Participação final nos aquestos: como funciona esse regime?

O regime de participação final nos aquestos é um dos mais complicados. Por isso, você precisa conhecer as peculiaridades dele para evitar problemas futuros!

Participação Final nos Aquestos

Entenda tudo sobre o regime de participação final nos aquestos e suas vantagens!

A participação final nos aquestos é um regime de bens no qual os cônjuges possuem maior autonomia na administração de seus bens.

Além disso, eles assumem, individualmente, as responsabilidades e obrigações contraídas na constância do matrimônio.

O casamento costuma ser um dos momentos mais felizes da vida de qualquer pessoa.

Contudo, antes dele acontecer, você precisa discutir algumas questões importantes, como qual regime de bens escolher, por exemplo.

Assim, dentre os regimes disponíveis para a escolha de vocês, existe a participação final nos aquestos.

Entretanto, como é um assunto complicado, você pode ter algumas dúvidas nesse momento.

Por isso, é importante que você entenda como funciona esse modelo de separação de bens. Desse modo, não terá nenhuma surpresa durante seu casamento.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7

O que é participação final nos aquestos?

O regime de participação final nos aquestos é um dos regimes menos adotados em matrimônios no Brasil, justamente por ser muito complexo. Assim, a confusão inicia-se já no nome, com a palavra “aquestos”, que não é comum no dia-a-dia.

Então, a palavra “aquesto”, com base no dicionário compacto do direito, significa:

“Bem adquirido na constância do casamento”

Portanto, você pode entender que esse regime quer dizer a participação final dos cônjuges nos bens adquiridos durante o casamento.

Assim, no regime de participação final nos aquestos, tanto você quanto sua esposa possuem um patrimônio próprio e individual, que não entra na partilha. Contudo, ao fim da relação de vocês, no divórcio, você irão partilhar os bens que adquiriram durante o casamento.

Desse modo, esse regime é como uma junção da separação total de bens com a comunhão parcial de bens. Por isso, é  um regime complexo.

O que é um aquesto?

O aquesto é um termo jurídico que se refere a um pedido ou requerimento formal feito ao juiz ou tribunal em um processo judicial. Esse tipo de solicitação é comum em diversas áreas do direito, como civil, administrativo e penal.

O intuito do aquesto é obter uma decisão judicial sobre um determinado assunto, sendo uma ferramenta crucial para que as partes façam valer seus direitos.

Por exemplo, em um caso em que uma pessoa busca a antecipação de tutela para garantir o recebimento de pensão alimentícia, ela poderia apresentar um aquesto explicando a urgência da situação e fundamentando seu pedido com base na legislação pertinente. O juiz, então, avaliaria a solicitação e decidiria se a tutela seria concedida.

Em resumo, o aquesto é um instrumento vital no processo judicial que possibilita que as partes solicitem decisões sobre questões específicas, contribuindo para a efetividade do sistema de justiça

Como ocorre a divisão dos bens no regime de participação final nos aquestos em caso de divórcio?

No regime de participação final nos aquestos, tanto você quanto sua esposa têm a liberdade de administrar seus bens pessoais sem restrições.

Por exemplo, se você possui um imóvel adquirido antes do casamento, poderá vendê-lo sem necessitar da autorização dela.

Ao final da união, cada um mantém seu patrimônio pessoal, enquanto os bens adquiridos em conjunto serão partilhados. Isso significa que será necessário levantar todos os bens que cada um possuía antes do casamento e os que existem ao seu término.

Somente os bens comprados durante a relação serão considerados para a partilha.

Assim, no divórcio cada uma das partes ficará com:

Contudo, assim como em outros regimes de bens, também há exceções para a participação final nos aquestos. São elas:

Além disso, a participação final nos aquestos requer que vocês tenham uma boa contabilidade a respeito dos bens de cada um.

Desse modo, há uma perícia ao fim do casamento para determinar quais bens entrarão na partilha. Por isso, a divisão de bens na participação final nos aquestos é mais demorada, devido à sua complexidade.

Quais os outros tipos de regimes de bens?

Os regimes de bens são os conjuntos de regras que regulam a administração e a partilha dos bens no casamento ou na união estável.

