O art. 171 do Código Penal | Crime de estelionato
O artigo 171 do Código Penal trata do crime de estelionato, que ocorre quando alguém obtém vantagem indevida enganando outra pessoa. Descubra o que caracteriza esse crime, como se proteger e o que fazer em caso de acusação.
Ninguém gosta de ser enganado, ainda mais quando o golpe envolve dinheiro, confiança e um prejuízo real.
Situações em que uma pessoa usa da mentira, manipulação ou disfarce para tirar vantagem de outra são mais comuns do que se imagina — e geram uma sensação de impotência e revolta.
O crime de estelionato, previsto no art. 171 do Código Penal, trata justamente desses casos: quando alguém engana outra pessoa com o objetivo de obter lucro ilícito, causando um prejuízo direto à vítima.
Isso inclui desde golpes de venda pela internet, até falsos empréstimos, promessas de prêmios ou simulações de relações pessoais para explorar financeiramente alguém.
A lei reconhece esse tipo de prática como crime e prevê pena de reclusão e multa.
Por isso, é fundamental entender como o estelionato acontece, quais são os direitos da vítima e como buscar justiça quando a boa-fé é traída.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- Qual é o crime do artigo 171?
- O que significa dizer que a pessoa é 171?
- Qual a pena para quem comete o crime do art. 171?
- Quais situações se enquadram como crime do art. 171?
- Como funciona o processo penal para o crime do art. 171?
- Fui acusado injustamente com base no art. 171, o que fazer?
- Um recado final para você!
- Autor
Qual é o crime do artigo 171?
O crime descrito no artigo 171 do Código Penal é o estelionato, que acontece quando uma pessoa engana outra com o objetivo de obter vantagem financeira ou patrimonial, causando prejuízo à vítima.
Não se trata apenas de mentir, mas de montar uma estratégia de convencimento, muitas vezes bem articulada.
Para levar alguém a entregar dinheiro, bens ou assinar documentos sem perceber que está sendo lesado.
É o famoso “golpe”, que pode acontecer em diversas formas: um falso vendedor, uma pessoa que forja uma dívida, um empréstimo fraudulento, um parente distante pedindo ajuda pelo WhatsApp.
Em todos esses casos, o estelionatário se aproveita da boa-fé da vítima, manipulando a situação para obter o que quer — e sair ileso.
O artigo 171 é claro: comete estelionato quem “obtém, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento”.
E isso não precisa envolver violência física — o golpe pode ser psicológico, emocional ou até digital.
O sentimento de injustiça é grande, porque a vítima muitas vezes confiava na pessoa que aplicou o golpe.
Mas a boa notícia é que a lei protege quem foi enganado.
O estelionato é crime com pena que pode chegar a cinco anos de prisão, além de multa, e a vítima pode buscar a reparação do prejuízo.
Se você ou alguém próximo passou por uma situação assim, não se cale e procure apoio jurídico.
Entender o que diz a lei é o primeiro passo para recuperar a dignidade — e impedir que o estelionatário faça mais vítimas.
O que significa dizer que a pessoa é 171?
Quando alguém é chamado de “171”, está sendo acusado de ser golpista, mentiroso e estelionatário.
Essa expressão vem diretamente do artigo 171 do Código Penal Brasileiro, que trata do crime de estelionato, ou seja, enganar outra pessoa para obter vantagem indevida, causando prejuízo a ela.
É uma forma popular e informal de rotular alguém que age com má-fé, manipula situações ou se aproveita da confiança alheia para lucrar de forma desonesta.
A frase “fulano é 171″ geralmente carrega um tom de desconfiança ou acusação, mesmo que nem sempre seja usada no contexto jurídico.
Apesar do uso corriqueiro no dia a dia, é importante lembrar que chamar alguém de “171” pode configurar ofensa ou até calúnia, se não houver provas do crime.
Por isso, o ideal é sempre tratar esse tipo de acusação com responsabilidade e, se houver indícios de estelionato, procurar ajuda jurídica para denunciar da forma correta.
Qual a pena para quem comete o crime do art. 171?
