Investigação de paternidade: como acontece o processo em 2023?
Você sabe como funciona o processo de investigação de paternidade? Entenda, aqui, quais são os seus direitos e como você pode dar entrada neste processo
Quando o pai biológico não registra o filho, é possível que ele ou seu representante legal dê entrada no processo de reconhecimento de paternidade. No entanto, para que o reconhecimento aconteça, será necessário realizar uma investigação de paternidade.
A investigação de paternidade é ação que existe porque os filhos têm o direito de ter o nome dos seus pais em seus registros. No entanto, até o início dos anos 1990, esse processo era complicado e trazia muitos transtornos à mãe da criança.
Assim, a Lei 8.560 de 1992 regulamentou a investigação de paternidade. Desse modo, os direitos dos filhos foram assegurados.
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
Quando é possível solicitar a investigação de paternidade?
Então, para iniciar a ação de paternidade, é necessário que o responsável pela criança solicite ao juiz a investigação. Entretanto, a próprias pessoa pode solicitá-la. No entanto, precisa ser maior de idade.
Além disso, a solicitação pode acontecer no momento em que a mãe ou representante legal da criança for registrá-la, informando ao profissional do cartório a sua identidade, como provável pai.
Assim, o tabelião encaminhará a informação ao juiz da vara de registros públicos, por meio do “Termo de Alegação de Paternidade”.
Como é o processo de investigação de paternidade?
Após o pedido de investigação ser formalizado, você será chamado para dar os seus esclarecimentos a respeito do assunto.
No entanto, se você continuar negando a paternidade, o caso poderá se tornar um processo e deverá ir a julgamento. Sendo assim, inicia-se a fase de audiências com as testemunhas que irão auxiliar na resolução do problema.
Após a fase dos depoimentos, caso você continue alegando que o filho não é seu, o juiz poderá determinar o teste de DNA para comprovar o parentesco.
Aqui, entretanto, é importante ressaltar que a sua negativa em fazer o exame pode ser visao pelo juiz como presunção de culpa. Portanto, caso se negue a fazer o exame, é possível que o juiz o declare pai da criança.
Esse direito se tornou possível com efeito da súmula 301 do STJ, que afirma: “em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.”.
Por outro lado, sendo feito o exame, o seu resultado será indiscutível.
A chance de acerto em um exame de DNA é de 99.9%, uma vez que observa-se as repetições das bases genéticas presentes no DNA, que são diferentes de indivíduo para indivíduo. Assim, se essas bases se tornam concomitantes entre duas pessoas, trata-se de pai e filho.
Logo, se o resultado for positivo, a paternidade deve ser reconhecida. No entanto, se o resultado do exame de DNA for negativo, o processo é encerrado.
A investigação de paternidade pode ser feita em cidades diferentes?
Sim. No entanto, você deve colaborar com o processo de investigação de paternidade.
Desse modo, a coleta de material para ser feito o exame de DNA poderá ser feita em sua cidade, mesmo que a criança resida em uma cidade diferente.
Contudo, se o seu paradeiro for desconhecido à mãe, o juiz poderá ter acesso a dados que irão ajudar a achá-lo, como informações de empresas de luz, água, telefone, além de cartões de crédito e dados eleitorais.
Quais os direitos da criança após o resultado ser positivo?
Uma vez que a paternidade é comprovada, o filho tem todos os direitos re-estabelecidos. Desse modo, questões como herança, pensão alimentícia, etc., são garantidos por lei.
Além disso, caso o filho seja menor de 24 anos e estudante, poderá, junto com o pedido de investigação de paternidade, dar entrada no pedido de pensão alimentícia. Assim, o pedido será analisado pelo juiz com base nas necessidade do menor.
O que acontece se o suposto pai já tiver falecido?
Neste caso, a investigação de paternidade se dará com os herdeiros. O processo segue, basicamente, o mesmo rito do procedimento de quando o pai está vivo. Entretanto, neste caso, os herdeiros não poderão reconhecer o filho de forma voluntária, como poderia ser feito pelo genitor.
Portanto, será necessária a produção de provas sobre a paternidade, dentre elas, o exame de DNA com os herdeiros.
Ao fim do procedimento, sendo constatada a paternidade, o juiz expedirá um documento chamado de “mandado de averbação”.
Desse modo, com esse documento, o filho poderá incluir as novas informações no seu registro, como o nome do pai e avós paternos.
Além disso, ele passará a ter direito a herança assim como os outros herdeiros.
Por fim, recomenda-se que, para te auxiliar em uma ação de reconhecimento de paternidade, você procure por um advogado. Ele poderá te auxiliar no levantamento dos documentos necessários e o passo a passo desse procedimento.
Por fim, ainda assim, você tem alguma dúvida sobre esse assunto? Então, entre em contato com a nossa equipe jurídica especializada em direito de família.
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