Recebi um cartão benefício sem pedir: como agir?
Você recebeu um cartão benefício que nunca pediu e não sabe o que fazer? Essa prática é abusiva e pode gerar cobranças indevidas. Entenda seus direitos e como se proteger!
Você abriu a correspondência e, sem aviso, encontrou um cartão benefício no seu nome — mesmo sem nunca ter feito solicitação alguma.
Na hora, é natural surgir um turbilhão de pensamentos: será que é golpe? Se eu ativar, estarei aceitando alguma dívida?
E se começarem a cobrar mesmo sem eu usar?
Essa é uma situação que tem se tornado cada vez mais comum e que, infelizmente, pode colocar muita gente em risco.
Principalmente pessoas que não têm familiaridade com contratos bancários ou benefícios consignados.
Receber um cartão sem pedir não é apenas incômodo — é um sinal de alerta.
Afinal, alguém pode estar usando seus dados sem seu consentimento, e isso pode acarretar em prejuízos financeiros e até restrições no seu CPF.
Por isso, é essencial agir com rapidez, entender seus direitos e tomar as medidas corretas para não cair em armadilhas que parecem inofensivas à primeira vista.
Neste artigo, você vai entender como se proteger, o que a lei diz sobre isso e quando é o momento de buscar ajuda jurídica.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: Clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é um cartão benefício e como funciona?
- Como faço para ter acesso a um cartão benefício?
- O que fazer se eu receber um cartão benefício sem pedir?
- Como cancelar um cartão benefício que chegou sem solicitação?
- Preciso pagar alguma coisa por um cartão benefício que não pedi?
- Meu nome pode sujar por causa de um cartão benefício não solicitado?
- Tenho direito a indenização por receber um cartão benefício sem pedir?
- Um recado final para você!
- Autor
O que é um cartão benefício e como funciona?
O cartão benefício é um tipo de cartão oferecido principalmente por bancos e financeiras a aposentados, pensionistas do INSS e servidores públicos.
Esse cartão permite compras ou saques com desconto direto no benefício ou na folha de pagamento.
Na prática, ele funciona como uma espécie de empréstimo disfarçado: ao invés de o valor da fatura ser pago por boleto ou débito em conta.
Ele é automaticamente descontado do seu salário ou aposentadoria, antes mesmo de o dinheiro cair na sua conta.
Muitos desses cartões vêm com a promessa de crédito fácil, sem consulta ao SPC/Serasa e com “vantagens exclusivas“, como cashback ou limite alto.
Mas o que pouca gente sabe — ou descobre tarde demais — é que esses cartões muitas vezes envolvem taxas, juros e encargos abusivos, principalmente quando usados para saques.
E mais: mesmo sem ativar ou utilizar o cartão, algumas instituições já começam a cobrar tarifas ou liberam o “saque consignado” automaticamente, como se o titular tivesse autorizado.
É justamente aí que mora o perigo. Sem perceber, o consumidor passa a ter valores descontados todo mês, reduzindo o benefício que já é apertado.
E quando tenta cancelar ou entender o que aconteceu, se depara com contratos que sequer sabia que havia assinado.
É um cenário abusivo, injusto e perigoso, que exige atenção e, muitas vezes, intervenção jurídica para reverter o dano.
Por isso, é fundamental entender: um cartão benefício não é um simples cartão de compras.
É um produto financeiro que compromete sua renda e, quando mal oferecido ou ativado sem consentimento, pode se transformar em uma armadilha.
Se você recebeu um desses cartões sem pedir, ou começou a sofrer descontos sem entender o motivo, é hora de agir com orientação especializada e buscar seus direitos.
Como faço para ter acesso a um cartão benefício?
O acesso a um cartão benefício, em geral, é feito por meio de contratação direta com bancos ou instituições financeiras.
Que oferecem esse tipo de produto, voltado principalmente para aposentados, pensionistas do INSS e servidores públicos.
Mas aqui é importante fazer um alerta: embora muitos consumidores procurem esse tipo de cartão em busca de crédito fácil, nem sempre entendem o funcionamento completo — e é aí que surgem os problemas.
Na maioria dos casos, o banco entra em contato oferecendo o cartão por telefone, mensagem.
Até mesmo pessoalmente, prometendo limite rápido, sem consulta ao nome e com liberação imediata de valores.
O que muita gente não percebe é que, ao aceitar, o cartão já vem com um saque consignado pré-aprovado, e a simples liberação desse valor já gera um contrato com desconto mensal automático no benefício ou salário.
Outras vezes, o cartão é oferecido como “brinde” ao contratar um empréstimo, ou até enviado para a casa da pessoa sem ela sequer ter solicitado, o que é ilegal.
