Tendinite dá direito à aposentadoria? Guia atualizado 2025
Você tem tendinite e está sofrendo no trabalho? Não ignore os seus direitos! Veja como conseguir auxílio ou até aposentadoria no INSS.
Se você sofre com dores constantes nos braços, ombros ou pulsos por conta de movimentos repetitivos no trabalho, é possível que esteja enfrentando um quadro de tendinite.
Essa condição, além de impactar sua qualidade de vida, também pode interferir diretamente na sua capacidade de continuar trabalhando.
Por isso, muitas pessoas se perguntam: tendinite aposenta? E se sim, qual tipo de tendinite aposenta pelo INSS?
Este guia completo foi preparado justamente para esclarecer essas e outras dúvidas de forma simples e segura, com base na legislação brasileira e nos critérios usados atualmente pelo INSS.
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Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é tendinite?
- Quem tem tendinite tem direito a algum benefício do INSS?
- Qual tipo de tendinite aposenta?
- Quanto tempo o INSS afasta por tendinite?
- Como é o laudo de tendinite?
- Como passar na perícia do INSS por tendinite?
- Qual o valor da aposentadoria para quem tem tendinite?
- Como dar entrada na aposentadoria por tendinite?
- Um recado final para você!
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O que é tendinite?
A tendinite é uma inflamação dos tendões, as estruturas que ligam os músculos aos ossos.
Ela ocorre, principalmente, por causa de movimentos repetitivos ou sobrecarga física em uma determinada região do corpo.
Por esse motivo, é comum que trabalhadores que exercem funções repetitivas, como digitadores, operadores de caixa, profissionais da limpeza, costureiras, operários da indústria e até mesmo professores desenvolvam essa condição ao longo do tempo.
Em muitos casos, a tendinite é classificada como uma doença ocupacional, ou seja, aquela diretamente relacionada à atividade profissional exercida.
Isso é especialmente importante no campo previdenciário, pois uma doença ocupacional é equiparada a acidente de trabalho, conforme o artigo 20 da Lei nº 8.213/1991, e pode gerar direitos específicos, inclusive aposentadoria.
Quem tem tendinite tem direito a algum benefício do INSS?
Sim, quem tem tendinite pode ter direito a benefícios do INSS, especialmente quando a doença compromete a capacidade de trabalho.
O segurado que sofre com a condição pode receber até três tipos de benefícios previdenciários, a depender do grau de comprometimento funcional e da natureza da incapacidade.
- Se a tendinite for considerada temporária, e houver limitação que impossibilite o exercício da função habitual por mais de 15 dias, o trabalhador poderá receber o auxílio-doença (benefício por incapacidade temporária).
- Caso a tendinite leve a uma redução permanente da capacidade de trabalho, mas sem impedir totalmente o exercício de alguma atividade, pode ser concedido o auxílio-acidente, que funciona como uma compensação mensal até a aposentadoria definitiva.
- Nos casos mais graves, em que há incapacidade total e permanente para o trabalho, a depender da avaliação pericial, o INSS pode conceder a aposentadoria por invalidez (benefício por incapacidade permanente) por tendinite.
Vale lembrar que, quando a tendinite tem origem no trabalho e é considerada doença ocupacional, o INSS dispensa o cumprimento da carência mínima de 12 contribuições mensais para concessão dos benefícios por incapacidade, como prevê o artigo 26, inciso II da Lei nº 8.213/1991.
Mas, se a origem da tendinite não tem qualquer relação com o trabalho, esse requisito precisa ser cumprido.
Além disso, em casos de extrema limitação funcional e quando a pessoa com tendinite não tem condições de se manter e nem é segurada da Previdência (ou não tem contribuições suficientes), pode ser possível solicitar o Benefício de Prestação Continuada (BPC LOAS).
Esse benefício, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), não exige contribuição ao INSS, mas requer a comprovação de deficiência de longo prazo e baixa renda familiar (até 1/4 do salário mínimo por pessoa da família).
Por isso, pessoas com tendinite crônica grave, com limitação comprovada para o trabalho e em situação de vulnerabilidade social, podem buscar esse direito. O processo exige avaliação médica e social pelo INSS.
Qual tipo de tendinite aposenta?
O tipo de tendinite que pode levar à aposentadoria é aquela que resulta em incapacidade total e permanente para o exercício de qualquer atividade profissional, mesmo após tratamentos, terapias ou tentativas de reabilitação.
A condição, nesse caso, deve estar estabilizada e sem perspectiva de melhora, o que precisa ser comprovado por meio de laudos médicos, exames e perícia médica do INSS.
Quando a causa da tendinite está diretamente ligada às condições do ambiente de trabalho, o quadro passa a ser reconhecido como uma doença ocupacional, o que reforça o direito à aposentadoria.
Nesse cenário, muitas vezes o benefício concedido é a aposentadoria por invalidez acidentária, que mantém a qualidade de segurado mesmo sem o número mínimo de contribuições exigido normalmente.
Por outro lado, se a tendinite é decorrente de causas não laborais e não impede completamente o exercício de outras atividades, a aposentadoria não será concedida.
Mas o segurado ainda pode ter direito a auxílio-doença ou auxílio-acidente, dependendo do impacto na sua capacidade funcional.
