Declaração de inocência: o que significa no processo?

A declaração de inocência é uma forma de o acusado afirmar publicamente que não cometeu o crime do qual é acusado. Embora não tenha valor jurídico, esse gesto tem importância!

Imagem representando declaração de inocência.

O que significa a declaração de inocência?

Você já deve ter ouvido falar em “declaração de inocência” em algum noticiário ou conversa sobre Direito Penal.

Mas será que esse termo tem um valor jurídico real? Ele serve apenas como uma manifestação pessoal do acusado ou tem um peso concreto dentro de um processo criminal?

A verdade é que, no Brasil, a declaração de inocência não é apenas uma frase simbólica, ela está profundamente ligada a um dos pilares mais importantes do sistema de Justiça: o princípio da presunção de inocência, garantido pela Constituição Federal.

Entender esse conceito é essencial para quem enfrenta uma acusação, para familiares que buscam compreender o andamento de um processo e até para quem deseja conhecer melhor os direitos fundamentais de qualquer cidadão.

Vamos analisar, de forma simples e direta, o que é a declaração de inocência, quando e por que ela é feita, se tem valor jurídico e qual é a diferença entre ela e a absolvição definitiva.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!

O que é uma declaração de inocência?

A declaração de inocência é a manifestação formal de quem nega ter cometido o crime que lhe foi atribuído.

Ela se apoia no princípio constitucional da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, que afirma:

“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.”

Na prática, isso quer dizer que o Estado não pode tratar o acusado como se já tivesse sido condenado. Ele tem direito à ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal, e cabe à acusação, e não ao acusado, provar que ele cometeu o crime.

Por isso, quando alguém apresenta uma declaração de inocência, está apenas reafirmando um direito constitucional que já lhe pertence.

Essa declaração não cria o direito, mas reforça sua aplicação dentro do processo, servindo também como instrumento de defesa moral e jurídica.

Por que alguém faz uma declaração de inocência?

A razão pela qual alguém faz uma declaração de inocência está ligada à necessidade de afirmar sua posição no processo.

Quando o acusado nega a autoria do crime, ele busca garantir que seu direito à presunção de inocência seja respeitado. Essa manifestação tem caráter jurídico, mas também simbólico, pois reforça a exigência de que seja tratado como inocente enquanto não houver decisão final.

Além disso, a declaração ajuda a deixar clara a postura do acusado desde o início. Ao se declarar inocente, ele demonstra que não aceita a acusação e reforça que a responsabilidade de provar a culpa cabe ao Ministério Público.

Essa clareza é importante, pois ajuda a orientar a atuação do juiz e dos advogados ao longo do processo.

Também há um aspecto humano nessa atitude. Em muitos casos, o acusado sofre julgamentos antecipados e danos à imagem.

A declaração de inocência serve como uma forma de restabelecer sua voz no processo e reafirmar sua integridade, lembrando que toda pessoa tem direito à defesa e à busca pela verdade.

A declaração de inocência tem algum valor jurídico?

Sim, a declaração de inocência tem valor jurídico, ainda que não substitua uma decisão judicial. Ela é uma manifestação legítima dentro dos autos e representa o exercício de um direito fundamental.

Ela é uma manifestação legítima e um direito básico do acusado.

Qual é o valor jurídico da declaração de inocência?

Ao ser apresentada, reforça a aplicação da presunção de inocência e impede que o acusado seja tratado como culpado antes do fim do processo. Seu valor também está no efeito prático que produz.

A declaração fortalece as três dimensões do princípio:

Isso garante equilíbrio e respeito ao devido processo legal.

Por outro lado, é importante entender que a declaração, sozinha, não encerra o processo nem garante a absolvição.

Ela é uma ferramenta de defesa, usada para reafirmar direitos e consolidar a coerência da estratégia jurídica. Assim, embora não decida o mérito, ajuda a preservar a legitimidade do julgamento e o tratamento justo do acusado.

Como fazer uma declaração de inocência corretamente?

Fazer uma declaração de inocência corretamente exige atenção à forma e ao conteúdo. O documento deve conter a identificação completa da pessoa, a negativa clara da acusação e a referência ao artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal.

O texto deve ser objetivo e respeitoso, evitando termos emocionais ou informações sem base legal.

É importante que o documento seja endereçado ao juiz e inclua local, data e assinatura.

Embora qualquer pessoa possa redigir, o ideal é que seja feito com o auxílio de um advogado criminalista, que garantirá a precisão jurídica e o uso adequado da linguagem.

O profissional também definirá o momento certo de apresentá-la no processo, de forma estratégica.

Uma declaração bem elaborada transmite seriedade e coerência. Ela não apenas reforça a inocência do acusado, mas também demonstra respeito ao procedimento judicial.

Assim, ao ser feita com responsabilidade e orientação técnica, a declaração torna-se um instrumento útil e legítimo de defesa.

Qual a diferença entre declaração de inocência e absolvição?

A diferença entre declaração de inocência e absolvição está na natureza de cada uma. A declaração é uma manifestação do acusado, enquanto a absolvição é uma decisão do juiz.

Quando alguém se declara inocente, apenas reafirma o direito de ser tratado como tal até que uma sentença final diga o contrário. Já a absolvição é o resultado de um julgamento que reconhece a inexistência de provas ou do próprio crime.

Portanto, a declaração é um ato de defesa, e a absolvição é um ato de julgamento. A primeira reafirma direitos constitucionais; a segunda produz efeitos concretos, encerrando o processo e afastando qualquer punição.

Mesmo assim, ambas estão ligadas pelo mesmo princípio: ninguém deve ser condenado sem provas.

Em resumo, uma pessoa pode se declarar inocente e ainda ser condenada, caso as provas sejam suficientes, ou pode ser absolvida sem nunca ter feito uma declaração formal.

O que realmente define o resultado é a força das provas e a atuação da defesa. Por isso, o acompanhamento de um advogado é indispensável para garantir que a inocência não seja apenas declarada, mas reconhecida judicialmente.

Um recado final para você!

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

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Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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