Médico plantonista: como funciona a contratação?

Você sabe como funciona a contratação de médico plantonista e seus direitos trabalhistas? Neste artigo, explicamos tudo o que você precisa saber sobre essa modalidade.

Médico plantonista: como funciona a contratação?

Médico plantonista: como funciona a contratação?

Se você é médico ou está em busca de entender melhor como funciona a vida e os direitos de um médico plantonista, esse artigo é pra você.

A ideia aqui é esclarecer, com uma linguagem leve e direta, tudo o que envolve esse tipo de trabalho tão essencial para a saúde pública e privada.

Desde a forma de contratação até os direitos em caso de demissão, vamos conversar sobre os pontos mais relevantes que, muitas vezes, passam despercebidos, mas que fazem toda a diferença no seu bolso e na sua segurança jurídica.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

Quem é o médico plantonista?

O médico plantonista é aquele profissional que atua em regime de plantão, geralmente em turnos prolongados de 12 horas, cobrindo horários em que os atendimentos precisam funcionar de forma ininterrupta, como madrugadas, fins de semana e feriados.

Ele pode trabalhar em setores como pronto-socorro, UTI, ambulâncias, enfermarias e até por telemedicina, desde que esteja regularmente inscrito no CRM.

Esse tipo de atuação é comum tanto entre médicos especialistas quanto generalistas, sendo inclusive uma porta de entrada para muitos recém-formados.

O plantonista costuma ser o primeiro a atender o paciente, o que exige agilidade, raciocínio clínico rápido e preparo emocional, já que os casos envolvem urgências, emergências e decisões em tempo real.

Com isso, a função vai além do atendimento: inclui a tomada de decisões críticas, comunicação com a equipe e preenchimento correto dos prontuários e relatórios médicos.

Apesar de parecer um trabalho pontual, a atuação do plantonista costuma ter rotina própria, com escalas fixas e responsabilidades específicas. Por isso, mesmo sendo um trabalho flexível em muitos aspectos, ele exige comprometimento e preparo contínuo.

Como um médico plantonista é contratado?

A contratação do médico plantonista pode ocorrer de três formas principais: como celetista, como pessoa jurídica (PJ) ou como autônomo. Cada uma dessas modalidades tem implicações diferentes em termos de direitos, obrigações e autonomia profissional.

Quando o vínculo é formalizado via CLT, o médico tem a carteira assinada e passa a ter acesso a todos os direitos trabalhistas, como férias, 13º, FGTS e seguro-desemprego.

Nesse modelo, o plantonista se submete às normas da Consolidação das Leis do Trabalho, o que inclui jornada limitada e obrigações do empregador em relação a encargos e adicionais.

No entanto, nem sempre essa é a forma escolhida pelas instituições, justamente por ser mais onerosa para elas.

Já na contratação como PJ, o médico abre um CNPJ e presta serviços mediante emissão de nota fiscal. Nesse formato, não existe vínculo empregatício formal e o pagamento costuma ser por plantão ou hora trabalhada.

O modelo é vantajoso pela liberdade de agenda e maior remuneração por turno, mas não oferece garantias como estabilidade, licenças remuneradas ou verbas rescisórias. A responsabilidade por impostos, aposentadoria e gestão financeira é do próprio médico.

Por fim, o trabalho como autônomo, embora menos comum, ainda é praticado por médicos que fazem plantões eventuais sem formalização por contrato ou CNPJ. Essa é uma forma frágil de prestação de serviços, pois, além de não haver vínculo, a tributação costuma ser mais alta e não há nenhuma proteção legal em caso de imprevistos.

O médico plantonista tem direito a horas extras?

O direito às horas extras depende diretamente da forma como o médico plantonista é contratado. Veja a comparação do modelo CLT com o PJ:

Situação CLT PJ / Autônomo
Horas extras acima da jornada legal Sim, com adicional mínimo de 50% Não há direito, salvo se for reconhecido vínculo empregatício
Plantão além do combinado (12×36) Deve ser pago como hora extra Não gera pagamento automático; depende de acordo contratual
Trabalho em domingos e feriados Adicional de 100%, salvo compensação Sem previsão legal obrigatória
Adicional noturno (22h às 5h) Sim, com acréscimo de 20% Depende de cláusula contratual específica
Intervalo não concedido Deve ser indenizado como hora extra Não previsto automaticamente, pode ser discutido judicialmente

Vale lembrar que a hora noturna é contabilizada de forma reduzida: 52 minutos e 30 segundos equivalem a uma hora de trabalho legal.

No caso do médico contratado como PJ ou autônomo, esses direitos não são garantidos automaticamente, pois não existe vínculo empregatício. Mas, se houver indícios de relação de trabalho (como jornada fixa e subordinação), é possível buscar esse reconhecimento na Justiça.

Nesses casos, o apoio jurídico é fundamental.

Quais são os direitos trabalhistas de um médico plantonista?

Se você é plantonista com vínculo CLT, pode respirar um pouco mais aliviado: seus direitos são protegidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. Isso inclui:

Além disso, se você for exposto a riscos físicos, químicos ou biológicos, pode ter direito ao adicional de insalubridade, que varia entre 10% e 40% sobre o salário mínimo, dependendo da avaliação do ambiente de trabalho.

