Liberdade provisória com fiança: você tem direito?

Entenda como funciona a liberdade provisória com fiança, quem tem direito, quais os requisitos legais e o que diz a legislação penal brasileira.

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Liberdade provisória com fiança: você tem direito?

A liberdade provisória com fiança é uma medida legal que permite que uma pessoa presa aguarde o julgamento em liberdade, mediante o pagamento de um valor fixado pelo juiz.

Prevista no artigo 325 do Código de Processo Penal, essa possibilidade é aplicada quando o acusado não representa risco à investigação, à ordem pública ou à aplicação da lei penal.

O objetivo da fiança é garantir que o investigado cumpra as condições impostas pela Justiça, sem a necessidade de mantê-lo preso durante todo o processo.

A concessão da liberdade com fiança pode ocorrer em diversos tipos de crimes, exceto nos casos mais graves, como os que envolvem violência ou ameaçam a sociedade.

Neste artigo, você vai entender quem tem direito à liberdade provisória com fiança, como ela funciona, quando pode ser negada e o que a lei diz sobre essa forma de soltura.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é liberdade provisória com fiança?

A liberdade provisória com fiança é uma medida prevista na legislação penal brasileira que permite ao acusado responder ao processo em liberdade, mediante o pagamento de um valor determinado pela Justiça.

Esse valor funciona como uma garantia financeira de que o réu irá cumprir as obrigações legais durante o andamento do processo.

Ela está prevista no artigo 325 do Código de Processo Penal e pode ser concedida quando o crime praticado não for inafiançável e o juiz entender que o investigado não representa risco à ordem pública, à instrução do processo ou à aplicação da lei penal.

A fiança não encerra o processo nem significa absolvição.

Trata-se apenas de uma forma de assegurar que o acusado permanecerá em liberdade enquanto responde às acusações, desde que cumpra todas as condições impostas, como comparecimento em juízo e proibição de se ausentar da comarca.

Quanto tempo pode ficar em liberdade provisória?

Não existe um prazo fixo para permanecer em liberdade provisória com fiança.

O acusado pode ficar em liberdade durante todo o processo, desde que cumpra as condições impostas pela Justiça e não cometa nenhuma violação que justifique a revogação da medida.

A liberdade provisória só será encerrada se o juiz entender que houve descumprimento das obrigações legais, se surgirem fatos novos que indiquem risco à investigação ou à ordem pública, ou quando houver condenação definitiva com ordem de prisão.

Caso contrário, a pessoa permanece em liberdade até o trânsito em julgado da decisão, ou seja, até que não caiba mais recurso.

Por isso, mesmo sendo uma medida temporária, a liberdade provisória pode durar meses ou até anos, dependendo da duração do processo penal.

O que acontece depois da liberdade provisória?

Depois da concessão da liberdade provisória com fiança, o acusado continua respondendo ao processo penal normalmente, mas em liberdade, desde que cumpra todas as condições determinadas pelo juiz.

Essas condições podem incluir, por exemplo, o comparecimento periódico em juízo, a proibição de se ausentar da cidade, ou não manter contato com vítimas e testemunhas.

Durante esse período, o processo segue seu curso: produção de provas, audiências, alegações finais e, por fim, a sentença.

A liberdade provisória não significa absolvição, apenas permite que o investigado aguarde o julgamento em liberdade, desde que colabore com a Justiça.

Se o acusado descumprir as obrigações impostas, o juiz pode revogar a liberdade provisória e decretar a prisão preventiva.

Já se o processo for concluído e houver condenação definitiva, o réu poderá ser preso para cumprir a pena.

Por outro lado, se for absolvido, a fiança é liberada e o caso é encerrado.

Ou seja, a liberdade provisória é uma etapa processual que exige compromisso com a Justiça e pode durar até o fim do processo, desde que não haja violação das regras impostas pelo juiz.

Quais são os requisitos para responder a um processo em liberdade provisória?

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Quais são os requisitos para responder a um processo em liberdade provisória?

Para que uma pessoa possa responder a um processo em liberdade provisória, com ou sem fiança, é necessário que estejam presentes alguns requisitos legais básicos, analisados pelo juiz conforme o caso concreto.

A liberdade provisória é uma medida cautelar que busca equilibrar o direito à liberdade com a necessidade de garantir o andamento regular do processo penal.

