10 dúvidas sobre execução de alimentos
Tem dúvidas sobre execução de alimentos? Descubra como funciona a cobrança da pensão atrasada e quais medidas a Justiça pode tomar contra o devedor.
A execução de alimentos é o procedimento utilizado quando quem deve pensão alimentÃcia deixa de pagar o valor determinado em acordo ou decisão judicial.
Essa medida busca garantir o sustento de quem depende dessa verba — geralmente filhos, ex-cônjuges ou outros familiares — e pode envolver desde a penhora de bens até a prisão civil do devedor.
Embora o tema seja comum na rotina da Justiça, ainda há muitas dúvidas sobre como o processo funciona, quais são os direitos de quem cobra e o que pode acontecer com quem deixa de pagar a pensão.
A seguir, você encontrará as principais respostas sobre o tema, explicadas de forma clara e prática, para entender exatamente o que fazer diante de uma dÃvida de pensão.
Sabemos que questões jurÃdicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é a execução de alimentos?
- Como pedir a execução de alimentos?
- Qual o prazo para execução de alimentos?
- Quais são os ritos da execução de alimentos?
- Quanto tempo demora a execução de alimentos?
- A execução de alimentos pode levar à prisão civil?
- Parcelas em atraso entram na execução de alimentos?
- O processo de execução de alimentos suspende visitas?
- Diferença entre cumprimento de sentença e execução
- Como um advogado ajuda na execução de alimentos?
- Um recado final para você!
- Autor
O que é a execução de alimentos?
A execução de alimentos é o instrumento jurÃdico usado para garantir que o devedor de pensão cumpra sua obrigação de pagar o valor fixado por decisão judicial ou acordo homologado.
Quando o responsável deixa de pagar, o credor (geralmente o filho, o ex-cônjuge ou o responsável legal da criança) pode recorrer à Justiça para exigir o cumprimento da decisão.
Essa ação existe porque o valor da pensão alimentÃcia não é apenas uma quantia financeira — ele representa o sustento, a educação e o bem-estar de quem depende desses recursos.
A execução serve, portanto, para forçar o cumprimento da obrigação, podendo incluir bloqueio de contas bancárias, desconto direto em folha de pagamento, penhora de bens e até prisão civil.
Essa última medida é excepcional, mas demonstra o quanto o direito aos alimentos é considerado essencial e protegido pela Constituição.
Como pedir a execução de alimentos?
Para garantir o pedido dos alimentos, o caminho correto é ingressar com uma ação de execução de alimentos.
Nessa ação, o credor apresenta ao juiz a sentença ou o acordo que fixou os alimentos, junto com os documentos que comprovam o atraso, como extratos bancários e recibos de pagamentos anteriores.
O pedido pode ser feito tanto pela Defensoria Pública, nos casos em que a pessoa não tem condições de pagar um advogado, quanto por um advogado particular, que poderá definir a estratégia mais adequada.
O processo pode seguir dois caminhos diferentes. O primeiro é o rito da prisão, utilizado para cobrar as parcelas mais recentes (até três vencidas) e que pode levar à detenção do devedor se o pagamento não for realizado.
O segundo é o rito da penhora, aplicado para dÃvidas antigas, permitindo que o juiz determine o bloqueio de contas, a apreensão de bens ou o desconto em folha de pagamento.
Depois que o devedor é intimado, ele tem três dias para quitar a dÃvida, comprovar o pagamento ou justificar o não cumprimento da obrigação.
Caso não o faça, o juiz poderá adotar medidas coercitivas para garantir o recebimento dos valores.
Por isso, contar com o apoio de um advogado especializado é essencial para conduzir o pedido corretamente, acelerar o processo e assegurar que o direito aos alimentos seja efetivamente cumprido.
Qual o prazo para execução de alimentos?
A execução pode ser proposta a qualquer momento enquanto a obrigação estiver vigente, mas cada parcela não paga prescreve em dois anos.
Dentro do processo, o prazo para pagamento é de três dias a contar da intimação do devedor, conforme o artigo 528 do CPC.
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentÃcia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
Nesse perÃodo, ele deve pagar, comprovar o pagamento ou justificar o motivo do não cumprimento.
Se não o fizer, o magistrado pode determinar medidas legais, como detenção, bloqueio de ativos financeiros ou apreensão de bens.
Por isso, é essencial agir com rapidez para evitar a perda do direito de cobrar valores mais antigos.
Quais são os ritos da execução de alimentos?
A legislação prevê dois procedimentos distintos: o rito da prisão e o rito da penhora.
No rito da prisão, o credor cobra as três últimas parcelas vencidas e aquelas que se tornarem exigÃveis durante o processo.
Caso o devedor não pague no prazo de três dias após a intimação, o juiz pode decretar prisão civil por até três meses, cumprida em regime fechado e separadamente dos presos comuns.
Já o rito da penhora é aplicado à s dÃvidas antigas, permitindo que o magistrado determine o bloqueio de contas, a apreensão de bens, veÃculos ou imóveis e o desconto direto em salário ou benefÃcio previdenciário.