Já para médicos PJ ou autônomos, a situação é mais delicada. Nessa modalidade, não há direitos trabalhistas automáticos. Nada de férias, 13º, adicional noturno ou FGTS.

Tudo depende do que foi combinado em contrato e, principalmente, da caracterização (ou não) de um vínculo de emprego. E é aqui que entra, mais uma vez, a importância de um advogado para avaliar o seu caso.

Quais as vantagens e desvantagens de ser médico plantonista?

Ser médico plantonista oferece vantagens consideráveis, principalmente no que diz respeito à flexibilidade de horários e à possibilidade de aumentar a renda mensal.

Como o pagamento é feito por plantão ou hora, muitos profissionais conseguem acumular turnos em diferentes locais e garantir uma remuneração superior à de um cargo fixo.

Outro benefício está na diversidade de experiências clínicas. O plantonista lida com diferentes tipos de pacientes, em situações variadas, o que enriquece a formação prática e aumenta a capacidade de tomada de decisão.

Além disso, o regime de plantões pode permitir dias livres durante a semana, algo valioso para quem busca conciliar outras atividades ou especializações.

Porém, há desvantagens relevantes. O trabalho em plantões exige alta resistência física e emocional, especialmente em ambientes de emergência, UTI ou pronto-atendimento. A rotina pode afetar o sono, o convívio social e até a saúde mental do profissional.

Outro ponto negativo é a falta de garantias trabalhistas, principalmente para quem atua como PJ. Se você ficar doente, não tem afastamento remunerado. Se precisar tirar férias, vai deixar de receber.

E vale lembrar: trabalhar como PJ não é sinônimo de autonomia total.

Muitos médicos são obrigados a seguir regras rígidas, escalas fixas e ainda prestar contas, mesmo sem carteira assinada. Isso pode configurar pejotização irregular, situação que pode ser questionada judicialmente com auxílio de um bom advogado.

Como a jornada de trabalho de um médico plantonista é definida?

Como a jornada de trabalho de um médico plantonista é definida?

Como a jornada de trabalho de um médico plantonista é definida?

A jornada do médico plantonista é geralmente estruturada no sistema 12×36: 12 horas de plantão, seguidas por 36 horas de descanso. Esse formato é amplamente utilizado por hospitais, clínicas e até unidades públicas de saúde.

E sim, ele é legal, desde que formalizado em contrato individual ou convenção coletiva.

Durante o plantão de 12 horas, você tem direito a pelo menos 1 hora de intervalo para descanso ou refeição. Caso esse intervalo não seja concedido, ele deve ser pago como hora extra com acréscimo mínimo de 50%.

Além disso, a legislação prevê um intervalo mínimo de 11 horas entre dois plantões consecutivos, para garantir a recuperação do profissional. E mais: mesmo trabalhando em domingos ou feriados, o médico plantonista tem direito ao descanso semanal remunerado.

No caso dos profissionais contratados como PJ, essas regras não se aplicam automaticamente. A jornada, os intervalos e os descansos devem estar definidos no contrato de prestação de serviços.

Mas, se a rotina imposta for idêntica à de um empregado, existe margem para questionamento jurídico e possível reconhecimento de vínculo.

Em caso de demissão, quais são os direitos de um médico plantonista?

Se você tem carteira assinada e é demitido sem justa causa, tem direito a:

Se a demissão acontecer por justa causa, aí a situação muda. Você perde o direito ao aviso prévio, 13º proporcional, férias proporcionais e saque do FGTS com multa. Só recebe o saldo de salário e férias vencidas, se houver.

Também existe a possibilidade de demissão consensual, quando empregador e empregado entram em acordo. Nesse caso, o aviso e a multa do FGTS são pagos pela metade, e você pode sacar até 80% do FGTS, mas perde o direito ao seguro-desemprego.

Para quem trabalha como PJ, a “demissão” não existe formalmente. O contrato pode ser encerrado a qualquer momento, sem aviso prévio ou pagamento de verbas rescisórias.

Mas se a relação for típica de emprego, vale buscar auxílio jurídico para tentar reconhecer o vínculo e exigir os direitos devidos.

Um médico plantonista precisa de advogado em caso de perda de direitos?

A verdade é que sim, você provavelmente vai precisar de um advogado. Principalmente se estiver atuando como PJ ou autônomo e começar a perceber que está sendo tratado como empregado, mas sem os direitos garantidos.

Um advogado especializado pode analisar sua rotina de trabalho, revisar contratos, verificar se há subordinação, habitualidade e pessoalidade, e, com base nisso, ingressar com ação trabalhista para reconhecimento do vínculo de emprego.

Isso pode garantir o pagamento retroativo de férias, 13º, FGTS, horas extras, adicionais e até indenizações.

Além disso, mesmo quem tem carteira assinada pode precisar de orientação para verificar se a rescisão foi feita corretamente, se houve pagamento adequado das verbas ou se existe algum direito negado, como insalubridade, adicional noturno ou acúmulo de função.

Em resumo: quando seus direitos são violados, buscar orientação jurídica é essencial para não sair no prejuízo.

Um recado final para você!

Imagem representando um advogado.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema “médico plantonista: como funciona a contratação?” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. clique aqui!

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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