BPC LOAS por diabetes negado, o que fazer?
O BPC LOAS pode ser essencial para pessoas com diabetes em situação de vulnerabilidade, mas muitos pedidos acabam sendo negados. Entenda os motivos e o que fazer nesses casos.
O BPC LOAS é um benefício assistencial previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, destinado a pessoas com deficiência ou idosos em situação de vulnerabilidade.
No caso da diabetes, muitos pedidos são negados pelo INSS porque o diagnóstico, por si só, não garante o direito ao benefício.
É preciso comprovar impedimentos de longo prazo e baixa renda familiar para ter acesso ao auxílio.
Este artigo foi preparado para explicar, de forma clara e acessível, por que o benefício pode ser negado, quais documentos são necessários, como recorrer e quando buscar a Justiça.
Continue a leitura e entenda todos os seus direitos.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
Por que o INSS nega o BPC LOAS por diabetes?
O INSS nega o BPC LOAS por diabetes porque o simples diagnóstico da doença não garante o direito ao benefício.
Para a concessão, a legislação exige dois requisitos principais: a comprovação de impedimento de longo prazo e a baixa renda familiar.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) está previsto no artigo 20 da Lei Orgânica da Assistência Social.
Ele garante um salário mínimo mensal a pessoas com deficiência ou idosos com 65 anos ou mais que comprovem vulnerabilidade social.
No caso da diabetes, o ponto central está na análise da incapacidade: o INSS avalia se a doença provoca limitações graves e permanentes que impedem o exercício de atividade laboral ou o autocuidado.
Além disso, o órgão exige a comprovação de renda familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo.
Esse cálculo considera todos os integrantes da família que vivem sob o mesmo teto.
Caso a renda ultrapasse esse limite, mesmo que de forma pequena, o benefício pode ser negado.
Outro motivo comum para indeferimento está na avaliação biopsicossocial feita durante a perícia médica e social.
Mesmo com laudos indicando complicações como retinopatia diabética ou nefropatia, se o perito entender que não há incapacidade funcional, o pedido pode ser recusado.
Por isso, documentos detalhados e atualizados são essenciais para fortalecer o processo.
O que fazer se o INSS negar o BPC LOAS por diabetes?
Se o BPC LOAS por diabetes for negado, o primeiro passo é entender o motivo da negativa.
Isso pode ser feito acessando a carta de indeferimento pelo Meu INSS ou pelo aplicativo oficial. Saber a razão é fundamental para montar uma estratégia eficiente.
Depois, é hora de reunir novos documentos que reforcem a situação. Isso inclui laudos médicos completos, exames recentes, relatórios de acompanhamento e declarações de especialistas.
É importante demonstrar, de forma clara, como a doença afeta sua autonomia e impede o trabalho.
O próximo passo é entrar com um recurso administrativo no próprio INSS. O prazo para recorrer é de 30 dias corridos a partir da ciência da negativa, conforme previsto na Instrução Normativa INSS/PRES nº 128/2022.
O recurso pode ser feito diretamente pelo Meu INSS, anexando todos os documentos adicionais. Nessa fase, apresentar provas consistentes faz diferença.
Além dos documentos médicos, é recomendável incluir declarações de gastos com medicamentos, receitas de insulina, relatórios de complicações e qualquer elemento que comprove a vulnerabilidade social.
Quanto mais detalhada for a documentação, maiores as chances de sucesso na análise.
Em muitos casos, o recurso administrativo resolve o problema, mas, se houver nova negativa, a alternativa é buscar a via judicial.
Como recorrer na justiça o BPC LOAS por diabetes negado?
Quando o recurso administrativo não resolve ou quando o pedido é negado de forma injusta, é possível recorrer à Justiça Federal.
O processo judicial garante uma análise mais aprofundada da situação e pode incluir a realização de uma nova perícia médica, desta vez feita por um perito indicado pelo juízo.
O fundamento legal para a ação está no próprio artigo 20 da Lei nº 8.742/1993, que assegura o direito ao benefício para pessoas com deficiência.
Conceito que, após o Estatuto da Pessoa com Deficiência, passou a incluir quem enfrenta impedimentos de longo prazo que limitam a participação plena na sociedade.
Durante o processo, o juiz avalia não só os laudos médicos, mas também o contexto social.
