O que é o guardião de uma criança ou adolescente?

Você sabe o que significa ser guardião de uma criança ou adolescente? Entenda como funciona essa responsabilidade e quando ela é aplicada.

Imagem representando guardião de criança ou adolescente.

Quem é o guardião de uma criança ou adolescente?

Quando se fala em guardião de uma criança ou adolescente, muitas pessoas ficam em dúvida sobre o que esse papel realmente significa e quais responsabilidades ele envolve.

O guardião é a pessoa legalmente responsável por cuidar, proteger e tomar decisões importantes sobre a vida do menor, garantindo seu bem-estar físico, emocional e social no dia a dia.

Esse cuidado vai muito além de oferecer moradia ou sustento, pois envolve acompanhar a rotina escolar, zelar pela saúde, orientar valores e assegurar que a criança cresça em um ambiente seguro e equilibrado.

A guarda pode ser exercida pelos pais ou, em determinadas situações, por outros familiares ou responsáveis indicados pela Justiça, sempre com foco no melhor interesse do menor.

Entender quem é o guardião, quais são seus deveres e limites, e como essa responsabilidade é definida legalmente é essencial para quem enfrenta questões familiares, disputas de guarda ou busca orientação para proteger adequadamente os direitos da criança ou do adolescente.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!

O que é um guardião?

O guardião é a pessoa que assume, de forma legal, a responsabilidade direta pelo cuidado de uma criança ou adolescente.

Isso significa que ele passa a responder pelo dia a dia do menor, garantindo moradia, alimentação, acompanhamento escolar, cuidados com a saúde e proteção emocional.

O papel do guardião não se limita a “tomar conta”, mas envolve orientar, educar e oferecer um ambiente estável para o desenvolvimento da criança.

A guarda é definida por decisão judicial ou por acordo homologado, sempre com foco no melhor interesse do menor, que é o princípio central das decisões envolvendo crianças e adolescentes.

Quem pode ser um guardião legal?

Em regra, pai e mãe podem exercer a guarda, de forma compartilhada ou unilateral, conforme a organização familiar e o que melhor atenda ao interesse da criança.

No entanto, quando os pais não têm condições de assumir essa responsabilidade — seja por ausência, incapacidade temporária, problemas graves ou risco ao menor — a Justiça pode nomear outra pessoa como guardião legal.

Esse guardião deve ser maior de idade, capaz e demonstrar condições morais, materiais e emocionais para cuidar da criança ou adolescente.

Normalmente, a preferência recai sobre familiares próximos, como avós, tios ou irmãos mais velhos, seguindo uma ordem que prioriza os ascendentes e, depois, os parentes colaterais.

Na falta desses, ou quando não for a melhor solução, a guarda também pode ser atribuída a pessoas próximas sem vínculo familiar, como alguém com forte laço afetivo e histórico de cuidado.

Em situações específicas, até mesmo a família acolhedora ou o abrigo responsável pode assumir a guarda.

Em todos os casos, o critério central não é o parentesco em si, mas a capacidade real de garantir proteção, estabilidade, cuidado e desenvolvimento saudável ao menor.

Quais são os deveres de um guardião?

Os deveres de um guardião vão muito além do cuidado básico e envolvem uma responsabilidade ampla e contínua.

Cabe a ele garantir o sustento, a proteção e a educação da criança ou adolescente, assegurando condições adequadas de moradia, alimentação, vestuário e acompanhamento constante da rotina.

O guardião também é responsável por tomar decisões importantes sobre saúde, como autorizar tratamentos médicos, acompanhar consultas e zelar pelo bem-estar físico e emocional, além de cuidar da vida escolar, do lazer e do desenvolvimento social do menor.

Em determinadas situações, especialmente quando há necessidade, o guardião pode ainda representar legalmente a criança ou adolescente e administrar bens em seu nome, sempre com transparência e responsabilidade.

Todas essas atribuições devem ser exercidas com foco no melhor interesse do tutelado, conforme orientam o Estatuto da Criança e do Adolescente e a legislação civil, garantindo proteção integral e respeito aos direitos de quem está sob sua guarda.

O guardião substitui a guarda dos pais?

Isso depende da situação. Quando um dos pais é o guardião, não há substituição, apenas uma definição de como a guarda será exercida.

