Como garantir a insalubridade no valor correto?
Muitos trabalhadores passam anos sem saber se recebem corretamente o adicional de insalubridade. Se esse também é o seu caso, este guia foi feito para você.
Saber se o adicional de insalubridade está sendo pago corretamente é essencial para garantir seus direitos trabalhistas e evitar prejuÃzos financeiros.
A lei prevê percentuais especÃficos, definidos conforme o grau de exposição a agentes nocivos, mas muitas empresas cometem erros na aplicação desses valores.
Neste artigo, você vai entender como o cálculo é feito, quais documentos são necessários e o que fazer caso a empresa pague menos do que o devido.
Se você quer garantir que está recebendo o valor correto, continue a leitura e tire todas as suas dúvidas.
Sabemos que questões jurÃdicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- Como é calculado o adicional de insalubridade?
- Como sei que tenho direito ao adicional de insalubridade?
- Quais documentos comprovam o direito à insalubridade?
- O que fazer se a minha empresa pagar a insalubridade errada?
- Quem define o grau do adicional de insalubridade no trabalho?
- Quando preciso de advogado para garantir a insalubridade?
- Um recado final para você!
- Autor
Como é calculado o adicional de insalubridade?
O cálculo do adicional de insalubridade é definido pelo artigo 192 da CLT.
Ele estabelece que o valor é um percentual sobre o salário-mÃnimo vigente, variando conforme o grau de insalubridade apontado em laudo técnico:
- 10% para grau mÃnimo.
- 20% para grau médio.
- 40% para grau máximo.
Isso significa que, se o salário-mÃnimo atual é de R$ 1.518,00 (2025), os valores ficam assim: R$ 151,80 para grau mÃnimo, R$ 303,60 para grau médio e R$ 607,20 para grau máximo.
Em algumas categorias profissionais, convenções ou acordos coletivos podem determinar uma base de cálculo diferente, como o salário-base do trabalhador.
Nesses casos, vale sempre o que for mais favorável ao empregado, conforme entendimento consolidado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O cálculo é simples, mas a correta aplicação depende do grau de insalubridade, que só pode ser definido por um laudo técnico especializado.
Sem esse documento, a empresa não está autorizada a aplicar o adicional corretamente.
Além disso, por ter natureza salarial, o adicional integra outros direitos, como 13º salário, férias, FGTS, horas extras e repouso semanal remunerado.
Portanto, qualquer erro no cálculo pode gerar prejuÃzos acumulados ao longo dos anos.
Como sei que tenho direito ao adicional de insalubridade?
O direito ao adicional de insalubridade surge quando você exerce atividades exposto a agentes nocivos que ultrapassam os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora 15 (NR-15), do Ministério do Trabalho.
Essa norma traz uma lista de situações em que a insalubridade é reconhecida, como exposição contÃnua a:
Agentes quÃmicos: solventes, poeiras, gases tóxicos, metais pesados.
Agentes fÃsicos: calor, frio, ruÃdo, radiação.
Agentes biológicos: contato direto com sangue, bactérias, vÃrus e resÃduos hospitalares.
Para confirmar o direito, é necessário que um profissional habilitado (engenheiro ou médico do trabalho) realize uma avaliação técnica do ambiente.
Essa análise determina se os riscos estão acima dos limites toleráveis e qual o grau de insalubridade aplicável.
A conclusão é documentada no laudo técnico, que serve de base para o pagamento correto do adicional.
Se você trabalha em hospitais, indústrias, construção civil ou qualquer ambiente com exposição a substâncias ou condições prejudiciais à saúde, é provável que tenha direito ao adicional. Mas sem o laudo, não há como comprovar a insalubridade legalmente.
Quais documentos comprovam o direito à insalubridade?
Para comprovar o direito ao adicional de insalubridade, os documentos mais importantes são:
Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT): elaborado por engenheiro ou médico do trabalho, detalha os agentes nocivos presentes no ambiente, os nÃveis de exposição e o grau de insalubridade.
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) ou Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR): exigidos por lei, trazem informações complementares sobre os riscos existentes e as medidas de proteção adotadas pela empresa.
Registros de fornecimento e uso de EPIs: podem comprovar se a empresa forneceu equipamentos adequados e se eles são realmente eficazes para eliminar ou reduzir o risco.
Provas complementares: fotos, vÃdeos, testemunhas e mensagens que demonstrem as condições reais de trabalho.
A NR-15 estabelece que, se o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) neutralizar completamente o agente nocivo, o adicional pode ser reduzido ou até eliminado.
Por isso, o laudo técnico é indispensável para determinar a situação com precisão.
O que fazer se a minha empresa pagar a insalubridade errada?
Quando a empresa paga o adicional de insalubridade com valor incorreto, é importante agir rapidamente para evitar prejuÃzos.
O primeiro passo é confirmar o grau correto por meio do laudo técnico. Com esse documento em mãos, compare o percentual aplicado pela empresa com o previsto na NR-15 e na CLT.
Se houver divergências, você deve:
1. Solicitar uma correção administrativa: procure o setor de Recursos Humanos e apresente os documentos que comprovem o cálculo correto.
2. Guardar todas as provas: laudos, holerites, mensagens e outros registros que demonstrem a diferença de valores.
3. Buscar orientação jurÃdica: se a empresa não corrigir, um advogado trabalhista pode ingressar com reclamação judicial para cobrar os valores devidos, inclusive retroativos dos últimos cinco anos, conforme a prescrição quinquenal prevista no artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal.
Ignorar o problema pode gerar perdas significativas, já que o adicional influencia não só o salário mensal, mas também verbas como férias, 13º e FGTS.
Além disso, quanto mais tempo você demorar para agir, maiores são as chances de perder parte dos valores retroativos por conta dos prazos legais.
Quem define o grau do adicional de insalubridade no trabalho?
O grau de insalubridade, mÃnimo, médio ou máximo, só pode ser definido por um profissional habilitado, como um engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho.
Essa definição é feita por meio do Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), conforme previsto na NR-15.
A função do laudo é identificar:
- Agentes nocivos: quais estão presentes no ambiente de trabalho.
- NÃvel de intensidade: grau de exposição do trabalhador a esses agentes.
- EPIs fornecidos: se são capazes de neutralizar ou reduzir os riscos.
Apenas com essa análise técnica é possÃvel saber qual percentual do adicional deve ser aplicado.
Isso evita que a empresa pague valores incorretos, tanto para mais quanto para menos, e garante maior segurança jurÃdica para ambas as partes.
Quando preciso de advogado para garantir a insalubridade?
Você deve considerar buscar um advogado trabalhista sempre que houver dúvidas sobre o cálculo ou o pagamento do adicional de insalubridade. Alguns exemplos de situações que exigem orientação jurÃdica:
- Quando a empresa não paga o adicional, mesmo com laudo técnico que comprove a exposição a agentes nocivos.
- Quando o valor pago é inferior ao devido, resultando em diferenças salariais acumuladas.
- Quando existe discordância sobre o grau de insalubridade determinado pela empresa.
- Quando há risco de perda de prazos para reivindicar valores retroativos, a lei permite cobrar os últimos cinco anos, mas o trabalhador tem até dois anos após o fim do contrato para ingressar com a ação.
Um advogado trabalhista pode analisar seus documentos, orientar sobre a melhor estratégia e representar você em uma eventual ação judicial.
Agir rápido é importante para evitar prejuÃzos financeiros e garantir que todos os seus direitos sejam respeitados.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise especÃfica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista: clique aqui!
O suporte jurÃdico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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