Isso significa que, mesmo que a perícia inicial do INSS tenha sido desfavorável, a Justiça pode reconhecer o direito se houver provas suficientes de que a diabetes causa limitações sérias e há situação de baixa renda.
Diversas decisões recentes confirmam essa possibilidade. Tribunais têm reconhecido o direito ao BPC para pessoas com diabetes insulino-dependente e complicações associadas
Considerando, além dos exames, os gastos elevados com tratamento e a dificuldade de reinserção no mercado de trabalho.
Buscar a via judicial exige atenção aos prazos e organização documental.
Quanto antes a ação for proposta, mais rápido pode haver decisão, inclusive com pedido de tutela de urgência para antecipar o benefício enquanto o processo tramita.
Como recorrer na justiça o BPC LOAS por diabetes negado?
Quando acionar a Justiça Federal
- Após recurso administrativo negado.
- Se o indeferimento for injusto ou sem análise adequada.
- Para pedir nova perícia judicial.
O que o juiz avalia
- Laudos e impedimentos de longo prazo.
- Baixa renda e contexto social (gastos com saúde).
- Provas mesmo com perícia do INSS desfavorável.
Documentos essenciais
- Laudo do endocrinologista atualizado.
- Exames: HbA1c, função renal, fundo de olho.
- Comprovantes de medicação/insumos e gastos.
- Provas de renda e CadÚnico atualizado.
Urgência prática
- Proponha a ação cedo; peça tutela de urgência.
- Mantenha tudo atualizado para evitar atrasos.
Quais documentos para comprovar o BPC LOAS por diabetes?
Para fortalecer o pedido do BPC LOAS por diabetes, é essencial apresentar um conjunto robusto de documentos que demonstre, de forma clara, a condição clínica e a situação social. Os principais são:
Laudo médico atualizado, emitido por especialista, descrevendo o tipo de diabetes, o tratamento utilizado e as complicações decorrentes.
Exames complementares que comprovem o impacto da doença, como hemoglobina glicada, função renal, exames oftalmológicos e relatórios sobre neuropatia ou outras sequelas.
Histórico de internações ou tratamentos contínuos, incluindo uso de insulina, bombas de infusão ou outros dispositivos médicos.
Receitas médicas e declarações de gastos com medicamentos, especialmente quando o tratamento exige insumos de alto custo.
Relatórios multidisciplinares, como de nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais, que indiquem restrições funcionais ou necessidade de acompanhamento constante.
Documentos de renda familiar, como contracheques, extratos bancários e comprovantes de inscrição no CadÚnico atualizado.
Esses documentos são analisados tanto pela perícia médica quanto pela avaliação social. Por isso, quanto mais completos e recentes, maiores as chances de aprovação.
É comum que pedidos sejam indeferidos por falhas simples, como laudos incompletos ou ausência de comprovantes de gastos.
Preciso de um advogado ao ter BPC LOAS por diabetes negado?
É possível fazer o pedido do BPC LOAS sozinho, mas, quando ocorre uma negativa, a orientação de um advogado especializado pode fazer toda a diferença.
Isso porque grande parte dos indeferimentos está relacionada a falhas documentais, cadastros desatualizados e interpretações restritivas da lei.
O profissional ajuda a identificar os pontos frágeis do processo e orienta sobre os documentos corretos a serem apresentados.
No recurso administrativo, pode preparar uma fundamentação jurídica sólida, citando a legislação aplicável e anexando provas adequadas para fortalecer o pedido.
Na via judicial, a presença de um advogado é ainda mais importante.
Ele pode pedir perícia médica detalhada, apresentar provas adicionais e fundamentar o pedido com base em decisões favoráveis já reconhecidas pelos tribunais. Isso aumenta significativamente as chances de êxito.
Além disso, o advogado acompanha prazos, elabora petições e evita erros formais que podem atrasar o processo.
Como os pedidos de BPC envolvem muitas etapas e exigem conhecimento técnico, contar com orientação especializada garante mais segurança em cada fase.
Por fim, a atuação rápida é essencial. A demora em recorrer ou ajuizar a ação pode prolongar a ausência do benefício e impactar diretamente a subsistência da família.
Por isso, buscar ajuda o quanto antes reduz riscos e aumenta as chances de sucesso.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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