Liberdade Provisória: Pode acontecer na audiência de custódia?
Entenda, aqui, o que vai acontecer durante a sua audiência de custódia e o que o seu advogado poderá fazer por você!
A audiência de custódia é um direito de todo preso garantido pelo Supremo Tribunal Federal, desde o ano de 2015.
Seu objetivo, é garantir a todo cidadão brasileiro, preso em flagrante, o direito de ser apresentado a um juiz antes que sua prisão em flagrante seja convertida em prisão preventiva.
Por isso, seu advogado pode fazer o pedido da liberdade provisória em uma audiência de custódia.
Mas afinal, pode-se obter liberdade provisória nessa audiência? Quais são os critérios? Quais são os passos a seguir?
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato:
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Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é audiência de custódia?
- Para que serve a audiência de custódia?
- O que é liberdade provisória?
- A liberdade provisória pode ser concedida na audiência de custódia?
- Quais são os critérios para concessão de liberdade provisória?
- O que são medidas cautelares na liberdade provisória?
- Quando a liberdade provisória não é concedida?
- O que é a prisão preventiva e quando ela pode ser decretada?
- O que acontece se o juiz negar a liberdade provisória?
- Quanto tempo dura a liberdade provisória?
- A liberdade provisória é um direito de todos?
- O que acontece se a pessoa em liberdade provisória não comparecer ao fórum?
- Quais são as bases da legislação sobre a liberdade provisória?
- Qual o papel do advogado na audiência de custódia?
- Qual a importância de contratar um advogado especializado?
- Conclusão
- Um recado importante para você!
- Autor
O que é audiência de custódia?
A audiência de custódia é um direito previsto para qualquer pessoa presa em flagrante. Ela deve ser apresentada a um juiz no prazo de 24 horas após a prisão, de acordo com a Resolução nº 213/2015do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Nessa audiência, o juiz avalia se a prisão foi legal e se o detido deve permanecer preso ou ser liberado.
Esse é um dos momentos mais críticos para o preso, pois além de verificar a regularidade da prisão, o juiz também avalia aspectos relacionados à dignidade humana, como se houve abuso ou violência durante a prisão.
Além disso, o juiz decide sobre a manutenção da prisão ou a possibilidade de liberdade provisória.
Para que serve a audiência de custódia?
A audiência de custódia é o primeiro contato da pessoa presa com o Poder Judiciário, e sua função é fundamental: garantir que a detenção seja feita de forma legal e respeitosa aos direitos humanos.
Nessa audiência, o juiz pode tomar algumas decisões, como:
- elaxar a prisão se for constatada alguma ilegalidade;
- Conceder liberdade provisória com ou sem a imposição de medidas cautelares;
- Decidir pela prisão preventiva caso entenda que existem razões para manter a pessoa detida;
- Encaminhar o preso para assistência social ou médica, se necessário.
O que é liberdade provisória?
A liberdade provisória é a possibilidade de o preso responder ao processo em liberdade, mesmo após ser detido em flagrante. Essa liberdade pode ser concedida com ou sem o pagamento de fiança e está prevista no Código de Processo Penal Brasileiro (CPP).
Existem duas modalidades de liberdade provisória:
Liberdade provisória sem fiança: concedida quando o juiz entende que não há necessidade de manter a pessoa presa, e também não considera adequado exigir pagamento.
Liberdade provisória com fiança: quando o juiz fixa um valor a ser pago como garantia de que o acusado irá comparecer aos atos processuais e cumprir as determinações legais.
A liberdade provisória pode ser concedida na audiência de custódia?
Sim, a audiência de custódia é o momento ideal para que a defesa do preso solicite a liberdade provisória.
Durante essa audiência, o advogado ou defensor público pode apresentar argumentos e provas que demonstrem que não há necessidade de manter a pessoa presa até o julgamento.
O juiz, ao avaliar a situação do preso, pode optar por conceder a liberdade provisória, desde que não existam fatores que justifiquem a manutenção da prisão, como risco à ordem pública, à vítima ou ao andamento do processo.
Quais são os critérios para concessão de liberdade provisória?
Alguns critérios podem influenciar a decisão do juiz na concessão da liberdade provisória:
Ausência de antecedentes criminais: se a pessoa presa não tem histórico de crimes, as chances de obter a liberdade provisória são maiores.
Gravidade do crime: crimes mais leves, que não envolvem violência ou grave ameaça, têm mais chances de resultar em liberdade provisória.
Circunstâncias pessoais: o juiz pode levar em conta a situação pessoal do preso, como emprego, residência fixa e família, para avaliar se ele oferece ou não risco de fuga.
Comportamento durante a prisão: se não houve resistência ou violência por parte do preso, isso pode ser considerado positivamente.
O que são medidas cautelares na liberdade provisória?
Ao conceder a liberdade provisória, o juiz pode impor algumas medidas cautelares. Essas medidas têm o objetivo de garantir que o acusado não cometa novos crimes, não fuja e compareça aos atos processuais.
Entre as medidas cautelares mais comuns, podemos destacar:
Comparecimento periódico em juízo: o acusado deve se apresentar regularmente ao fórum para demonstrar que está cumprindo as determinações da Justiça.
Proibição de contato com determinadas pessoas, como a vítima ou testemunhas.
Recolhimento domiciliar: o acusado deve permanecer em casa durante a noite.
Monitoramento eletrônico: uso de tornozeleira eletrônica para controlar os movimentos do acusado.
Suspensão de atividades profissionais: aplicada em casos específicos, como crimes cometidos no exercício da profissão.
Quando a liberdade provisória não é concedida?