A pena para quem comete o crime de estelionato, previsto no art. 171 do Código Penal, é de 1 a 5 anos de reclusão, além de multa.
Trata-se de um crime patrimonial, mas que envolve fraude, engano e má-fé, por isso é considerado mais grave do que um simples inadimplemento de dívida, por exemplo.
Se o crime for cometido contra pessoas mais vulneráveis — como idosos, crianças ou pessoas com deficiência, ou se for praticado em série ou com uso de meios eletrônicos.
A pena pode ser aumentada, de acordo com o que está previsto no próprio artigo e em legislações complementares.
Além da punição criminal, o autor do estelionato também pode ser obrigado a reparar o dano causado à vítima, devolvendo o valor obtido de forma ilícita.
Em alguns casos, quando há acordo, é possível converter a pena em medidas alternativas, mas isso depende do histórico do réu, do valor do prejuízo e de outras circunstâncias avaliadas pelo juiz.
O mais importante é entender que o estelionato é crime, e não uma simples “esperteza”.
Quem engana outra pessoa com intenção de lucro responde perante a lei — e a vítima tem o direito de buscar justiça e reparação.
Quais situações se enquadram como crime do art. 171?
O crime do art. 171 do Código Penal, conhecido como estelionato, se aplica a diversas situações em que alguém engana outra pessoa para obter vantagem financeira ou patrimonial indevida, causando prejuízo.
A chave está no uso de fraude, manipulação ou mentira com aparência de verdade, que induz a vítima ao erro.
Veja alguns exemplos práticos de situações que configuram estelionato:
- Venda de produtos falsos ou inexistentes;
- Falsas promessas de emprego;
- Aplicação de golpes bancários ou digitais;
- Uso de documentos falsos para obter crédito ou financiamentos;
- Golpes com imóveis ou veículos;
- Forjar dívidas ou contratos.
Esses são apenas alguns exemplos.
O estelionato pode ocorrer em relações pessoais, comerciais ou virtuais, e o prejuízo pode ser pequeno ou grande, o que importa para a lei é a intenção de enganar e a vantagem obtida de forma ilícita.
Por isso, se você foi vítima de alguma dessas situações, ou conhece alguém que foi, é essencial procurar apoio jurídico.
O estelionato é crime, e a vítima tem direito de denunciar, buscar responsabilização e recuperar o que foi perdido. A justiça começa quando você age.
Como funciona o processo penal para o crime do art. 171?
Como funciona o processo penal para o crime do art. 171?
Etapa | Descrição |
---|---|
1. Representação da vítima | A vítima precisa manifestar o desejo de processar o autor, em até 6 meses após descobrir o crime. |
2. Inquérito policial | A Polícia Civil investiga o caso, colhe provas e ouve envolvidos para apurar os fatos. |
3. Denúncia do Ministério Público | Com base nas provas, o promotor oferece denúncia ao juiz, iniciando a ação penal. |
4. Defesa e audiência | O acusado apresenta sua defesa e, na audiência, são ouvidas testemunhas e partes. |
5. Sentença | O juiz decide se absolve, condena ou aplica medidas alternativas conforme o caso. |
6. Acordo com o MP (ANPP) | Em certos casos, é possível acordo para evitar o processo, com condições definidas em lei. |
* O acompanhamento de um advogado é essencial para garantir seus direitos e conduzir o processo com segurança.
O processo penal para o crime de estelionato (art. 171 do Código Penal) segue um caminho específico dentro da Justiça Criminal, e sofreu mudanças importantes com o Pacote Anti Crime (Lei 13.964/2019).
Desde então, em grande parte dos casos, a ação penal só pode ser iniciada se a vítima apresentar uma queixa formal, chamada de representação.
Veja como o processo costuma funcionar, passo a passo:
1. Representação da vítima
Em regra, o Ministério Público só pode denunciar o autor do estelionato se a vítima manifestar interesse em processar, por meio de uma representação.
Essa manifestação precisa ocorrer no prazo de até 6 meses após tomar conhecimento da autoria do crime.
