser descontado automaticamente do seu benefício ou salário, mês a mês, com juros e encargos incluídos, como se fosse um empréstimo convencional.
E tudo isso sem que tenha havido uma explicação clara ou autorização expressa e consciente.
Esse tipo de operação é frequentemente envolto em falta de transparência, linguagem técnica confusa e abordagens comerciais abusivas, principalmente com aposentados, pensionistas e servidores.
Por isso, é comum que o beneficiário só perceba o que aconteceu quando os descontos já estão ativos.
Se você recebeu um valor inesperado do banco e agora está vendo parcelas mensais sendo descontadas sem ter feito um pedido de empréstimo, pode estar diante de um empréstimo sobre a RMC disfarçado de “facilidade”.
E, nesses casos, é possível cancelar o contrato, pedir a devolução do que foi pago e até indenização, dependendo do caso.
Você tem direito à informação clara, ao consentimento consciente e, acima de tudo, ao respeito sobre como seu benefício é usado.
Como funciona o empréstimo sobre a RMC?
O empréstimo sobre a RMC (Reserva de Margem Consignável) funciona como uma antecipação de dinheiro usando o limite do cartão de crédito consignado, que é descontada diretamente da sua aposentadoria, pensão ou salário.
A diferença é que, ao invés de usar o cartão para fazer compras, o banco deposita um valor na sua conta como se fosse um empréstimo comum.
Mas o que parece uma facilidade pode esconder um problema sério: os descontos começam automaticamente, com juros altos, mesmo que você não tenha solicitado esse dinheiro de forma clara ou formal.
Na prática, funciona assim: o banco libera um cartão de crédito consignado — muitas vezes embutido no contrato de um empréstimo — e usa a margem de 5% do seu benefício (a RMC) para garantir o pagamento mínimo da fatura.
Depois, ele oferece ou já libera uma quantia em dinheiro usando parte desse limite do cartão.
O cliente, muitas vezes sem saber que está entrando em outra dívida, recebe esse valor como se fosse um “extra” ou “adiantamento”, e os descontos já começam a aparecer mês a mês no contracheque.
O grande problema é que muitos consumidores não entendem que isso é um empréstimo com juros, vinculado ao cartão, e que não tem as mesmas regras e limites dos empréstimos consignados comuns.
Por isso, é comum que essa operação seja feita sem informação adequada, sem consentimento real, e com desconto automático, o que pode configurar prática abusiva ou até ilegalidade.
Se você começou a receber descontos sem ter solicitado empréstimo diretamente, ou recebeu um valor inesperado na conta e agora está pagando por ele todo mês, pode estar sendo vítima desse tipo de operação.
E nesses casos, é possível cancelar, exigir a devolução do valor pago e proteger sua margem consignável.
Entender como funciona o empréstimo sobre a RMC é o primeiro passo para não cair em armadilhas e defender o que é seu por direito.
Quem pode pedir o empréstimo sobre a RMC?
O empréstimo sobre a RMC (Reserva de Margem Consignável) pode ser oferecido a aposentados, pensionistas do INSS e servidores públicos que tenham margem disponível e estejam aptos a contratar cartão de crédito consignado.
Isso porque a RMC está diretamente vinculada a esse tipo específico de cartão — não é um empréstimo consignado comum.
Na prática, o banco libera um valor em dinheiro usando parte do limite do cartão de crédito consignado, e o desconto das parcelas é feito diretamente no benefício ou salário, comprometendo até 5% da renda mensal.
Mas, embora esses grupos possam ser autorizados a contratar, é preciso muita atenção: muitos beneficiários recebem esse valor sem entender que estão contratando um empréstimo, ou sequer sabem que ativaram um cartão consignado.
Por isso, mesmo que aposentados, pensionistas e servidores tenham o perfil para esse tipo de operação, a contratação só é válida se for feita com clareza, informação adequada e consentimento consciente.
Se isso não aconteceu, ou se você começou a sofrer descontos sem entender a origem, pode estar diante de uma prática abusiva — e tem o direito de cancelar, reaver valores pagos e, se for o caso, buscar indenização.
O simples fato de ter margem disponível não autoriza o banco a agir por conta própria. Seu benefício é protegido por lei e só pode ser usado com a sua permissão clara e informada.
Como conferir se tenho empréstimo sobre a RMC?
Se você desconfia que tem um empréstimo sobre a RMC (Reserva de Margem Consignável) ativo, ou está sofrendo descontos no seu benefício sem saber exatamente por quê, é fundamental verificar com atenção seus dados no Meu INSS.
Muitas pessoas só descobrem esse tipo de contratação quando já estão pagando há meses por um valor que nem sabiam ter recebido.
Por isso, aqui vai um passo a passo simples e direto para você conferir se tem um empréstimo vinculado à RMC:
1. Acesse o portal Meu INSS (site ou aplicativo)
Entre no meu.inss.gov.br ou abra o aplicativo no seu celular. Faça login com seu CPF e senha cadastrada no Gov.br.
2. Busque a opção “Extrato de Empréstimos Consignados (HISCRE)”
Na página inicial, digite na busca “extrato de empréstimos”. Clique na opção correspondente. Esse extrato mostra todos os contratos ativos e já quitados no seu benefício.
3. Veja se há contrato vinculado a “cartão de crédito consignado” ou “RMC”
Se aparecer algum contrato com esse nome, ou termos como “reserva de margem”, “cartão consignado” ou “reserva cartão”, é sinal de que há margem reservada para esse tipo de operação.
4. Verifique se houve liberação de valor em dinheiro
Clique nos detalhes do contrato e observe se há data de liberação de valor, valor total do crédito e prazo de pagamento.
Se sim, é provável que tenha ocorrido um empréstimo sobre o cartão consignado, usando a RMC.