No Brasil, existem diferentes tipos de regimes de bens, e cada um possui características específicas que impactam a gestão e a divisão dos bens adquiridos antes e durante a relação.

Aqui estão os principais tipos de regimes de bens:

Comunhão parcial de bens

Este é o regime mais comum no Brasil e é aplicado automaticamente quando não há uma escolha explícita por outro regime.

Nesse regime, todos os bens adquiridos durante o casamento são considerados comuns, enquanto os bens que cada cônjuge possuía antes do casamento permanecem como bens particulares. Em caso de divórcio, os bens comuns são divididos igualmente entre os cônjuges.

Comunhão universal de bens

Nesse regime, todos os bens, tanto os adquiridos antes do casamento quanto os adquiridos durante a união, são considerados bens comuns.

Os cônjuges compartilham todos os bens de forma igualitária, independentemente de quem os adquiriu. Essa opção deve ser escolhida por meio de um pacto antenupcial.

Separação de bens

Neste regime, os bens adquiridos antes e durante o casamento permanecem de propriedade exclusiva de cada cônjuge.

Não há comunicação de bens, e cada um é responsável por sua própria administração e dívidas. Este regime também deve ser estabelecido por meio de pacto antenupcial.

Separação obrigatória de bens

Este regime é imposto por lei em algumas situações específicas, como no caso de um dos cônjuges ser menor de idade ou ter sido casado anteriormente e não ter se divorciado.

Aqui, todos os bens adquiridos antes e durante o casamento são de propriedade exclusiva de cada cônjuge.

Comunhão de acertos

Este regime é menos conhecido e ocorre quando os cônjuges decidem que apenas os bens adquiridos durante o casamento serão comuns, mas que também terão a possibilidade de uma divisão proporcional de bens, de acordo com o que cada um investiu.

Pacto antenupcial

Embora não seja um regime em si, o pacto antenupcial é um documento que permite aos cônjuges estabelecer as regras que regerão a relação patrimonial, podendo optar por qualquer um dos regimes de bens já mencionados. Esse pacto deve ser formalizado por escritura pública antes do casamento.

Quando termina o regime de participação final nos aquestos?

O fim do regime de bens escolhido se dará com a separação de fato. Esta regra, inclusive, vale tanto para o casamento civil quanto para a união estável.

O regime de bens termina em algumas situações específicas, que podem variar dependendo do tipo de regime escolhido. Aqui estão as principais circunstâncias em que o regime de bens chega ao fim:

O término do casamento por divórcio é uma das principais razões para a extinção do regime de bens.

Quando o divórcio é formalizado, os bens que eram comuns ao casal são partilhados conforme o regime de bens adotado e as regras estabelecidas no pacto antenupcial, se houver.

Se o casamento for anulado judicialmente, o regime de bens também é extinto.

Nesse caso, a partilha dos bens segue as mesmas diretrizes do divórcio, considerando a situação específica de cada caso.

No caso de falecimento de um dos cônjuges, o regime de bens termina.

A partilha dos bens do falecido será feita conforme as regras de sucessão, que podem envolver a divisão dos bens entre os herdeiros, incluindo o cônjuge sobrevivente.

Em algumas situações, a separação judicial pode levar ao término do regime de bens, especialmente se os cônjuges optarem por um novo pacto antenupcial ou uma mudança no regime de bens.

Contudo, a separação não extingue o regime de bens de imediato; ele persiste até o divórcio.

Os cônjuges podem decidir alterar o regime de bens durante o casamento, desde que formalizem essa mudança por meio de um novo pacto antenupcial.

Isso não extingue o regime anterior imediatamente, mas estabelece novas regras para a gestão patrimonial a partir do momento da mudança.

Além disso, é possível que qualquer um dos regimes definido por meio de contrato antenupcial seja modificado durante o casamento.

Para que isso aconteça, no entanto, você e sua esposa precisam apresentar, juntos, uma justificativa ao juiz, que concederá autorização para mudança do regime escolhido.

Quais são as vantagens do regime de participação final nos aquestos?