E mesmo nesses casos, se o consumidor ativar ou movimentar o cartão — mesmo que sem saber exatamente do que se trata — pode estar assumindo um contrato que compromete sua renda.
Por isso, se você quer ter acesso a um cartão benefício, o primeiro passo é entender exatamente o que está contratando.
Leia o contrato, pergunte sobre os juros, tarifas, saques e descontos em folha. Se não tiver clareza sobre os termos, não assine nada e procure orientação jurídica.
Contratar um cartão benefício pode até ser uma solução em alguns casos, mas deve ser uma escolha consciente, jamais uma armadilha disfarçada de vantagem.
O que fazer se eu receber um cartão benefício sem pedir?
Se você recebeu um cartão benefício sem pedir, é importante entender que isso não é normal nem legal.
Nenhuma instituição pode enviar um cartão financeiro sem sua solicitação expressa e consciente.
Por isso, não ative, não use e não desbloqueie o cartão em hipótese alguma, mesmo que venha com instruções fáceis ou promessas de vantagens.
Isso pode ser interpretado como aceite do contrato.
Receber um cartão sem pedir já é um sinal de possível prática abusiva ou até fraude. Nesse caso, você deve agir com rapidez para evitar prejuízos. Veja o que fazer:
1. Guarde tudo
Não jogue o cartão fora. Guarde o envelope, o cartão, folhetos e qualquer documento que veio junto.
Eles servem como prova de que a oferta foi feita sem seu consentimento.
2. Entre em contato com a instituição
Ligue para o SAC do banco ou financeira, registre uma reclamação e peça o cancelamento imediato do cartão, deixando claro que você nunca solicitou nem autorizou o envio.
Anote o número de protocolo da ligação.
3. Registre uma reclamação nos órgãos de defesa do consumidor
Faça uma queixa no Procon da sua cidade e na plataforma consumidor.gov.br.
Isso ajuda a pressionar a empresa e criar um histórico de abusos, além de resguardar seus direitos.
4. Monitore seu benefício
Fique de olho no seu extrato do INSS ou contracheque, e verifique se há algum desconto indevido, especialmente sob o nome de cartão de crédito consignado, reserva de margem ou saque.
5. Procure um advogado
Se houver qualquer desconto sem autorização, ou se o banco insistir em manter o cartão ativo.
Você pode acionar a Justiça para cancelar o contrato, recuperar valores cobrados indevidamente e até pedir indenização por danos morais.
Receber um cartão sem pedir não é apenas um erro administrativo — é uma violação dos seus direitos como consumidor.
E quanto mais rápido você agir, menor o risco de prejuízos. Você não é obrigado a aceitar dívidas que não contratou.
E, com o apoio jurídico certo, é possível recuperar sua tranquilidade e proteger sua renda.
Como cancelar um cartão benefício que chegou sem solicitação?
Cancelar um cartão benefício que chegou sem solicitação é um direito seu, garantido pelo Código de Defesa do Consumidor.
Afinal, nenhum banco ou instituição financeira pode te vincular a um contrato sem sua autorização clara.
Mas para garantir que o cancelamento seja feito de forma segura e que você não tenha prejuízos no futuro, é importante seguir alguns passos com atenção.
Veja como agir:
1. Não ative o cartão
A primeira orientação é simples, mas fundamental: não desbloqueie, não use e não aceite nenhuma condição por telefone ou mensagem.
Mesmo um simples clique ou confirmação pode ser interpretado pelo banco como aceitação do contrato.
2. Entre em contato com a instituição financeira
Ligue imediatamente para o SAC do banco que enviou o cartão.
Explique que ele foi entregue sem solicitação, que você não tem interesse e exija o cancelamento imediato e o bloqueio de qualquer serviço vinculado.
Peça o número de protocolo da ligação e, se possível, grave a conversa ou registre por e-mail.
3. Formalize a reclamação por escrito
É importante deixar tudo documentado.
Envie um e-mail ou carta com aviso de recebimento (AR) à instituição, reforçando que não autorizou o envio, nem deseja utilizar o cartão, e exigindo o cancelamento imediato de qualquer vínculo.
4. Registre uma denúncia nos órgãos de defesa do consumidor
Se o banco se recusar a cancelar, demorar para atender ou se você identificar qualquer desconto indevido, abra uma reclamação no Procon e na plataforma www.consumidor.gov.br.
Quanto mais rápido você agir, maior a chance de resolver sem precisar entrar na Justiça.
5. Verifique seu benefício e extratos bancários
Mesmo com o cartão cancelado, é essencial acompanhar seu extrato do INSS ou do contracheque.
Para garantir que não haja descontos indevidos, como saques consignados ou tarifas administrativas.
