O que é homicídio doloso? Entenda as diferenças e penas
Entenda, aqui, o que é o homicídio doloso e suas consequências legais! Além disso, entenda o que fazer em casos de acusação deste crime.
O homicídio é um dos crimes contra a vida e pode ser caracterizado como homicídio doloso e homicídio culposo.
No entanto, enquanto na modalidade culposa não existe a intenção de matar, quem comete o homicídio doloso possui o objetivo de acabar com a vida da vítima.
O homicídio doloso acontece quando há dolo. Ou seja, quando uma pessoa mata outra intencionalmente.
Além disso, quando o agente assume o risco de matar, conforme as ações que se dispõe a realizar, o crime pode ser interpretado como homicídio doloso também.
Tendo isso em vista, essa modalidade se torna um tanto mais complexa, já que a consideramos como um crime mais delicado.
Neste artigo, você vai entender as nuances entre essas classificações e as implicações legais de cada uma.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é homicídio doloso?
- O que é um ato dolo?
- O que é um homicídio qualificado?
- O que é homicídio triplamente qualificado?
- Qual é a diferença entre homicídio culposo e doloso?
- Qual o pior, doloso ou culposo?
- O que é homicídio preterdoloso?
- Quantos anos de cadeia por homicídio doloso?
- Quantos anos de pena para um réu primário por homicídio?
- Como será o julgamento do homicídio doloso?
- “Fui acusado de crime doloso”: o que fazer?
- Um recado final para você!
- Autor
O que é homicídio doloso?
O homicídio doloso é aquele no qual há o dolo. Ou seja, existe a intenção de matar outra pessoa.
Essa intenção pode ser direta, quando o autor deseja claramente o resultado, ou eventual, quando ele assume o risco de causar a morte, mesmo sem o desejo explícito de matar.
No Brasil, o homicídio doloso está previsto no artigo 121 do Código Penal e é tratado como um dos crimes mais graves, sujeito a penas de reclusão que variam conforme as circunstâncias do caso, como o motivo ou a forma da ação.
Há qualificadoras que podem agravar a pena, como motivo fútil, crueldade ou emboscada. O dolo distingue esse crime de outras formas de homicídio, como o culposo, onde não há intenção de matar.
Caso 1: Você pega uma arma e atira na pessoa à sua frente. Ao fazer isso, você possui a intenção de matá-la ou, pelo menos, assumiu o risco de matar, uma vez que disparou um tiro contra ela.
Caso 2: Um motorista embriagado dirige em alta velocidade por uma rua movimentada e atropela um pedestre, causando sua morte. Mesmo sem a intenção direta de matar, o motorista assumiu o risco ao dirigir embriagado e em alta velocidade (dolo eventual).
O que é um ato dolo?
O dolo é considerado a vontade concreta de cometer o crime. Desse modo, ele pode ser classificado em diferentes tipos.
Quais são os tipos de dolo?
Ele é dividido em três conceitos que diferenciam ações dolosas de ações culposas, onde não há intenção de causar dano. Entenda agora:
Dolo Direto
O dolo direto acontece quando você possui clara intenção de matar a vítima. Por exemplo: com convicção do que você está fazendo, você aponta uma arma pra a cabeça de outra pessoa, o que ocasiona a morte dela.
Então, nesse caso, claramente, havia a intenção de matá-la, já que o tiro foi dado, calculadamente, em uma parte do corpo na qual a chance de mortalidade é alta.
Dolo Eventual
O dolo eventual, por outro lado, acontece quando você assume o risco de matar a vítima.
Por exemplo: você está dirigindo em alta velocidade em uma área urbana. Logo, sabemos que o fluxo de pessoas é alto e as chances de atropelar alguém aumentam.
Desse modo, por mais que você não tenha a intenção de causar morte, caso atropele uma pessoa e a mate, você terá assumido esse risco. Neste caso, mesmo sem desejar, você assumiu a responsabilidade por estar infringindo as regras de trânsito.
Dolo Indireto
Então, por sua vez, dolo indireto ocorre em decorrência de um efeito colateral de um ato.
Por exemplo, alguém quer matar um desafeto e coloca uma bomba no avião em que aquela pessoa estaria embarcado, juntamente com demais passageiros. Se a bomba causar a morte apenas do desafeto, será dolo direto.
No entanto, a morte dos demais passageiros trata-se de dolo indireto, já que não era o objetivo principal. Entretanto, o autor do crime sabia da gravidade do que iria ocorrer por consequência de seus atos.
O que é um homicídio qualificado?
O crime, quando considerado qualificado, tem sua pena mínima e máxima aumentadas
A forma “simples” desse crime já está prevista pelo Código Penal, mas, se na circunstância em que acontece, existiu um ou mais elementos que podem ampliar a gravidade do ato, será, portanto, qualificado. As partes que qualificam o crime também estão tipificadas no Código Penal.
O homicídio doloso simples, por exemplo, tem a pena base – reclusão de seis a vinte anos; o homicídio doloso qualificado, por sua vez, tem a pena base aumentada como nos mostra a redação do parágrafo 2º, do artigo 121, Código Penal:
“§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe;
II – por motivo fútil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
Pena – reclusão de 12 a 30 anos.”
Portanto, você deve saber que qualquer um desses fatores acima são suficientes para que um crime passe a ser qualificado, gerando, assim, uma pena maior.
O que é homicídio triplamente qualificado?
Como vimos, um crime é qualificado quando há a incidência de algum fator que o torna mais grave, aumentando, então, sua pena base. Esses fatores estão indicados na descrição de cada crime no Código Penal.
Quando coexistem mais de um desses fatores na tipificação do mesmo crime, ele fica “popularmente” conhecido como duplo ou triplamente qualificado.
