Menor impúbere: o que é e quais são os direitos?
Menor impúbere não é apenas “criança de pouca idade”. Entenda o conceito e os direitos previstos em lei.
Quando o assunto é proteção da criança e do adolescente, a lei brasileira não economiza em garantias.
O legislador sabe que, por ainda estarem em formação, essas pessoas precisam de cuidados especiais, tanto no aspecto físico e emocional, quanto no aspecto jurídico e patrimonial.
Um conceito muito importante dentro desse cenário é o de menor impúbere, termo que pode parecer técnico, mas que tem aplicação prática em inúmeras situações do dia a dia.
Se você é pai, mãe, responsável legal ou até mesmo parente de uma criança, entender o que significa ser menor impúbere, quais são os direitos dessa pessoa e como protegê-los legalmente é essencial.
Esse conhecimento ajuda a evitar problemas jurídicos, proteger o patrimônio e garantir que as decisões sejam tomadas sempre visando o melhor interesse da criança.
Ao longo deste artigo, você vai compreender não apenas a definição legal, mas também as consequências práticas desse status jurídico, e vai ver como a presença de um advogado pode fazer toda a diferença para resguardar esses direitos.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é menor impúbere?
- Quem representa o menor impúbere?
- Quais são os direitos do menor impúbere?
- O menor impúbere pode assinar contratos?
- Até que idade a lei considera alguém menor impúbere?
- Como proteger legalmente o patrimônio do menor impúbere?
- Qual a importância do advogado para proteção dos direitos do menor impúbere?
- Um recado final para você!
- Autor
O que é menor impúbere?
O menor impúbere é a pessoa que ainda não completou 16 anos de idade e, por isso, é considerada absolutamente incapaz para praticar atos da vida civil por conta própria.
A lei entende que, nessa fase da vida, não há maturidade suficiente para compreender plenamente as consequências jurídicas de decisões e contratos, e por isso exige que um representante legal atue em seu nome.
Mesmo que possua bens, receba herança ou seja beneficiário de um contrato, o menor impúbere não pode agir sozinho, pois todo ato que praticar sem representação será, em regra, nulo.
É interessante notar que o Código Civil não utiliza a expressão “menor impúbere” no texto, mas sim “menores de 16 anos”, de acordo com o artigo 3º, inciso I.
Esse conceito, no entanto, é amplamente adotado pela doutrina e se diferencia do menor púbere, que é aquele com idade entre 16 e 18 anos e possui relativa capacidade civil.
Quem representa o menor impúbere?
A representação do menor impúbere é exercida, como regra, pelos pais no exercício do poder familiar.
São eles que respondem por todos os atos jurídicos que envolvem o menor, seja na vida civil ou em processos judiciais.
Quando um dos pais está ausente, falecido ou impedido, o outro pode assumir essa função individualmente.
Em casos de ausência ou perda do poder familiar por ambos, a lei determina que um tutor seja nomeado judicialmente para exercer a representação.
Existe ainda a figura do curador especial, que pode ser designado pelo juiz quando há conflito de interesses entre o menor e seu representante legal, garantindo que a decisão tomada esteja alinhada com o melhor interesse da criança.
Em qualquer situação processual que envolva menor impúbere, o Ministério Público deve atuar como fiscal da lei, supervisionando e protegendo os direitos envolvidos.
Quais são os direitos do menor impúbere?
Mesmo sendo absolutamente incapaz para agir sozinho, o menor impúbere é titular de direitos fundamentais previstos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
A Constituição Federal, no artigo 227, estabelece que:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Isso inclui proteção contra toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
O ECA complementa essa proteção, trazendo regras específicas sobre guarda, adoção, tutela, medidas socioeducativas, acesso à educação e saúde, proteção contra o trabalho infantil e medidas de proteção patrimonial.
Também há o direito à gratuidade da justiça, que permite que processos sejam ajuizados sem custo, independentemente da situação financeira dos pais.
