Mandado de busca e apreensão domiciliar
Ter um mandado judicial batendo à porta pode causar pânico, mas é importante saber: nem toda busca e apreensão é legal. Neste artigo, você vai entender quando ela é permitida e o que a lei garante a você.
Receber um mandado de busca e apreensão domiciliar pode ser uma situação altamente estressante.
A entrada da polícia em sua casa, ainda que autorizada judicialmente, costuma gerar medo, insegurança e muitas dúvidas.
Por isso, é essencial entender quando essa medida é legal, como deve ser feita e quais são os seus direitos durante todo o processo.
Neste artigo, você encontra as respostas mais importantes sobre esse tema, de forma acessível, direta e embasada na legislação brasileira.
O objetivo é te ajudar a se proteger, saber como agir e quando procurar apoio jurídico especializado.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: Clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é mandado de busca e apreensão?
- Qual o horário permitido para busca e apreensão?
- Como funciona o mandado de busca e apreensão domiciliar?
- Quanto tempo dura um mandado de busca e apreensão domiciliar?
- Quais são os meus direitos em caso de mandado de busca e apreensão domiciliar?
- Quais são os requisitos para a emissão de um mandado de busca e apreensão domiciliar?
- Preciso de advogado em caso de violação dos meus direitos no mandado de busca e apreensão?
- Um recado final para você!
- Autor
O que é mandado de busca e apreensão?
O mandado de busca e apreensão é uma ordem judicial emitida por um juiz que autoriza a entrada forçada da polícia em um local específico, como uma casa, apartamento, escritório ou até um veículo, com o objetivo de localizar e apreender objetos, documentos, dispositivos ou até mesmo pessoas ligadas a uma investigação criminal.
Quando essa medida envolve a entrada em domicílio, ela passa a ter ainda mais exigências legais, porque a casa é um espaço protegido pela Constituição Federal.
O artigo 5º, inciso XI, afirma que o domicílio é inviolável, salvo em quatro hipóteses: flagrante delito, desastre, pedido de socorro ou por ordem judicial.
Essa proteção existe para evitar abusos por parte do Estado. Por isso, ninguém pode entrar na sua casa sem o seu consentimento, salvo nos casos previstos em lei.
O mandado serve justamente para garantir que a busca seja feita de forma legal e controlada.
Qual o horário permitido para busca e apreensão?
A busca e apreensão domiciliar só pode ser feita durante o dia, conforme estabelece o artigo 245, §1º, do Código de Processo Penal (CPP).
Essa regra está em harmonia com a Constituição, que limita a entrada forçada no domicílio ao período diurno, exceto em flagrante delito ou com autorização do morador.
Mas o que a lei considera como “durante o dia”? A Lei nº 13.869/2019, conhecida como Lei de Abuso de Autoridade, traz uma definição clara: o horário permitido vai das 5 horas da manhã às 21 horas da noite.
Cumprir um mandado fora desse intervalo, sem o consentimento livre do morador, é ilegal e pode configurar crime por parte dos agentes envolvidos.
Caso a diligência seja realizada fora do horário permitido e sem consentimento, isso pode levar à anulação das provas obtidas, além da responsabilização dos policiais ou demais autoridades envolvidas.
Portanto, fique atento aos seus direitos e às condições da operação.
Como funciona o mandado de busca e apreensão domiciliar?
O mandado de busca e apreensão domiciliar segue uma sequência de etapas bem definidas e precisa atender aos critérios legais para que seja considerado válido.
Ele não acontece de forma aleatória: precisa de fundamentação, análise judicial e respeito aos direitos do morador.
Tudo começa quando o Ministério Público ou a autoridade policial acredita que há elementos de prova escondidos dentro de uma residência.
Esses elementos podem ser, por exemplo, celulares, documentos, computadores, armas, drogas, ou até mesmo pessoas foragidas.
A partir dessa suspeita, a autoridade faz um pedido formal ao juiz, apresentando indícios concretos que justificam a medida.
O juiz, então, analisa se há fundamentos suficientes para autorizar a entrada forçada no domicílio. Se estiver tudo de acordo com a lei, ele expede o mandado.
A execução ocorre geralmente assim:
- Os agentes vão até o local com o mandado em mãos;
- Informam o morador sobre a medida e apresentam o documento judicial;
- Iniciam a busca conforme os limites descritos no mandado;
- Tudo que for encontrado é registrado em auto circunstanciado, assinado pelos presentes.