Já quando a guarda é atribuída a um terceiro, como um avô ou outro familiar, isso não significa necessariamente que os pais perdem todos os seus direitos.

Em muitos casos, a guarda apenas organiza quem ficará responsável pelo cuidado diário, enquanto os pais continuam tendo deveres legais, como o pagamento de pensão e o direito de convivência, salvo se houver decisão judicial em sentido contrário.

Qual a diferença entre guardião e tutor?

Diferença entre guardião e tutor Entenda na prática
Quando acontece Guardião: existe guarda definida, com pais ainda com poder familiar (mesmo que limitado).
Tutor: ocorre quando há ausência/perda total do poder familiar (ex.: pais falecidos ou destituídos).
Alcance da responsabilidade Guardião: cuida do dia a dia, proteção e rotina.
Tutor: substitui os pais integralmente, assumindo deveres e direitos de forma ampla.
Poder familiar Guardião: não tem poder familiar completo; os pais continuam titulares.
Tutor: exerce a função no lugar dos pais, por inexistência ou retirada do poder familiar.
Administração de bens Guardião: normalmente foca no cuidado e decisões do cotidiano.
Tutor: pode administrar bens do tutelado, com regras e controle judicial quando necessário.

A principal diferença entre guarda e tutela está no alcance das responsabilidades e na situação dos pais.

Na guarda, os pais continuam titulares do poder familiar, ainda que ele possa ser limitado ou organizado por decisão judicial.

Isso significa que o guardião cuida da criança no dia a dia, garantindo assistência material, educacional e proteção, mas não substitui completamente os pais em todos os direitos e deveres.

Já a tutela é aplicada quando há perda total do poder familiar, como nos casos de falecimento dos pais ou destituição judicial.

Nessa situação, o tutor passa a assumir integralmente o papel dos pais, respondendo por todas as decisões e responsabilidades, inclusive pela administração de bens, quando existir patrimônio.

Em resumo, enquanto a guarda organiza quem cuida e acompanha a rotina da criança, a tutela transfere de forma completa a responsabilidade legal, colocando o tutor na posição de substituto dos pais.

Guardião tem direitos a algum benefício?

O guardião tem direitos e deveres legais, mas não recebe benefício automático apenas por exercer a guarda. Em geral, os benefícios estão ligados à condição de dependente da pessoa assistida, e não ao guardião em si.

No caso de criança ou adolescente sob guarda judicial, o menor pode ser equiparado a filho para fins previdenciários, o que pode garantir direitos como pensão por morte, auxílio-reclusão e salário-família, quando preenchidos os requisitos legais.

O menor também deve ser incluído no plano de saúde do guardião e pode integrar programas sociais, conforme a renda familiar.

Já na curatela de adulto incapaz, o curador pode receber remuneração autorizada pelo juiz, especialmente quando administra patrimônio, mas sempre com controle judicial.

Em todos os casos, os direitos dependem da situação concreta e da análise legal.

Como alguém deixa de ser um guardião?

Para deixar de ser guardião, é necessário que a situação seja analisada formalmente pela Justiça, já que a guarda não pode ser encerrada de forma informal.

O pedido pode ser feito pelo próprio guardião, pela pessoa assistida (se tiver capacidade), por familiares ou por qualquer interessado no bem-estar do menor ou do incapaz.

Em geral, o juiz avalia os motivos apresentados, verifica se a mudança atende ao melhor interesse do assistido e, se necessário, define quem assumirá a responsabilidade a partir dali.

Em algumas situações, a guarda se encerra de forma natural, como quando o menor atinge a maioridade, ocorre uma adoção ou há o falecimento do guardião ou da pessoa assistida.

Ainda assim, por envolver direitos e deveres legais, o encerramento costuma passar por registro ou decisão judicial para garantir segurança jurídica a todos os envolvidos.

Um recado final para você!

Imagem representando um advogado para guardião.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

 

4.4/5 - (5 votos)

Autor

  • luiz azul

    •Advogado familiarista, cogestor do VLV Advogados
    Membro Associado do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM)
    Capacitação pela AASP em questões de direito civil, especialmente direito das famílias/sucessões e pela PUC/RJ em alienação parental e perícias psicológicas

    Ver todos os posts
Olá, tudo bem?
Fale conosco no WhatsApp! Rápido e seguro.
Fale Conosco