Emprestei dinheiro e a pessoa sumiu: como cobrar?

Emprestar dinheiro e ver a pessoa desaparecer é uma situação frustrante, mas a lei oferece caminhos para recuperar o valor. Entenda quando e como é possível cobrar judicialmente quem não devolveu o dinheiro.

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Emprestei dinheiro e a pessoa sumiu, o que fazer?

Emprestar dinheiro é um gesto de confiança. Muitas vezes você ajuda alguém em um momento difícil e espera apenas que a pessoa cumpra o que prometeu.

Mas quando o devedor some, ignora suas mensagens ou cria desculpas, surge a dúvida sobre como recuperar o que é seu. Essa situação é comum e pode ser resolvida com organização e informação.

A boa notícia é que a lei brasileira oferece caminhos claros para quem quer cobrar uma dívida, mesmo quando não existe contrato escrito ou testemunhas.

Por isso, entender os primeiros passos e saber quais provas usar faz toda a diferença. A seguir, você verá como agir desde o início até a cobrança judicial.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!

O que fazer primeiro quando alguém não devolve meu dinheiro?

Quando alguém não devolve o seu dinheiro, o primeiro passo é tentar resolver de forma amigável, mas já pensando em reunir provas.

Mesmo sem contrato formal, você pode juntar mensagens de WhatsApp, e-mails, prints, áudios e comprovantes de transferências que demonstrem o empréstimo. Esses documentos fortalecem sua posição desde o começo.

Depois disso, vale enviar uma cobrança escrita e educada, deixando claro o valor devido e o prazo combinado.

Essa comunicação mostra boa-fé e também reforça a existência da dívida, além de incentivar o devedor a responder. Em muitos casos, só essa atitude já faz a pessoa reaparecer.

Se o silêncio continuar, é sinal de que você precisa se preparar para a via jurídica. A organização das provas desde o início facilita muito o andamento do processo e aumenta as chances de recuperar o dinheiro.

Por isso, quanto antes você agir, melhor.

Como provar que emprestei dinheiro para essa pessoa?

A maior dúvida de quem empresta dinheiro informalmente é se é possível provar a dívida sem contrato assinado. A resposta é sim.

A Justiça aceita conversas digitais, comprovantes de PIX, extratos bancários e, até mesmo, gravações feitas pela própria pessoa como provas válidas. Esses registros mostram o pedido de empréstimo e a promessa de devolução.

Quando há transferência bancária, a prova fica ainda mais forte porque é possível demonstrar que o valor saiu da sua conta e foi para o devedor.

Combinado com mensagens que mencionam a dívida, esse conjunto probatório costuma ser suficiente para comprovar o empréstimo. Isso significa que você não depende de um documento formal para exercer seu direito.

Mesmo que você não tenha testemunhas, esses elementos escritos já sustentam uma ação judicial. Por isso, sempre salve prints, extratos e conversas. Esses detalhes simples são decisivos no momento da cobrança.

Posso cobrar judicialmente o dinheiro sem contrato escrito?

Sim, você pode cobrar judicialmente sem contrato escrito.

Posso cobrar na Justiça sem contrato escrito?

Sim, você pode cobrar judicialmente sem contrato escrito. A lei não exige um documento formal para reconhecer a existência de uma dívida.

Basta ter algum registro escrito, como comprovantes de transferência e conversas mencionando o empréstimo. Com essas provas, é possível ingressar com uma ação monitória, que é mais rápida e eficiente.

Se você não tiver nenhuma prova escrita, ainda existe a opção da ação de cobrança tradicional.

Nesse caso, o processo exige mais esforço probatório e pode incluir testemunhas ou circunstâncias que confirmem a entrega do dinheiro.

Embora demore mais, essa via também tem sido usada com sucesso por muitos credores.

O mais importante é não acreditar no mito de que sem contrato não há como cobrar. Há, sim. E os tribunais reconhecem plenamente os empréstimos informais quando existe boa-fé e provas mínimas da transação.

Quanto tempo tenho para cobrar o dinheiro na Justiça?

O prazo para cobrar judicialmente uma dívida entre particulares costuma ser de 10 anos. Esse período começa a contar a partir da data em que o pagamento deveria ter sido feito.

Ou seja, se você emprestou o dinheiro em janeiro e combinaram a devolução para março, o prazo começa a valer em março.

Esse prazo de 10 anos segue o entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça para empréstimos informais. É um prazo longo, mas não é ilimitado.

Por isso, deixar a dívida “rolar” por tempo demais pode enfraquecer sua prova e tornar mais difícil localizar o devedor. Quanto mais cedo você agir, maiores as chances de sucesso.

Vale lembrar que contratos escritos, quando existem, podem ter prazos diferentes. Mas no empréstimo pessoal comum (entre amigos, conhecidos ou familiares) o prazo de 10 anos é o que vale na maioria dos casos.

Posso cobrar meu dinheiro mesmo sem testemunhas?

Sim, é perfeitamente possível cobrar sem testemunhas.

Hoje, provas digitais têm peso significativo, e basta apresentar conversas que confirmem o empréstimo, comprovantes de PIX ou extratos bancários.

Esses documentos mostram claramente que houve entrega de dinheiro e promessa de devolução.

As testemunhas se tornam importantes apenas quando não há nenhum registro escrito. Nessas situações, o processo se torna mais complexo, pois a prova depende unicamente das declarações das pessoas envolvidas.

Mas se você tiver prints e comprovantes, elas nem sempre são necessárias.

Por isso, o ideal é sempre guardar todas as trocas de mensagens e comprovantes de transferência. Esses pequenos cuidados evitam dificuldades no futuro e dão segurança jurídica ao seu pedido.

Como funciona a ação judicial para recuperar meu dinheiro?

A ação judicial vai depender das provas que você possui. Se houver registro escrito, como mensagens e comprovantes, o caminho mais rápido é a ação monitória.

Nela, você apresenta as provas ao juiz, que pode determinar que o devedor pague em curto prazo.

Se ele não apresentar defesa, essa decisão vira automaticamente um título executivo judicial, permitindo penhora de contas e bens.

Se você não tiver prova escrita suficiente, a via será a ação de cobrança tradicional. Nesse tipo de processo, o juiz analisa a origem da dívida, ouve as partes e, se necessário, colhe depoimentos de testemunhas.

Embora demore mais, ainda assim é um caminho seguro para quem tem poucas provas.

Depois da sentença favorável, começa a fase de execução, na qual o juiz pode buscar bens, bloquear valores e adotar medidas para garantir o pagamento.

Nessas etapas, a orientação jurídica faz grande diferença.

Um advogado sabe qual ação é mais vantajosa, quais provas são suficientes e quais sistemas podem ser usados para localizar bens do devedor. Isso acelera o processo e aumenta a chance de recuperação do valor.

Um recado final para você!

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Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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