Ou seja, sim, em alguns casos, a tendinite aposenta por invalidez, especialmente se for causada por atividades de trabalho e resultar em incapacidade total e permanente.
Quanto tempo o INSS afasta por tendinite?
O tempo de afastamento concedido pelo INSS em razão de tendinite varia conforme a gravidade do quadro clínico e a resposta ao tratamento médico.
O auxílio-doença pode ser concedido inicialmente por um prazo definido pela perícia, geralmente de 30 a 120 dias, podendo ser prorrogado se a incapacidade continuar comprovada em nova avaliação.
Se a recuperação não for possível e a tendinite se transformar em uma incapacidade definitiva, o próprio INSS pode converter o auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.
Nesses casos, o benefício é concedido de forma contínua, enquanto persistirem os requisitos legais, com possibilidade de reavaliação periódica.
É importante agir com rapidez. Quanto antes você reunir os documentos e buscar avaliação médica, mais ágil será o processo de afastamento e recebimento do benefício.
Como é o laudo de tendinite?
O laudo de tendinite é um documento médico essencial para a análise do INSS.
Ele deve conter informações detalhadas sobre o diagnóstico, incluindo o CID (Classificação Internacional de Doenças), que costuma ser o CID M75.1 para tendinite do ombro ou M77.1 para outras regiões.
O laudo precisa descrever a intensidade dos sintomas, a localização da dor, o tempo de evolução da doença, os tratamentos realizados e o impacto funcional nas atividades profissionais.
Além disso, deve conter a assinatura do médico, carimbo com o número do CRM e, se possível, ser complementado por exames de imagem (como ultrassonografia ou ressonância magnética), que reforçam a existência da lesão.
Sem esse laudo, é praticamente impossível obter um parecer favorável na perícia médica do INSS.
Por isso, é recomendável procurar um profissional da saúde com experiência em medicina do trabalho ou ortopedia.
Como passar na perícia do INSS por tendinite?
Para passar na perícia do INSS por tendinite, você deve se preparar com atenção e reunir todos os documentos que comprovem sua condição.
O perito precisa entender que a sua capacidade de trabalho está prejudicada, e isso só será possível com um histórico bem documentado.
Tenha em mãos o laudo médico detalhado, os exames que confirmam a inflamação, os atestados de afastamento anteriores, receitas de medicamentos e registros de tratamentos como fisioterapia.
Relate ao perito de forma clara como a tendinite interfere na sua função, evite exageros e seja objetivo.
Explique como a dor, o inchaço ou a limitação de movimento comprometem tarefas simples do seu dia a dia no trabalho.
Se a tendinite tiver relação com sua atividade profissional, apresente a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), mesmo que o empregador não tenha fornecido. Isso pode ser feito por um sindicato, médico ou até pelo próprio trabalhador.
Lembre-se: um detalhe mal explicado pode gerar o indeferimento do pedido. Por isso, contar com orientação jurídica nessa etapa pode ser decisivo.
Qual o valor da aposentadoria para quem tem tendinite?
O valor da aposentadoria por tendinite depende do tipo de benefício concedido e das contribuições feitas ao longo do tempo.
Desde a Reforma da Previdência (EC 103/2019), o valor da aposentadoria por invalidez (agora chamada de aposentadoria por incapacidade permanente) passou a ser de 60% da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994, acrescido de 2% para cada ano de contribuição que exceder 20 anos para homens ou 15 anos para mulheres.
Se a tendinite for considerada doença ocupacional, o cálculo será feito com base em 100% da média salarial, sem o redutor de 60%.
Isso pode representar uma diferença significativa no valor mensal recebido.
Além disso, em casos graves com necessidade permanente de auxílio de terceiros, é possível solicitar o acréscimo de 25% no valor da aposentadoria.
Como dar entrada na aposentadoria por tendinite?
Para dar entrada na aposentadoria por tendinite, o primeiro passo é acessar o portal Meu INSS (disponível pelo site ou aplicativo) e fazer login com sua conta do gov.br.
Em seguida, escolha a opção “Agendar Perícia” e siga os passos para marcar sua avaliação médica.
Reúna toda a documentação necessária: laudos médicos, exames, relatórios de fisioterapia, documentos pessoais (RG, CPF), comprovantes de contribuição e, se for o caso, a CAT.
No dia da perícia, leve tudo em mãos, organizado, e esteja preparado para responder sobre seu histórico profissional e as dificuldades enfrentadas por causa da tendinite.
Se o benefício for negado, você pode apresentar recurso administrativo ou ingressar com ação judicial.
Nesses casos, o apoio jurídico especializado é essencial para garantir que seus direitos sejam respeitados e que a documentação esteja correta.
Assim, se você convive com dores e limitações causadas pela tendinite e não sabe se tem direito a algum benefício do INSS, não espere a situação se agravar.
Muitas pessoas deixam de buscar seus direitos por falta de orientação ou medo da burocracia.
Mas, com a documentação certa e o apoio de um profissional, é possível encontrar o caminho correto e garantir a proteção que a lei oferece.
A consulta com um advogado especializado pode fazer toda a diferença na análise do seu caso, ajudando a evitar erros, indeferimentos e atrasos.
Afinal, cada situação é única e merece ser tratada com cuidado e atenção.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “Tendinite dá direito à aposentadoria?” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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