Ao considerar a gestão patrimonial no casamento, é essencial analisar as diferentes opções disponíveis.
A seguir, estão algumas vantagens que podem ser especialmente relevantes ao escolher um regime que promova a colaboração e a proteção dos bens de cada cônjuge:
vantagens do regime de participação final nos aquestos

Conheça as vantagens do regime de participação final nos aquestos!

  • Flexibilidade na gestão dos bens

Durante o casamento, cada cônjuge mantém a propriedade exclusiva dos bens que adquiriu, podendo administrá-los sem a necessidade de consentimento do outro. Isso proporciona maior autonomia e liberdade para a gestão financeira de cada um.

  • Divisão justa na partilha

Em caso de divórcio ou falecimento, apenas os bens adquiridos durante o casamento são considerados para a partilha. Essa abordagem permite que cada cônjuge tenha direito a uma parte dos bens acumulados, sem a necessidade de dividir todos os bens pessoais que possuíam antes do casamento.

  • Incentivo à contribuição mútua

O regime de participação final nos aquestos incentiva os cônjuges a contribuírem mutuamente para o patrimônio familiar. Como cada um tem a oportunidade de participar da construção do patrimônio do casal, isso pode estimular a colaboração e o trabalho em equipe.

  • Proteção dos bens pessoais

Os bens que cada cônjuge possuía antes do casamento permanecem como propriedade individual, o que pode ser vantajoso em situações de endividamento ou problemas financeiros. Isso protege o patrimônio pessoal de um cônjuge em caso de dificuldades financeiras do outro.

  • Simplicidade na partilha

No momento da dissolução da união, a partilha se dá de forma simples e clara, pois é feita apenas sobre os bens adquiridos durante o casamento. Isso pode facilitar o processo de divórcio, tornando-o menos contencioso e mais direto.

  • Planejamento sucessório

O regime de participação final nos aquestos permite um melhor planejamento sucessório, uma vez que cada cônjuge pode definir de forma mais clara a destinação de seus bens pessoais, sem a necessidade de dividir tudo com o outro.

  • Menor risco de conflitos

A autonomia na gestão dos bens pessoais pode reduzir conflitos sobre a administração dos bens, já que cada cônjuge é responsável por suas aquisições e decisões financeiras.

Embora o regime de participação final nos aquestos ofereça várias vantagens, é fundamental que os casais discutam suas expectativas e objetivos financeiros antes de optar por esse regime.

Um pacto antenupcial bem elaborado pode esclarecer as regras e assegurar que ambas as partes estejam cientes e de acordo com as implicações dessa escolha!

Conclusão

A participação final nos aquestos é um regime de bens que proporciona uma gestão autônoma dos patrimônios pessoais dos cônjuges, ao mesmo tempo que garante uma divisão justa dos bens adquiridos durante o casamento.

Esse modelo favorece a liberdade individual na administração dos bens antes da união, permitindo que cada parte possa dispor de seus ativos sem necessidade de consentimento do outro.

Ao término da relação, a partilha se concentra nos bens adquiridos a título oneroso durante o matrimônio, promovendo uma separação clara entre o que é particular e o que é comum.

Contudo, essa abordagem exige um controle contábil rigoroso dos bens e, em muitos casos, uma perícia para determinar quais ativos serão partilhados.

Essa complexidade pode resultar em um processo de divisão mais demorado.

Assim, enquanto o regime proporciona segurança e autonomia, também demanda uma boa comunicação e entendimento mútuo entre os cônjuges sobre suas posses.

Portanto, a participação final nos aquestos pode ser uma escolha vantajosa para casais que valorizam a individualidade, mas que desejam, ao mesmo tempo, assegurar uma distribuição equitativa de bens adquiridos durante a vida em comum.

Um recado final para você!

Advogado especialista em participação final nos aquestos

Em caso de dúvidas, procure assistência para lidar com a participação final nos aquestos.

Sabemos que este tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • LUIZ FOTO

    •Advogado familiarista, cogestor do VLV Advogados Membro Associado do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) Capacitação pela AASP em questões de direito civil, especialmente direito das famílias/sucessões e pela PUC/RJ em alienação parental e perícias psicológicas

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