O que é liberdade provisória e quando é concedida?

Entenda o que é liberdade provisória, quando ela pode ser concedida e quais são os requisitos legais para sua aplicação. Saiba como garantir esse direito em casos de prisão.

imagem representando liberdade provisória.

O que é liberdade provisória e quando é concedida?

A liberdade provisória é uma medida que permite ao acusado aguardar seu julgamento em liberdade, ao invés de permanecer preso preventivamente, desde que não haja motivos que justifiquem a manutenção da prisão.

Para que a liberdade provisória seja concedida, o juiz deve avaliar se o réu oferece riscos à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, levando em consideração a gravidade do crime e a situação do acusado.

Em geral, a liberdade provisória é mais comum em casos de crimes menos graves, mas pode ser concedida sob condições!

Como, por exemplo, o comparecimento periódico em juízo, a proibição de sair do país ou o pagamento de fiança.

A decisão sobre a liberdade provisória pode ser revista pelo juiz, e, caso seja negada, o réu tem o direito de recorrer.

Essa garantia legal assegura o princípio da presunção de inocência, conforme a Constituição Federal, e é fundamental para que a pessoa não seja punida antes de uma condenação definitiva.

Vamos entender melhor? Neste artigo, explicamos como funciona a liberdade provisória e quando ela pode ser concedida ao acusado de um crime.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é a liberdade provisória?

A liberdade provisória é um instituto do Direito Penal que permite ao acusado aguardar o julgamento em liberdade, ao invés de ser mantido em prisão preventiva.

Ela é concedida quando o juiz avalia que não há necessidade de manter a pessoa presa, considerando que ela não oferece risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal.

A liberdade provisória é um direito do réu, assegurado pela Constituição Federal de 1988, e visa garantir a presunção de inocência, já que a pessoa não pode ser considerada culpada sem uma sentença condenatória transitada em julgado.

No entanto, a concessão desse benefício depende da análise de vários fatores, como a

Desse modo, para ser concedida, o juiz primeiro precisa avaliar o pedido de liberdade provisória e, com base nas circunstâncias do caso, tomar a decisão.

Como funciona a liberdade provisória?

A liberdade provisória é uma forma de permitir que uma pessoa acusada de um crime responda ao processo em liberdade, em vez de ficar presa preventivamente.

Ela não significa que a pessoa está absolvida ou que o processo acabou; apenas que não precisa aguardar o julgamento na prisão.

Mas como funciona na prática?

Na prática, o pedido de liberdade provisória é feito pela defesa do acusado, geralmente um advogado ou defensor público.

Esse pedido ocorre logo após a prisão em flagrante ou durante a prisão preventiva.

Após o pedido, o juiz vai avaliar se há ou não necessidade de manter o acusado preso. Neste caso, ele considera questões como

Em não havendo tais riscos, o juiz pode conceder a liberdade provisória. 

Em alguns casos, o juiz determina o pagamento de um valor para conceder a liberdade (fiança). Já em outros casos, a liberdade provisória pode ser concedida sem pagamento.

Vale destacar que a pessoa continua respondendo o processo normalmente, mesmo em liberdade.

Quando o juiz concede a liberdade provisória?

O juiz concede a liberdade provisória quando entende que não há necessidade de manter a pessoa presa enquanto o processo está em andamento.

Em geral, o juiz analisa a gravidade do crime, o comportamento do acusado, os riscos que ele representa e a possibilidade de medidas alternativas.

Mas em quais situações o juiz pode optar pela liberdade provisória? Vejamos!

Um caso muito comum é quando ocorre um crime sem violência e com pena baixa. 

Se uma pessoa, por exemplo, furta um objeto de pequeno valor e for réu primário, o juiz pode entender que mantê-lo preso seria excessivo.

Outro caso é quando há situação social favorável e colaboração do acusado.

Por exemplo, se uma pessoa é presa em flagrante por um delito considerado leve e demonstra estar colaborando com a investigação, tem emprego fixo, família e bons antecendentes.

Por fim, um caso comum é o excesso de prazo na prisão preventiva.

Isto é, se a prisão preventiva durar muito tempo sem que o processo avance, o advogado pode pedir a liberdade provisória com base no princípio do “prazo razoável” do processo.

Se o juiz entender que o atraso viola esse direito, pode conceder a liberdade.

Nesses momentos, ter um advogado atuante faz diferença, pois ele é quem apresenta ao juiz os argumentos e documentos que mostram que a prisão não é necessária.

A liberdade provisória precisa de fiança?

A liberdade provisória não exige necessariamente o pagamento de fiança.

Ela pode ser concedida sem fiança, dependendo do caso, quando o juiz entende que não há necessidade de medidas coercitivas adicionais para garantir a presença do acusado durante o processo.

