Meu filho foi preso, o que fazer neste caso?
Seu filho foi preso e você não sabe por onde começar? Entenda o que fazer nas primeiras horas, quais são seus direitos e como agir com firmeza e orientação jurídica desde o início.
Receber a notícia de que um filho foi preso é, sem dúvida, um dos momentos mais angustiantes que um pai ou mãe pode enfrentar. O chão parece sumir, as perguntas se atropelam na cabeça, e o medo toma conta.
Mas mesmo em meio ao desespero, é fundamental manter a calma e agir com lucidez. A forma como você reage nas primeiras horas após a prisão pode fazer toda a diferença no desenrolar do caso.
Assim que receber a ligação informando a prisão, respire fundo e tente reunir o máximo de informações. Pergunte em qual delegacia seu filho está detido, qual é a acusação feita contra ele, se foi arbitrada fiança e, se sim, qual o valor exigido.
Esses dados são fundamentais para tomar decisões rápidas e acertadas, especialmente no momento inicial do procedimento policial.
Este artigo foi escrito justamente para te orientar nesses primeiros passos — e nos que virão depois.
Aqui, você vai entender o que fazer quando seu filho é preso, como saber onde ele está, como oferecer apoio emocional, quais são os direitos da família e, claro, a importância de buscar orientação jurídica especializada o mais cedo possível.
Informação é o que te dá força para agir com clareza. Vamos juntas entender cada parte desse processo.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
O que fazer quando o filho vai preso?
Quando o filho é preso, o primeiro passo é manter a calma e agir com clareza. Apesar do choque, a pior coisa que pode acontecer é deixar o desespero paralisar suas ações.
Assim que receber a notícia, procure saber em qual delegacia ele está, qual o crime está sendo imputado, se já há fiança arbitrada e qual seria o valor. Essas informações vão orientar os passos seguintes.
É nesse momento que a assistência jurídica se torna essencial. Você deve procurar um advogado criminalista o quanto antes. Esse profissional vai garantir que o processo respeite os direitos do seu filho desde o início, inclusive impedindo que ele preste depoimentos sem orientação.
Se não tiver recursos para contratar um advogado particular, a Defensoria Pública pode ser acionada para garantir a defesa dele.
Além disso, comece imediatamente a reunir documentos importantes: RG, CPF, comprovantes de residência e de trabalho, certidões dos filhos ou escola, se for o caso.
Esses dados são úteis para demonstrar que seu filho tem vínculos sociais e familiares que favorecem a liberdade provisória. O advogado pode usar essas provas na audiência de custódia, que deve acontecer até 24 horas após a prisão em flagrante.
Tomar essas providências logo nas primeiras horas pode evitar que a prisão se prolongue desnecessariamente. É uma fase delicada, mas com apoio jurídico e informações certas, você consegue ajudar seu filho de forma prática e concreta.
Quanto tempo o filho fica preso pela primeira vez?
O tempo que seu filho pode ficar preso pela primeira vez depende do tipo de prisão e das decisões judiciais que forem tomadas.
Se ele foi preso em flagrante, será levado para uma audiência de custódia, que deve acontecer em até 24 horas. Nessa audiência, o juiz pode libertá-lo imediatamente, com ou sem fiança, ou então converter a prisão em prisão preventiva, caso considere necessário.
A prisão preventiva não tem um prazo fixo na lei, mas isso não significa que ele ficará preso indefinidamente. O Supremo Tribunal Federal entende que o tempo de prisão antes da sentença deve ser razoável.
Assim, se o processo demorar muito ou se não houver justificativa concreta para a manutenção da prisão, o advogado pode pedir a liberdade provisória ou a substituição da prisão por medidas menos graves.
Caso ele seja condenado, o juiz irá determinar a pena de acordo com a gravidade do crime. No entanto, por ser réu primário, seu filho pode ter benefícios como penas alternativas, regime aberto ou semiaberto.
A depender do caso, ele pode inclusive responder ao processo em liberdade até o julgamento final.
Cada caso é analisado individualmente, por isso é tão importante que ele tenha uma defesa técnica desde o início. Com um bom advogado, é possível buscar a liberdade o mais rápido possível e evitar que o tempo de detenção se prolongue além do necessário.