O menor ainda pode ser proprietário de bens, receber herança ou doações, ser beneficiário de seguros e participar de ações judiciais, sempre representado por quem detenha a responsabilidade legal.
Essa rede de direitos tem como objetivo garantir que o desenvolvimento físico, mental e social ocorra de maneira saudável e segura.
O menor impúbere pode assinar contratos?
O menor impúbere não pode assinar contratos por conta própria, pois a lei o considera absolutamente incapaz para esse tipo de ato.
Qualquer contrato assinado sem a representação de seus pais ou tutor é juridicamente nulo e não produz efeitos.
Para que o negócio seja válido, é necessário que o representante legal participe ativamente da negociação, assinando o documento e assumindo a responsabilidade pelos termos.
Essa exigência serve para evitar que o menor seja exposto a riscos ou obrigações desproporcionais.
A única exceção ocorre em situações de rotina e de pequeno valor, como compras simples do dia a dia, que não envolvem risco patrimonial ou jurídico.
No entanto, para qualquer contrato formal, seja de prestação de serviços, compra de imóvel ou matrícula escolar, a assinatura do responsável é indispensável.
Até que idade a lei considera alguém menor impúbere?
A lei considera menor impúbere toda pessoa até a véspera de completar 16 anos.
Ou seja, até os 15 anos, 11 meses e 29 dias, a pessoa é absolutamente incapaz para os atos da vida civil e, portanto, precisa ser representada em qualquer negócio jurídico.
No dia em que completa 16 anos, a pessoa passa a ser considerada menor púbere, enquadrando-se como relativamente incapaz (art. 4º, I, do CC), podendo praticar atos assistido pelos pais ou tutor.
Esse critério é puramente etário e não leva em conta o desenvolvimento físico ou mental, pois busca garantir segurança jurídica.
Assim, mesmo que um adolescente apresente maturidade acima da média, continuará sendo tratado como absolutamente incapaz até atingir a idade definida em lei, não podendo agir sozinho em questões jurídicas ou patrimoniais.
Como proteger legalmente o patrimônio do menor impúbere?
A proteção do patrimônio do menor impúbere começa pela administração responsável exercida pelos pais, que têm o dever de cuidar dos bens como se fossem seus.
Embora possam realizar atos de gestão ordinária, para vender, doar ou gravar de ônus bens de valor significativo é preciso obter autorização judicial, que só será concedida se houver comprovação de benefício real para o menor.
Nessas situações, o juiz e o Ministério Público atuam para garantir que não haja prejuízo.
Caso os pais estejam ausentes ou impedidos, um tutor assume a administração, e, em casos de litígio ou risco de conflito de interesses, pode ser nomeado um curador especial.
Além disso, existem medidas preventivas, como a instituição de bem de família, que torna um imóvel impenhorável, ou cláusulas em testamentos que protejam o uso de determinados bens até que o menor atinja a maioridade.
Essas estratégias ajudam a garantir que o patrimônio seja preservado até que o titular possa administrá-lo por conta própria.
Qual a importância do advogado para proteção dos direitos do menor impúbere?
A proteção jurídica do menor impúbere exige conhecimento técnico, e por isso o papel do advogado é essencial.
Esse profissional orienta sobre quais atos exigem autorização judicial, elabora petições para obtenção de alvarás e acompanha processos que envolvem venda de bens, recebimento de herança ou indenizações.
O advogado também garante que contratos envolvendo menores contenham cláusulas de proteção e que a transação esteja resguardada contra questionamentos futuros.
Em situações de conflito de interesses, pode requerer a nomeação de curador especial e acionar o Ministério Público para reforçar a defesa dos direitos do menor.
Ter auxílio jurídico especializado reduz riscos e assegura que todas as decisões estejam alinhadas com a lei e com o melhor interesse da criança, evitando prejuízos patrimoniais e garantindo o cumprimento das garantias previstas na legislação.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui!
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário