Adoção de enteado: como posso fazer?

Você sabia que pode adotar o seu enteado e garantir direitos importantes para ele? Entenda como esse processo pode ser mais simples e transformador do que você imagina!

Imagem representandoa adoção do entenado.

Adoção de enteado: como posso fazer?

A adoção de enteado é um tema cada vez mais presente nas famílias brasileiras.

Muitas vezes, você constrói um relacionamento sólido com seu parceiro ou parceira, passa a conviver com o filho dele(a) diariamente e, com o tempo, cria um laço profundo de afeto, cuidado e responsabilidade.

Surge então a dúvida: é possível oficializar essa relação e se tornar pai ou mãe legalmente?

A resposta é sim.

A legislação brasileira permite que o padrasto ou madrasta adote o enteado, transformando o vínculo de convivência e amor em um laço jurídico que confere direitos e deveres idênticos aos de um filho biológico.

Mas o caminho até a formalização exige atenção, organização e, na maioria dos casos, acompanhamento jurídico especializado para evitar problemas.

Neste artigo, vamos explicar passo a passo tudo o que você precisa saber sobre a adoção de enteado, desde os requisitos legais até os documentos necessários, direitos adquiridos, efeitos no registro civil e a importância de ter um advogado para conduzir o processo.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!

É possível adotar meu enteado?

É possível adotar seu enteado e transformar o vínculo d e afeto e convivência em um laço jurídico reconhecido.

Esse processo é chamado de adoção unilateral e segue regras específicas no Brasil.

A lei considera que o padrasto ou madrasta pode ser reconhecido como pai ou mãe legal quando existe um vínculo consolidado com a criança ou adolescente.

Para que isso aconteça, o pedido precisa ser feito na Justiça, e o juiz avaliará se a medida atende ao melhor interesse do menor, princípio que orienta todas as decisões relacionadas ao Direito de Família.

Durante o processo, o juiz pode analisar a rotina da família, os cuidados prestados, a presença do adotante e a relação afetiva existente.

Além disso, o consentimento do outro genitor biológico pode ser exigido, mas não é obrigatório em todos os casos.

Se houver abandono, ausência prolongada ou falta de qualquer vínculo afetivo ou financeiro, o juiz pode autorizar a adoção sem essa anuência, sempre priorizando o bem-estar da criança.

Por isso, é importante comprovar que a adoção será benéfica e que existe uma relação sólida entre adotante e enteado.

Meu marido pode adotar meu filho?

Seu marido pode adotar legalmente o seu filho e passar a ser reconhecido como pai para todos os efeitos. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) autoriza expressamente a adoção de enteado

Nesse caso, também se trata de adoção unilateral, e o processo exige a comprovação de que existe um relacionamento estável entre vocês.

É necessário apresentar certidão de casamento ou documento que comprove a união estável para formalizar esse vínculo perante a Justiça.

O consentimento do pai biológico pode ser solicitado, mas se ele estiver ausente, não contribuir com o sustento ou não manter vínculo afetivo com a criança, o juiz pode autorizar a adoção sem essa concordância.

Além disso, se o seu filho tiver 12 anos ou mais, ele também precisará manifestar sua vontade em juízo.

Ao final do processo, o nome do seu marido será incluído na certidão de nascimento e ele assumirá todos os direitos e deveres de um pai biológico, como decisões sobre educação, saúde e proteção patrimonial.

Quais os requisitos para adotar enteado?

Para que a adoção de enteado seja possível, existem alguns requisitos legais que precisam ser cumpridos.

imagem explicativa sobre quais os requisitos para adotar enteado.

Quais os requisitos para adotar enteado? 

O primeiro deles é a idade mínima do adotante, que deve ter pelo menos 18 anos. 

Além disso, a legislação prevê uma diferença mínima de 16 anos entre quem adota e quem será adotado. Essa regra, no entanto, pode ser flexibilizada pelo juiz em situações excepcionais, desde que isso seja benéfico para a criança.

Outro requisito importante é o vínculo formal com o genitor biológico. O padrasto ou madrasta precisa comprovar casamento ou união estável com o responsável legal da criança.

Também pode ser exigido o consentimento do outro genitor, exceto em casos de abandono ou ausência prolongada.

E quando o enteado tem 12 anos ou mais, a sua manifestação em juízo é obrigatória.

