Prescrição da prisão preventiva: o que você precisa saber

Garantir um processo justo é essencial. Entenda como a prescrição da prisão preventiva atua para evitar ilegalidades.

Prescrição da prisão preventiva: o que você precisa saber

Prescrição da prisão preventiva: o que você precisa saber

A prescrição da prisão preventiva é um assunto que pode parecer complicado à primeira vista, mas é fundamental para garantir que o processo penal seja justo e respeite os direitos de quem está sendo investigado ou processado.

Afinal, você sabia que a prisão preventiva não pode durar para sempre? Há limites legais que controlam o tempo em que alguém pode permanecer preso preventivamente, e esses limites são essenciais para evitar abusos e garantir um julgamento justo.

Neste artigo, vamos explicar o que é a prescrição da prisão preventiva, como funcionam os prazos, quais são as regras que o Estado precisa seguir e o que acontece quando esses prazos não são respeitados.

Se você quer entender mais sobre esse tema ou esclarecer dúvidas sobre prazos e mandados de prisão, continue lendo!

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O que quer dizer prescrição?

A prescrição é um conceito jurídico que se refere à perda do direito de exigir judicialmente uma obrigação ou de aplicar uma sanção devido à inércia do titular desse direito durante um período determinado por lei.

Em outras palavras, se uma pessoa não busca a reparação de um direito violado dentro do prazo legal estabelecido, ela perde a possibilidade de fazê-lo posteriormente.

Esse mecanismo visa garantir a segurança jurídica e a estabilidade das relações sociais, evitando que litígios se prolonguem indefinidamente.

No direito brasileiro, a prescrição está prevista no Código Civil e no Código Penal, cada um estabelecendo prazos específicos conforme a natureza do direito ou da infração.

Por exemplo, o Código Civil define prazos prescricionais para ações relacionadas a direitos patrimoniais, enquanto o Código Penal estabelece prazos para a punição de crimes.

O que é prescrição da prisão preventiva?

A prescrição da prisão preventiva refere-se à perda do direito do Estado de manter uma pessoa sob prisão preventiva quando os prazos legais ou a razoável duração do processo não são respeitados.

A prisão preventiva é uma medida cautelar, ou seja, provisória, utilizada para garantir que o acusado não interfira nas investigações, fuja ou cause novos danos enquanto o processo penal está em andamento.

De acordo com o art. 312 do Código de Processo Penal (CPP), a prisão preventiva pode ser decretada para assegurar a ordem pública ou econômica, garantir a instrução criminal ou assegurar a aplicação da lei penal. Veja a seguir o que diz o artigo na íntrega:

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.

No entanto, essa medida não pode durar por tempo indeterminado, pois a Constituição Federal, no art. 5º, inciso LXXVIII, assegura a todos os cidadãos o direito a um processo com duração razoável.

Assim, a prescrição da prisão preventiva age como um limite temporal para essa medida, garantindo que ela não se estenda além do necessário.

Qual o prazo de validade da prisão preventiva?

A prisão preventiva, embora necessária em alguns casos, não pode ser utilizada como uma pena antecipada.

É por isso que o prazo de validade da prisão preventiva precisa estar dentro do que se considera razoável.

A legislação brasileira, por meio do art. 316 do CPP, exige que o juiz revise a legalidade e a necessidade da prisão preventiva a cada 90 dias. Caso isso não ocorra, a prisão pode ser considerada ilegal.

Ainda que não exista um prazo máximo determinado para a duração da prisão preventiva na lei, os tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), entendem que o excesso de prazo pode ser considerado uma afronta ao princípio da razoabilidade.

Por isso, o tempo de validade deve levar em conta a complexidade do caso, a quantidade de réus e a colaboração das partes para o andamento do processo.

Se houver demora injustificada no julgamento ou na tramitação do processo, a prisão preventiva pode ser revista, resultando em sua revogação ou até mesmo na ocorrência da prescrição da prisão preventiva.

Quando começa a contar o prazo de prescrição do crime?

O prazo de prescrição do crime começa a contar no momento em que o delito é consumado, conforme estabelece o art. 111 do Código Penal (CP).

Essa contagem pode ser suspensa ou interrompida em determinadas situações. Por exemplo, quando um réu é citado por edital e não comparece ao processo, o art. 366 do CPP prevê a suspensão do prazo prescricional e do próprio processo.

Outro ponto importante é que, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, a prescrição do crime pode ser suspensa se o condenado estiver preso por outro motivo, como explica o art. 116, parágrafo único, do CP.

Portanto, é crucial entender que o prazo da prescrição pode variar dependendo das circunstâncias e das interrupções legais.

Quais são os 3 tipos de prescrição?

Dentro do direito penal, a prescrição da prisão preventiva está intimamente relacionada aos três tipos de prescrição previstos no ordenamento jurídico:

Cada um desses tipos de prescrição pode impactar a aplicação de medidas cautelares, como a prisão preventiva, influenciando diretamente o tempo em que ela pode ser mantida.

Quanto tempo prescreve um mandado de prisão?

O prazo para que um mandado de prisão seja considerado prescrito depende da pena máxima cominada ao crime. O art. 109 do CP estabelece os seguintes prazos para a prescrição:

Se o mandado de prisão está associado a uma prisão preventiva, a prescrição da prisão preventiva pode ocorrer antes mesmo do cumprimento do mandado, caso os prazos processuais não sejam respeitados.

Quanto tempo vale um mandado de prisão preventiva?

O mandado de prisão preventiva permanece válido enquanto a prisão preventiva estiver devidamente fundamentada e dentro dos limites legais.

Se a medida for mantida por períodos excessivamente longos sem revisão ou justificativa adequada, isso pode ser considerado abuso de poder e resultar na revogação do mandado ou na declaração de ilegalidade da prisão.

A revisão obrigatória a cada 90 dias, conforme o art. 316 do CPP, é um dos mecanismos que garantem que a prescrição da prisão preventiva seja observada, evitando prisões arbitrárias ou prolongadas de forma indevida.

Como calcular a prescrição criminal?

Calcular a prescrição criminal exige atenção a alguns fatores fundamentais:

Por exemplo, em um crime com pena máxima de 6 anos, o prazo prescricional é de 12 anos. Se a denúncia foi recebida em 2010 e houve sentença condenatória em 2015, a prescrição é interrompida e a contagem recomeça a partir de 2015.

Assim sendo, a prescrição da prisão preventiva é um tema complexo, mas essencial para compreender como o sistema jurídico brasileiro equilibra os direitos individuais com a necessidade de aplicação da justiça.

Este artigo buscou esclarecer dúvidas frequentes e mostrar como os prazos e regras da prescrição penal se aplicam à prisão preventiva.

Se você tem dúvidas sobre como isso se aplica ao seu caso específico, é recomendável procurar um advogado especializado para orientação adequada.

Um recado final para você!

prescrição da prisão preventiva

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema “prescrição da prisão preventiva” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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