O que falar para um filho que está preso? Como ajudar?
Quando o filho está preso, o mais importante é que ele saiba que não está sozinho. Esse momento é emocionalmente delicado, tanto para ele quanto para a família, e tudo o que você disser pode impactar profundamente o estado emocional dele.
Por isso, evite julgamentos ou críticas. Fale com amor, com firmeza e com empatia, dizendo que está ao lado dele e que fará o que for possível para ajudá-lo.
Frases simples como “estou aqui com você”, “vamos enfrentar isso juntos” e “você não está abandonado” podem ter um efeito muito mais poderoso do que você imagina.
É importante mostrar que, mesmo diante da prisão, ele continua tendo uma rede de apoio. Se for possível visitar, esteja presente. Se for por carta ou ligação, mantenha contato sempre que puder.
Ajudar seu filho também significa participar do processo. Esteja atenta ao que o advogado recomendar, entregue os documentos no prazo, compareça às audiências e siga as orientações que forem passadas. Isso faz diferença para o andamento do caso e também reforça o vínculo emocional entre vocês.
E não esqueça de cuidar de você também. Busque apoio emocional, compartilhe seus sentimentos com alguém de confiança e, se possível, procure grupos de apoio ou orientação psicológica.
Apoiar alguém que está preso exige muita força, e você também precisa estar bem para sustentar essa caminhada.
Como saber para onde meu filho foi levado depois de preso?
Saber para onde seu filho foi levado após a prisão pode parecer complicado, mas existem caminhos claros para isso.
Se você souber em qual delegacia ele foi inicialmente detido, entre em contato com essa unidade. Eles são obrigados a informar o destino dele, seja um centro de triagem ou uma unidade prisional, conforme a etapa do processo.
Se não tiver essa informação, existem sistemas online em alguns estados que permitem consultar o paradeiro de custodiados, como o sistema da Secretaria de Administração Penitenciária em São Paulo ou o SIGPRI em Minas Gerais.
Esses portais exigem dados como nome completo, RG e nome da mãe. Se não souber acessar, o advogado poderá fazer essa verificação de forma rápida e segura.
Caso não haja ferramenta online no seu estado, procure diretamente a Secretaria de Segurança Pública ou a Administração Penitenciária local.
Em último caso, você pode protocolar um pedido formal por escrito ou por e-mail, solicitando a informação como familiar direto, com documentos que comprovem o vínculo.
Ter clareza sobre onde seu filho está permite que você possa visitá-lo, levar os itens autorizados e acompanhar de perto o que está acontecendo. Isso também ajuda o advogado a atuar com mais rapidez e precisão, garantindo os direitos legais dele.
Quais são os direitos da família de alguém que foi preso?
A família de uma pessoa presa tem direitos reconhecidos pela legislação brasileira, especialmente pela Lei de Execução Penal, que trata da dignidade dos presos e de seus vínculos familiares.
O primeiro direito é o de visita periódica, feita por pais, cônjuges, filhos e até amigos, desde que cumpridas as exigências de cadastro e autorização. Essa visita é essencial para o vínculo emocional e para a reintegração futura.
Outro direito fundamental é o acesso à informação. A família tem o direito de saber em qual unidade o preso está, como está sua saúde, se ele sofreu alguma agressão e quais são as condições do local.
Além disso, a família pode e deve ser informada sobre o andamento do processo e as decisões judiciais que afetam diretamente o detento.
Também existem direitos sociais que podem ser acionados. Em casos de necessidade, o CRAS e o CREAS oferecem assistência psicossocial e até suporte econômico, especialmente se o preso era o principal provedor.
Dependendo da situação previdenciária, os dependentes podem ter direito ao auxílio-reclusão. Isso deve ser analisado com cuidado por um advogado ou assistente social.
Por fim, a família tem o direito de não ser discriminada nem excluída socialmente pela condição do parente. Sofrer humilhações em escolas, serviços públicos ou no trabalho por ter um familiar preso pode configurar violação de direitos e ser denunciado.
A família também pode participar de conselhos e programas sociais voltados à reintegração de presos e egressos.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “meu filho foi preso, o que fazer neste caso?” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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