Como funciona a ação de indenização por danos estéticos?
Cicatrizes, deformações ou marcas visíveis podem ser indenizáveis. Descubra como funciona a ação de indenização por danos estéticos.
Quando você sofre uma lesão que altera sua aparência física de forma permanente ou duradoura, essa mudança pode impactar diretamente sua autoestima, sua vida social e até mesmo sua atividade profissional.
Nessas situações, é possível entrar com uma ação de indenização por danos estéticos, para buscar a reparação dos prejuízos causados.
O objetivo é compensar a vítima por modificações em sua imagem corporal que geram constrangimento, angústia ou outros efeitos negativos, inclusive de ordem psicológica.
A seguir, respondemos às principais dúvidas sobre o assunto para que você possa esclarecer todas as suas dúvidas!
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que são danos estéticos?
- O que é uma ação de indenização por danos estéticos?
- Quando o dano estético é indenizável?
- Qual a indenização para dano estético leve?
- Qual o valor da indenização por danos estéticos?
- O que diz a Súmula 387 do STJ?
- Como posso comprovar danos estéticos?
- Qual a importância de um advogado para uma ação de indenização por danos estéticos?
- Um recado final para você!
- Autor
O que são danos estéticos?
Os danos estéticos são alterações na aparência física de uma pessoa causadas por terceiros, geralmente em razão de acidentes, procedimentos médicos mal realizados, agressões ou qualquer evento que tenha deixado marcas visíveis ou deformidades.
O dano estético é reconhecido pela Justiça como uma forma autônoma de dano, diferente do dano moral ou patrimonial.
Ele se caracteriza pela modificação duradoura ou permanente da imagem física, mesmo que não aparente a todo instante ou visível a terceiros.
A lei brasileira trata do tema nos artigos 949 e 950 do Código Civil, que estabelecem o direito à reparação sempre que houver ofensa à integridade física, inclusive nos casos que impeçam o exercício da profissão ou diminuam a capacidade de trabalho da vítima.
O que é uma ação de indenização por danos estéticos?
A ação de indenização por danos estéticos é um processo judicial em que a vítima busca compensação pelos prejuízos causados à sua aparência física em razão de um ato ilícito.
Esse tipo de ação pode ser movido contra qualquer responsável, pessoa física, empresa ou instituição, desde que fique comprovado o nexo causal entre a conduta e a lesão sofrida.
Durante o processo, o juiz avaliará se a deformidade ou alteração corporal configura um dano estético indenizável, levando em conta a gravidade da lesão, o impacto na vida da vítima, a possibilidade de reversão e os reflexos no convívio social e no trabalho.
O pedido pode incluir também danos morais, materiais e estéticos, desde que cada tipo de prejuízo seja demonstrado de forma clara e individualizada.
Quando o dano estético é indenizável?
O dano estético é indenizável quando resulta de um ato ilícito, como negligência, imprudência ou imperícia, e gera uma alteração significativa e permanente na aparência da vítima.
Não se exige que a deformidade seja visível o tempo todo ou que seja percebida por outras pessoas.
O importante é que ela cause desconforto, constrangimento ou afete o bem-estar da vítima.
Para que a indenização seja possível, é necessário comprovar a existência do dano, o nexo de causalidade com a conduta do agente e a culpa ou responsabilidade do causador.
A depender do caso, essa responsabilidade pode ser objetiva (como em acidentes de consumo ou responsabilidade médica hospitalar) ou subjetiva (quando exige a comprovação de culpa).
Por isso, é fundamental buscar orientação jurídica especializada o quanto antes, pois o prazo para entrar com esse tipo de ação pode variar conforme a situação.
Deixar passar esse prazo pode significar a perda definitiva do seu direito.
Qual a indenização para dano estético leve?
Mesmo um dano estético leve, como uma cicatriz pequena em local pouco visível, pode gerar direito à indenização, desde que comprovado que a lesão afetou a aparência da vítima e trouxe desconforto ou abalo emocional.
O valor da indenização, no entanto, tende a ser proporcional à extensão da lesão, sua localização no corpo e o impacto prático na vida da pessoa.
Cada situação é analisada individualmente, com base na jurisprudência dos tribunais e nos critérios do juiz responsável.
Embora não exista uma tabela fixa, os julgadores costumam considerar fatores como idade da vítima, profissão, grau de visibilidade da cicatriz e possibilidade de correção.
Lembre-se: mesmo que o dano pareça pequeno, ele pode ter consequências relevantes, e você tem direito de ser compensado por isso.
Qual o valor da indenização por danos estéticos?
O valor da indenização por danos estéticos pode variar amplamente. Ele é fixado conforme as provas apresentadas, o grau de deformidade, o impacto social e profissional da lesão e outros fatores subjetivos, como a idade e a atividade exercida pela vítima.
Não existe um valor mínimo ou máximo estabelecido por lei. No entanto, o juiz poderá seguir parâmetros fixados em decisões anteriores (jurisprudência), sempre observando o princípio da razoabilidade.
O Código Civil, nos artigos 949 e 950, também autoriza a inclusão de despesas médicas, lucros cessantes e pensão vitalícia, quando houver perda da capacidade laborativa.
Por isso, apresentar uma boa argumentação jurídica e provas robustas é essencial para alcançar uma indenização justa.
A atuação de um advogado com experiência na área faz toda a diferença nesse ponto.
O que diz a Súmula 387 do STJ?
A Súmula 387 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirma que é lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
Na prática, isso significa que uma mesma conduta pode gerar mais de um tipo de dano, e todos podem ser indenizados de forma separada, desde que estejam fundamentados em aspectos distintos.
Por exemplo, se você sofre um acidente de trânsito e, além de enfrentar dor e sofrimento (dano moral), fica com uma cicatriz permanente (dano estético), é possível buscar reparações para ambos os prejuízos.
O entendimento consolidado pelo STJ fortalece o direito das vítimas e reconhece que a estética corporal possui valor jurídico próprio, sendo passível de reparação autônoma.
Como posso comprovar danos estéticos?
Para comprovar danos estéticos, é necessário apresentar provas materiais que demonstrem a existência da lesão, sua extensão e a relação direta com o evento causador. Isso pode incluir:
- Exames periciais realizados por médicos legistas ou peritos judiciais;
- Fotografias de antes e depois da lesão;
- Laudos médicos, prontuários hospitalares e pareceres técnicos.
A documentação precisa evidenciar que a aparência foi alterada e que essa mudança tem impacto negativo na vida da vítima.
Além disso, testemunhos e registros sobre tratamentos realizados ou necessidade de cirurgias reparadoras também são relevantes.
Sem essa comprovação técnica, as chances de êxito na ação diminuem.
Por isso, é fundamental reunir os documentos desde o início e buscar orientação jurídica especializada para não comprometer o resultado do processo.
Qual a importância de um advogado para uma ação de indenização por danos estéticos?
A atuação de um advogado especializado é indispensável para garantir que você tenha seus direitos respeitados em uma ação de indenização por danos estéticos.
Esse profissional será responsável por analisar juridicamente o caso, reunir a documentação necessária, apresentar os argumentos legais mais adequados e acompanhar todas as etapas do processo com técnica e estratégia.
Além disso, o advogado conhece os prazos processuais, as regras de competência, as decisões mais recentes dos tribunais e sabe como estruturar um pedido de forma que respeite os limites da lei e maximize suas chances de êxito.
Em situações como essa, nem sempre há tempo hábil para reverter uma situação jurídica, especialmente quando os prazos já estão correndo.
Por isso, quanto antes você buscar ajuda profissional, maiores são as chances de obter uma indenização justa.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “ação de indenização por danos estéticos” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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