10 principais dúvidas sobre separação de corpos
O que é separação de corpos e quando ela é indicada? Entenda tudo sobre essa medida e como ela pode te ajudar a reorganizar sua vida em momentos difíceis.
Quando uma relação conjugal chega a um ponto em que a convivência se torna insustentável, muitos casais se veem diante da necessidade de tomar medidas que garantam o bem-estar de cada um e dos envolvidos.
Nessas situações, entender quais são os caminhos legais possíveis pode ser bastante desafiador, especialmente para quem não tem familiaridade com os termos jurídicos.
A separação de corpos é uma dessas soluções que, embora menos conhecida, pode ser uma ferramenta importante para organizar a vida de quem precisa se afastar do parceiro ou parceira, sem necessariamente formalizar o divórcio de imediato.
Essa medida permite garantir segurança e resguardar direitos enquanto as partes envolvidas decidem o que é melhor para o futuro de cada um.
Neste artigo, vamos esclarecer as 10 principais dúvidas sobre a separação de corpos, ajudando você a entender melhor como essa medida funciona, quais são seus benefícios, e como ela pode ser útil em determinadas situações.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- 1. O que é uma separação de corpos?
- 2. Como funciona a lei de separação de corpos?
- 3. Quais os requisitos para a separação de corpos?
- 4. Em quais casos é cabível a separação de corpos?
- 5. Qual a diferença entre separação de corpos e divórcio?
- 6. Quem pode pedir separação de corpos?
- 7. Como entrar com o pedido de separação de corpos?
- 8. Estou separada de corpos, posso namorar?
- 9. Qual a diferença entre separação de corpos e afastamento do lar?
- 10. Sou separada mas não divorciada, tenho direito a pensão?
- Um recado final para você!
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1. O que é uma separação de corpos?
A separação de corpos autoriza um dos cônjuges a deixar o lar conjugal, permitindo que o casal fique fisicamente separado sem dissolver oficialmente o casamento.
Ela é geralmente utilizada quando a convivência se torna insustentável e os cônjuges precisam formalizar essa separação para proteger seus direitos.
Ao obter o alvará de separação de corpos, concedido por um juiz, o casal é liberado do dever de coabitação, ou seja, de viver sob o mesmo teto.
Essa medida também é utilizada para fixar a data do término do regime de bens do casamento, o que é essencial para futuras questões relacionadas à partilha de bens.
Em outras palavras, a separação de corpos é um passo importante para oficializar a separação física e garantir que não haja prejuízo a nenhum dos cônjuges, especialmente em termos patrimoniais.
2. Como funciona a lei de separação de corpos?
A separação de corpos é concedida por meio de um alvará judicial, que é um documento expedido pelo juiz autorizando que um dos cônjuges se afaste do lar.
Esse pedido pode ser feito por qualquer um dos cônjuges, e o alvará só é necessário quando existe a necessidade de formalizar a separação de fato para proteger direitos como o de adquirir bens sem que o outro cônjuge tenha participação, ou em casos em que seja necessária a partilha de bens ou o estabelecimento de pensião alimentícia.
Para solicitar a separação de corpos, o interessado deve buscar um advogado, que será o responsável por formalizar o pedido perante a Justiça.
Se a pessoa não tiver condições financeiras para contratar um advogado, é possível buscar assistência da Defensoria Pública, que oferece serviços gratuitos para pessoas que não podem arcar com os custos de um advogado particular.
3. Quais os requisitos para a separação de corpos?
Para solicitar a separação de corpos, é necessário que haja a insustentabilidade da convivência entre os cônjuges.
Isso significa que a vida em comum se tornou inviável, seja por desentendimentos constantes, violência ou qualquer outra situação que torne impossível a continuidade da convivência.
A parte interessada deve demonstrar ao juiz que a convivência realmente se tornou insuportável, podendo ser utilizadas provas documentais ou testemunhais.
Essas provas podem incluir declarações de amigos e familiares, registros de agressões ou quaisquer outros elementos que comprovem o conflito entre o casal.
É importante lembrar que a separação de corpos não precisa ser consensual; um dos cônjuges pode solicitá-la mesmo sem o acordo do outro.
4. Em quais casos é cabível a separação de corpos?
A separação de corpos é cabível em qualquer situação onde a convivência entre os cônjuges se tornou insuportável, seja por desentendimentos frequentes, violência doméstica, dependência de substâncias que impactem negativamente a vida familiar, ou mesmo incompatibilidade de gênio.
Além disso, é possível solicitar a separação de corpos quando já não existe mais interesse afetivo entre as partes e a relação apenas gera desgastes emocionais.
