Vínculo de emprego entre dentista e clínica: Como funciona?
Descubra como funciona o vínculo de emprego entre dentistas e clínicas. Saiba quais são os direitos trabalhistas e quando a relação pode ser reconhecida como empregatícia.
Quando falamos em direitos trabalhistas, um dos pontos mais discutidos é o vínculo empregatício.
No mundo odontológico, isso não é diferente.
A relação entre dentistas e as clínicas onde trabalham pode gerar muitas dúvidas.
Afinal, um dentista é empregado ou prestador de serviços? Como isso afeta os direitos trabalhistas?
Se você é dentista ou proprietário de uma clínica, ou simplesmente está curioso sobre o assunto, continue lendo este artigo que preparamos sobre o tema!
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Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é vínculo empregatício?
- Dentista: empregado ou prestador de serviços?
- Por que diferenciar empregado e prestador de serviço?
- Quais são os direitos trabalhistas do dentista?
- O que a lei diz sobre o vínculo empregatício dos dentistas?
- A Justiça do Trabalho e o vínculo entre dentista e clínica
- Como formalizar a relação de trabalho entre dentista e clínica?
- Conclusão
- Um recado importante para você!
- Autor
O que é vínculo empregatício?
Vínculo empregatício ocorre quando há uma relação de trabalho formalizada entre empregador e empregado, com obrigações e direitos previstos em lei.
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para que se configure essa relação, são necessários alguns requisitos, como:
- Pessoalidade: o empregado deve prestar o serviço pessoalmente.
- Onerosidade: o trabalho é remunerado.
- Subordinação: o trabalhador é subordinado ao empregador, cumprindo horários e recebendo ordens.
- Habitualidade: o trabalho é prestado de forma contínua, e não eventual.
Quando um dentista cumpre esses critérios ao trabalhar em uma clínica, a relação pode ser reconhecida como vínculo de emprego, com todas as implicações legais e trabalhistas.
Dentista: empregado ou prestador de serviços?
Essa é uma questão que gera debates.
Em muitas situações, os dentistas são contratados como prestadores de serviços, ou seja, eles atuam de forma autônoma e sem um vínculo empregatício formal.
No entanto, nem sempre é assim.
O que caracteriza o dentista como empregado?
Se o dentista trabalha em uma clínica com um contrato formal e é obrigado a seguir horários, normas e diretrizes estabelecidas pelo local, então há indícios claros de um vínculo empregatício.
Esses indicios incluem:
- Controle de jornada: o dentista precisa cumprir horários fixos.
- Subordinação: o dentista responde diretamente à administração da clínica.
- Exclusividade: o dentista só pode atuar naquela clínica, ou sua atuação em outros locais é limitada.
- Remuneração fixa: o dentista recebe um valor mensal definido, independentemente da quantidade de pacientes atendidos.
Esses são apenas alguns dos fatores que podem indicar uma relação de emprego.
O que caracteriza o dentista como prestador de serviços?
Por outro lado, um dentista pode ser considerado prestador de serviços quando atua de maneira autônoma, sem subordinação direta e com liberdade para definir seus horários e métodos de trabalho.
Nesses casos:
- O dentista faz seu próprio horário: não há controle de jornada.
- Trabalha em mais de uma clínica ou local: não há exclusividade.
- Remuneração por produtividade: o dentista recebe de acordo com os atendimentos realizados, e não uma remuneração fixa.
Se essas características forem prevalentes, o dentista é classificado como prestador de serviços, sem vínculo empregatício.
Por que diferenciar empregado e prestador de serviço?
A distinção entre ser empregado e prestador de serviços é fundamental, pois determina quais direitos trabalhistas se aplicam.
Um dentista considerado empregado tem direito a uma série de benefícios, como:
- FGTS
- Férias remuneradas
- 13º salário
- Aviso prévio
- Seguro-desemprego
- Registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
Por outro lado, o prestador de serviços, por ser autônomo, não tem direito a esses benefícios. Ele é responsável pelo recolhimento de seus próprios tributos, como o INSS e o ISS (Imposto Sobre Serviços).
Quais são os direitos trabalhistas do dentista?
Mesmo que a relação de trabalho entre dentista e clínica não seja reconhecida como vínculo de emprego, os dentistas ainda têm alguns direitos básicos garantidos.
Listamos alguns direitos que o dentista, seja ele autônomo ou empregado, deve conhecer:
Dentista empregado:
Como já mencionado, o dentista com vínculo empregatício tem direito a todos os benefícios previstos na CLT, como:
- Salário fixo ou variável, conforme combinado: o dentista deve receber sua remuneração acordada.
- Férias remuneradas: o direito a 30 dias de descanso por ano, com adicional de 1/3 sobre o salário.
- 13º salário: benefício garantido pela legislação trabalhista.
- FGTS: depósito de 8% do salário mensal em uma conta vinculada ao nome do empregado.
- Aviso prévio: em caso de demissão sem justa causa.
- Seguro-desemprego: se for demitido, o dentista pode solicitar o benefício, desde que tenha cumprido os requisitos para tal.
Dentista prestador de serviços:
Mesmo sendo autônomo, o dentista tem alguns direitos que deve observar em relação à prestação de serviços, como:
- Contrato de prestação de serviços bem definido: é essencial que o contrato estabeleça claramente as responsabilidades e direitos de ambas as partes.