Sem isso, o processo não segue adiante (exceto em casos contra a Administração Pública, criança, adolescente, pessoa com deficiência ou maior de 70 anos).
2. Investigação policial (inquérito)
Após a representação, a Polícia Civil abre um inquérito para investigar o crime. Nessa fase, são colhidas provas, ouvidas testemunhas e analisados documentos.
Se houver indícios suficientes, o caso é enviado ao Ministério Público.
3. Denúncia do Ministério Público
Com base nas provas do inquérito, o promotor oferece a denúncia ao juiz, dando início à ação penal. A partir daí, o acusado se torna formalmente réu.
4. Resposta do réu e audiência de instrução
O réu apresenta sua defesa por escrito. Em seguida, ocorre a audiência, onde são ouvidas as testemunhas e as partes envolvidas, inclusive o próprio acusado.
5. Sentença
Depois da instrução, o juiz analisa as provas e decide: pode condenar, absolver ou aplicar penas alternativas, dependendo das circunstâncias do caso.
6. Possibilidade de acordo ou acordo de não persecução penal (ANPP)
Se o acusado confessar o crime e cumprir certos requisitos, como ser réu primário e ter cometido crime sem violência, pode haver a proposta de acordo com o Ministério Público, evitando o processo e a prisão, desde que haja ressarcimento do dano.
O processo pode parecer longo e técnico, mas é a forma que o Estado tem de garantir justiça — tanto para punir o autor, quanto para proteger a vítima.
E por isso, contar com apoio jurídico especializado faz toda a diferença, tanto para quem acusa quanto para quem se defende.
Um bom advogado vai garantir que o direito seja respeitado em cada etapa, com estratégia, provas e segurança legal.
Fui acusado injustamente com base no art. 171, o que fazer?
Se você foi acusado injustamente de estelionato (art. 171 do Código Penal), é essencial agir com rapidez e estratégia.
Estar no centro de uma acusação criminal, especialmente de um crime que envolve fraude e desonestidade, pode causar sérios danos à sua imagem, ao seu trabalho e até à sua liberdade.
Mas a boa notícia é que, com orientação correta, é possível provar sua inocência e virar o jogo dentro da lei.
Veja o que você deve fazer:
⮕ Procure um advogado criminalista imediatamente
Esse é o passo mais importante.
Um advogado vai analisar o caso, acessar os autos do processo, entender a acusação e montar a melhor linha de defesa.
Ele também será o responsável por garantir que seus direitos sejam respeitados desde o início.
⮕ Não tente se defender sozinho ou confrontar a vítima
Mesmo que a acusação seja absurda, é importante manter a calma e não tomar atitudes por conta própria, como discutir com a pessoa que fez a denúncia ou tentar “provar” sua versão sem orientação. Isso pode prejudicar sua defesa.
⮕ Reúna provas que comprovem sua inocência
Documentos, conversas, testemunhas, movimentações financeiras, áudios, e-mails ou qualquer outro elemento que mostre que você não cometeu fraude, não agiu com má-fé ou não teve participação nos fatos é fundamental para desmontar a acusação.
⮕ Acompanhe o processo com atenção
Com a ajuda do seu advogado, acompanhe cada fase do processo: investigação, denúncia, audiências e eventual julgamento.
Em muitos casos, a acusação pode ser trancada já na fase inicial, se ficar claro que não há provas contra você.
⮕ Avalie a possibilidade de dano moral após a absolvição
Se a acusação foi feita de forma leviana ou com má-fé, e você for absolvido, é possível estudar uma ação por danos morais contra quem te acusou injustamente, especialmente se você sofreu prejuízos à sua reputação ou trabalho.
Ser acusado de estelionato pode ser devastador, mas não significa que você será condenado.
O processo penal exige provas, e cabe à acusação demonstrar que você agiu com dolo, fraude e causou prejuízo.
Com a defesa certa, é possível reverter essa situação e restaurar sua dignidade.
A Justiça existe para proteger os inocentes tanto quanto para punir os culpados. Não enfrente isso sozinho.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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