Por fim, o juiz avaliará a estabilidade emocional e financeira do adotante e o vínculo afetivo existente com o enteado, sempre priorizando o bem-estar e a proteção do menor.

O enteado passa a ter quais direitos após adoção?

Após a conclusão do processo, o enteado passa a ser considerado filho legal do padrasto ou madrasta, com os mesmos direitos de um filho biológico.

Isso significa que ele passa a ter direito à herança, podendo receber bens e patrimônio deixados pelo adotante.

Além disso, o nome do padrasto ou madrasta pode ser incluído na certidão de nascimento, e o enteado pode, se desejar, acrescentar o sobrenome do adotante.

Outro ponto importante é que o enteado passa a ter o direito de ser incluído como dependente em planos de saúde, seguros, benefícios previdenciários e pensões.

O adotante passa a exercer o poder familiar, o que inclui decisões sobre educação, saúde e outros aspectos relevantes da vida do filho.

A partir da sentença, todos os efeitos jurídicos são equiparados aos de uma filiação biológica, proporcionando segurança jurídica e proteção integral à criança ou adolescente.

Quais documentos são exigidos para adotar enteado?

Organizar a documentação correta é essencial para que o processo de adoção ocorra sem atrasos. Os documentos geralmente solicitados são:

→ Documentos pessoais do adotante: RG, CPF, certidão de casamento ou declaração de união estável, comprovante de residência, comprovante de renda e certidões negativas criminais.

→ Documentos do enteado: certidão de nascimento e, se houver, RG e CPF.

→ Consentimentos: termos com firma reconhecida do genitor presente e do pai biológico, quando necessário. Caso o enteado tenha 12 anos ou mais, ele também precisa manifestar sua concordância formalmente em juízo.

→ Comprovação do vínculo afetivo: fotos, vídeos, testemunhos e qualquer prova que demonstre a convivência e os cuidados cotidianos.

→ Petição inicial: documento elaborado pelo advogado com todos os dados, argumentos e solicitações referentes à adoção.

Além desses documentos, o juiz pode solicitar estudos psicossociais e entrevistas para confirmar a estabilidade familiar.

O nome do pai ou mãe biológico continua na certidão?

A permanência do nome do pai ou da mãe biológica na certidão depende da modalidade escolhida.

Na adoção unilateral tradicional, o genitor biológico que está sendo substituído é retirado do registro civil, e o padrasto ou madrasta passa a ser reconhecido como pai ou mãe legal.

Nesse caso, todos os direitos e deveres são transferidos integralmente para o adotante.

Por outro lado, se a intenção for reconhecer o vínculo afetivo sem excluir o genitor biológico, existe a possibilidade de adotar a multiparentalidade.

Nessa modalidade, o nome do padrasto ou madrasta é incluído no registro, mas o nome do pai ou mãe biológica permanece.

Esse reconhecimento pode ser feito por decisão judicial e, em alguns casos, diretamente no cartório, desde que haja consentimento dos envolvidos e provas do vínculo socioafetivo com o enteado.

Preciso de advogado para fazer a adoção do meu enteado?

Não há uma obrigatoriedade legal de contratar um advogado para dar entrada no processo de adoção em todas as comarcas, mas o acompanhamento jurídico é altamente recomendado.

A adoção de enteado envolve análise de documentos, manifestação do Ministério Público, audiências e, em alguns casos, situações delicadas, como quando o consentimento do outro genitor não é obtido.

Um advogado especializado em Direito de Família pode preparar a petição inicial, orientar sobre todos os documentos necessários, acompanhar as audiências e garantir que o processo siga corretamente.

Além de evitar erros que possam atrasar ou comprometer a adoção, o auxílio jurídico oferece mais segurança para você e para a criança.

Em casos mais complexos, como quando há abandono ou ausência do genitor biológico, o suporte profissional se torna ainda mais importante para defender os interesses da família.

Um recado final para você!

Imagem representando advogaodo.

Em caso de dúvidas,s procure assistência jurídica especializada em seu caso!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Saiba como garantir o melhor apoio para suas decisões.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

Autor

  • luiz azul

    •Advogado familiarista, cogestor do VLV Advogados Membro Associado do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) Capacitação pela AASP em questões de direito civil, especialmente direito das famílias/sucessões e pela PUC/RJ em alienação parental e perícias psicológicas

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