A busca deve ser restrita aos termos do mandado. Os policiais não podem vasculhar a casa inteira se o mandado indicar apenas um cômodo, por exemplo.
Da mesma forma, não podem apreender itens que não estejam relacionados à investigação.
Quanto tempo dura um mandado de busca e apreensão domiciliar?
A validade de um mandado de busca e apreensão domiciliar não é indeterminada. Ele precisa ser cumprido em tempo hábil, geralmente dentro do prazo definido pelo próprio juiz na decisão.
Embora não exista um prazo fixado na legislação, é comum que esse tipo de mandado tenha validade de alguns dias, podendo variar entre 48 horas e até 10 dias, dependendo do caso.
Depois de executado ou vencido o prazo, o mandado não pode mais ser usado. Se a autoridade quiser fazer uma nova busca, precisará apresentar novo pedido à Justiça, com nova justificativa.
Isso impede o uso abusivo da medida como forma de intimidação ou vigilância contínua.
Além disso, o mandado é válido apenas para o local especificado. Se a polícia pretende buscar objetos em outro endereço, precisa de autorização específica. A utilização de mandado fora do prazo ou fora do local previsto é ilegal.
Quais são os meus direitos em caso de mandado de busca e apreensão domiciliar?
Se você for alvo de um mandado de busca e apreensão domiciliar, é essencial saber que a lei garante diversos direitos para proteger sua integridade, sua casa e sua privacidade.
Mesmo sendo uma medida legal, ela precisa ser conduzida com respeito, moderação e nos limites da ordem judicial.
Você tem direito a:
- Ver o mandado judicial antes da entrada no imóvel;
- Saber o nome dos agentes responsáveis pela diligência;
- Acompanhar a busca, sempre que possível, e solicitar que um familiar também acompanhe;
- Ter todos os objetos apreendidos listados em documento oficial, com descrição clara;
- Recusar o ingresso da polícia, caso não exista mandado ou flagrante;
- Contatar um advogado, antes, durante ou depois da diligência, sem obstrução por parte dos agentes.
Esses direitos são garantidos pelo artigo 244 e seguintes do CPP, e também decorrem do princípio constitucional da inviolabilidade do domicílio.
Caso algum desses direitos seja violado, é possível denunciar o abuso e solicitar a anulação das provas obtidas de forma irregular.
Quais são os requisitos para a emissão de um mandado de busca e apreensão domiciliar?
A emissão de um mandado de busca e apreensão domiciliar só é autorizada se o pedido preencher requisitos legais previstos no artigo 240 do Código de Processo Penal.
O objetivo é evitar que a medida seja usada de forma abusiva ou com base apenas em suspeitas genéricas.
Entre os requisitos, destacam-se:
Fundadas razões: devem existir indícios concretos de que a residência abriga elementos relacionados ao crime;
Finalidade clara: o pedido deve explicar o que se busca e por que aquilo é importante para a investigação;
Indicação do local e dos alvos: o endereço precisa ser exato e os objetos ou pessoas que se pretende buscar devem ser descritos;
Legalidade e necessidade: a medida deve ser a única forma viável de obtenção da prova, respeitando a proporcionalidade.
Sem esses elementos, o juiz não pode autorizar a diligência. Caso o mandado seja expedido com base em informações genéricas, ele pode ser anulado judicialmente, e todas as provas obtidas, consideradas ilícitas.
Preciso de advogado em caso de violação dos meus direitos no mandado de busca e apreensão?
Se os seus direitos forem violados durante uma busca domiciliar, seja por abuso de autoridade, invasão fora do horário, falta de mandado, ameaças ou coleta de provas além do permitido, você precisa de um advogado de confiança imediatamente.
Um advogado pode:
- Analisar a legalidade da medida e se todos os requisitos foram cumpridos;
- Protocolar pedidos de nulidade, caso as provas tenham sido obtidas de forma ilegal;
- Representar você em ações judiciais por abuso de autoridade, danos morais ou responsabilização dos envolvidos;
- Proteger seus interesses em eventuais investigações que venham a se seguir após a diligência.
A orientação jurídica é urgente, pois qualquer demora pode comprometer sua defesa e dificultar a reversão de atos irregulares. Em muitos casos, a busca é o primeiro passo de um processo criminal.
Ter um advogado atuando desde o início pode evitar desdobramentos graves e proteger seus direitos de forma efetiva.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “mandado de busca e apreensão domiciliar” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista: Clique aqui!
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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