No entanto, apenas um desses fatores objetiva, de fato, qualificar o crime. Assim, os demais são para fins de dosimetria da pena (o cálculo da pena que pessoa vai sofrer pelo crime).
Como vimos no tópico anterior, os fatores que determinam o homicídio, como o motivo, meio ou quando é feito para encobrir outro crime, são chamados de qualificadores. Portanto, se um homicídio tem três qualificadores, ele é triplamente qualificado.
Qual é a diferença entre homicídio culposo e doloso?
A principal diferença entre homicídio doloso e homicídio culposo está na intenção do agente.
O homicídio doloso ocorre quando o autor tem intenção de matar ou assume o risco de causar a morte, agindo de forma consciente e deliberada.
Mas, o que é considerado homicídio culposo? Bom, este se refere à morte causada pela falta de cuidado do agente, onde não há intenção de matar.
Em outras palavras, o homicídio culposo acontece quando a morte resulta da imprudência, negligência ou imperícia, sem a intenção de matar.
As penalidades para esses crimes também diferem: o homicídio doloso prevê penas mais severas, enquanto o homicídio culposo geralmente resulta em penas menores, refletindo a falta de intenção criminosa.
Qual o pior, doloso ou culposo?
Quando você se depara com as definições de homicídio doloso e homicídio culposo, é natural questionar qual é o pior.
A resposta é clara: o homicídio doloso é considerado mais grave.
Como explicado, o homicídio doloso envolve intenção de matar ou a assunção do risco de causar a morte. Isso significa que a pessoa agiu de maneira consciente e deliberada.
Já o homicídio culposo resulta de imprudência, negligência ou imperícia, sem intenção de matar. Aqui, a morte ocorre por falta de cuidado.
As consequências legais também refletem essa gravidade. O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 121, prevê penas mais severas para o homicídio doloso.
No caso do homicídio culposo, a pena é menor, geralmente resultando em medidas mais brandas, como multas ou serviços comunitários.
É importante entender que o sistema penal brasileiro leva em consideração a intenção por trás do ato.
Assim, se você se deparar com uma acusação, é fundamental buscar assistência jurídica para entender suas opções e direitos.
O que é homicídio preterdoloso?
O homicídio preterdoloso é uma categoria de crime que ocorre quando a intenção do agente é diferente do resultado final.
Neste caso, a pessoa tem a intenção de causar lesão, mas acaba provocando a morte da vítima. Isso significa que a morte não era o objetivo inicial.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, no artigo 121, o homicídio preterdoloso é considerado um tipo de homicídio doloso, mas com uma nuance importante: o autor não pretendia matar, mas sua ação resultou na morte.
Esse tipo de homicídio reflete a complexidade das intenções humanas. O agente pode ter agido com dolo (intenção) ao querer ferir, mas não ao matar.
As penas para esse crime podem variar, mas geralmente são menores que as do homicídio doloso, embora mais severas que as do homicídio culposo.
Quantos anos de cadeia por homicídio doloso?
O homicídio doloso tem como pena a reclusão de 6 a 20 anos, em regime aberto, semiaberto ou fechado. No entanto, se a pena decretada for superior a 8 anos, o regime inicial de cumprimento da pena será o fechado.
Ademais, caso o homicídio seja classificado como privilegiado, é possível que a pena seja reduzida de ⅙ a ⅓ . No entanto, se o homicídio for qualificado, sua pena será maior (entre 12 e 30 anos), com início em regime fechado.
Quantos anos de pena para um réu primário por homicídio?
Em geral, a pena base para homicídio doloso simples (quando não há agravantes qualificadores) é de reclusão de seis a vinte anos. No entanto, sendo o réu primário (indivíduo que nunca teve sentença condenatória transitada em julgado), a pena pode ser reduzida de um sexto a um terço.
Para levar em consideração a primariedade e aplicar uma pena reduzida, o juiz ou juíza avaliará a conduta social; aspectos da personalidade; se o motivo teve fundamento em valor social ou moral; as circunstâncias (se estava sob domínio de violenta emoção, por exemplo); as consequências do crime, além dos antecedentes do réu para formar sua decisão.
Como será o julgamento do homicídio doloso?
Quem possui a competência para julgar o homicídio doloso, bem como qualquer outro crime doloso contra a vida, é o Tribunal do Júri. Desse modo, o réu vai a júri popular para que a sociedade possa decidir se há culpa ou não.
Assim, as etapas do julgamento incluem a apresentação de evidências pela acusação e pela defesa. Também, os testemunhos de testemunhas e especialistas e argumentos das partes envolvidas.
Na sequência, o júri ou o juiz decide o veredicto com base nas provas apresentadas durante o julgamento. Se o julgamento decidir pela culpa, o réu enfrentará as penas previstas na lei. Ou seja, reclusão e multa, se for o caso.
Além disso, durante o julgamento, é importante que a defesa consiga garantir os direitos do réu. Dessa forma, é imprescindível que se tenha um advogado especialista em Direito Penal.
“Fui acusado de crime doloso”: o que fazer?
Em casos de acusação, o aconselhável é que você contrate, de imediato, um advogado especialista em Direito Penal. Este é um crime muito complexo, portanto, é importante contar com assistência jurídica para ter orientações precisas.
O profissional qualificado na área criminal vai te acompanhar durante o processo. Além disso, vai guiar seus passos sobre o que fazer e como agir em situações como essa. Suas chances de sucesso ou, ainda, de diminuição de pena, dependem de um advogado capacitado.
Portanto, não hesite! Entre em contato com um profissional de confiança. Explique seu caso e crie estratégias junto ao seu advogado.
Vale mencionar que é crucial manter a calma e não agir de maneira que possa te prejudicar.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema homicídio doloso pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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