Como funciona o inventário com testamento?
O inventário com testamento possui regras especiais. Entenda como funciona esse processo e o que pode acelerar ou travar a partilha de bens.
O inventário com testamento é o procedimento utilizado para formalizar a partilha dos bens deixados por uma pessoa falecida quando há um testamento válido determinando como o patrimônio deve ser distribuÃdo.
Nesses casos, o processo exige atenção redobrada, pois é preciso respeitar tanto a vontade expressa pelo falecido quanto as regras legais de sucessão.
Antes de iniciar a partilha, o testamento precisa ser reconhecido judicialmente, garantindo sua autenticidade e validade.
Só depois dessa etapa é possÃvel dar andamento ao inventário, que pode ocorrer de forma judicial ou extrajudicial, a depender da situação dos herdeiros e da existência de menores ou incapazes.
Esse tipo de inventário costuma ser mais detalhado, já que envolve interpretação do testamento, análise de cláusulas especÃficas e adequação à legÃtima dos herdeiros necessários.
A seguir, você vai entender como esse processo funciona na prática e quais cuidados são essenciais para garantir o cumprimento da vontade do falecido.
Sabemos que questões jurÃdicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
O que muda no inventário com testamento?
O que muda no inventário com testamento é que ele passa a seguir a vontade expressa pelo falecido quanto à distribuição dos bens, respeitando sempre os limites legais.
O testamento orienta a partilha, mas não substitui o inventário, que continua sendo obrigatório para formalizar a sucessão.
Antes de iniciar o processo, o testamento deve ser aberto e confirmado judicialmente, garantindo sua autenticidade.
Somente após essa etapa é possÃvel iniciar a partilha, que pode ser feita judicialmente ou extrajudicialmente, desde que todos os herdeiros concordem com os termos e o testamento já tenha sido validado pelo juiz.
Assim, o inventário com testamento combina o cumprimento da vontade do falecido com as regras de sucessão previstas na lei.
Quais os passos do inventário com testamento?
O inventário com testamento segue etapas especÃficas que diferem um pouco do inventário comum.
O primeiro passo obrigatório é apresentar o testamento ao juÃzo competente em até 30 dias após o falecimento, sob pena de multa para quem o detém.
Se for testamento cerrado ou particular, o juiz determinará sua abertura e publicação solene em cartório, com registro em livro próprio.
No caso de testamento público, basta apresentar certidão do cartório onde foi lavrado.
Após a abertura, todos os herdeiros legÃtimos e testamentários são citados para tomar conhecimento do inventário e manifestar concordância ou oposição ao testamento.
Os bens são avaliados por perito judicial ou por acordo entre as partes. Depois vem o pagamento das dÃvidas deixadas pelo falecido e o recolhimento do ITCMD, que incide sobre a herança.
A grande diferença no inventário com testamento está na fase de partilha:Â
⇨ primeiro separa-se a legÃtima (50% do patrimônio) que será dividida igualmente entre os herdeiros necessários conforme a lei, e depois distribui-se a parte disponÃvel (outros 50%).
Se houver discordância, o processo pode se prolongar com audiências e necessidade de provas.
Uma vez homologada a partilha pelo juiz, expede-se o formal de partilha e os herdeiros procedem ao registro dos bens em seus nomes nos órgãos competentes.
Se o testamento foi desrespeitado, o testamenteiro ou qualquer interessado pode recorrer.
Os herdeiros podem contestar o testamento?
Os herdeiros podem contestar o testamento quando houver indÃcios de irregularidades, como vÃcios de vontade, falhas na forma do documento ou violação da legÃtima.
A contestação deve ser feita judicialmente, por meio de ação própria, na qual os herdeiros precisam apresentar provas de que o testamento não reflete a vontade livre e consciente do falecido.
Entre as causas mais comuns de impugnação estão a incapacidade mental do testador, a falta de testemunhas exigidas, a coação, o erro ou indÃcios de fraude.
Contudo, o simples desagrado com a forma como os bens foram distribuÃdos não é motivo para anulação.
O juiz analisa cuidadosamente as provas e o contexto do caso, priorizando sempre o respeito à vontade legÃtima do testador. Se não houver vÃcios relevantes, o testamento permanece válido e deve ser cumprido integralmente.
Dessa forma, os herdeiros têm o direito de questionar o documento, mas a contestação só prospera quando há provas consistentes de irregularidade ou violação legal.
Quanto custa um inventário com testamento?
| Despesa | Valor estimado |
|---|---|
| ITCMD (Imposto sobre herança) | Entre 4% e 8% do valor dos bens |
| Honorários advocatÃcios | Entre 2% e 10% do patrimônio |
| Custas judiciais ou cartorárias | De R$ 1.000 a R$ 5.000, conforme o estado |
| Lavratura do testamento | Cerca de R$ 1.768,88 (em SP) |
| Custo total aproximado | Entre 10% e 20% do valor total dos bens |
O custo de um inventário com testamento depende do valor total do patrimônio, do estado onde o processo é realizado e da forma escolhida — judicial ou extrajudicial.
As principais despesas envolvem o imposto sobre transmissão causa mortis (ITCMD), custas judiciais ou emolumentos cartorários, honorários advocatÃcios e, se necessário, avaliações de bens ou perÃcias.
Em geral, os honorários de advogados variam entre 2% e 10% do valor do espólio em casos consensuais, podendo aumentar em situações mais complexas ou litigiosas.
Além disso, o testamento pode tornar o processo um pouco mais técnico, exigindo acompanhamento jurÃdico especializado.
Mesmo assim, o custo é proporcional ao valor do patrimônio e à necessidade de garantir uma partilha legal e segura.
Como fazer partilha de bens com testamento?
A partilha de bens com testamento deve ser feita de acordo com a vontade do falecido, desde que dentro dos limites legais.
Primeiro, o testamento precisa ser aberto e confirmado pelo juiz, garantindo sua autenticidade e validade.
Em seguida, os bens são avaliados e organizados, e aplica-se a divisão conforme as determinações do documento.
Metade do patrimônio — chamada legÃtima — é reservada aos herdeiros necessários, e a outra metade pode ser livremente distribuÃda conforme a vontade do testador.
Depois dessa etapa, é elaborado o plano de partilha, que será homologado judicialmente ou registrado em cartório, conforme o tipo de inventário.
Por fim, ocorre o registro e transferência dos bens, tornando a herança efetivamente dividida entre os beneficiários.
Quanto tempo leva o inventário com testamento?
A duração de um inventário com testamento depende da forma como o processo é conduzido e do nÃvel de consenso entre os herdeiros.
Quando o testamento já foi reconhecido judicialmente e não há disputas, o inventário extrajudicial pode ser finalizado em cerca de 2 a 6 meses, por ser mais simples e rápido.
No entanto, a maioria dos casos com testamento segue pela via judicial, que exige análise e homologação do juiz.
Nesse formato, o procedimento pode levar de 1 a 2 anos, variando conforme a complexidade dos bens, o número de herdeiros e eventuais conflitos.
Quanto maior a organização e o acordo entre as partes, mais ágil tende a ser o inventário, mesmo quando há testamento.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise especÃfica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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