Sigilo entre psicólogo e paciente: saiba seus direitos!
O sigilo entre psicólogo e paciente é uma proteção legal que garante a confiança no tratamento. Entenda como funciona esse direito e em quais situações ele pode ser relativizado.
A relação entre psicólogo e paciente é construída sobre um pilar fundamental: a confiança. Sem ela, a terapia perde o sentido.
É nesse ponto que o sigilo profissional se torna essencial: ele garante que tudo o que você compartilha durante as sessões permaneça protegido.
Mas, afinal, o que é esse sigilo? Quando ele pode ser quebrado? E o que acontece se o psicólogo descumprir essa obrigação?
Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o sigilo entre psicólogo e paciente, com base nas regras do Código de Ética Profissional do Psicólogo, em decisões recentes e nas orientações de especialistas em saúde mental.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
O que é o sigilo entre psicólogo e paciente?
O sigilo entre psicólogo e paciente é um compromisso ético e legal que garante que todas as informações compartilhadas durante o atendimento sejam mantidas em total confidencialidade.
Ele é previsto no Código de Ética Profissional do Psicólogo, que impõe ao profissional o dever de preservar tudo o que o paciente revela no contexto da terapia, incluindo dados pessoais, relatos, emoções e registros clínicos.
Esse dever continua mesmo após o fim da relação terapêutica.
Em outras palavras, o sigilo é o que garante a segurança emocional e a privacidade do paciente. Ele cria um ambiente de confiança, no qual é possível falar livremente sobre sentimentos, experiências e traumas, sem medo de julgamento ou exposição.
Além de ser uma exigência ética, o sigilo também tem força legal.
Ele protege o paciente de qualquer uso indevido de suas informações, inclusive em atendimentos online, em que o psicólogo deve usar plataformas seguras e manter o controle dos registros.
Por que existe o sigilo entre psicólogo e paciente?
O sigilo existe para proteger o paciente e tornar a terapia eficaz. A psicologia entende que o tratamento só funciona quando há liberdade para falar sobre tudo.
Essa confiança é o que sustenta o vínculo entre o psicólogo e o paciente e permite o avanço do processo terapêutico.
Além disso, o sigilo expressa o respeito à dignidade e à autonomia da pessoa. Ele demonstra que o psicólogo não é um confidente comum, mas um profissional que escuta dentro de limites éticos, priorizando o cuidado e a segurança emocional.
O sigilo também tem respaldo na Constituição Federal e na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que asseguram o direito à privacidade.
Assim, o dever de confidencialidade não protege apenas o indivíduo, mas também a credibilidade da profissão e a confiança da sociedade na psicologia.
O psicólogo pode quebrar o sigilo em quais casos?
O psicólogo deve manter o sigilo em todas as situações, salvo em casos excepcionais previstos em lei ou em situações de risco grave.
A principal exceção é quando há ameaça concreta à vida, seja do próprio paciente ou de terceiros. Nessas situações, o profissional pode informar autoridades ou familiares para evitar danos maiores.
Outra exceção ocorre em casos de violência, abuso ou negligência envolvendo crianças, adolescentes, idosos ou pessoas incapazes.
Nesses casos, o psicólogo tem o dever de comunicar o ocorrido aos órgãos competentes, como o Conselho Tutelar, conforme determina a legislação.
O sigilo também pode ser quebrado mediante ordem judicial, mas o profissional deve revelar apenas o estritamente necessário.
Em qualquer dessas situações, a decisão precisa ser fundamentada e documentada, sempre com base no princípio do menor prejuízo possível.
O que acontece se o psicólogo descumprir o sigilo?
Se o psicólogo descumprir o sigilo sem justificativa ética ou legal, ele pode sofrer sanções disciplinares.
O Conselho Regional de Psicologia (CRP) pode aplicar desde uma advertência até a cassação do registro profissional, dependendo da gravidade da violação.
Além da esfera ética, o paciente pode buscar indenização por danos morais e materiais.
A Justiça reconhece que a exposição indevida de informações íntimas gera sofrimento e afeta a dignidade da pessoa, o que dá direito à reparação financeira.
O descumprimento do sigilo também é crime, previsto no artigo 154 do Código Penal, com pena de detenção de três meses a um ano, ou multa.
Se a violação envolver dados digitais, pode haver punição adicional pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Essa legislação prevê penalidades administrativas e financeiras para o uso indevido de dados pessoais sensíveis.
A violação do sigilo compromete a confiança, prejudica o vínculo terapêutico e abala a credibilidade do profissional.
Em qualquer indício de violação, é importante que o paciente busque apoio jurídico especializado para compreender seus direitos e as medidas cabíveis, tanto no campo ético quanto judicial.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Saiba como garantir o melhor apoio para suas decisões.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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