Quem tem colostomia tem direito ao BPC LOAS?
Ter colostomia pode mudar completamente a rotina e gerar dificuldades físicas e financeiras, fazendo com que muitas pessoas procurem o BPC LOAS.
Viver com uma colostomia pode trazer mudanças significativas na rotina e, muitas vezes, impactar a capacidade de trabalhar e manter o próprio sustento.
Nesses casos, surgem dúvidas sobre os direitos garantidos por lei e, principalmente, sobre a possibilidade de solicitar o Benefício de Prestação Continuada (BPC LOAS) junto ao INSS.
Se você ou alguém próximo está nessa situação, este artigo foi preparado para esclarecer, de forma simples e completa, como funciona o benefício, quais são os requisitos e como comprovar o direito.
Continue a leitura e entenda tudo o que precisa saber para se orientar com segurança.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é a colostomia?
- A colostomia é uma deficiência?
- Quem tem colostomia pode receber BPC LOAS?
- Como comprovar incapacidade por colostomia na perícia?
- O que fazer se o BPC LOAS por colostomia for negado no INSS?
- Preciso de advogado para solicitar BPC LOAS por ter colostomia?
- Um recado final para você!
- Autor
O que é a colostomia?
A colostomia é um procedimento cirúrgico realizada para desviar o fluxo de fezes, permitindo que elas sejam eliminadas diretamente para uma bolsa coletora, fixada na parede abdominal.
Esse procedimento é indicado em situações onde o trato gastrointestinal não pode desempenhar sua função normal, como em casos de
- câncer no cólon,
- doenças inflamatórias intestinais (como a Doença de Crohn),
- traumas intestinais,
- ou infecções graves.
Durante a cirurgia, uma parte do cólon é levada até a superfície da pele, criando um orifício chamado estoma, através do qual as fezes são excretadas.
O tipo de colostomia pode variar entre permanente e temporária, dependendo da parte do cólon que é desviada.
Em muitos casos, a colostomia é reversível, dependendo da causa que a motivou, e a reconstituição do trânsito intestinal pode ser feita após a recuperação.
Contudo, em situações permanentes, o paciente precisará seguir com os cuidados contínuos para garantir a manutenção da saúde e evitar complicações.
A colostomia é uma deficiência?
A colostomia é reconhecida como deficiência física pela legislação brasileira.
O Decreto nº 5.296/2004 estabelece que a ostomia, que inclui a colostomia, ileostomia e urostomia, se enquadra como deficiência para fins legais.
Isso significa que a pessoa ostomizada tem acesso a todos os direitos garantidos às pessoas com deficiência.
Entre esses direitos, destacam-se:
- Atendimento prioritário em repartições públicas, hospitais e serviços privados essenciais.
- Fornecimento gratuito de bolsas de colostomia e outros equipamentos pelo SUS, conforme normas do Ministério da Saúde.
- Cobertura obrigatória pelos planos de saúde.
- Isenção de impostos em casos específicos, como na compra de veículos adaptados.
- Reserva de vagas em concursos públicos e processos seletivos.
- Passe livre em transporte público, previsto em normas federais e estaduais.
O reconhecimento legal como pessoa com deficiência também serve como base para solicitar o Benefício de Prestação Continuada (BPC LOAS), sempre que a colostomia gera restrições funcionais graves.
Quem tem colostomia pode receber BPC LOAS?
Sim, quem tem colostomia pode receber o BPC LOAS, desde que comprove a deficiência que o impede de exercer atividades laborais ou de se sustentar.
Embora a colostomia em si não seja uma deficiência, ela pode ser considerada parte de uma condição que resulta em incapacidade de realizar atividades diárias.
Nesse caso, a colostomia pode ser avaliada como parte de um quadro de deficiência que gera limitações significativas.
Para obter o BPC LOAS por colostomia, é necessário apresentar laudo médico que comprove a condição de saúde do solicitante.
O laudo deve indicar que a condição compromete as atividades do cotidiano e a capacidade de trabalho, como acontece com muitas pessoas colostomizadas.
Além do laudo médico, o solicitante passará por avaliação social para verificar a situação de vulnerabilidade, comprovando renda familiar igual ou menor que ¼ do salário mínimo.
O pedido do BPC LOAS pode ser feito de forma simples, mas exige atenção aos detalhes. O processo inclui etapas importantes:
1. Cadastro no CadÚnico
É obrigatório estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e manter os dados atualizados. Todos os membros da família devem ter CPF.