Essa medida é também recomendada quando há a necessidade de formalizar a separação física para garantir que os direitos de ambas as partes sejam resguardados, especialmente quando existe um risco de perda patrimonial ou quando um dos cônjuges deseja adquirir novos bens sem que eles sejam considerados parte do regime de bens do casamento.
5. Qual a diferença entre separação de corpos e divórcio?
A separação de corpos e o divórcio são institutos diferentes. A separação de corpos é uma medida provisória que permite que os cônjuges fiquem fisicamente separados, enquanto o casamento ainda existe legalmente.
Ela é aplicada para organizar a vida do casal enquanto a separação definitiva não é decidida, podendo incluir questões como pensão alimentícia e guarda dos filhos.
Já o divórcio é a dissolução definitiva do casamento, encerrando todos os deveres e direitos conjugais, incluindo o regime de bens e o dever de fidelidade.
Após o divórcio, os cônjuges estão legalmente solteiros e podem contrair novas nupcias.
Em alguns casos, a separação de corpos pode ser um passo que antecede o divórcio, especialmente quando os cônjuges precisam de tempo para organizar as questões pessoais antes de finalizar a dissolução do casamento.
6. Quem pode pedir separação de corpos?
Qualquer um dos cônjuges pode solicitar a separação de corpos. Não há exigência de que ambos estejam de acordo; um dos cônjuges pode pedir a separação de corpos mesmo contra a vontade do outro.
O pedido deve ser feito com o apoio de um advogado, que encaminhará a solicitação ao juiz.
Se o requerente não tiver condições financeiras de contratar um advogado particular, pode contar com a Defensoria Pública, que prestará assistência jurídica gratuita para a formalização do pedido.
Nos casos de separação amigável, um único advogado pode representar ambos os cônjuges, facilitando o processo.
Em casos de litígio, é recomendável que cada parte tenha um advogado para garantir que seus interesses sejam adequadamente defendidos.
7. Como entrar com o pedido de separação de corpos?
Para entrar com o pedido de separação de corpos, é necessário que o cônjuge interessado busque um advogado para orientar e formalizar o pedido judicial.
O advogado irá preparar uma petição inicial expondo os motivos que tornam a convivência insustentável e solicitando ao juiz a concessão do alvará de separação de corpos.
Essa petição deve ser bem fundamentada, apresentando as provas necessárias para demonstrar a inviabilidade da vida em comum.
O processo pode ser amigável ou litigioso. No caso amigável, o processo tende a ser mais rápido, pois ambos os cônjuges estão de acordo com a separação.
No entanto, se houver litígio, o processo pode se estender, pois será necessário que o juiz analise as provas e decida sobre o pedido, além de determinar questões como guarda de filhos e pensão.
8. Estou separada de corpos, posso namorar?
Sim, após a concessão do alvará de separação de corpos, não há mais a obrigatoriedade de fidelidade entre os cônjuges, pois a separação de corpos suspende os deveres conjugais, incluindo o de fidelidade.
Isso significa que você pode iniciar um novo relacionamento sem que isso configure infidelidade.
No entanto, é importante destacar que, até a formalização do divórcio, você ainda está legalmente casada(o), o que pode ter implicações em algumas situações, como por exemplo, em questões de partilha de bens e herança.
9. Qual a diferença entre separação de corpos e afastamento do lar?
A separação de corpos é uma medida legal concedida pelo juiz, que permite ao cônjuge sair do lar e define as bases legais para a separação física, enquanto o casamento ainda não foi dissolvido.
Já o afastamento do lar pode ocorrer de forma voluntária, sem uma ordem judicial, ou ser uma medida protetiva, geralmente aplicada em casos de violência doméstica para garantir a segurança de uma das partes.
O afastamento do lar não implica necessariamente em uma separação formal ou em efeitos legais sobre os bens do casal, enquanto a separação de corpos formaliza a separação e define pontos importantes como partilha de bens, guarda dos filhos e pensão.
10. Sou separada mas não divorciada, tenho direito a pensão?
Sim, em muitos casos, a parte que está separada de corpos pode ter direito à pensão alimentícia, especialmente se houver dependência econômica.
O direito à pensão depende da situação financeira de cada cônjuge e pode ser solicitado durante o processo de separação de corpos.
O juiz avaliará a necessidade de uma das partes e a capacidade financeira da outra para determinar o valor da pensão.
Mesmo não havendo o divórcio, a separação de corpos formaliza a separação e permite que se estabeleçam direitos e deveres, incluindo o pagamento de pensão alimentícia para assegurar o sustento de uma das partes até que o divórcio seja concluído
Um recado final para você!
Sabemos que o tema separação de corpos pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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