Os principais requisitos são:

1. Ausência de risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal: se o acusado não representa ameaça à sociedade, não atrapalha a coleta de provas e não há risco de fuga, a liberdade provisória pode ser concedida.

2. O crime não pode ser inafiançável: casos como crimes hediondos, tortura, tráfico de drogas (em certas situações) e terrorismo não admitem fiança, embora em situações específicas ainda possam ter outras medidas cautelares.

3. Condições pessoais favoráveis: como ser primário, ter residência fixa, emprego lícito e bons antecedentes criminais, o que costuma pesar na decisão do juiz.

4. Comprometimento com as medidas impostas: o acusado deve estar disposto a cumprir as obrigações fixadas pelo juiz, como comparecer a todos os atos do processo, não se ausentar da comarca e manter endereço atualizado.

Vale lembrar que a liberdade provisória não extingue o processo penal. Trata-se apenas de um direito garantido ao acusado, desde que ele cumpra rigorosamente as condições impostas.

O descumprimento de qualquer uma delas pode levar à revogação da medida e até à prisão preventiva.

Quais os crimes que admitem liberdade provisória?

A liberdade provisória com fiança pode ser concedida em grande parte dos crimes previstos na legislação penal, desde que não sejam inafiançáveis e que o acusado não represente risco à ordem pública, à instrução do processo ou à aplicação da lei penal.

Em geral, os crimes de menor potencial ofensivo, crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa e aqueles com pena mínima inferior a quatro anos costumam admitir a concessão da liberdade provisória.

Entre os crimes que costumam permitir liberdade provisória com fiança, estão:

No entanto, alguns crimes não admitem liberdade provisória, por serem considerados inafiançáveis pela Constituição Federal, como:

Mesmo nos crimes que admitem fiança, a concessão da liberdade provisória depende da análise do caso concreto.

O juiz irá considerar o comportamento do acusado, sua reincidência, os riscos para a sociedade e as provas já reunidas no processo.

Por isso, é fundamental contar com a orientação de um advogado criminalista para avaliar as chances de obter a liberdade provisória e acompanhar todas as etapas do processo.

Qual é o prazo para o juiz analisar o pedido de liberdade provisória?

Imagem explicativa sobre o prazo para o juiz analisar o pedido de liberdade provisória.

Qual é o prazo para o juiz analisar o pedido de liberdade provisória?

A legislação brasileira não estabelece um prazo exato e fixo para o juiz decidir sobre o pedido de liberdade provisória com fiança.

No entanto, como se trata de um direito fundamental à liberdade, o tema é tratado com prioridade no sistema de Justiça, especialmente quando o acusado está preso em flagrante.

Na prática, o pedido de liberdade provisória deve ser analisado o mais rápido possível, especialmente após a audiência de custódia, que deve ocorrer em até 24 horas após a prisão.

É nesse momento que o juiz pode decidir pela concessão da liberdade com ou sem fiança, pela prisão preventiva ou por outras medidas cautelares.

Se o pedido for feito depois da audiência de custódia, por meio de petição do advogado, a análise continua sendo urgente, mas não tem um prazo específico previsto em lei.

Mesmo assim, atrasos injustificados podem configurar constrangimento ilegal, podendo justificar um pedido de habeas corpus.

Por isso, é essencial atuar com agilidade e acompanhamento jurídico adequado, para garantir que os direitos do preso sejam respeitados e o pedido de liberdade seja analisado dentro de um prazo razoável.

Quem está em liberdade provisória pode viajar?

impostas pelo juiz no momento da concessão da medida.

Em muitos casos, a pessoa que responde ao processo em liberdade é proibida de se ausentar da comarca, do estado ou do país sem autorização judicial.

Essas restrições têm como objetivo garantir que o réu não fuja, não atrapalhe as investigações e esteja disponível para comparecer aos atos do processo, como audiências e perícias.

Se a viagem for necessária, por motivos de saúde, trabalho ou urgência familiar, o advogado pode solicitar autorização judicial, explicando os motivos e comprovando que o acusado continuará à disposição da Justiça.

Viajar sem autorização, quando há restrição expressa, pode levar à revogação da liberdade provisória e até à decretação de prisão preventiva.

Por isso, quem está em liberdade provisória deve seguir rigorosamente todas as condições estabelecidas, especialmente no que se refere à permanência no local determinado pelo juiz.

Um recado final para você!

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Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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