Contudo, em algumas situações, a fiança pode ser exigida como condição para a concessão da liberdade provisória, principalmente em casos de crimes de menor gravidade.

A fiança serve como uma garantia de que o acusado cumprirá as obrigações processuais, como comparecer aos atos do processo, evitando a prisão preventiva.

No entanto, a Constituição Federal de 1988 prevê que alguns crimes são inafiançáveis, ou seja, não admitem a concessão de liberdade provisória com fiança.

Isso inclui o crime de racismo, conforme o artigo 5º, inciso XLII, e os crimes hediondos e equiparados, conforme o artigo 5º, inciso XLIV, da Constituição. 

Portanto, embora a liberdade provisória possa ser concedida com fiança em diversos casos, essa possibilidade não se aplica a todos os crimes.

Estou em liberdade provisória. O que fazer?

Se você está em liberdade provisória, isso significa que pode responder ao processo fora da prisão, mas ainda está sendo acusado de um crime.

Ou seja, o processo continua, e você deve seguir algumas regras e responsabilidades importantes para não correr o risco de voltar à prisão.

1. Cumpra todas as condições impostas pelo juiz

Norlamente, o juiz determina algumas obrigações chamadas medidas cautelares. As mais comuns são:

Descumprir qualquer uma dessas regras pode fazer o juiz revogar sua liberdade.

2. Compareça as audiências e convocações 

É fundamental não faltar a nenhum ato do processo. Se for chamado para uma audiência e não aparecer sem justificativa, isso pode ser entendido como tentativa de fugir do processo.

3. Mantenha contato com seu advogado

O advogado vai te orientar sobre os próximos passos, prazos e cuidados. Ele também pode apresentar novos pedidos ou recorrer caso surjam decisões desfavoráveis.

4. Evite qualquer nova infração penal

Cometer outro crime durante o processo agrava muito a situação. Além de responder por um novo delito, isso mostra ao juiz que você não respeitou a confiança da Justiça ao conceder a liberdade.

5. Leve uma vida discreta e responsável

Manter rotina de trabalho ou estudo, ajudar em casa, e evitar confusões mostra que você está disposto a seguir as regras e mudar de postura, o que pode ser positivo para a sua imagem no processo.

Qual o papel do advogado na liberdade provisória?

O advogado tem um papel essencial na obtenção da liberdade provisória.

Ele é o profissional responsável por analisar o caso, identificar se há ilegalidades na prisão ou se não existem motivos suficientes para mantê-la, e então formular o pedido ao juiz. 

Isso pode ser feito logo após a prisão em flagrante ou a qualquer momento do processo, caso surjam novas circunstâncias favoráveis ao acusado.

O advogado também apresenta documentos, provas e argumentos que mostram que o réu pode responder em liberdade sem comprometer a investigação ou a ordem pública.

Além disso, depois que a liberdade provisória é concedida, o advogado continua atuando para garantir que os direitos do acusado sejam respeitados. 

Ele orienta seu cliente sobre as medidas cautelares impostas, acompanha o andamento do processo e garante que o acusado saiba o que deve ou não fazer.

Essa atuação constante, portanto, é fundamental. Tem dúvidas sobre seu caso? Procure assistência jurídica e esclareça sua situação! Clique aqui!

Liberdade provisória X relaxamento de prisão X revogação da prisão

É muito comum que as pessoas encontrem os termos “liberdade provisória”, “relaxamento de prisão” e “revogação da prisão” e não saibam diferenciá-los entre si.

Vamos entender como funciona cada um deles e quando eles são aplicáveis em um caso!

a) Liberdade provisória

O juiz permite que o acusado responda ao processo em liberdade, mesmo que tenha sido preso em flagrante ou preventivamente.

O processo continua, mas o réu não precisa ficar preso enquanto ele acontece.

Pode haver condições (medidas cautelares), como se apresentar ao fórum, não sair da cidade, entre outras.

b) Relaxamento de prisão

Ocorre quando o juiz reconhece que a prisão foi ilegal desde o início (por exemplo, sem flagrante válido ou sem ordem judicial).

É uma medida de correção: o juiz anula a prisão imediatamente. Não depende da situação do acusado, mas sim de um erro ou abuso na forma como ele foi preso.

c) Revogação da prisão

Acontece quando a prisão preventiva foi legal no início, mas não é mais necessária com o passar do tempo.

O juiz analisa que a situação mudou (ex: fim da investigação, acusado não oferece mais risco) e cancela a prisão que ele mesmo decretou.

Pode ser substituída por liberdade com ou sem medidas cautelares.

Um recado importante para você!

Imagem representando advogado para liberdade provisória.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema liberdade provisória pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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