Quais são os crimes inafiançáveis: tudo sobre o assunto
Você sabe o que são crimes inafiançáveis? São delitos tão graves que a lei não permite fiança. Descubra quais são e como funcionam na legislação brasileira.
Os crimes inafiançáveis estão entre os mais graves do ordenamento jurídico brasileiro.
A impossibilidade de pagar fiança para responder em liberdade é uma medida adotada pela lei para garantir a segurança da sociedade e a integridade do processo penal.
Muitas pessoas têm dúvidas sobre quais crimes são considerados inafiançáveis e como a legislação trata esse tema.
Este artigo explica tudo o que você precisa saber sobre crimes inafiançáveis, respondendo às principais dúvidas.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
O que é crime inafiançável?
Crime inafiançável é aquele no qual a lei impede a concessão de fiança ao acusado, independentemente de sua condição financeira ou das circunstâncias do caso.
Isso significa que, se uma pessoa for presa por um crime inafiançável, ela não poderá pagar uma quantia para aguardar o julgamento em liberdade.
A impossibilidade de fiança ocorre porque esses crimes são considerados de extrema gravidade, representando um risco significativo para a sociedade.
A legislação brasileira entende que a liberdade provisória nesses casos poderia comprometer a segurança pública, o andamento das investigações ou a aplicação da justiça.
A Constituição Federal determina quais crimes são inafiançáveis. Além disso, o Código de Processo Penal, em seu artigo 323, reforça essa restrição para crimes hediondos, tortura, tráfico de drogas, terrorismo e outros previstos na lei.
Em resumo, a inafiançabilidade de um crime não significa que o acusado será automaticamente condenado, mas apenas que ele não poderá ser solto mediante pagamento de fiança, devendo aguardar o desdobramento do processo sob custódia ou conforme decisão judicial.
Quais são os crimes inafiançáveis?
Os crimes inafiançáveis estão expressamente previstos na Constituição Federal e na legislação penal brasileira. São eles:
Racismo – A Constituição determina que esse crime, além de inafiançável, é também imprescritível, ou seja, pode ser punido a qualquer tempo, independentemente de quando foi cometido.
Tortura – Crime que causa sofrimento físico ou psicológico extremo à vítima.
Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Drogas Afins – Comercialização, transporte ou posse de drogas para fins de tráfico.
Terrorismo – Atos destinados a gerar pânico na sociedade por razões ideológicas, políticas ou religiosas.
Crimes Hediondos – Aqueles de extrema gravidade, como homicídio qualificado, latrocínio, estupro e genocídio.
Ação de Grupos Armados contra a Ordem Constitucional e o Estado Democrático – Envolve golpes de Estado e insurreições violentas que ameaçam a estabilidade do país.
Esses crimes são considerados tão graves que não permitem a liberdade mediante fiança, além de outras restrições como a impossibilidade de indulto ou anistia.
Como saber se um crime é afiançável?
Para saber se um crime é afiançável, é necessário verificar a legislação aplicável.
A Constituição Federal já determina quais crimes são inafiançáveis, enquanto o Código de Processo Penal, no artigo 323, reforça a restrição para outras infrações consideradas graves.
A regra geral é que crimes de menor potencial ofensivo ou aqueles que não apresentam grande risco à sociedade são afiançáveis, permitindo ao acusado pagar uma quantia para responder ao processo em liberdade.
No entanto, se o crime for de grande gravidade, causar grande repercussão social ou oferecer riscos à segurança pública e à aplicação da lei, ele pode ser inafiançável.
Por isso, é sempre essencial consultar a legislação vigente ou um advogado para esclarecer essa questão.
Quais crimes têm fiança?
A maioria dos crimes previstos na legislação brasileira permite a concessão de fiança, principalmente aqueles considerados de menor potencial ofensivo, que não envolvem violência grave contra a vítima.
Exemplos de crimes afiançáveis:
Furto simples – Subtração de bem alheio sem o uso de violência.
Lesão corporal leve – Quando a agressão não resulta em incapacidade permanente da vítima.
Crimes contra a honra – Difamação, calúnia e injúria, que envolvem danos à reputação.
Danos ao patrimônio – Como pichação e depredação, desde que sem violência contra pessoas.
A autoridade policial pode conceder fiança para crimes com pena máxima de até quatro anos, conforme o artigo 322 do Código de Processo Penal. Para crimes com penas superiores, a decisão sobre a fiança cabe ao juiz.
O que é crime hediondo e inafiançável?
Os crimes hediondos são aqueles que causam grande impacto social e são considerados de extrema gravidade.
A Lei nº 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos) estabelece quais crimes se enquadram nessa categoria.
Além de serem crimes severamente punidos, os hediondos são inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia.
Isso significa que, além da impossibilidade de pagar fiança, não podem ser perdoados por meio de indulto presidencial ou anistia concedida pelo Congresso Nacional.
A lista inclui crimes como:
- Homicídio qualificado
- Latrocínio (roubo seguido de morte)
- Estupro e estupro de vulnerável
- Genocídio
- Extorsão qualificada pela morte
- Epidemia com resultado morte
A legislação brasileira trata esses crimes com rigor, exigindo um cumprimento de pena mais severo e limitando benefícios legais.
Quais crimes não podem ter indulto?
O indulto é um perdão concedido pelo Presidente da República que extingue ou reduz a pena de determinados condenados.
No entanto, nem todos os crimes podem ser beneficiados por essa medida.
A Constituição Federal estabelece que tortura, tráfico de drogas, terrorismo e crimes hediondos são insuscetíveis de graça ou indulto.
Isso significa que mesmo que o presidente conceda indulto coletivo, os condenados por esses crimes não poderão ser beneficiados.
Além disso, o Supremo Tribunal Federal tem reforçado que certos crimes contra a administração pública, como corrupção, também podem ser excluídos do indulto, dependendo da decisão do governo e do entendimento da Justiça.
Quais crimes cabem na anistia?
A anistia é uma medida que extingue a punibilidade de crimes, geralmente concedida para situações específicas, como infrações políticas ou militares.
No Brasil, a anistia é frequentemente aplicada a crimes políticos ou eleitorais.
Por outro lado, a Constituição Federal determina que tortura, tráfico de drogas, terrorismo e crimes hediondos não podem ser beneficiados com anistia.
Ou seja, mesmo que o Congresso Nacional aprove uma lei concedendo anistia, esses crimes continuarão sendo puníveis.
Qual crime não prescreve?
A prescrição penal ocorre quando o Estado perde o direito de punir um crime devido à passagem do tempo.
No entanto, alguns crimes nunca prescrevem, podendo ser punidos a qualquer tempo.
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, estabelece que racismo e ação de grupos armados contra a ordem constitucional são crimes imprescritíveis.
Isso significa que o autor pode ser responsabilizado independentemente de quanto tempo tenha se passado desde a prática do delito.
Além disso, tribunais internacionais e tratados assinados pelo Brasil consideram crimes contra a humanidade e crimes de guerra como imprescritíveis, reforçando que essas infrações não podem ser esquecidas pelo tempo.
Conclusão
Os crimes inafiançáveis são aqueles de maior gravidade no sistema jurídico brasileiro.
Sua classificação se baseia na necessidade de proteger a sociedade e garantir que delitos extremamente sérios sejam tratados com o devido rigor.
Entender as diferenças entre crimes inafiançáveis, hediondos, anistiáveis e imprescritíveis é fundamental para compreender como funciona a justiça penal no Brasil.
Caso tenha dúvidas ou precise de esclarecimentos adicionais, consultar um advogado especializado é sempre a melhor opção.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “crimes inafiançáveis” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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