É possÃvel ainda combinar os dois ritos — cobrando as parcelas recentes com risco de prisão e as antigas por meio de penhora — garantindo uma cobrança mais completa e eficiente.
Quanto tempo demora a execução de alimentos?
O tempo de duração do processo varia de acordo com o valor da dÃvida, a cooperação do devedor e a agilidade do tribunal.
Quando há risco de prisão, o procedimento tende a ser mais rápido, pois a possibilidade de detenção estimula o pagamento imediato.
Já nas execuções baseadas em penhora de bens, o prazo costuma ser mais longo, principalmente se o devedor não possuir patrimônio registrado em seu nome.
Em média, esses processos podem durar de alguns meses a mais de um ano, dependendo da complexidade do caso.
Um acompanhamento jurÃdico constante ajuda a acelerar o andamento e evitar atrasos desnecessários.
A execução de alimentos pode levar à prisão civil?
Sim. A execução de alimentos pode resultar na prisão civil do devedor por um a três meses, conforme o artigo 528, §3º, do Código de Processo Civil (CPC).
Essa medida tem caráter coercitivo, ou seja, busca obrigar o pagamento das parcelas atrasadas, e não punir o devedor criminalmente.
Ela se aplica às três últimas parcelas anteriores ao ajuizamento da ação e também às que vencerem durante o processo, conforme a Súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cumprir a pena não quita a dÃvida — o valor continua sendo cobrado por outros meios, como bloqueio de contas, penhora de bens ou desconto em folha.
A prisão é uma medida excepcional, mas eficaz, e reforça a importância do direito à alimentação, especialmente quando envolve filhos ou dependentes em situação de vulnerabilidade.
Parcelas em atraso entram na execução de alimentos?
Sim. As parcelas não pagas podem ser incluÃdas na execução, mas a forma de cobrança muda conforme o tempo de atraso.
As três últimas parcelas vencidas — ou mesmo uma única, dependendo do caso — podem ser cobradas pelo rito da prisão civil, medida que busca compelir o devedor a regularizar o pagamento.
Já as parcelas mais antigas são cobradas por meio do rito da penhora, que permite o bloqueio de valores, desconto em folha ou apreensão de bens.
A cobrança pode começar a partir do primeiro dia de inadimplência, mas o risco de prisão se restringe às três parcelas imediatamente anteriores ao ajuizamento da ação e às que vencerem durante o processo.
Essa diferenciação torna o procedimento mais equilibrado e eficaz, assegurando que todos os débitos sejam cobrados de forma proporcional e dentro dos limites da lei.
O processo de execução de alimentos suspende visitas?
Não. O direito de convivência entre pais e filhos é independente da obrigação de pagar pensão.
O atraso ou a falta de pagamento não impede as visitas nem afasta o vÃnculo familiar.
Só em casos excepcionais — quando o convÃvio coloca em risco a integridade fÃsica ou emocional da criança — o juiz pode restringir as visitas.
Fora isso, a convivência deve ser preservada, pois o não pagamento da pensão não pode ser usado como punição ou forma de afastamento entre o genitor e o filho.
Diferença entre cumprimento de sentença e execução
Embora ambos tenham o mesmo objetivo — garantir o pagamento da pensão alimentÃcia —, eles se diferenciam pela origem da obrigação e pela forma de cobrança.
O cumprimento de sentença ocorre quando a pensão foi fixada em uma decisão judicial definitiva, já transitada em julgado.
Nesse caso, o credor apenas solicita ao juiz o cumprimento da sentença dentro do próprio processo, cobrando os valores atrasados sem precisar abrir uma nova ação.
Já a execução de alimentos é usada quando o débito decorre de acordos extrajudiciais homologados ou decisões provisórias, ainda sem caráter definitivo.
Nessa hipótese, o pedido é feito em processo autônomo, e o juiz pode aplicar medidas como bloqueio de contas, penhora de bens ou prisão civil se o devedor não pagar.
Em sÃntese, o cumprimento de sentença é uma fase de cobrança dentro do mesmo processo, enquanto a execução de alimentos é uma ação independente.
A escolha depende da forma como a pensão foi fixada, e o apoio de um advogado especializado é essencial para conduzir o procedimento de forma correta e eficaz.
Como um advogado ajuda na execução de alimentos?
A presença de um advogado é indispensável para conduzir o processo com segurança e agilidade.
Ele é responsável por calcular o valor exato da dÃvida, escolher o rito mais eficaz, reunir documentos e acompanhar todas as etapas da cobrança.
Também cabe ao advogado solicitar bloqueios de valores, penhoras, descontos em folha e, quando necessário, o decreto de prisão civil.
Além disso, o profissional orienta o cliente sobre possÃveis acordos, avalia a viabilidade de cada medida e atua para que o processo seja resolvido de forma rápida e justa.
Com o suporte jurÃdico adequado, o credor tem muito mais chances de receber o que lhe é devido e assegurar o direito de quem depende dos alimentos.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise especÃfica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurÃdico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Fale conosco!
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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