- Pagamentos regulares: o dentista deve ser pago conforme o acordo, seja por procedimento realizado ou por período de trabalho.
- Respeito à liberdade de atuação: o prestador de serviços tem o direito de gerenciar sua agenda e seus métodos de trabalho.
O que a lei diz sobre o vínculo empregatício dos dentistas?
Não há uma legislação específica que trate do vínculo de emprego exclusivo entre dentistas e clínicas, mas a CLT e outras leis trabalhistas podem ser aplicadas à profissão.
Além disso, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) e o Conselho Regional de Odontologia (CRO) orientam sobre questões éticas e legais, incluindo a formalização das relações de trabalho.
A Lei 3.999/61, por exemplo, estabelece o piso salarial dos dentistas, que deve ser seguido pelas clínicas que contratam esses profissionais como empregados.
Isso garante que, mesmo com vínculo empregatício, os dentistas recebam uma remuneração mínima, independente da forma como é calculada (seja salário fixo, comissão, etc.).
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) também determina que o exercício da odontologia deve ser pautado em princípios éticos, que incluem a boa-fé nas relações de trabalho.
Isso quer dizer que, tanto a clínica quanto o dentista, devem agir de maneira ética na formalização do contrato e no cumprimento das obrigações.
A Justiça do Trabalho e o vínculo entre dentista e clínica
Nos últimos anos, a Justiça do Trabalho tem recebido inúmeros processos envolvendo a discussão sobre o vínculo empregatício entre dentistas e clínicas odontológicas.
Em alguns casos, a Justiça reconheceu o vínculo de emprego, enquanto em outros, entendeu que a relação era de prestação de serviços autônomos.
Quando a Justiça reconhece o vínculo?
Um exemplo interessante vem de um caso julgado no Rio Grande do Sul. Um dentista entrou na Justiça contra a clínica onde trabalhava, alegando que deveria ter sido registrado como empregado.
No julgamento, a Justiça do Trabalho reconheceu o vínculo empregatício com base em alguns fatores determinantes:
- Jornada controlada: O dentista tinha que cumprir horários preestabelecidos.
- Exclusividade: O profissional não podia prestar serviços para outras clínicas.
- Subordinação: O dentista recebia ordens da administração da clínica, que decidia sobre materiais a serem utilizados, tempo de consultas e até sobre a forma de atendimento.
Neste caso, a clínica foi obrigada a pagar todos os direitos trabalhistas, incluindo FGTS retroativo, férias e 13º salário.
Quando a Justiça não reconhece o vínculo?
Por outro lado, há casos em que a Justiça entende que não existe o vínculo de emprego.
Um exemplo disso ocorreu em uma ação no Paraná, em que um dentista solicitou o reconhecimento do vínculo, mas a clínica conseguiu provar que a relação era de prestação de serviços autônomos.
Os principais fatores que levaram à negativa do vínculo foram:
- Liberdade de horários: O dentista não tinha jornada controlada e podia atender quando quisesse.
- Falta de subordinação: O profissional não recebia ordens diretas sobre como conduzir os atendimentos.
- Remuneração variável: O dentista era pago com base no número de atendimentos realizados e não tinha salário fixo.
Esses exemplos mostram como cada situação é analisada individualmente pela Justiça, levando em conta diversos fatores.
Como formalizar a relação de trabalho entre dentista e clínica?
Para evitar problemas e disputas judiciais, é importante que tanto a clínica quanto o dentista formalizem a relação de trabalho da maneira correta.
O contrato de prestação de serviços ou o contrato de trabalho devem conter todos os termos e condições que regem a relação.
O contrato de trabalho
Se o dentista for contratado como empregado, é essencial que o contrato de trabalho contenha:
- A função exercida: detalhar as atribuições do dentista na clínica.
- Horário de trabalho: se houver controle de jornada.
- Salário e benefícios: especificar a remuneração e qualquer outro benefício, como vale-transporte, alimentação, etc.
- Período de férias: regulamentar o direito às férias.
- Outras condições: quaisquer outras condições acordadas entre as partes, como a exclusividade.
O contrato de prestação de serviços
No caso de um contrato de prestação de serviços, é importante incluir:
- A natureza da prestação de serviços: quais atividades o dentista realizará.
- A forma de pagamento: detalhar se o pagamento será por procedimento realizado ou por um período de trabalho.
- A autonomia do prestador de serviços: garantir a liberdade do dentista para gerenciar sua agenda e métodos de trabalho.
- Prazo de validade do contrato: definir por quanto tempo a relação será mantida e as condições para rescisão.
Conclusão
O vínculo de emprego entre dentista e clínica é um tema que gera muitas dúvidas, tanto para os profissionais quanto para as empresas.
A definição entre ser empregado ou prestador de serviços é fundamental para garantir que os direitos trabalhistas sejam respeitados e que a relação entre as partes seja justa e clara.
Para os dentistas, é importante estar atento às características de sua relação com a clínica e buscar orientação jurídica quando necessário.
Para as clínicas, é essencial formalizar essa relação de forma adequada para evitar problemas futuros.
No final das contas, seja como empregado ou como prestador de serviços, o mais importante é que haja clareza, transparência e respeito à legislação vigente, garantindo uma relação profissional saudável e justa para todos os envolvidos.
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