Em alguns casos, o juiz pode negar a liberdade provisória. Isso geralmente ocorre quando:
Há risco à ordem pública: se o juiz entender que o preso representa perigo para a sociedade ou para a vítima, ele pode optar por mantê-lo preso.
Risco de fuga: quando há evidências de que o acusado pode tentar fugir para evitar o processo.
Agravamento da conduta: se o crime foi cometido com violência ou grave ameaça, as chances de liberdade provisória são menores.
Reincidência criminal:pessoas com antecedentes criminais, especialmente por crimes semelhantes, podem ter mais dificuldade em obter a liberdade provisória.
O que é a prisão preventiva e quando ela pode ser decretada?
A prisão preventiva é outra medida que pode ser decidida durante a audiência de custódia.
Ela ocorre quando o juiz decide que a pessoa deve permanecer presa até o julgamento, por entender que há riscos caso ela seja solta, de acordo com as condições estabelecidas no artigo 312 do Código de Processo Penal (CPP).
A prisão preventiva pode ser aplicada em casos como:
- Garantia da ordem pública ou econômica;
- Conveniência da instrução criminal (evitar que o preso interfira na colheita de provas ou intimide testemunhas);
- Assegurar a aplicação da lei penal (impedir que o acusado fuja).
O que acontece se o juiz negar a liberdade provisória?
Se o juiz decidir pela manutenção da prisão e decretar a prisão preventiva, o advogado pode tomar algumas medidas para tentar reverter essa decisão.
Uma das alternativas é a solicitação de habeas corpus, um pedido para que um tribunal superior analise se a prisão é realmente necessária.
Outra possibilidade é o pedido de revogação da prisão preventiva, caso surjam novas circunstâncias que justifiquem a liberdade provisória.
Quanto tempo dura a liberdade provisória?
A liberdade provisória dura até o final do processo, a menos que o acusado descumpra alguma das medidas cautelares impostas pelo juiz.
Se isso acontecer, a prisão preventiva pode ser decretada.
A liberdade provisória é um direito de todos?
Não exatamente. Como citamos anteriormente, a liberdade provisória é analisada caso a caso.
Pessoas acusadas de crimes violentos ou que representem risco à sociedade podem não ter direito a essa medida.
O ideal é sempre consultar um advogado para analisar o seu caso.
O que acontece se a pessoa em liberdade provisória não comparecer ao fórum?
Se a pessoa em liberdade provisória não comparecer ao fórum conforme determinado pelo juiz, ela pode enfrentar sérias consequências.
A principal delas é a revogação da liberdade provisória, ou seja, o juiz pode decretar sua prisão preventiva, que é a prisão sem prazo determinado, até o julgamento do processo.
Além disso, o não comparecimento pode ser interpretado como um descumprimento das medidas cautelares impostas pelo juiz, o que pode levar a sanções adicionais.
O acusado pode perder o direito de responder ao processo em liberdade e ser preso novamente.
Isso ocorre para garantir que o réu não tente fugir ou comprometer o andamento do processo judicial.
Quais são as bases da legislação sobre a liberdade provisória?
Código de Processo Penal (CPP)
Artigos 310 a 314 tratam sobre a prisão em flagrante, audiência de custódia e a concessão de liberdade provisória.
Constituição Federal de 1988
Artigo 5º, incisos LXI a LXVI, garantem os direitos do preso, incluindo a apresentação ao juiz e o relaxamento da prisão.
Resolução nº 213/2015 do CNJ
Regulamenta a realização de audiências de custódia em todo o território nacional.
Lei nº 12.403/2011
Alterou dispositivos do Código de Processo Penal, introduzindo medidas cautelares diversas da prisão.
Qual o papel do advogado na audiência de custódia?
O papel do advogado na audiência de custódia é fundamental. Ele será o responsável por garantir que os direitos do preso sejam respeitados e por apresentar argumentos em favor da liberdade provisória.
Entre as funções do advogado estão:
- Analisar a legalidade da prisão: se houver qualquer irregularidade na forma como a prisão foi feita, o advogado pode solicitar o relaxamento da prisão.
- Solicitar a liberdade provisória: caso a prisão seja considerada legal, o advogado pode argumentar que o acusado tem condições de responder em liberdade.
- Apresentar medidas cautelares alternativas: o advogado pode sugerir ao juiz medidas cautelares que sejam suficientes para garantir a presença do acusado no processo, evitando a prisão preventiva.
Qual a importância de contratar um advogado especializado?
Os pedidos certos precisam ser feitos no momento correto para que as suas chances de conseguir a liberdade sejam aumentadas. Por isso, é imprescindível que seu advogado seja especializado em Direito Penal.
Isso porque um profissional especializado, por conhecer os pormenores do processo criminal, é a melhor opção para que você passe por esse momento com muito mais tranquilidade.
Além disso, apenas o advogado criminal está apto a desenvolver estratégias para que seja comprovado que, ao ser solto, você não representará nenhum risco para o processo ou para a sociedade.
Conclusão
A audiência de custódia é um momento essencial para que o juiz avalie a legalidade da prisão em flagrante e decida sobre a possibilidade de liberdade provisória.
A concessão dessa liberdade depende de diversos fatores, como a gravidade do crime, os antecedentes do preso e a sua conduta.
Contar com um advogado especializado é crucial para garantir que todos os direitos sejam respeitados e que as chances de obter a liberdade provisória sejam maximizadas. Em um processo penal, os detalhes fazem a diferença, e estar bem assessorado é a melhor forma de enfrentar esse desafio.
Um recado importante para você!
Sabemos que o tema Liberdade Provisória pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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