6. Busque orientação jurídica se houver prejuízo
Se houver cobrança indevida, desconto no benefício ou recusa no cancelamento, você pode entrar com uma ação judicial.
Nesses casos, é possível pedir a devolução dos valores, cancelamento definitivo do cartão e até indenização por danos morais, já que o envio não solicitado configura prática abusiva.
Importante: guardar provas é essencial.
Tire fotos do cartão, do envelope, registre datas e conversas, para se proteger e fortalecer qualquer medida judicial, caso necessária.
Cancelar um cartão que você não pediu não é só um direito — é uma forma de se proteger de abusos e evitar prejuízos futuros.
Não aceite passivamente o que nunca autorizou. Se o problema persistir, um advogado pode te ajudar a reverter a situação e garantir a reparação dos danos.
Preciso pagar alguma coisa por um cartão benefício que não pedi?
Não, você não é obrigado a pagar absolutamente nada por um cartão benefício que chegou sem sua solicitação.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, esse tipo de prática é considerada abusiva e ilegal, já que nenhum produto ou serviço pode ser enviado ou contratado sem o consentimento claro do consumidor.
Ainda assim, muitas pessoas acabam sendo surpreendidas com tarifas, seguros, saques automáticos ou descontos no benefício do INSS, mesmo sem nunca ter ativado ou utilizado o cartão.
Nesses casos, é fundamental não aceitar a cobrança, registrar uma reclamação formal junto ao banco, guardar todas as provas e, se necessário, buscar apoio jurídico para reverter a situação, reaver os valores cobrados indevidamente e ainda pleitear uma possível indenização por danos morais.
Você não contratou, logo, não deve pagar. Essa é a regra — e a lei está do seu lado.
Meu nome pode sujar por causa de um cartão benefício não solicitado?
Sim, infelizmente isso pode acontecer — e é justamente aí que mora um dos maiores perigos.
Mesmo sem ter solicitado o cartão benefício, há casos em que a instituição financeira ativa o serviço indevidamente, realiza um saque automático ou lança tarifas no CPF do consumidor, como se ele tivesse aceitado as condições.
Se esses valores não forem pagos, a dívida é gerada e, com o tempo, o nome pode acabar negativado nos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa.
Essa prática é completamente ilegal e abusiva, pois ninguém pode ser cobrado ou prejudicado por algo que nunca contratou.
Mas isso não impede que a cobrança aconteça — e, muitas vezes, a pessoa só descobre quando tenta fazer um financiamento, abrir conta em outro banco ou consultar o CPF.
Por isso, se você recebeu um cartão que não pediu, não desbloqueie, não use e não aceite nenhuma oferta de saque ou benefício.
Se o cartão já estiver gerando cobranças ou se o seu nome foi negativado por causa dele, o caminho é buscar imediatamente seus direitos.
Exija o cancelamento, a retirada do nome dos cadastros de inadimplentes e, em muitos casos, indenização por danos morais, já que a negativação injusta causa constrangimento e prejuízo direto.
Seu nome é patrimônio. Não deixe que ele seja usado contra você por práticas abusivas.
Com apoio jurídico, é possível não só limpar seu nome, mas também responsabilizar quem causou o problema.
Tenho direito a indenização por receber um cartão benefício sem pedir?
Sim, você pode ter direito à indenização por danos morais se recebeu um cartão benefício sem pedir, principalmente se isso gerou qualquer tipo de transtorno.
Cobrança indevida, desconto no seu benefício ou, pior, negativação do seu nome.
A Justiça brasileira já reconheceu em diversas decisões que o simples envio de um cartão não solicitado configura uma prática abusiva, que fere o direito à informação, à liberdade de escolha e à segurança do consumidor.
Ainda que o cartão não tenha sido ativado nem utilizado, o envio sem autorização já representa uma forma de invasão da sua vida financeira, além de gerar insegurança, medo e desgaste emocional.
E esses efeitos pioram quando há descontos automáticos, saques indevidos, tentativas de cobrança ou dívidas geradas no CPF da pessoa sem qualquer contrato assinado.
A indenização, nesses casos, tem o objetivo de reparar o dano causado pela empresa e coibir que essa prática continue.
Por isso, é importante reunir provas: fotos do cartão e do envelope, conversas com o banco, protocolos de atendimento e extratos que mostrem qualquer movimentação estranha.
Com esse material em mãos, um advogado poderá entrar com uma ação para cancelar o cartão, recuperar valores cobrados indevidamente e pleitear a reparação moral.
Você não pediu, não autorizou, não contratou. Ainda assim, foi exposto a um risco que poderia (ou já causou) prejuízo.
E é justamente por isso que a Justiça reconhece o seu direito à indenização.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. Clique aqui!
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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