5. Confirme se há descontos no seu contracheque ou extrato bancário
Consulte também o Extrato de Pagamento de Benefício (Histórico de Crédito).
Veja se há descontos mensais com descrições como “cartão de crédito consignado” ou “RMC”, mesmo sem você ter usado cartão algum.
Se você identificar esse tipo de contrato e não reconhece ter solicitado, ativado ou usado o cartão de crédito consignado, há indícios de que o empréstimo foi feito sem o seu consentimento real — o que é ilegal.
Nesse caso, você pode pedir o cancelamento do contrato, a devolução dos valores cobrados indevidamente e, se necessário, acionar a Justiça com apoio de um advogado.
Quando o empréstimo sobre a RMC é ilegal?
O empréstimo sobre a RMC (Reserva de Margem Consignável) se torna ilegal quando é contratado sem o seu consentimento claro, sem explicações adequadas ou de forma disfarçada, especialmente quando você não sabe que está aceitando um cartão de crédito consignado ou que aquela quantia recebida é, na verdade, uma dívida.
Muitos bancos e financeiras, infelizmente, aproveitam brechas ou a falta de informação para embutir cartões de crédito consignados nos contratos de empréstimos comuns.
A partir disso, liberam um valor como se fosse um “presente”, “crédito rápido” ou “bônus do cartão”, sem explicar que se trata de um empréstimo com juros, que será descontado diretamente do seu benefício.
O consumidor, na maioria das vezes, só percebe quando o desconto já aparece no contracheque — e aí pode ser tarde para evitar o prejuízo.
Esse tipo de contratação é ilegal quando:
- Não há informação clara e completa sobre o produto contratado;
- Você não autorizou de forma consciente o uso da RMC;
- Não houve assinatura válida ou houve falsificação digital;
- O valor foi creditado na sua conta sem pedido formal;
- Você nunca desbloqueou ou usou o cartão, mas mesmo assim começou a pagar.
Além disso, é considerada prática abusiva, segundo o Código de Defesa do Consumidor (art. 6º e art. 39), quando o banco age de forma desleal, omite informações ou impõe serviços sem o conhecimento do cliente.
E nesse tipo de situação, você tem direito de cancelar o contrato, exigir a devolução dos valores pagos com correção e, dependendo do caso, pedir indenização por danos morais.
Receber um valor inesperado e descobrir que está preso a um contrato que nunca pediu não é facilidade — é abuso. E você não precisa aceitar isso calado.
Como cancelar o empréstimo sobre a RMC?
Se você descobriu que está pagando por um empréstimo feito sobre a RMC (Reserva de Margem Consignável) — muitas vezes sem ter solicitado conscientemente — saiba que é seu direito cancelar essa operação e recuperar o que foi cobrado indevidamente.
Esse tipo de empréstimo é frequentemente liberado sem transparência, usando o limite do cartão de crédito consignado e gerando descontos automáticos no seu benefício, mesmo sem o uso do cartão.
Veja abaixo como cancelar esse empréstimo e proteger sua renda:
a) Identifique o contrato no Meu INSS
Acesse o meu.inss.gov.br ou use o aplicativo Meu INSS e vá até a opção “Extrato de Empréstimos Consignados (HISCRE)”.
Localize o contrato com descrição como “cartão de crédito consignado”, “RMC” ou “reserva de margem”. Anote o número do contrato e o nome da instituição financeira.
b) Entre em contato com o banco responsável
Com esses dados em mãos, ligue ou vá até o banco que liberou o valor. Solicite o cancelamento imediato do contrato do cartão consignado e do empréstimo sobre a RMC, além da liberação da margem de 5% e suspensão dos descontos mensais.
Exija um comprovante por escrito ou protocolo de atendimento.
c) Solicite a devolução dos valores descontados
Peça também a restituição de todos os valores cobrados indevidamente, com correção monetária.
Se o banco se recusar ou dificultar o processo, isso reforça o abuso e pode gerar direito à indenização por danos morais.
d) Registre uma reclamação no Banco Central e Procon
Caso o banco se negue a resolver, faça uma queixa no site do Banco Central (bcb.gov.br) e no Procon da sua cidade.
Essas entidades fiscalizadoras podem pressionar o banco a corrigir a situação com mais agilidade.
e) Procure um advogado de confiança
Se mesmo com as tentativas administrativas o problema continuar, ou se você sofreu prejuízo financeiro ou constrangimento, procure ajuda jurídica.
Um advogado poderá entrar com ação judicial para cancelar o contrato, pedir a devolução em dobro dos valores pagos e solicitar indenização, quando cabível.
Você não é obrigado a pagar por um empréstimo que não pediu ou não entendeu que estava contratando.
Como faço para receber de volta a RMC?
Se você descobriu que está pagando por uma RMC sem ter autorizado claramente ou sem ter usado o cartão de crédito consignado, é possível sim recuperar esse valor.
O primeiro passo é verificar no Meu INSS se existe um contrato ativo de cartão consignado vinculado ao seu benefício e identificar os descontos mensais relacionados a ele.
Se você nunca solicitou esse serviço ou não foi informado de forma clara sobre as condições do contrato, há fortes indícios de prática abusiva por parte do banco.
Nesse caso, você deve procurar a instituição financeira, exigir o cancelamento do contrato e solicitar a devolução dos valores cobrados.
Caso o banco se recuse ou dificulte o processo, você pode registrar uma reclamação no Procon e no Banco Central.
Se ainda assim o problema persistir, é altamente recomendável procurar um advogado, que poderá entrar com uma ação judicial para pedir o reembolso com correção e, se houver constrangimento ou prejuízo, até uma indenização.
O mais importante é saber que, se o desconto aconteceu sem seu consentimento real, você tem direito à restituição.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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