2. Reunir documentação médica completa
Laudos detalhados são essenciais. Eles devem conter o CID Z93.3 (colostomia) e descrever as limitações funcionais causadas pela cirurgia.
3. Solicitar o benefício
O pedido pode ser feito pelo portal Meu INSS, aplicativo ou telefone 135. No sistema, selecione “Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência” e siga as orientações.
4. Agendamento da perícia
O INSS agendará uma avaliação médica para verificar o impacto da colostomia na sua capacidade funcional. Essa etapa é decisiva para a aprovação.
5. Acompanhar o resultado
Após a perícia, o andamento do processo pode ser consultado no próprio Meu INSS. Embora a lei estabeleça análise em até 90 dias, o prazo pode variar conforme a demanda.
Agir rapidamente é importante, pois a análise depende da apresentação correta de documentos. Solicitações incompletas costumam gerar negativas e atrasos desnecessários.
Como comprovar incapacidade por colostomia na perícia?
Comprovar incapacidade por colostomia na perícia do INSS requer uma avaliação detalhada da condição de saúde do paciente.
A colostomia pode resultar em limitações físicas e psicológicas, o que pode justificar o pedido de benefícios como o BPC LOAS.
No entanto, é fundamental que o laudo médico e outros documentos apresentem de forma clara e objetiva como a condição compromete a capacidade da pessoa.
São documentos necessários para comprovar incapacidade na perícia:
- Laudo médico detalhado
- Exames clínicos
- Relatório de acompanhamento médico
- Declaração de incapacidade para o trabalho
- Comprovações do impacto no dia a dia
Comprovar a incapacidade por colostomia exige uma avaliação cuidadosa do impacto da cirurgia e das complicações associadas à condição na vida do paciente. A documentação deve ser clara, objetiva e detalhada.
Em caso de dúvidas, contar com o auxílio de um advogado especializado em direito previdenciário pode ser fundamental para orientar e garantir seus direitos.
O que fazer se o BPC LOAS por colostomia for negado no INSS?
Se o BPC LOAS for negado no INSS devido à colostomia, é importante saber que o beneficiário tem o direito de contestar a decisão.
A negativa pode ocorrer por diferentes razões, como
- a falta de documentação adequada,
- erro na análise da incapacidade
- ou a não comprovação da deficiência que o impede de se sustentar ou trabalhar.
Quando o INSS nega o benefício, existem formas jurídicas de reverter a decisão, e uma das mais eficazes é entrar com uma ação judicial.
Com o motivo da negativa em mãos, o interessado pode tentar um recurso administrativo primeiro, em até 30 dias após o resultado.
Contudo, muitos casos de negação de BPC LOAS não são resolvidos favoravelmente nessa fase, o que leva à necessidade de recorrer à Justiça.
Assim, não sendo suficiente, a ação judicial visa reverter a decisão do INSS.
A demanda judicial pode ser movida com o auxílio de um advogado especializado, que irá reunir documentação que comprove a incapacidade e necessidade do benefício.
Uma das vantagens de entrar com a ação judicial é que será realizada uma perícia médica judicial, conduzida por um perito independente.
Caso o laudo médico inicial tenha sido inadequado, a perícia judicial pode ser decisiva para aprovação do benefício.
Preciso de advogado para solicitar BPC LOAS por ter colostomia?
Embora não seja obrigatório contratar um advogado para solicitar o BPC LOAS por colostomia, ter a assistência de um advogado especializado é altamente recomendável.
O processo de solicitação pode envolver complexidade, especialmente no que diz respeito à comprovação de incapacidade devido à colostomia.
Um advogado especializado poderá orientar o preenchimento correto da documentação necessária. A documentação inadequada ou incompleta é motivo recorrente de negativa.
O advogado tem o conhecimento necessário para interpretar as exigências legais e os critérios do INSS, como a deficiência que resulta da colostomia.
Se o BPC LOAS for negado, o advogado pode analisar os motivos da negativa e, se necessário, entrar com recurso administrativo ou mesmo iniciar uma ação judicial.
Embora seja possível solicitar o BPC LOAS sem a ajuda de um advogado, o apoio jurídico pode aumentar significativamente as chances de sucesso na solicitação. Clique aqui!
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista: clique aqui!
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário


